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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
abundante mão de obra com salários aviltados, foram escolhidas como locais
favoritos para o funcionamento das indústrias. Huberman (1976) destaca que a
introdução da máquina a vapor do Sr. Watt era tão importante para os ingleses que,
“no ano de 1800, essas máquinas se encontravam em uso em 30 minas de carvão,
22 minas de cobre, 28 fundições, 17 cervejarias e 8 usinas de algodão”.
Galpões, estábulos e velhos armazéns, eram rapidamente transformados em
fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de
fiação e tecelagem. Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de qualidade de
vida e as famílias com numerosa quantidade de filhos, garantiam um suprimento
fácil de mão de obra com míseros salários, sendo aceitos, como trabalhadores, não
só homens, mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições
quanto ao estado de saúde e desenvolvimento físico.
Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas
arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis e,
posteriormente, revendidas a cinco libras por cabeça aos empregadores que,
ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão de obra barata, se
comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias
(NOGUEIRA, 1981).
A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída principalmente por
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. O
número de acidentes do trabalho era aterrorizante, provocados por máquinas sem
qualquer tipo de proteção e movidas por engrenagens e correias expostas, sendo
que as mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes.
Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças
iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da
noite. Em muitos casos, o trabalho continuava mesmo durante a noite em fábricas
precariamente iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram
executadas em ambientes fechados, com ventilação extremamente escassa. Os
ruídos provocados pelas máquinas primitivas atingiam limites altíssimos, tornando
impossível até mesmo a audição de ordens e comandos, o que muito contribuía para
aumentar o número de acidentes (BRASIL, 2002).
aplicar a força e autoridade das leis, dentre outros casos, contra os patrões
que esmagam os trabalhadores sob o peso de ônus iníquos, ou desonram,
neles, a pessoa humana, por condições indignas e degradantes ou, ainda,
que atentam contra a saúde destes por um trabalho desproporcionado com
a sua idade e sexo.
Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer
pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A
atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não
podem ultrapassar (OLIVEIRA, 1998).
e) Consulta e Comunicação
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto às consulta e
comunicação aos empregados:
envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos
para a gestão dos riscos;
consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde
no local de trabalho;
representação nos assuntos de Segurança e Saúde;
informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o
representante nomeado pela alta administração.
f) Documentação
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida,
seja em papel ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos
do sistema e sua interação, além de fornecer orientação sobre a documentação
relacionada.
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação
necessária para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente
compreendido e eficazmente implementado.
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados
de maneira a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos
internos quanto de possível fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2008).
g) Monitoração do Desempenho
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o
desempenho garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos
propostos. O controle operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais
críticos) e com a política, os objetivos e o programa de gestão SST.
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde
serão necessárias as medidas de controle.
As operações específicas ligadas a esta ação são:
estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados;
estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e
que diz respeito à SST e, ao mesmo tempo, dar coerência a sua própria concepção
filosófica e cultural para conduzir suas atividades com ética e responsabilidade
social.
ILO (2001 apud COSTA, 2006) observa que em substituição aos modelos
tradicionais de tratamento da questão da saúde e segurança no trabalho, há uma
tendência crescente das organizações em implementar o sistema de gestão da SST,
ao mesmo tempo em que as agências regulamentadoras de vários países tendem a
buscar alternativas para incentivar ações dessa natureza ou até mesmo para torná-
las compulsórias.
No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego vem incentivando e criando
condições para que sistemas de gestão da SST sejam adotados de forma voluntária
pelas empresas, conforme sugerido pelo guia disponibilizado pela International
Labor Organization.
Segundo Barreiros (2002), essas normas e diretrizes trazem princípios
gerais que podem ser adotados pelas empresas que desejam implementar a gestão
da SST com vistas à melhoria contínua do desempenho da SST e eventualmente
obter a certificação do sistema de gestão existente.
Baseando-se nessas normas e diretrizes, muitas empresas constroem
competências in company e desenvolvem um sistema de gestão da SST adequado
às suas necessidades, considerando sua cultura organizacional e demonstram que é
possível o emprego desses modelos para a promoção de melhorias no desempenho
da SST. Outras empresas adquirem modelos de empresas privadas que prometem
uma revolução nas práticas de segurança e saúde no trabalho, por meio da melhoria
do desempenho dos resultados que muitas vezes não ocorrem ou não se sustentam
por muito tempo, em razão das inconsistências do que preconizam esses modelos,
além de possuírem incompatibilidade com a cultura preexistente na organização
(COSTA, 2006).
Apesar da constatação de que um número expressivo de empresas vem
consolidando o sistema de gestão da SST como uma de suas práticas de gestão,
observa-se que muitas organizações, principalmente as pequenas empresas, sequer
imaginam como fazê-lo, ao passo que outras empresas se encontram em fase de
transição da utilização dos modelos tradicionais de gestão da SST para os modelos
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PDCA (Planejar-Executar-Verificar-Agir do inglês: PLAN - DO - CHECK - ACT) é um método
iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e
produtos.
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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como mais de 90% dos acidentes têm como causa imediata o ato inadequado,
sempre iremos atrás de um culpado e a falha administrativa, que deu origem ao
acidente, permanecerá (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).
Os Sistemas de Gestão da Segurança cumpriram uma etapa importante
desde a época em que foram implantados nas empresas (meados dos anos 1980)
até os tempos atuais. No entanto, também sobre eles, é necessário aplicar a
melhoria contínua. Ela vem com a identificação dos principais aspectos de falhas
dos mesmos, especialmente num trabalho de autoanálise a ser feito por cada
empresa, e, a partir daí, adotar uma correção de rumos e um aperfeiçoamento do
sistema. Para uma empresa que ainda não tenha Sistema de Gestão da Segurança,
deve-se iniciar já considerando os 10 Mandamentos citados anteriormente (COUTO;
ANGIOLETTI, 2010).
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF19C09E2799/nr_07_ss
st.pdf).
Esta norma estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de
PCMSO por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da
saúde dos seus trabalhadores.
O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico,
feitos através dos Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos por médicos
do trabalho, realizados na admissão do trabalhador, periodicamente e no momento
da demissão.
Compete ao empregador:
• garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar
pela sua eficácia;
• custear todos os procedimentos relacionados ao PCMSO sem qualquer tipo
de repasse ao trabalhador (SEBRAE/ES, 2008).
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da
empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do
Trabalho.
Considera também, questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade
de trabalhadores, privilegiando o instrumento clínico-epidemiológico na abordagem
da relação entre sua saúde e o trabalho.
O Programa tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce
dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,
além de constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos
irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Este programa deve ser planejado e
implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores.
Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer
técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e
saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas
poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional, independentemente
18.21.1 A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por
trabalhador qualificado, e a supervisão por profissional legalmente habilitado.
18.21.2 Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando o circuito
elétrico não estiver energizado.
18.21.2.1 Quando não for possível desligar o circuito elétrico, o serviço somente poderá
ser executado após terem sido adotadas as medidas de proteção complementares,
sendo obrigatório o uso de ferramentas apropriadas e equipamentos de proteção
individual.
18.21.3 É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos
elétricos.
18.21.4 As emendas e derivações dos condutores devem ser executadas de modo que
assegurem a resistência mecânica e contato elétrico adequado.
18.21.4.1 O isolamento de emendas e derivações deve ter característica equivalente à
dos condutores utilizados.
18.21.5 Os condutores devem ter isolamento adequado, não sendo permitido obstruir a
circulação de materiais e pessoas.
18.21.6 Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos, umidade
e agentes corrosivos.
18.21.7 Sempre que a fiação de um circuito provisório se tornar inoperante ou
dispensável, deve ser retirada pelo eletricista responsável.
18.21.8 As chaves blindadas devem ser convenientemente protegidas de intempéries e
instaladas em posição que impeça o fechamento acidental do circuito.
18.21.9 Os porta-fusíveis não devem ficar sob tensão quando as chaves blindadas
estiverem na posição aberta.
18.21.10 As chaves blindadas somente devem ser utilizadas para circuitos de
distribuição, sendo proibido o seu uso como dispositivo de partida e parada de
máquinas.
Conteúdo da NR 10
10.1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
10.2 MEDIDAS DE CONTROLE
10.3 SEGURANÇA EM PROJETOS
10.4 SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
10.5 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS
10.6 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ENERGIZADAS
10.7 TRABALHO ENVOLVENDO ALTA TENSÃO
10.8 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS
TRABALHADORES
10.9 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO
10.10 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
10.11 PROCEDIMENTOS DE TRABALHO
10.12 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
10.13 RESPONSABILIDADES
10.14 DISPOSIÇÕES FINAIS
GLOSSÁRIO
ANEXO II – ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
ANEXO III – TREINAMENTO
ANEXO IV – PRAZOS PARA CUMPRIMENTO
REFERÊNCIAS