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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2


UNIDADE 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO........................................................... 3
2.1 EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO .............................................................. 3
2.2 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS ............................................................................... 14
2.3 O SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (SGSST) ............ 19
2.4 GRUPO GESTOR EM SEGURANÇA ELÉTRICA ........................................................... 30
2.5 ACIDENTE, RISCOS E SEGURANÇA ........................................................................ 32
UNIDADE 3 – PROGRAMAS E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA .................... 34
3.1 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) .................................. 34
3.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) ................................ 36
3.3 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) ............... 39
3.4 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO (PCMAT) ........................................................................................... 41
3.5 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP) ............................................. 43
3.6 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA (PCA) E PROGRAMA DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA (PPR)............................................................................................... 45
3.7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) .................................................. 45
UNIDADE 4 – LEGISLAÇÃO, INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO ................................ 51
UNIDADE 5 – NORMA REGULAMENTADORA NR-10 ........................................... 55
UNIDADE 6 – PREVENÇÃO E CONTROLE EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................................................... 59
6.1 CABINES DE TRANSFORMAÇÃO, ATERRAMENTO ELÉTRICO, PARA-RAIOS ................... 59
6.2 AMBIENTES ESPECIAIS, ELETRICIDADE ESTÁTICA, INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PROVISÓRIAS ........................................................................................................... 60
6.3 EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS. ÁREA DE UTILIDADES. SUBESTAÇÕES. . 62
6.4 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E ENGENHARIA DE SEGURANÇA .................................... 65
6.5 RISCOS NA ELETRIFICAÇÃO RURAL ....................................................................... 67
6.6 ACIDENTES COM CERCAS ENERGIZADAS ............................................................... 67
6.7 MEDIDAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL .......................... 68
6.8 LEGISLAÇÃO E NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS E
GERAL ..................................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

As medidas de controle e prevenção de acidentes influem sobremaneira na


organização dos processos de trabalho, o que implica mudança de atitude de todos
os envolvidos, do chão de fábrica até alta administração.
A ideia nesta apostila não é unicamente ensinar como fazer a segurança,
mas levá-los a refletirem sobre a importância da prevenção, para dentre outros
motivos, contribuir com a diminuição das estatísticas de acidentados e mortes que
são estarrecedoras, mas principalmente para prevenir os acidentes de trabalho que
tantos transtornos físicos, emocionais e também financeiros levam para todos,
empregados e empregadores.
Iniciaremos os estudos pela história e evolução da segurança no trabalho,
conceituando riscos e acidentes. Também farão parte deste módulo, programas e
equipamentos de segurança, a legislação, inspeção e fiscalização e a norma
regulamentadora NR 10. Veremos também a prevenção e controle em máquinas,
equipamentos e instalações elétricas.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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UNIDADE 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO

2.1 Evolução da segurança do trabalho


Segurança no trabalho pode ser entendida como uma disciplina concebida
para prevenir os acidentes que atingem direta e indiretamente o trabalhador, por
meio da segregação ou eliminação dos riscos gerados pelas condições dos locais de
trabalho e pelas tecnologias empregadas, de modo a promover, continuamente,
medidas para prevenção de acidentes, doenças e otimização das condições e do
meio ambiente de trabalho.
Desde tempos remotos já foi constatado que é por meio do trabalho que o
homem atendeu e continua atendendo as suas necessidades bio-psico-sociais e
construindo os bens que sustentam as bases da vida material em suas dimensões
econômica, política, social, religiosa e cultural.
De início, o trabalho humano era restrito a tarefas que tinham como
finalidade assegurar, essencialmente, a proteção do grupo e sua sobrevivência,
desta forma, a caça e a pesca eram as atividades preponderantes. A vida era
marcada pelo nomadismo e pela transumância, ou seja, o homem primitivo não vivia
fixado num local determinado. Por evidenciar um espírito eminentemente gregário,
detectou-se no homem primitivo os indícios da presença de uma noção, mesmo que
muito rústica, de segurança e proteção coletiva (BRASIL, 2002).
De acordo com Oliveira (2000), a transumância foi o fenômeno que
possibilitou ao homem passar de caçador, nômade, para uma outra fase, intitulada
coletora, passando a se valer de outras fontes de alimentos, como tubérculos, frutos
silvestres e leguminosas.
O fato do homem primitivo se abrigar em cavernas ou no cume das
montanhas, buscando um modo de proteção contra as intempéries, animais de
grande porte e até mesmo de inimigos, merece certo destaque neste início de curso,
pois revela comportamentos em busca de medidas de proteção coletiva, como
requisito básico para a própria sobrevivência e do grupo (BRASIL, 2002).
Como esses grupos se abrigavam em cavernas próximas a cursos d’água,
sementes e raízes presentes nos restos de alimentos jogados à terra começavam a
se reproduzir e, por conseguinte, a lhes proporcionar uma outra fonte de alimento,
nascendo dessa experiência a agricultura.
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Com a evolução da agricultura, criaram-se as bases necessárias a uma nova


experiência de vida – o pastoreio. Através das atividades relacionadas com o
pastoreio, o homem passou a dispor de animais não somente como fonte de
alimento, mas também como meio de tração. A agricultura permitiu o aumento
populacional do homem e o tornou sedentário, isto é, fixado em uma base territorial
onde se encontram as terras cultivadas e as primeiras edificações, onde se
formaram as primeiras cidades, nações e impérios. Por este novo paradigma o
homem é liberado da transumância penosa, abrindo caminho à agropecuária
(BRASIL, 2002).
A agropecuária marcou um dos estágios mais significativos da evolução
humana, não só porque facilitou ao homem a obtenção dos meios necessários à
vida, como a alimentação e a habitação, mas, principalmente, por ter lhe
proporcionado um dos primeiros modelos de organização e economia que vai
estimular a produção de excedentes.
No entendimento de Oliveira (2000), quando o homem passou a produzir
mais do que era necessário ao consumo diário e desenvolveu a ideia de guardar
esse excedente para consumo posterior, nasceram as trocas e a noção de posse.
Por meio das trocas, o intercâmbio entre povos diferentes tornou-se possível. A
noção de propriedade, a princípio grupal, depois privada, mudou radicalmente os
paradigmas da vida humana.
O advento da propriedade privada levou o homem a construir uma outra
forma de vida calcada na organização e no controle. A família monogâmica e o
Estado, que surgiram em virtude dessa mudança, passaram a dar sustentação a
esse novo estilo de vida. Da propriedade privada ao escravismo foi apenas uma
questão de tempo (BRASIL, 2002).
Das lutas travadas contra seus inimigos, emerge naturalmente no homem a
necessidade de se proteger, portanto, ele começa a adotar as primeiras medidas de
proteção individual e coletiva. Cave (1986 apud BRASIL, 2002) afirma que a forma
mais antiga de proteção individual adotada pelos nossos ancestrais foi o “escudo”. O
homem primitivo sabia que entre ele e o perigo havia a necessidade de se antepor
uma barreira para sua defesa. Foi bastante natural também pensar que essa
barreira pudesse ser carregada pelo homem de um local para outro.

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Em seguida, o homem adota também o capacete para proteção da cabeça


nas lutas contra seus inimigos e, mais tarde, em estádios mais avançados da
história, os guerreiros adotam armaduras de metal, composta por elmo, couraça e
cota de malha. Associadas a essas práticas nasciam também os inconvenientes e
até os primeiros casos de rejeição ao uso (BRASIL, 2002).
Quando o homem se conscientizou de que a riqueza acumulada era oriunda
da terra e de braços que a cultivavam, começou a poupar da morte os vencidos de
guerra e a transformá-los em produtores de excedentes – os escravos – que, a
princípio, produtores de bens, em pouco tempo vieram a se transformar em um
deles, sendo transacionados como qualquer outro bem de consumo. É importante
destacar que o rebaixamento de cidadão à condição de escravo, segundo costumes
e normas adotadas por civilizações na Idade Antiga e no período medieval, podia se
dar por questões políticas e até mesmo pelo inadimplemento de uma dívida. Na
condição de escravo, nenhum tipo de direito ou defesa, nem mesmo religiosa, era
assegurado ao indivíduo. Ao escravo só restava ser produtivo e leal ao seu dono. A
única preocupação de seu dono era a de evitar que ele adoecesse ou tivesse morte
prematura, pois assim deixaria de explorar ao máximo sua resistência física
(OLIVEIRA, 2000).
A partir deste período e em decorrência do novo contexto vivenciado pelo
grupo humano, compreende-se o desinteresse e a inexistência de registros
históricos relacionados com a segurança do trabalhador, uma vez que os trabalhos
mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos. Além disto, na
cultura greco-romana, o trabalho se relacionava em sua origem filosófica ao
rebaixamento humano, porque ligava o indivíduo à matéria, daí ser também
sinônimo de castração, de sofrimento, humilhação, expiação e de afastamento dos
deuses (BRASIL, 2002).
Para se ter uma dimensão mais clara do descaso com os registros sobre as
questões ligadas à proteção do trabalhador à época, mesmo Hipócrates (460-375
a.C.) citado por Mendes (1996), no momento em que descreve com particular
agudeza o quadro clínico da intoxicação saturnina, encontrado em um trabalhador
mineiro, omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação no seu clássico
“Ares, Águas e Lugares”. Inúmeros ensinamentos são dedicados às relações entre

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ambiente – incluindo clima, topografia, qualidade da água e mesmo organização


política e saúde, sem haver qualquer menção às condições em que o trabalho era
realizado.
Ramazzini (2000) cita a preocupação de Lucrécio em Roma, um século
antes do início da Era Cristã, já perguntando a respeito dos cavadores das minas:
“Não viste ou ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta
vida pela frente?”. O mesmo ocorre com Plínio, o Velho (23 a 79 d.C.), citado por
Mendes (1996), autor da obra De História Naturalis, que, após visitar alguns locais
de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto
dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras.
Mendes (1996) menciona a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do
rosto, à guisa de máscaras rústicas, panos ou membranas de bexiga de carneiro
para atenuar a inalação de poeiras.
Na Europa, do ponto de vista do trabalho, especificamente do trabalho
manual, a transformação do escravismo em feudalismo mudou pouco a vida das
pessoas. Os escravos e os trabalhadores romanos, com o feudalismo,
transformaram-se em servos de gleba, tão miseráveis quanto antes. O único ganho
foi o de não serem mais vendidos como mercadoria qualquer, ficando, porém,
vinculados ao senhor feudal (BRASIL, 2002).
Quanto aos primeiros registros de casos de acidentes e doenças e os seus
respectivos nexos com o trabalho, estes ocorreram na Idade Média e foram
efetuados por médicos que atendiam pacientes nas corporações de ofícios. Hunter
(s.d. apud NOGUEIRA, 1981) afirma que, em 1556, Georg Bauer, mais conhecido
pelo seu nome latino de Georgii Agricolae, publica o livro De Re Metallica, onde
eram relatados estudos sobre os diversos problemas relacionados à extração de
minérios argentíferos e auríferos e sua fundição. Conforme as observações de
Agricolae, em algumas regiões extrativas, “as mulheres chegavam a casar sete
vezes, roubadas que eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na
ocupação que exerciam”. O próprio Agricolae já sabia como estes problemas
poderiam ser evitados. Não se tratava de uma questão médica e sim de um
problema de natureza tecnológica, decorrente do processo de trabalho utilizado, cuja
modificação, acrescida da introdução de meios para melhorar a ventilação no interior

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das minas, poderia, como medida profilática, proteger os trabalhadores da inalação


de poeiras nocivas.
O mesmo Hunter (s.d. apud NOGUEIRA, 1981) assinala também a
publicação no ano de 1567, da primeira monografia sobre as relações entre trabalho
e doença, de autoria de Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais
conhecido pelo nome de Paracelso. Seu autor nasceu e viveu durante muitos anos
em um centro da Boêmia, sendo numerosas as suas observações relacionando
métodos de trabalho ou substâncias manuseadas e doenças, destacando-se, por
exemplo, que, em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa
doença profissional, a despeito de sua importância, ali se encontram assinalados.
Estes trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um
século e não tiveram qualquer influência sobre a segurança ou a saúde do
trabalhador (BRASIL, 2002).
Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição de um livro
que iria ter notável repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra De Morbis
Artificum Diatriba – As doenças dos trabalhadores – de autoria do médico italiano
Bernardino Ramazzini, mais tarde justamente cognominado o “Pai da Medicina do
Trabalho”. Nesse famoso tratado, o autor descreve uma série de mais de 50
doenças relacionadas a profissões diversas. Às perguntas hipocráticas fundamentais
na anamnese médica, Ramazzini (2000) propôs saber a ocupação do sujeito,
justificando que tal pergunta poderia levar às causas ocasionais do mal, obtendo
mais sucesso no processo de cura.
Infelizmente na época não foi possível entender a importância do trabalho de
Ramazzini. Realmente, ainda predominavam as corporações de ofício, com número
de trabalhadores relativamente pequeno e um sistema de trabalho muito peculiar.
Os casos de doenças profissionais eram poucos, assim, não obstante as
corporações não raro disporem de médicos que deviam atender seus membros, tais
profissionais praticamente ignoraram o trabalho de Ramazzini, cuja importância só
seria reconhecida quase um século mais tarde.
Os impactos da Revolução Industrial ocorrida na Europa – notadamente na
Inglaterra, França e Alemanha, principalmente sobre a vida e a saúde das pessoas
têm sido objeto de importantes estudos. Historiadores sociais, cientistas políticos,

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economistas e outros têm enfocado este período da história, principalmente de 1760


a 1850, com detalhes descritivos e analíticos extremamente minuciosos e
perspicazes, até porque o fenômeno, em sua natureza, tem se repetido em outras
regiões e épocas, sem que as lições mais duras e cruéis tivessem sido aprendidas.
Hunter (s.d apud MENDES, 1996) afirma que toda a sorte de acidentes
graves, mutilantes e fatais, além de intoxicações agudas e outros agravos à saúde,
atingiram os trabalhadores, incluindo crianças de cinco, seis ou sete anos e
mulheres, preferidos que eram – crianças e mulheres – pela possibilidade de lhes
serem pagos salários mais baixos.
Nogueira (1981) enfatiza que a Revolução Industrial foi um marco inicial da
moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira
máquina de fiar. Até então, a fiação e tecelagem de tecidos tinham constituído uma
atividade doméstica tradicional, com uma produção apenas suficiente para atender
às necessidades do próprio lar e com um pequeno excesso que era vendido, a preço
elevado, em regiões onde estas atividades não eram desenvolvidas. O advento das
máquinas, que fiavam em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, tornou
possível uma produção de tecidos em níveis, até então, não imaginados.
Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora
dono dos seus meios de produção. O custo relativamente elevado das máquinas,
porém, não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las, desta forma, essas máquinas
eram adquiridas pelos detentores do capital, antevendo as possibilidades
econômicas dos altos níveis de produção. A burguesia necessitava empregar
pessoas para fazer as máquinas funcionarem, surgindo, assim, as primeiras
manufaturas, fábricas de tecidos, e com elas, uma marcante dicotomia entre o
capital e o trabalho (BRASIL, 2002).
As primeiras máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz
para acioná-las e esta foi encontrada na energia hidráulica. As primeiras fábricas
foram instaladas em antigos moinhos. A localização não permitia uma expansão
adequada da nascente indústria, que era obrigada a instalar-se apenas junto a
cursos d’água. A invenção da máquina a vapor e seu aperfeiçoamento no ano de
1760 por Scott James Watt, permitiram a instalação de fábricas em outros lugares
mais favoráveis ao comércio. Naturalmente, as grandes cidades, onde existia

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abundante mão de obra com salários aviltados, foram escolhidas como locais
favoritos para o funcionamento das indústrias. Huberman (1976) destaca que a
introdução da máquina a vapor do Sr. Watt era tão importante para os ingleses que,
“no ano de 1800, essas máquinas se encontravam em uso em 30 minas de carvão,
22 minas de cobre, 28 fundições, 17 cervejarias e 8 usinas de algodão”.
Galpões, estábulos e velhos armazéns, eram rapidamente transformados em
fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de
fiação e tecelagem. Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de qualidade de
vida e as famílias com numerosa quantidade de filhos, garantiam um suprimento
fácil de mão de obra com míseros salários, sendo aceitos, como trabalhadores, não
só homens, mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições
quanto ao estado de saúde e desenvolvimento físico.
Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas
arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis e,
posteriormente, revendidas a cinco libras por cabeça aos empregadores que,
ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão de obra barata, se
comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias
(NOGUEIRA, 1981).
A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída principalmente por
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. O
número de acidentes do trabalho era aterrorizante, provocados por máquinas sem
qualquer tipo de proteção e movidas por engrenagens e correias expostas, sendo
que as mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes.
Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças
iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da
noite. Em muitos casos, o trabalho continuava mesmo durante a noite em fábricas
precariamente iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram
executadas em ambientes fechados, com ventilação extremamente escassa. Os
ruídos provocados pelas máquinas primitivas atingiam limites altíssimos, tornando
impossível até mesmo a audição de ordens e comandos, o que muito contribuía para
aumentar o número de acidentes (BRASIL, 2002).

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Não é, pois, de estranhar-se, que doenças de toda a ordem se alastrassem


entre os trabalhadores, especialmente entre as crianças, doenças tanto de origem
não ocupacional (principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era
chamado de febre das fábricas), quanto de origem ocupacional, cujo número
aumentava à medida que se abriam novas fábricas e novas atividades industriais
eram iniciadas (MENDES, 1996).
As primeiras medidas de proteção ao trabalhador, adotadas nas fábricas
inglesas, eram de natureza estritamente médica. Nascia uma preocupação
direcionada à higiene pessoal nos locais de trabalho, por conseguinte, também
relacionada com a saúde dos trabalhadores.
Inexistiam relatos sobre iniciativas destinadas à segurança no trabalho,
entendida como medidas de natureza educativa, técnica ou legal, voltadas para
melhoria do ambiente de trabalho, proteção coletiva e individual, segregação ou
eliminação de fontes de riscos de acidentes, proteção e otimização de máquinas,
ferramentas e equipamentos (BRASIL, 2002).
No início do século XIX na Inglaterra, a dramática situação dos
trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião pública e, por essa razão,
criou-se no Parlamento britânico, sob a direção de Sir Robert Peel, uma comissão
de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que, em 1802, fosse aprovada
a primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”,
que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno,
obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e
tornava obrigatória a ventilação destas. Tal lei não resolvia senão parcela mínima do
problema e assim foi seguida de leis complementares surgidas em 1819, em geral
pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores.
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se
mostravam péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, Robert Dernham,
proprietário de uma indústria têxtil inglesa, que se sentia perturbado diante das
péssimas condições de trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert
Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de
proteger a saúde dos mesmos. Baker vinha já há bastante tempo se interessando
pelo estudo do problema da saúde dos trabalhadores. Conhecedor que era da obra

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de Ramazzini dedicava grande parte de seu tempo a visitar fábricas e a tomar


conhecimento das relações entre trabalho e doença, o que levou o governo
britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor Médico de Fábricas (BRASIL,
2002).
Diante do pedido do empregador inglês, Baker aconselhou-o:

Coloque no interior de sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de


intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a
fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele
verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de
causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção.
Dessa forma você poderá dizer meu médico é a minha defesa, pois a ele
dei toda a minha autoridade no que diz respeito proteção da saúde e das
condições físicas dos meus operários. Se algum deles vier a sofrer qualquer
alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado.

Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo (OLIVEIRA,


1998).
A iniciativa daquele empregador, movida até pelo temor de ser
responsabilizado pelos infortúnios laborais, veio mostrar a necessidade urgente de
medidas de proteção aos trabalhadores, pelo que, em 1831, uma comissão
parlamentar de inquérito, elaborou um cuidadoso relatório, concluído do seguinte
modo:

Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens


e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados,
degradados na sua qualidade humana, cada um deles era a clara evidência
de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o
homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em
suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade
dos fortes (MENDES, 1996).

O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, no


ano de 1833, foi baixado na Inglaterra o Factory Act 1833, que deve ser considerada
como a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao
trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força
hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia
as horas de trabalho destes a 12 horas por dia e 69 horas por semana; as fábricas
precisavam ter escolas, que deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores
menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de nove anos, e um
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médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua


idade cronológica (NOGUEIRA, 1981).
O grande desenvolvimento industrial da Grã-Bretanha levou ao
estabelecimento de uma série de medidas legislativas, destacando-se a criação do
Factory Inspectorate, primeiro órgão do Ministério do Trabalho britânico, com função
de proceder ao exame médico pré-admissional, ao exame médico periódico, ao
estudo de casos de doenças causadas por agentes químicos potencialmente
perigosos e à notificação e investigação de doenças profissionais, especialmente em
fábricas pequenas, que não dispunham de serviço médico próprio (BRASIL, 2002).
Observada por Oliveira (1988), a expansão da Revolução Industrial no resto
da Europa resultou, também, no aparecimento progressivo dos serviços médicos de
empresa industrial em diversos países, sendo que em alguns deles, foi dada tal
importância a esses serviços que sua existência deixou de ser voluntária, como de
princípio na Grã-Bretanha, para tornar-se de imediato obrigatória.
Nos Estados Unidos, a despeito da industrialização ter-se desenvolvido de
forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os serviços médicos
nas empresas permaneceram praticamente desconhecidos, não dando os
empregadores nenhuma atenção especial aos problemas de saúde dos seus
trabalhadores. No entanto, o aparecimento, no início do século XX, da legislação
sobre indenizações em casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a
estabelecerem os primeiros serviços médicos de empresa industrial naquele país,
com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações, através de cuidado
adequado dos casos de acidentes e doenças profissionais. Desses relatos se
conclui que, mesmo na Europa e nos Estados Unidos, a conscientização dos
empregadores precisava ser impulsionada pela coerção da lei, pois continuava
inexistindo, salvo raríssimas exceções, interesse em preservar a saúde ou a vida
dos trabalhadores (BRASIL, 2002).
Vale lembrar que no final do século XIX, em maio de 1891, a Encíclica do
Papa Leão XIII, De Rerum Novarum, conclamava os povos no sentido da justiça
social, influenciando legisladores e estadistas para o avanço da proteção social. A
Encíclica mencionada, no Capítulo 22, asseverou ser absolutamente necessário

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aplicar a força e autoridade das leis, dentre outros casos, contra os patrões
que esmagam os trabalhadores sob o peso de ônus iníquos, ou desonram,
neles, a pessoa humana, por condições indignas e degradantes ou, ainda,
que atentam contra a saúde destes por um trabalho desproporcionado com
a sua idade e sexo.

Mais adiante, no capítulo 27 desta mesma Encíclica, a censura contra os


abusos dos empregadores é clara,

Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer
pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A
atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não
podem ultrapassar (OLIVEIRA, 1998).

E a proteção ao trabalho no mundo contemporâneo?


Pois bem, no período que coincide com a Primeira Guerra Mundial,
manifestações e reivindicações ocorridas em diversos congressos de trabalhadores
levaram à Conferência da Paz de 1919, organizada pela Sociedade das Nações, a
criar, pelo Tratado de Versalhes, a Organização Internacional do Trabalho – OIT.
Esta organização foi criada com o propósito de dar às questões trabalhistas um
tratamento uniformizado, com fundamento na justiça social. O preâmbulo da
constituição da OIT enfatiza que “existem condições de trabalho que implicam para
grande número de indivíduos, misérias e privações, e que o descontentamento que
daí decorre põe em perigo a paz e harmonia universais (...)” (SUSSEKIND, 1994).
Já na primeira reunião da OIT, no ano de 1919, foram aprovadas seis
convenções, com visíveis propósitos de proteger à saúde e integridade física dos
trabalhadores, tratando de limitação da jornada de trabalho, desemprego, proteção à
maternidade, trabalho noturno das mulheres, idade mínima para admissão de
crianças e o trabalho noturno dos menores.
O eco dessas convenções, posteriormente, levou representantes da
Organização Internacional do Trabalho – OIT – e da Organização Mundial da Saúde
– OMS – a se reunirem para deliberar e estudar com maior ênfase o assunto. Em
1950, a Comissão Conjunta OIT/OMS sobre saúde ocupacional estabeleceu, de
forma muito ampla, os objetivos da saúde ocupacional. Em junho de 1953, a
Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios, elaborando a
Recomendação nº 97, sobre a Proteção à Saúde dos Trabalhadores em Locais de
Trabalho, e insistiu com os Estados-membros, no sentido de que os mesmos
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14

incrementassem a criação de serviços médicos nos locais de trabalho. Em junho de


1959, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho, reunida em Genebra, Suíça,
estabeleceu a sua Recomendação nº 112, que tomou o nome de “Recomendação
para os Serviços de Saúde Ocupacional” (BRASIL, 2002).

2.2 Fundamentos e princípios


São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo
relacionados abaixo os mais básicos e simples de seguir. Salientamos que ao longo
do módulo falaremos de algumas normas regulamentadores, enfatizando a NR-10
que vai de encontro aos profissionais da engenharia elétrica, normas estas que
agem de maneira mais concreta e mediante protocolos, ou seja, são preconizadas
em leis.

1º) Reconheça suas limitações


Não tente realizar um trabalho para o qual você não está
qualificado. A falta de conhecimentos e o jeitinho podem trazer
consequências lamentáveis. Seu corpo também tem limitações, ele só
pode alcançar até determinada altura e levantar determinado peso.
2º) Leia os manuais antes de operar algo
Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e
para que e dentro de que limites foi projetado para atuar. Os manuais não
foram feitos para serem usados só em caso de dúvidas e sim permitir a
correta utilização de determinado dispositivo.
3º) Use ferramentas apropriadas
Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de
utilização. As ferramentas e máquinas têm uma maneira inesperada e
violenta de protestarem quanto ao seu uso inadequado.
4º) Use o método apropriado
Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar
determinada tarefa, trabalho ou atividade.
5º) Siga regulamentos, sinalizações e instruções

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Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare pode


indicar que naquele local muitas pessoas já se acidentaram.
6º) Use bom senso e moderação
Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo
consistente e progressivo permitirá atingir os objetivos a médio e longo
prazo.
Haja e pense como ser humano que é, não permita que o instinto
prevaleça.
7º) Valorize sua vida e a dos outros

Sobre os fundamentos e princípios que regem a segurança do trabalho


precisamos nos reportar às políticas de saúde e segurança; aos programas de
segurança; à estrutura e responsabilidade; ao treinamento, conscientização e
competência; consulta e comunicação; documentação; monitoração do
desempenho.
a) Política de saúde e segurança no trabalho
Quando se fala da implantação, seja de um sistema de gestão ou então de
uma cultura voltada à segurança do trabalho, o primeiro passo está relacionado ao
estabelecimento de uma política de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), onde
esta pode ser definida como a linha de conduta adotada pela empresa para o
desenvolvimento, o desempenho e os objetivos das suas atividades preventivas de
infortúnios trabalho (SILVA, 2008).
Trata-se de uma orientação geral que ao ser desenvolvida deve levar em
conta fatores como as características da organização, seus riscos, legislação e
cultura. O principal aspecto que norteia este processo é o fato de que a política de
segurança e saúde no trabalho deve ser desenvolvida e ratificada pela alta
administração da empresa.
Essa política deve atender no mínimo a alguns requisitos, tais como:
ser apropriada à natureza e escala dos riscos de saúde e segurança da
organização;
incluir o comprometimento para melhoria contínua;

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comprometer-se em cumprir com a legislação e regulamentos em vigor


referentes à saúde e segurança, e com outros requisitos com os quais a
organização se subscreva;
ser comunicada a todos os empregados para que se conscientizem de suas
obrigações pessoais com relação à saúde e segurança;
estar disponível às partes interessadas;
ser revisadas periodicamente para assegurar que permaneça relevante e
apropriada para organização;
colocação da gestão da SST como uma primeira responsabilidade dos
gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão;
garantia de treinamento de todos empregados;
análises críticas periódicas das políticas e auditorias;
garantia de seu entendimento, implementação e manutenção de todos os
níveis da organização (SILVA, 2008).
b) Programa de Segurança
Visando auxiliar na implantação da política e objetivo, devem ser criados
programas de segurança direcionados a diversas atividades da empresa, sendo
gerenciados conforme as atividades, produtos, serviços e condições operacionais a
organização. Definem as principais ações relacionadas a este programa:
ações formadas e seu cumprimento;
definição de responsabilidades;
prazos fixados;
recursos necessários.
c) Estrutura e Responsabilidade
A principal responsabilidade sobre a segurança e saúde do trabalho é da
alta administração da empresa, que deve garantir os recursos necessários para sua
implementação. Esta deve também nomear um membro responsável pela perfeita
implantação e manutenção do sistema de gestão de SST, e que repasse para cada
empregado o seu papel perante esta atividade. Definem que estas atividade devem
ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de facilitar a gestão da
Segurança e Saúde do Trabalho (SILVA, 2008).
d) Treinamento, conscientização e competência

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Ao estabelecer uma política educacional na área da prevenção, a empresa


estará garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de seu
trabalho, utilizando-se de procedimento mais seguros.
Descreve que as pessoas devem compreender o que se espera delas na
realização de suas tarefas e de como estas atividades contribuem para os
resultados da organização, certamente terão um desempenho satisfatório na
realização de seus serviços.
Ao mesmo tempo, estes procedimentos servem de apoio para que os
empregados tenham mais condições de participar no processo prevencionista, além
de tirar lições do seu dia a dia para empregado ou grupo frente à segurança do
trabalho.
Desta forma, verifica-se a necessidade constante de treinamento e
conscientização dos empregados, de forma a tornar a segurança do trabalho um
processo contínuo no dia a dia do trabalho.
Prevenir não é um produto ou um objeto acabado e palpável. Ao contrário, é
um processo à medida que se compõe por cadeias de comportamentos dos
profissionais que ao final produzem como resultado (no caso da segurança no
trabalho), a baixa probabilidade de ocorrer acidentes após a execução de uma
atividade.
Os profissionais que atuam com segurança do trabalho e os empregados
devem desenvolver competências adequadas, com o objetivo de capacitar este para
agir em relação aos determinantes dos acidentes. Isto significa que a empresa deve
relacionar os diversos cargos e atividades existentes em seus processos, visando
detectar em cada um quais as variáveis relacionadas à segurança do trabalho, para
com isso definir as competências necessárias para cada empregado em sua
atividade (SILVA, 2008).
Podemos definir esta etapa como aquela relacionada às competências
necessárias para desempenhar tarefas que possam ter algum impacto sobre a
segurança e saúde do trabalho. Isto significa criar nos empregados uma consciência
de garantir a concreta implementação e continuidade do programa, e qual sua
importância para a melhoria da produtividade na empresa. Deve também ser
garantida a formação específica sobre os riscos de sua atividade.

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e) Consulta e Comunicação
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto às consulta e
comunicação aos empregados:
envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos
para a gestão dos riscos;
consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde
no local de trabalho;
representação nos assuntos de Segurança e Saúde;
informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o
representante nomeado pela alta administração.
f) Documentação
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida,
seja em papel ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos
do sistema e sua interação, além de fornecer orientação sobre a documentação
relacionada.
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação
necessária para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente
compreendido e eficazmente implementado.
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados
de maneira a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos
internos quanto de possível fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2008).
g) Monitoração do Desempenho
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o
desempenho garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos
propostos. O controle operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais
críticos) e com a política, os objetivos e o programa de gestão SST.
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde
serão necessárias as medidas de controle.
As operações específicas ligadas a esta ação são:
estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados;
estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e

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organização de trabalho, incluindo suas adaptações às capacidades


humanas, de forma a eliminar ou reduzir os riscos de SST na sua fonte
(SILVA, 2008).

2.3 O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)


As mudanças que vêm ocorrendo no mundo impõem às organizações a
necessidade da adoção de novas estratégias empresariais evidenciando que os
modelos de gerenciamento atuais são insuficientes frente aos novos desafios
surgidos (SENAC, 2006).
Nas últimas décadas, em decorrência da globalização da economia que
impulsionou a competição dos mercados, bem como o aumento da exigência dos
clientes tanto públicos como privados, as empresas foram conduzidas a implementar
Sistemas de Gestão da Qualidade, nos moldes da série ISO 9000, da International
Organization for Standardization (ISO).
Não obstante, as organizações perceberam que a implementação dos
Sistemas de Gestão da Qualidade não era suficiente para diferenciá-las num
mercado cada vez mais exigente, ou seja, não bastava se diferenciar somente nos
quesitos “competitividade e lucro”, mas também demonstrar à sociedade como um
todo, uma atuação ética e responsável no que diz respeito às condições de
segurança e saúde no ambiente de trabalho e suas interfaces com o meio ambiente.
Por essa razão, termos importantes, tais como sistema, gestão e sistema de gestão
devem ser definidos, de maneira que as organizações possam vir a entendê-los de
forma consistente.
Essas definições são encontradas na norma NBR ISO 9000:2000, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2000, p. 8), que define:
• sistema como um conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos;
• gestão como atividades coordenadas para dirigir e controlar uma
organização; e,
• sistema de gestão como um sistema para estabelecer política e objetivos e
os meios para atingir esses objetivos.

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Portanto, um sistema de gestão de uma organização pode incluir diferentes


sistemas de gestão, tais como um sistema de gestão da qualidade, um sistema de
gestão financeira ou um sistema de gestão ambiental.
Para o American Petroleum Institute (1998, p. 6), um sistema de gestão no
modelo de gestão ambiental e de saúde e segurança (EHS) é definido como:

Um processo de melhoria contínua que aplica um enfoque de sistemas de


qualidade à gestão de atividades ambientais, de saúde e segurança.
Consiste de responsabilidades, procedimentos, processos e recursos que
precisam estar implantados para integrar plenamente os problemas
ambientais, de segurança e saúde nas operações de negócios.

Ainda de acordo com a American Petroleum Institute (1998, p. 6), um


sistema de gestão completo tem quatro características básicas:
(1) Escopo e objetivos, que definem as fronteiras do sistema.
(2) Procedimentos documentados e recursos responsáveis e que prestam
contas de suas ações.
(3) Medição e verificação. E,
(4) Feedback ou mecanismos de análise e revisão que levam ao
aperfeiçoamento contínuo do sistema de gestão.
A organização pode criar um modelo de sistema de gestão ou adotar um, já
existente, e adaptá-lo às suas necessidades. Podem ser adotados vários sistemas
de gestão independentes ou um modelo sistêmico de gestão integrado (COSTA,
2006).
Dessa forma, um novo espaço surgiu para que as empresas começassem a
reavaliar suas práticas de gestão o que possibilitou, em muitos casos, que Sistemas
de Gestão Integrados fossem implementados, ou seja, sistemas de gestão da
produção, qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho e
responsabilidade social.
A integração dos vários sistemas de gestão poderá resultar em vantagens,
tais como simplificar sistemas, otimizar recursos, melhorar a performance da
organização e integrar os objetivos ambientais e de saúde e segurança ao negócio.
Tal integração pode ocorrer em diferentes graus, dependendo da natureza da
organização, pois existem similaridades suficientes entre os outros sistemas, ou
seja, da qualidade, do meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho. Apesar

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dessas similaridades, a integração só se justifica onde fizer sentido para a


organização (MCDONALD et al, 2000 apud COSTA, 2006).
O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST), um dos
componentes do Sistema de Gestão Integrado, ganha importância, pois se torna
ferramenta essencial nas práticas gerenciais das organizações permitindo a
reavaliação de modelos já existentes ou até mesmo a criação de novos modelos
condizentes com o novo cenário da economia globalizada, trazendo,
consequentemente, melhoria sistêmica e contínua no desempenho da SST por
intermédio da redução e/ou eliminação dos impactos negativos do trabalho sobre
seus empregados e sobre o meio ambiente (COSTA, 2006).
O modelo de Sistema de Gestão da SST criado em compatibilidade com os
modelos de gestão da qualidade e do meio ambiente proposto pela ISO,
respectivamente ISO 9000 e ISO 14000, é o guia da Occupational Health and Safety
Assessment Series – OHSAS 18001 –, que foi publicado pela British Standards
Institution – BSI – em 1999 (BSI, 1999).
Podem ser citados, ainda, outros modelos de sistema de gestão da SST, tais
como o proposto pela Organização Internacional do Trabalho – OIT –, Guidelines on
Occupational Safety and Health Management Systems – ILO-OSH – 2001, (ILO,
2001) e o proposto pela British Standards Institution (BSI), BS 8800:1996, conhecida
como BS 8800. Esses modelos também podem ser considerados compatíveis com
as séries ISO 9000 e ISO 14000.
Segundo a OIT (2005, p. 1), os sistemas de gestão de SST, ao lado dos
sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental, constituem iniciativas
voluntárias das organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do meio
ambiente e dos ambientes de trabalho para superar as limitações do modelo
comando-controle tradicional. Eles não têm por objetivo substituir a estrutura legal,
pois a implementação dos mesmos tem como requisito mínimo a conformidade com
a legislação pertinente.
Para Barreiros (2002), o Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no
Trabalho (SGSST) é um conjunto de iniciativas que engloba políticas, programas,
procedimentos e processos integrados ao negócio da organização para auxiliá-la a
estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas no

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que diz respeito à SST e, ao mesmo tempo, dar coerência a sua própria concepção
filosófica e cultural para conduzir suas atividades com ética e responsabilidade
social.
ILO (2001 apud COSTA, 2006) observa que em substituição aos modelos
tradicionais de tratamento da questão da saúde e segurança no trabalho, há uma
tendência crescente das organizações em implementar o sistema de gestão da SST,
ao mesmo tempo em que as agências regulamentadoras de vários países tendem a
buscar alternativas para incentivar ações dessa natureza ou até mesmo para torná-
las compulsórias.
No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego vem incentivando e criando
condições para que sistemas de gestão da SST sejam adotados de forma voluntária
pelas empresas, conforme sugerido pelo guia disponibilizado pela International
Labor Organization.
Segundo Barreiros (2002), essas normas e diretrizes trazem princípios
gerais que podem ser adotados pelas empresas que desejam implementar a gestão
da SST com vistas à melhoria contínua do desempenho da SST e eventualmente
obter a certificação do sistema de gestão existente.
Baseando-se nessas normas e diretrizes, muitas empresas constroem
competências in company e desenvolvem um sistema de gestão da SST adequado
às suas necessidades, considerando sua cultura organizacional e demonstram que é
possível o emprego desses modelos para a promoção de melhorias no desempenho
da SST. Outras empresas adquirem modelos de empresas privadas que prometem
uma revolução nas práticas de segurança e saúde no trabalho, por meio da melhoria
do desempenho dos resultados que muitas vezes não ocorrem ou não se sustentam
por muito tempo, em razão das inconsistências do que preconizam esses modelos,
além de possuírem incompatibilidade com a cultura preexistente na organização
(COSTA, 2006).
Apesar da constatação de que um número expressivo de empresas vem
consolidando o sistema de gestão da SST como uma de suas práticas de gestão,
observa-se que muitas organizações, principalmente as pequenas empresas, sequer
imaginam como fazê-lo, ao passo que outras empresas se encontram em fase de
transição da utilização dos modelos tradicionais de gestão da SST para os modelos

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chamados inovadores, representados pela concepção de sistemas de gestão


concebidos com base na gestão para a qualidade total e nos modelos de sistema de
gestão das normas ISO (BARREIROS, 2002).
Antes de darmos atenção à gestão do setor elétrico propriamente dito,
vamos expor 10 mandamentos que visam à eficácia dos Sistemas de Gestão da
Segurança nos tempos atuais:

1 Considere profundamente os fatores humanos envolvidos na atitude segura,


bem como na propensão para o acidente.
Este fundamento pressupõe uma revisão crítica de todos os enfoques super
simplicadores de atribuir a causa da maioria dos acidentes ao ato inseguro do
trabalhador, procurando-se perguntar também, pelo menos o seguinte:
O trabalhador tinha o conhecimento necessário para realizar a tarefa?
Havia uma tolerância implícita com atitudes inadequadas, incorretas, mas que
eventualmente resultavam em aumento da produtividade?
Houve transferência de responsabilidade?
O trabalhador tinha a condição material, de tempo, de ambiente, para realizar
a operação de forma adequada?
Assim, há que se trabalhar na assimilação por todos (inclusive pelos
engenheiros, supervisores, facilitadores e também pelos operadores) dos seguintes
valores:
a importância de não se deixar o trabalhador num conflito de interesses ou em
situações ambíguas e nebulosas (por exemplo, pressa versus perfeição e
segurança);
nunca adotar práticas ou posturas que induzam o trabalhador a atitudes
inadequadas;
adotar a regra da chapa quente sempre, para todos, sem exceção (a regra da
chapa quente é uma comparação muito feliz à regra básica de abordagem
dos comportamentos fora da conformidade: quando você toca numa chapa
quente, você se queima; assim também, qualquer um que cometesse um
deslize de comportamento, um comportamento fora da conformidade, deveria
ser abordado e advertido, qualquer que fosse o seu nível);

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24

valorizar o exemplo das chefias e dos facilitadores, especialmente no que se


refere a atitudes corretas, seguras, comprometidas com o fazer certo;
estudar preventivamente as pessoas que excedam os limites de forma
perigosa ou que estejam apresentando sinais precoces de desvio de atitude
(comportamento compulsivo);
passar valores de comportamento profissional correto, para todos;
considerar que, em situações de risco profissional, a única forma realmente
eficaz de garantir atitudes corretas, é a certeza da habilidade;
considerar que é normal a perda da habilidade com o tempo, daí a
importância de programas periódicos de reciclagem; e que para a eficácia da
reciclagem, são necessárias técnicas mais desafiadoras de ensino;
preparar bem a média gerência;
considerar que o ser humano precisa ser acompanhado quanto ao seu estado
psíquico, que tende a se deteriorar em situações comuns do cotidiano,
tornando-se nestas condições, inapto para trabalhos perigosos;
considerar a coerência no trato de assuntos de pessoal como uma das regras
mais importantes visando um gerenciamento eficaz de pessoas no trabalho;
manter o mastermind “prática segura” na cabeça das pessoas;
acostumar-se a ter bom senso na relação lastro e vela; no caso de dúvida,
favorecer as decisões colegiadas;
acostumar os trabalhadores para com a motivação correta;
acostumar todos com a máxima: “fazer correto é também fazer de forma
segura”; a segurança está implícita na prática correta;
considerar a necessidade não só de treinamento, mas também de formação
das pessoas. Lembrar-se que formação é a somatória de treinamento e
educação; no treinamento, ensina-se como se faz, na educação ensinam-se
comportamentos corretos;
considerar que, se se quer realmente uma mudança eficaz, uns 20% dos
facilitadores e gestores terão que ser trocados;
considerar o profundo envolvimento dos trabalhadores na elaboração das
regras de trabalho, das práticas padrão, fluxogramas e outros instrumentos
administrativos, considerando a importância da participação dos mesmos,

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25

saindo da postura elitista de ser exclusividade dos engenheiros fazer as


regras de trabalho (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

2 Garanta o comprometimento da alta gerência da empresa


É importante lembrar que a base da pirâmide é o seu ápice. Processos de
qualidade, de segurança, de ergonomia, de gestão do meio ambiente e outros
somente têm chance de vingar e colocar a empresa no rumo da melhoria contínua
se tiverem o comprometimento dos níveis superiores.
Sem o comprometimento (que é diferente de apoio) da alta administração
não é recomendável dar início ao estabelecimento do processo de implantação do
Sistema de Gestão.
Observação importante: a estratégia de criar uma massa crítica subjacente
para depois obter o posterior comprometimento do topo é o caminho mais curto para
que a ideia seja abordada pela alta gerência (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).
É importante que a alta gerência tome conhecimento do hexágono do erro
humano, que assimile a necessidade de controle absoluto sobre o risco intrínseco do
processo, que assimile o compromisso de revisar periodicamente o andamento do
processo de prevenção de acidentes e perdas e que compartilhe de alguns valores
fundamentais. Entre esses, destacamos:
o acordo de que na origem dos acidentes existe alguma forma de falha
administrativa, e que o caminho da prevenção dos acidentes é através de
uma melhor performance administrativa dos gestores, da média gerência e
dos facilitadores;
a noção de que prevenir acidentes é uma forma de prevenir perdas. E que o
enfoque maior deva ser na prevenção de perdas, nos seus diversos aspectos;
a noção da necessidade do balanceamento entre lastro e vela e de que
algumas atitudes consentidas de níveis superiores podem induzir a alta e a
média gerência a serem ousadas de forma irresponsável;
a noção do longo caminho curto – isto é, que resultados consistentes nessa
área vão ocorrendo gradativamente, por mudança de valores (que se refletem
em mudanças de atitudes) – caracterizando a “empresa escada” – e que
propostas imediatistas quase sempre resultam em fracassos e no retrocesso

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do curto caminho longo, com retrabalhos e retomadas (COUTO;


ANGIOLETTI, 2010).

3 Garanta controle absoluto sobre o risco intrínseco do processo


Isso pressupõe voltar a investir na qualidade dos técnicos de processo, dos
que detêm controle técnico das máquinas, com estudos, atualização através de
congressos e benchmarks, conhecimento de experiência de perdas e acidentes
graves naquele tipo de processo. Historicamente, a revisão frequente de perdas
ocorridas, de acidentes graves de outras empresas, de danos ambientais
importantes, funciona melhor para manter vívida a lembrança de como fazer certo do
que a exortação de sucessos.
Pressupõe ainda preparar uma documentação de evidência dos riscos
inerentes ao processo (de forma a manter esse controle no caso de perda de
pessoas do corpo técnico), bem como que esse pessoal deva estar capacitado não
só tecnicamente, mas também que sejam pessoas de bom senso e que possam
tomar atitudes responsáveis, não apenas contraindicando operações quando
perceberem riscos não controlados, mas também liberando operações diante de
situações controladas.
Um bom exemplo para comparação é com o comandante da aeronave, que,
dotado de um conhecimento profundo das condições mínimas de viagem (tanto
meteorológicas quanto do equipamento), tem a autoridade final para definir se a
viagem ocorrerá ou não.
Também muito importante é desenvolver bloqueios em situações que
favorecem o erro humano por deslize.
É também fundamental estudar as condições ergonômicas para a realização
das atividades, especialmente daquelas de manutenção e limpeza, bem como das
condições de trabalho manual, necessários quando ocorre falha dos equipamentos
automáticos (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

4 Trabalhe com instrumentos eficazes


Os 10 instrumentos mais eficazes para prevenir acidentes do trabalho e
perdas em geral são:

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27

1. Sistema gerencial de análise dos acidentes, dos quase acidentes e perdas,


sinalizando prioridades de ação.
2. Inspeção periódica, planejada e formal das instalações da empresa.
3. Regras de trabalho.
4. Práticas-padrão.
5. Orientação a novos funcionários e novos na função.
6. Metodologia de análise e solução de problemas.
7. Capacitação e habilitação formal para tarefas em que a responsabilidade
profissional seja o principal determinante de atitudes corretas.
8. Permissão para tarefas especiais.
9. Análise periódica de desempenho de todos os facilitadores, gestores e
trabalhadores, formulando planos de ação visando corrigir os desvios
detectados no desempenho esperado.
10. Reuniões periódicas da equipe (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

5 Crie e mantenha a estrutura organizacional compatível com a Prevenção de


Acidentes e Perdas.
O Sistema deve estar suportado por uma estrutura organizacional em três
níveis, a saber:
Institucional, representado por um Comitê Diretivo, onde são definidas as
políticas e diretrizes necessárias à perpetuação do Sistema;
Organizacional, representado por Comitês Executivos, onde são definidos os
planos de ação necessários para o estabelecimento das políticas e diretrizes
definidas pela alta administração;
Operacional, representado por Unidades Gerencias Básicas, onde os planos
de ação são estabelecidos. Nos comitês operacionais, deve-se ter,
necessariamente, a presença dos representantes dos trabalhadores na
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
As reuniões de todos os 3 níveis são previstas em calendário e devem,
obrigatoriamente, ocorrer. Além disso, forças-tarefas assumem o estudo de
problemas específicos nas áreas.

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28

É fundamental deixar o pessoal de segurança do trabalho com


independência hierárquica. Também fundamental é fazer auditoria periódica dos
processos, com auditores independentes (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

6 Trabalhe com indicadores de resultado atingíveis, porém controle o


processo, e não os indicadores
Importante, ao dar início ao processo de implantação do Sistema, é definir
quais as metas relativas aos indicadores de resultados que pretendemos alcançar. É
hora de deixar de lado as ideias das taxas zero de acidentes e definir metas
atingíveis por seres humanos médios.
É muito mais lógico controlar o andamento do processo, dos cronogramas,
da implantação das regras de trabalho, das práticas-padrão, das análises de
desempenho, e das reuniões periódicas da equipe e das demais ferramentas de
prevenção de perdas. O resultado virá, naturalmente.
Em prevenção de acidentes e perdas aplica-se inteiramente a máxima da
previsão em si mesmo realizável: se temos um bom sistema de gestão, as coisas
vão se acertando e a empresa passa a viajar em céu de brigadeiro, como uma
consequência do sistema de gestão eficaz (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

7 Harmonia com TQC, ISO, BS, etc.


Parece óbvio, mas um Sistema de Gerenciamento da Segurança deve estar
em harmonia com os demais processos de qualidade existentes, aproveitando o
potencial de seus instrumentos, complementando-os com as necessidades de
segurança presentes em qualquer processo produtivo e/ou administrativo. Afinal
todos os processos de qualidade têm como indicadores a qualidade intrínseca do
produto ou serviço, o custo do mesmo, o atendimento ao cliente externo ou interno,
o moral do grupo responsável pelos resultados e, finalmente, a segurança deste
grupo (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

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8 Leve o Sistema de Gestão como Processo, e não como Programa – isso é


um dos itens de garantia da perpetuação do mesmo
Se desejamos a perpetuação do processo temos que construir uma
empresa-escada em lugar de uma empresa-serrote, para tanto temos que rodar o
PDCA1 da seguinte forma:
identificar os instrumentos necessários ao Sistema, tendo cuidado com o
excesso de papel;
planejar o emprego dos instrumentos ao longo do processo;
auditar se os instrumentos foram empregados conforme planejado;
avaliar os resultados obtidos pela auditoria;
corrigir os desvios.
Como os resultados iniciais são mais fáceis de serem obtidos, com o passar
do tempo, acostumados com o entusiasmo inicial, achamos ter alcançado a
perfeição. Aí é a hora de saber que as nossas taxas deverão sempre tender para
zero. Sempre é possível melhorar (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

9 Acidentes como Perdas


O Sistema de Gerenciamento da Segurança, para que seja eficaz, tem que
tratar o acidente com lesão humana como perda, bem como abranger os demais
tipos de perdas, tais como: na propriedade (equipamentos e instalações), no
processo produtivo e/ou administrativo e perdas no meio ambiente.
Assim sendo, para o estabelecimento de um bom Sistema de
Gerenciamento da Segurança, o melhor caminho é a implantação do Processo de
Prevenção de Perdas (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).

10 Paradigma da falha administrativa


Na análise dos acidentes, o modelo causal sempre nos leva para a origem
da perda, apontando-nos uma ou mais falhas administrativas. O sucesso do sistema
de gestão de segurança reside na aceitação deste paradigma. Sem essa aceitação,

1
PDCA (Planejar-Executar-Verificar-Agir do inglês: PLAN - DO - CHECK - ACT) é um método
iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e
produtos.
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como mais de 90% dos acidentes têm como causa imediata o ato inadequado,
sempre iremos atrás de um culpado e a falha administrativa, que deu origem ao
acidente, permanecerá (COUTO; ANGIOLETTI, 2010).
Os Sistemas de Gestão da Segurança cumpriram uma etapa importante
desde a época em que foram implantados nas empresas (meados dos anos 1980)
até os tempos atuais. No entanto, também sobre eles, é necessário aplicar a
melhoria contínua. Ela vem com a identificação dos principais aspectos de falhas
dos mesmos, especialmente num trabalho de autoanálise a ser feito por cada
empresa, e, a partir daí, adotar uma correção de rumos e um aperfeiçoamento do
sistema. Para uma empresa que ainda não tenha Sistema de Gestão da Segurança,
deve-se iniciar já considerando os 10 Mandamentos citados anteriormente (COUTO;
ANGIOLETTI, 2010).

2.4 Grupo gestor em segurança elétrica


Pelo visto, até o momento, o caminho correto para alcançarmos bons
resultados passa por adequarmos os projetos e instalações diversas baseados em
medidas seguras e procedimentos organizacionais de controle que possam orientar
corretamente os trabalhadores, educando-os para que desenvolvam suas tarefas e
projetos cientes da qualidade e importância de suas atitudes.
Forte identificação dos funcionários com a cultura organizacional; bons
hábitos dos profissionais ligados às diversas áreas são apenas algumas das
condições necessárias para que a segurança elétrica seja alcançada e para que o
grupo gestor atue de maneira eficaz.
Grupo gestor é um grupo de técnicos de diversos setores da produção,
engenharia, projetos, manutenção, segurança e administração da empresa
composto por funcionários registrados, com experiência e conhecimento sustentável
de equipamentos, processos e controle administrativos e jurídicos. Os profissionais
trabalharão com a lista de não conformidades que cabem à NR 10 (que será vista
adiante), juntamente com as normas executivas da ABNT e outras normas de
gestão, levantadas pelas áreas técnicas e administrativas da empresa,
conjuntamente com outras externas especializadas, terceirizadas e contratadas para
esta finalidade.

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O grupo gestor tem como finalidade direcionar a empresa para o “risco


elétrico zero”, reorganizando o setor no sentido de busca na segurança, na
qualidade e na produtividade uma prevenção contra perdas e danos às instalações e
manobras elétricas em desconformidade com as normas aplicáveis.
O grupo gestor abrange todas as áreas da empresa com envolvimento em
atividades de controle, segurança e eletricidade. Nesse sentido, busca a
normatização de acionamento e procedimentos de segurança nas áreas mecânicas,
nos acionamentos diversos, nas instalações civis, nos sistemas de proteção contra
descarga elétrica atmosféricas, nos aterramentos de estruturas, nas máquinas e
equipamentos, nos controles sobre efeitos de surtos elétricos transitórios, faiscante e
eletricidade estática. Incluem-se, aqueles de análises e controles pelas
possibilidades decorrentes de quedas de energia elétrica, administração de
iluminação e força, uso e conservação de tomadas, na alimentação de
equipamentos de informática, nos processos de produção industrial, nas formas de
acionamentos e rendimentos e nas paradas típicas de produção por
desconformidades ou despadronizações.
As ações do Grupo Gestor, com os resultados das listagens de não
conformidades ou desconformidades levantadas, trarão certamente à empresa estes
resultados:
A. Adequação das instalações elétricas às normas da ABNT e regulamentadora
do Ministério do Trabalho e Emprego, de forma planejada e escalonada, com
custos programados no budget anual.
B. Qualificação e enquadramento da mão de obra de funcionários do setor
elétrico às normas do Ministério do Trabalho e Emprego.
C. Redução de acidentes no setor elétrico, mecânico e de produção, objetivando
a redução de danos, ao risco elétrico zero por se ter procedimentos de
trabalhos e de segurança organizados.
D. Sustentação jurídica às defesas nas ações trabalhistas contra a empresa,
envolvendo as atividades no setor elétrico ou em outros setores que
envolvam a periculosidade e a insalubridade.
E. Adequação da eficiência do sistema elétrico da empresa às novas exigências
tecnológicas dos produtos.

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F. Melhoria na eficácia do atendimento às intervenções no sistema elétrico e nas


paradas de processo, devido aos sistemas ou equipamentos elétricos.
G. Suporte à empresa para fazer frente às ações de fiscalização do Ministério do
Trabalho e Emprego ou CREA, em face de eventuais não conformidades ou
desconformidades nas áreas elétricas.
H. Grandes possibilidades com a realização correta destes trabalhos de uma
nova proposta organizacional de instalações, documentações e
procedimentos que podem gerar benefícios para a empresa pela presença
atuante das auditorias internas e, principalmente, externas (independentes).
Como diz Oliveira (2013), é preciso entender e agir diante dos prazos
constantes no Anexo IV da NR 10, estabelecidos para regularização documentais e
das instalações elétricas contados a partir da data da publicação da Portaria n° 598,
editada no Diário Oficial da União de 08/12/2004, Seção I, uma vez ser de suma
importância para a segurança, para os negócios e parte das responsabilidades da
empresa.

2.5 Acidente, riscos e segurança


Muitas são as definições de acidente, e variam segundo o enfoque que pode
ser legal, prevencionista, ocupacional, estatístico, previdenciário, etc. Uma definição
abrangente e genérica apresenta o seguinte enunciado:

ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto,


ferimentos, danos, perdas humanas e ou materiais. Um acidente pode
mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa, modificar sua razão de
viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades (UNESP, 2010).

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do


acaso e nem da falta de sorte e sob o ponto de vista dos especialistas em
segurança, os acidentes são causados por fatores conhecidos, previsíveis e
controláveis.
Sem exagero, milhares podem ser as causas de um simples acidente,
entretanto todas elas podem ser agrupadas em duas categorias.
• condição insegura – normalmente é o resultado do ato inseguro de alguém ao
longo do desencadeamento do acidente;

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33

• ato inseguro – normalmente decorre de situações, tais como excesso de


confiança; agir sem ter conhecimento específico do que está fazendo; não
valorizar medidas ou dispositivos de prevenção de acidentes; imprudência e
negligência; improvisações, etc.
Um risco é qualquer ameaça que podemos perceber, é qualquer situação
que poderia causar um dano para as pessoas, portanto, prevenir riscos é prevenir
acidentes e até mesmo algumas doenças e, portanto, segurança pode ser definida
como a disciplina que congrega estudos e pesquisas visando eliminar os fatores
perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir seus efeitos. Seu campo de
atuação vai desde uma simples residência até complexos conglomerados industriais
(UNESP, 2010).

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UNIDADE 3 – PROGRAMAS E EQUIPAMENTOS DE


SEGURANÇA

3.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho – CIPA –, visa
a proteção da saúde dos trabalhadores dentro das empresas. A constituição de
órgãos dessa natureza dentro das empresas foi determinada pela ocorrência
significativa e crescente de acidentes e doenças típicas do trabalho em todos os
países que se industrializaram.
A participação dos trabalhadores nesses órgãos tem variado a depender do
nível de democracia e da organização, força e poder de representação da classe
trabalhadora em cada país.
No Brasil, esta participação, prevista na Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), se restringe a CIPA, onde os trabalhadores formalmente ocupam metade de
sua composição após eleições diretas e anuais.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é um instrumento que os
trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das
condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e
segurança, sendo regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos
artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria nº
3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministério do Trabalho.
O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados
trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do
ambiente de trabalho.
A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho, seja qual for sua
característica – comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos,
filantrópica ou educativa e empresas públicas – desde que tenham o mínimo legal
de empregados regidos pela CLT conforme o quadro 1 da NR-5 (disponível em:
http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/5.htm)
A CIPA é composta por representantes titulares do empregador e dos
empregados e seu número de participantes deve obedecer as proporções mínimas
na NR-5.

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Quanto ao registro da CIPA, a empresa deve solicitar ao órgão do Ministério


do Trabalho o registro da CIPA através de requerimento, juntando cópias das atas
de eleição, instalação e posse com o calendário anual das reuniões ordinárias e o
livro de atas com o termo de abertura e as atas acima mencionadas transcritas.
O requerimento e as cópias das atas datilografadas devem ser em duas
vias, sendo que uma via será devolvida protocolada pelo agente fiscalizador. O
registro deve ser feito no prazo máximo de dez dias após a data da eleição.
Comunicada a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), uma cópia protocolada deve
ser enviada ao setor responsável pela segurança do trabalho na empresa. Após ter
sido registrada na DRT, a CIPA não pode ter o seu número de representantes
reduzidos nem pode ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja
redução de empregados na empresa.
Em relação ao processo eleitoral, os representantes do empregador são
designados pelo próprio, enquanto que os dos empregados são eleitos em votação
secreta representando, obrigatoriamente, os setores de maior risco de acidentes e
com maior número de funcionários.
A votação deve ser realizada em horário normal de expediente e tem que
contar com a participação de, no mínimo, a metade mais um do número de
funcionárias de cada setor. A lista de votação assinada pelos eleitores deve ser
arquivada por um período mínimo de três anos na empresa. A lei confere a DRT,
como órgão de fiscalização competente, o poder de anular uma eleição quando for
constatado qualquer tipo de irregularidade na sua realização.
Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em
caso de empate, assume o candidato que tiver maior tempo de trabalho na empresa.
Os demais candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem
decrescente de votos recebidos. Os candidatos votados não eleitos como titulares
ou suplentes devem ser relacionados na ata da eleição, em ordem decrescente de
votos, possibilitando uma futura nomeação. A CIPA deve contar com tantos
suplentes quantos forem os titulares sendo que estes não poderão ser reconduzidos
por mais de dois mandatos consecutivos.
A estrutura da CIPA é composta pelos seguintes cargos: Presidente
(indicado pelo empregador); Vice-presidente (nomeado pelos representantes dos

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empregados, entre os seus titulares); Secretário e suplente (escolhidos de comum


acordo pelos representantes do empregador e dos empregados).
Cabe ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do
Trabalho (DRTS) fiscalizar a organização das CIPAS. A empresa que não cumprir a
lei será autuada por infração ao disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à
multa prevista no artigo 201 desta mesma legislação.
O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano e aqueles que
faltarem a quatro reuniões ordinárias sem justificativa perderão o cargo, sendo
substituídos pelos suplentes. Não é válida, como justificativa, a alegação de
ausência por motivo de trabalho.
Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer
demissão arbitrária entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo
disciplinar, técnico ou econômico. Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro
desde o momento em que o empregador tomar conhecimento da sua inscrição de
candidatos às eleições da CIPA e prolonga-se até um ano após o término do
mandato.
Os cipeiros não podem também ser transferidos para outra localidade a não
ser que concordem expressamente. A reeleição deve ser convocada pelo
empregador, com um prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato e
realizada com antecedência de 30 dias em relação ao término do atual mandato. Os
membros da CIPA eleitos e designados para um novo mandato serão empossados
automaticamente no primeiro dia após o término do mandato anterior.

3.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um programa
estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9, da Secretaria de Segurança e
Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho (disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/nr_09_at
.pdf).
Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que
garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores levando em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

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A legislação de segurança do trabalho brasileira considera como riscos


ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos. Para que sejam considerados
fatores de riscos ambientais, estes agentes precisam estar presentes no ambiente
de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de
exposição do trabalhador a eles é determinado por limites preestabelecidos.

Veja a tabela abaixo:

Agentes físicos Agentes biológicos Agentes químicos


Decorrentes de processos e Oriundos da manipulação, Decorrentes da manipulação
equipamentos produtivos, transformação e modificação e processamento de
podendo ser: de seres vivos matérias primas, podendo
microscópicos, dentre eles: ser:
ruído e vibrações; genes, bactérias, fungos, poeiras e fumos;
pressões anormais em relação bacilos, parasitas, névoas e neblinas;
a pressão atmosférica; protozoários, vírus, e outros. gases e vapores.
temperaturas extremas (altas e
baixas);
radiações ionizantes e
radiações não ionizantes.

O objetivo primordial e final do PPRA é evitar acidentes que possam vir a


causar danos à saúde do trabalhador, entretanto existem objetivos intermediários
que assegurarão a consecução da meta final, a saber:
criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários;
reduzir ou eliminar improvisações e a “criatividade do jeitinho”;
promover a conscientização em relação a riscos e agentes existentes no
ambiente do trabalho;
desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das diferentes
situações (presente e futuras) do ambiente do trabalho;
treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia.
São etapas do PPRA:
antecipação e reconhecimento dos riscos;
estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
monitoramento da exposição aos riscos;
registro e divulgação dos dados.
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A Legislação é muito ampla em relação ao PPRA, as atividades e o número


de estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que
torna impossível a ação da fiscalização e em decorrência disto, muitas empresas
simplesmente ignoram a obrigatoriedade do mesmo.
A lei define que todos empregadores e instituições que admitem
trabalhadores como empregados são obrigadas a implementar o PPRA.
Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral na
qual haja vínculo empregatício está obrigada a implementar o programa, ou seja:
indústrias; fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias; escolas;
supermercados; hospitais; clubes; transportadoras; magazines, etc.
Aqueles que não cumprirem as exigências desta norma estarão sujeitos a
penalidades que variam de multas e até interdições.
Evidentemente que o PPRA tem de ser desenvolvido especificamente para
cada tipo de atividade, sendo assim, torna-se claro que o programa de uma drogaria
deve diferir do programa de uma indústria química.
Fundamentalmente, o PPRA visa preservar a saúde e a integridade dos
trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e isto significa:
antecipar;
reconhecer;
avaliar e controlar riscos existentes e que venham a ser introduzidos no
ambiente do trabalho.
Para uma grande indústria que possui um Serviço Especializado de
Segurança bem organizado, a elaboração do programa não constitui nenhum
problema, entretanto, para um supermercado ou uma oficina de médio porte, que
por lei não necessitam manter um SESMT, isto poderá vir a ser um problema.
As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são:
empresas com SESMT – neste caso o pessoal especializado do SESMT será
responsável pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direção
da empresa;
empresas que não possuem SESMT – nesta situação a empresa deverá
contratar uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do

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Trabalho para desenvolvimento das diversas etapas do programa em


conjunto com a direção da empresa.
A responsabilidade pela elaboração e implementação deste Programa é
única e total do Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficácia, sendo sua
profundidade e abrangência dependentes das características, dos riscos e das
necessidades de controle.
Na Construção Civil enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos,
abrangendo ainda os riscos ergonômicos e os de acidentes, sendo:
Consideram-se agentes de risco físico (cor verde) as diversas formas de
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio,
pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração e etc.
Consideram-se agentes de risco químico (cor vermelha) os compostos, as
substâncias ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pelas
vias respiratórias, pele ou ingestão nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas,
névoas ou vapores.
Consideram-se como agentes de risco biológico (cor marrom) as bactérias,
vírus, fungos, parasitos, entre outros.
Risco ergonômico (cor amarela) se reporta a qualquer fator que possa
interferir nas características físicas e mentais do trabalhador, causando desconforto
ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: levantamento de peso,
ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de
trabalho, etc.
Por fim, qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de risco e
possa afetar sua integridade e seu bem-estar físico e mental são chamados riscos
de acidentes. São exemplos desse tipo de risco: as máquinas e equipamentos sem
proteção, possibilidade de incêndio e explosão, falta de organização no ambiente,
armazenamento inadequado, etc. (SEBRAE/ES, 2008).

3.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)


A Norma Regulamentadora referente ao Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) é a NR-7 que tem como objetivo principal promover e
preservar a saúde dos trabalhadores (disponível em:

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http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF19C09E2799/nr_07_ss
st.pdf).
Esta norma estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de
PCMSO por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da
saúde dos seus trabalhadores.
O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico,
feitos através dos Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos por médicos
do trabalho, realizados na admissão do trabalhador, periodicamente e no momento
da demissão.
Compete ao empregador:
• garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar
pela sua eficácia;
• custear todos os procedimentos relacionados ao PCMSO sem qualquer tipo
de repasse ao trabalhador (SEBRAE/ES, 2008).
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da
empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do
Trabalho.
Considera também, questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade
de trabalhadores, privilegiando o instrumento clínico-epidemiológico na abordagem
da relação entre sua saúde e o trabalho.
O Programa tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce
dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,
além de constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos
irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Este programa deve ser planejado e
implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores.
Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer
técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e
saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas
poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional, independentemente

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da época de realização de qualquer outro exame, quando suas condições


representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.
Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde
Ocupacional – ASO –, em duas vias, sendo que a primeira ficará arquivada no local
de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à
disposição da fiscalização do trabalho e a segunda via será obrigatoriamente
entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.
O ASO deverá conter no mínimo:
a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e sua
função;
b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência delas, na atividade
do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho – SSST;
c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo
os exames complementares e a data em que forem realizados;
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o malhador vai exercer,
exerce ou exerceu;
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;
g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu
número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

3.4 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da


construção (PCMAT)
Com o objetivo de reduzir os acidentes e a incidência de doenças
ocupacionais na atividade da construção civil, o Ministério do trabalho publicou a
Norma Regulamentadora NR-18 que estabelece diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no
meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
Devido sua obrigatoriedade, ficou proibido o ingresso ou a permanência de
trabalhadores no canteiro de obras, sem que esteja assegurado o cumprimento das

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medidas previstas na norma e compatíveis com a fase da obra e passaram a ser


exigidos a elaboração e o cumprimento do Programa de Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) nas obras com vinte trabalhadores
ou mais.
A elaboração do PCMAT é realizada em 5 etapas: análise de projetos;
vistoria do local; reconhecimento e avaliação dos riscos; elaboração do documento
base e implantação do programa.
Em relação às instalações elétricas consta no item 18.21 o seguinte:

18.21.1 A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por
trabalhador qualificado, e a supervisão por profissional legalmente habilitado.
18.21.2 Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando o circuito
elétrico não estiver energizado.
18.21.2.1 Quando não for possível desligar o circuito elétrico, o serviço somente poderá
ser executado após terem sido adotadas as medidas de proteção complementares,
sendo obrigatório o uso de ferramentas apropriadas e equipamentos de proteção
individual.
18.21.3 É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos
elétricos.
18.21.4 As emendas e derivações dos condutores devem ser executadas de modo que
assegurem a resistência mecânica e contato elétrico adequado.
18.21.4.1 O isolamento de emendas e derivações deve ter característica equivalente à
dos condutores utilizados.
18.21.5 Os condutores devem ter isolamento adequado, não sendo permitido obstruir a
circulação de materiais e pessoas.
18.21.6 Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos, umidade
e agentes corrosivos.
18.21.7 Sempre que a fiação de um circuito provisório se tornar inoperante ou
dispensável, deve ser retirada pelo eletricista responsável.
18.21.8 As chaves blindadas devem ser convenientemente protegidas de intempéries e
instaladas em posição que impeça o fechamento acidental do circuito.
18.21.9 Os porta-fusíveis não devem ficar sob tensão quando as chaves blindadas
estiverem na posição aberta.
18.21.10 As chaves blindadas somente devem ser utilizadas para circuitos de
distribuição, sendo proibido o seu uso como dispositivo de partida e parada de
máquinas.

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18.21.11 As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras devem ser


constituídas de:
a) Chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da concessionária local,
localizada no quadro principal de distribuição.
b) Chave individual para cada circuito de derivação.
c) Chave-faca blindada em quadro de tomadas.
d) Chaves magnéticas e disjuntores, para os equipamentos.
18.21.12 Os fusíveis das chaves blindadas devem ter capacidade compatível com o
circuito a proteger, não sendo permitida sua substituição por dispositivos improvisados
ou por outros fusíveis de capacidade superior, sem a correspondente troca da fiação.
18.21.13 Em todos os ramais destinados à ligação de equipamentos elétricos, devem ser
instalados disjuntores ou chaves magnéticas, independentes, que possam ser acionados
com facilidade e segurança.
18.21.14 As redes de alta-tensão devem ser instaladas de modo a evitar contatos
acidentais com veículos, equipamentos e trabalhadores em circulação, só podendo ser
instaladas pela concessionária.
18.21.15 Os transformadores e estações abaixadoras de tensão devem ser instalados
em local isolado, sendo permitido somente acesso do profissional legalmente habilitado
ou trabalhador qualificado.
18.21.16 As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem ser eletricamente
aterradas.
18.21.17 Nos casos em que haja possibilidade de contato acidental com qualquer parte
viva energizada, deve ser adotado isolamento adequado.
18.21.18 Os quadros gerais de distribuição devem ser mantidos trancados, sendo seus
circuitos identificados.
18.21.19 Ao religar chaves blindadas no quadro geral de distribuição, todos os
equipamentos devem estar desligados.
18.21.20 Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por
intermédio de conjunto de plugue e tomada (disponível em:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm).

3.5 Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)


O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento histórico-
laboral do trabalhador, apresentado em formulário instituído pelo Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS), contendo informações detalhadas sobre as atividades
do trabalhador, exposição a agentes nocivos à saúde, resultados de exames
médicos e outras informações de caráter administrativo.
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O objetivo do PPP é apresentar, em um só documento, o resumo de todas


as informações relativas à fiscalização do gerenciamento de riscos e existência de
agentes nocivos no ambiente de trabalho, além de ser o documento que orienta o
processo de reconhecimento de aposentadoria especial.
O Perfil Profissiográfico não foi instituído por uma Instrução Normativa do
INSS. A Instrução Normativa INSS/PR nº 20/2007 regulamenta e formata o PPP,
cuja exigência encontra-se prevista na Lei nº 8.213/91 e no Regulamento da
Previdência Social (Decreto nº 3.048/99).
No artigo 58, parágrafo 4 da Lei nº 8.213/91 encontramos o seguinte: a
empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do
contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.
As informações necessárias para preenchimento do PPP são extraídas dos
seguintes documentos:
Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT);
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); e,
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), este último no caso de
empresas de mineração.
A elaboração e atualização do PPP é obrigatória para todos os
empregadores, bem como sua entrega ao trabalhador na ocasião da rescisão do
contrato de trabalho. O formulário deve ser assinado pelo representante legal da
empresa com a indicação dos responsáveis técnicos pelo PCMSO e LTCAT.
O LTCAT – Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho –, por
determinação expressa da legislação previdenciária, deve ser expedido por médico
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho e como o nome diz, é um
documento que retrata as condições do ambiente de trabalho de acordo com as
avaliações dos riscos, concluindo sobre a caracterização da atividade como
especial.
O PPRA, por sua vez, é um programa de ação contínua, não é apenas um
documento.
O LTCAT pode ser um dos documentos que integram as ações do PPRA.

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O PPRA é uma exigência da legislação trabalhista (NR 9) e o LTCAT da


legislação previdenciária.

3.6 Programa de Conservação Auditiva (PCA) e Programa de Proteção


Respiratória (PPR)
Conservação auditiva implica na prevenção da audição do indivíduo, sendo
ele portador ou não da perda auditiva. Este programa tem como objetivo prevenir ou
estabilizar as perdas auditivas ocupacionais em decorrência de um processo
contínuo e dinâmico de implantação de rotina nas empresas.
O Programa de Conservação Auditiva (PCA) é um conjunto de medidas
técnicas simplificadas ou administrativas, distribuídas e mantidas ao longo do tempo,
que agindo de forma integrada e complementar entre si, pode servir de substituto
temporário a modernização tecnológica e melhoria das condições de trabalho como
um todo.
O Programa de Proteção Respiratória (PPR) também está em conformidade
com a Instrução Normativa da Portaria nº 3214/78 do TEM e serve para que o
empresário tenha certeza de que o seu funcionário está saudável hoje e que
continuará no futuro também.
É obrigatório para as empresas em que haja trabalhadores em ambientes
com material em suspensão (aerodispersóides) e considerados prejudiciais à saúde.
São objetivos do PPR: manter o controle para o correto uso de protetores
das vias aéreas (respiratórias), e dos funcionários envolvidos em ambientes
contendo elementos em suspensão (aerodispersóides, névoas, fumos,
radionuclídeos, neblina, fumaça, vapores, gases) que provoquem danos às vias
aéreas (pulmão, traqueia, fossas nasais, faringe).

3.7 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


Segundo a NR-6, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é um
dispositivo de uso individual destinado a neutralizar ou atenuar um possível agente
agressivo contra o corpo do trabalhador; evitam lesões ou minimizam sua gravidade
e protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou
agressivas, que causam as doenças ocupacionais.

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Quanto ao EPI, cabe ao empregador:


• distribuir gratuitamente o EPI adequado à função e ao risco em que o
empregado esteja exposto;
• fornecer o treinamento adequado ao uso;
• fazer controle do preenchimento da ficha de EPI, onde deve constar a
descrição do mesmo, juntamente com a certificação (CA) pelo órgão nacional
competente (MTE), a data de recebimento e devolução e a assinatura do
termo de compromisso.
Quanto ao empregado:
• cabe fazer uso do EPI apenas para as finalidades a que se destina;
• responsabilizar-se pelo bom uso e conservação;
• comunicar qualquer alteração (SEBRAE/ES, 2008).
Abaixo, estão listados alguns dos principais EPIs disponíveis no mercado e
algumas informações importantes para assegurar a sua identificação e o uso:
luvas – um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as
partes do corpo com maior risco de exposição: as mãos. Existem vários tipos
e tamanhos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo com o tipo
de formulação do produto a ser manuseado. O usuário deve certificar-se
sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas existentes na
embalagem;
respiradores – geralmente chamados de máscaras, os respiradores têm o
objetivo de evitar a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas
tóxicas através das vias respiratórias. Existem basicamente dois tipos de
respiradores: sem manutenção (chamados de descartáveis) que possuem
uma vida útil relativamente curta e recebem a sigla PFF (Peça Facial
Filtrante), e os de baixa manutenção que possuem filtros especiais para
reposição, normalmente mais duráveis. Os respiradores são equipamentos
importantes, mas que podem ser dispensados em algumas situações, quando
não há presença de névoas, vapores ou partículas no ar. Devem estar
sempre limpos, higienizados e os seus filtros jamais devem estar saturados.
Antes do uso de qualquer tipo de respirador, o usuário deve estar barbeado,
além de realizar um teste de ajuste de vedação, para evitar falha na selagem.

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Quando estiverem saturados, os filtros devem ser substituídos ou


descartados. É importante notar que, se utilizados de forma inadequada, os
respiradores tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa
verdadeira fonte de contaminação. O armazenamento deve ser em local seco
e limpo, de preferência dentro de um saco plástico;
viseira facial – protege os olhos e o rosto contra respingos durante o
manuseio e a aplicação. A viseira deve ter a maior transparência possível e
não distorcer as imagens. Deve ser revestida com viés para evitar corte. O
suporte deve permitir que a viseira não fique em contato com o rosto do
trabalhador e embace; deve proporcionar conforto ao usuário e permitir o uso
simultâneo do respirador, quando for necessário. Quando não houver a
presença ou emissão de vapores ou partículas no ar o uso da viseira com o
boné árabe pode dispensar o uso do respirador, aumentando o conforto do
trabalhador. Existem algumas recomendações de uso de óculos de
segurança para proteção dos olhos. A substituição dos óculos pela viseira
protege não somente os olhos do aplicador, mas também o rosto;
jaleco e calça hidrorrepelentes – são confeccionados em tecido de algodão
tratado para se tornarem hidrorrepelentes, são apropriados para proteger o
corpo dos respingos do produto formulado e não para conter exposições
extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É fundamental que jatos não
sejam dirigidos propositadamente à vestimenta e que o trabalhador
mantenha-se limpo durante a aplicação. Há calças com reforço adicional nas
pernas, que podem ser usadas nas aplicações onde exista alta exposição do
aplicador à calda do produto (pulverização com equipamento manual, por
exemplo);
jaleco e calça em não tecido – são vestimentas de segurança
confeccionados em não tecido. Existem vários tipos de não tecidos e a
diferença entre eles se dá pelo nível de proteção que oferecem. Além da
hidrorrepelência, oferecem impermeabilidade e maior resistência mecânica à
névoas e às partículas sólidas. O uso de roupas de algodão por baixo da
vestimenta melhoram sua performance, com maior absorção do suor,
melhorando o conforto ao trabalhador com relação ao calor. As vestimentas

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confeccionadas em não tecido têm durabilidade limitada e não devem ser


utilizadas quando danificadas; não são a prova ou retardantes de chamas,
podem criar eletricidade estática e não devem ser usadas próximo ao calor,
fogo, faíscas ou em ambiente potencialmente inflamável ou explosivo, pois se
autoconsumirão;
boné árabe – confeccionado em tecido de algodão tratado para tornar-se
hidrorrepelente. Protege o couro cabeludo e o pescoço de respingos e do sol;
avental – produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC,
bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou não tecidos),
aumenta a proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados
durante a preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos
de aplicação costal;
botas – devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto e
resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC. Sua função é a
proteção dos pés. É o único equipamento que não possui C.A. (ANDEF,
2010).
Equipamentos específicos para proteção em trabalhos com eletricidade
temos:
capacete para proteção contra choque elétrico;
luvas para proteção das mãos contra choque elétrico; de borracha para
serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a voltagem;
manga para proteção do braço e do antebraço contra choque elétrico;
vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos;
cinto tipo abdominal – utilizado em serviços de eletricidade e em situações em
que funcione como limitador de movimentação. Feitos de couro ou náilon
possuem argolas que se engancham em um cabo preso à estrutura da
construção ou poste.
Segundo a NR-10, temos nos itens 10.2.8 – Medidas de Proteção Coletiva e
10.2.9 – Medidas de Proteção Individual a seguinte orientação:

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas


e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante

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procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e


a saúde dos trabalhadores.

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a


desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o
emprego de tensão de segurança.

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2.,


devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes
vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de
alimentação, bloqueio do religamento automático.
10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme
regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve
atender às Normas Internacionais vigentes.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser
adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades
desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou
em suas proximidades

Diz ainda o item 10.3.1.1.1 da NR-10 que: quando, no desenvolvimento dos


serviços, os sistemas de proteção coletiva forem insuficientes para o controle de
todos os riscos de acidentes pessoais, devem ser utilizados Equipamentos de
Proteção Coletiva – EPC – e Equipamentos de Proteção Individual – EPI –, tais
como varas de manobra, escadas, detectores de tensão, cintos de segurança,
capacetes e luvas, observadas as prescrições previstas no subitem 10.1.2.
(110.034-3 / I3)
Além dos equipamentos de proteção individual recomendados para
eletricista, é conveniente manter-se na obra os seguintes materiais:
a) Escada extensível.
b) Lanterna à pilha.
c) Tapete de borracha ou estrado de madeira.
d) Fita isolante.
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e) Tomadas de borracha e plugs.


f) Eletrodutos diversos.
g) Fiação com perna adicional para condutor terra.
h) Piquete galvanizado para eletrodo terra.
i) Caixas blindadas.
j) Bastão desconectador.
k) Disjuntores e fusíveis diversos (ROUSSELET; FALCÃO, 1999).

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UNIDADE 4 – LEGISLAÇÃO, INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

A título de enriquecimento, lembremos que a hierarquia das fontes formais


no nosso sistema de direito é a seguinte:
1° Constituição e leis constitucionais (emendas constitucionais).
2° Leis complementares.
3° Leis ordinárias e tratados internacionais incorporados ao direito interno.
Dentre as leis, as federais predominam sobre as estaduais e estas sobre as
municipais, enquanto a complementar prevalece sobre a lei ordinária.
4° Costume.
5° Contratos coletivos de trabalho, que, desde que não transgridam norma
de ordem pública, têm valor de lei ordinária.
6° Regulamentos. Princípios gerais do direito, quando inexistir norma a ser
aplicada ao caso concreto, isto é, no caso de lacuna.
Essa hierarquia das fontes formais, ou seja, das normas do direito positivo
significa que o juiz, ao ter de decidir um caso, só deve aplicar uma fonte quando não
existir outra imediatamente superior (GUSMÃO, 2011).
A Constituição é a pedra angular de toda a ordem jurídica estatal, fonte de
validade de todo o direito do Estado, estabelecedora do processo de criação do
direito estatal. Está acima de qualquer lei, sendo, por isso, a lei suprema. É a fonte
principal do direito do Estado, a lei fundamental, à qual devem adaptar-se todas as
demais leis, pois se com ela conflitarem são inconstitucionais.
A Constituição prescreve os direitos individuais, que devem ser respeitados
pelo poder público, prevendo para tal fim procedimentos eficazes, aptos a garanti-
los, como o habeas corpus, para a defesa da liberdade, ou o mandado de
segurança, para a proteção de direito líquido e certo.
A lei é a principal fonte do direito moderno, não é produto espontâneo como
o costume, mas fruto de elaboração discursiva, de estudos, discussões, debates,
votações, sanção, publicação, que permite, com facilidade, determinar o momento
em que se torna ela obrigatória.
Regulamento é a norma jurídica emanada, exclusivamente, da
Administração Pública (Poder Executivo) em virtude de atribuição constitucional de

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poder normativo. É também denominado lei material, em contraposição à lei formal,


ou, então, decreto.
Em sentido amplo, os regulamentos são internos ou administrativos e
externos ou normativos. Os primeiros têm por objeto a organização de um órgão, ou
de um ente público. Daí serem denominados regulamentos de organização; não
vinculam terceiros. Os “externos” ou “normativos” alcançam terceiros, isto é, pessoas
estranhas à Administração. Os regulamentos podem ser ainda de execução,
independentes, delegados ou por autorização especial.
O Decreto-lei é regra de direito baixada pelo chefe do Poder Executivo,
quando monopolizar o poder legiferante com ou sem autorização constitucional. Tem
força de lei e vale como lei.
Uma medida Provisória é Ato normativo, editado pelo Presidente da
República, com força de lei, em havendo extraordinária urgência e necessidade, cuja
eficácia cessa, retroativamente, se não aprovado pelo Congresso Nacional (Câmara
dos Deputados e Senado). Aprovando-a, transforma-se em lei.
No Brasil, Estado Federado, a Constituição Federal fundamenta a validade
de todas as regras jurídicas da União, dos Estados e dos Municípios. Uma lei federal
só é válida se estiver no seu âmbito de atuação, traçado na Constituição Federal.
Uma lei estadual vale enquanto esteja de acordo com a esfera de competência do
Estado para regular determinada matéria, nos termos da mesma Constituição
Federal. Da mesma forma, uma lei municipal retira seu fundamento de validade no
rol de competência que foi conferido ao Município pela Constituição Federal.
Essas breves definições são cabíveis para introduzirmos o surgimento e
evolução da fiscalização (e posterior inspeção) do trabalho no Brasil que surgiu em
1891, mas que por vários anos não funcionou efetivamente como órgão de defesa
dos trabalhadores, pois a União enquanto detentora dessa atribuição executiva não
tinha competência privativa para legislar sobre o Direito do Trabalho, já que os
Estados tinham competência para legislar sobre esse direito.
Somente com a reforma constitucional de 1926, quando a organização do
trabalho passa para a competência da União, foi possível promover reformas para
se ter também de fato um órgão de inspeção, mas cuja efetivação somente alcançou
êxito em 1965, após passados mais de 20 anos do surgimento da Consolidação das

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Leis do Trabalho – CLT –, mediante a regulamentação da inspeção do trabalho. Isto


graças ao compromisso assumido pelo Brasil em 1956 com a ratificação da
Convenção nº 81 da Organização Internacional do Trabalho – OIT.
A legislação trabalhista, considerada como normas rígidas, tem sido ponto
de acirrados debates sobre a necessidade de sua flexibilização, contudo, conforme
se depreende da análise das alterações normativas nas últimas quatro décadas,
diversas foram as modificações que revelam não ser a flexibilização um fenômeno
novo (MACHADO, 2005).
A Inspeção do Trabalho é uma atividade estatal, desempenhada por agentes
revestidos de poderes especiais para exercerem atividades preventivas ou
repressivas, com vistas à garantir a efetiva obediência às normas trabalhistas e, por
consequência, a melhoria da condição social do trabalhador, ou seja, é atividade
desempenhada pelo Estado para tornar efetivo o cumprimento da legislação do
trabalho.
A Convenção nº 81 da OIT, que se encontra incorporada ao ordenamento
jurídico brasileiro com hierarquia de lei, eis que fora ratificada pelo Brasil, indica em
linhas gerais os objetivos a serem atendidos pela Inspeção do Trabalho
(MACHADO, 2005), que são:
a) assegurar o cumprimento das disposições legais relativas às condições
de trabalho e à proteção dos trabalhadores no exercício de sua profissão;
b) fornecer informações e conselhos técnicos aos empregadores e
trabalhadores sobre os meios mais eficazes de observar as disposições legais;
c) levar ao conhecimento da autoridade competente as deficiências ou os
abusos que não estão especificamente compreendidos nas disposições legais
existentes.
Prescreve ainda a Convenção 81 da OIT que os Auditores-Fiscais do
Trabalho estão autorizados:
a) a penetrar livremente e sem aviso prévio, a qualquer hora do dia ou da
noite, em qualquer estabelecimento submetido à fiscalização;
b) a penetrar durante o dia em todos os locais que eles possam ter motivo
razoável para supor estarem sujeitos ao controle da fiscalização;

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c) a proceder a todos os exames, controles e inquéritos julgados necessários


para assegurar que as disposições legais são efetivamente observadas, podendo
interrogar, seja só ou em presença de testemunhas, o empregador ou o pessoal do
estabelecimento sobre quaisquer matérias relativas à aplicação das disposições
legais, pedir vistas de todos os livros, registros e documentos prescritos pela
legislação relativa às condições de trabalho, retirar ou levar para análise, amostras
de materiais e substâncias utilizadas ou manipuladas, contando que o empregador
ou seu preposto seja advertido dessa retirada.
Fiscalizar, ser vigilante, orientar, investigar, notificar e autuar são ações
necessárias para que ambos, empregadores e empregados cumpram com as
normas vigentes para que prevaleça a segurança do trabalhador.

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UNIDADE 5 – NORMA REGULAMENTADORA NR-10

A NR 10 dispõe sobre as diretrizes básicas para a implementação de medidas


de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade nas fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção das instalações elétricas, e quaisquer trabalhos realizados nas suas
proximidades
Tem foco na gestão de segurança e saúde em instalações e serviços com
energia elétrica e nas responsabilidades dos envolvidos no processo desde a
produção até ao consumo.
Dentre os principais avanços e impactos da Nova NR-10 (2004, não tão nova
assim), temos:
• ampliação no campo de aplicação da Norma;
• integração das medidas de segurança e saúde;
• complementação com Normas técnicas oficiais;
• documentação das instalações elétricas;
• critérios de aplicabilidade da Norma;
• qualificação, habilitação, capacitação, treinamento e autorização dos
trabalhadores;
• procedimentos com instruções de segurança;
• direito de recusa;
• responsabilidades solidárias;
• aplicação do instituto de embargo e interdição pelo MTE (AMÂNCIO, 2006;
PEREIRA; SOUSA, 2010).

A nova NR-10 foi publicada no DOU de 08 de dezembro de 2004, altera a NR-


10 aprovada pela Portaria nº 3214/78, promovendo sua atualização frente às
necessidades provocadas pelas mudanças introduzidas no setor elétrico e nas
atividades com eletricidade, especialmente quanto à nova organização do trabalho,
à introdução de novas tecnologias e materiais, à globalização e, principalmente, pela

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responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego em promover a redução de


acidentes envolvendo esse agente de elevado risco que é a energia elétrica.

Conteúdo da NR 10
10.1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
10.2 MEDIDAS DE CONTROLE
10.3 SEGURANÇA EM PROJETOS
10.4 SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
10.5 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS
10.6 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ENERGIZADAS
10.7 TRABALHO ENVOLVENDO ALTA TENSÃO
10.8 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS
TRABALHADORES
10.9 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO
10.10 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
10.11 PROCEDIMENTOS DE TRABALHO
10.12 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
10.13 RESPONSABILIDADES
10.14 DISPOSIÇÕES FINAIS
GLOSSÁRIO
ANEXO II – ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
ANEXO III – TREINAMENTO
ANEXO IV – PRAZOS PARA CUMPRIMENTO

Estabelece diretrizes básicas para implementação das medidas de controle e


sistemas preventivos ao risco elétrico.
Cria o “prontuário das instalações elétricas” de forma a organizar todos os
documentos das instalações e registros.
Estabelece o relatório técnico das inspeções de conformidade das instalações
elétricas.
Obriga a introdução de conceitos de segurança no projeto das instalações
elétricas.
Estende a regulamentação às atividades realizadas nas proximidades de
instalações elétricas.
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Impactos da nova NR-10


Cria as zonas de “risco” e “controlada” no entorno de pontos ou conjuntos
energizadas.
Estabelece a proibição de trabalho individual para atividades com Alta Tensão
(AT) ou no Sistema Elétrico de Potência(SEP).
Torna obrigatória a elaboração de procedimentos operacionais contendo,
passo a passo, as instruções de segurança.
Define o entendimento de desenergização.
Cria a obrigatoriedade de certificação de equipamentos, dispositivos e
materiais destinados à aplicação em áreas classificadas.
Define o entendimento quanto a “profissional qualificado e habilitado”, “pessoa
capacitada” e “autorização”.
Estabelece responsabilidades aos empregadores contratantes e contratados
e aos trabalhadores.
Torna obrigatório o curso de treinamento para profissionais autorizados a
intervir em instalações elétricas: básico (min. 40 hs) e complementar (min. 40
hs).
Complementa-se com as Normas Técnicas oficiais.
Apresenta um glossário contendo conceitos e definições claras e objetivas.
Estabelece ações para situações de emergência (PEREIRA, 2005).
Também devemos nos lembrar da NR-16 e NR-34 por que:

NR-16 Atividades e Operações Perigosas


A NR-16 foca a ocorrência além dos limites de tolerância, sendo as
atividades perigosas aquelas ligadas a explosivos, inflamáveis e energia elétrica.

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e


Reparação Naval
Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em
estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura;
jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas

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provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e


máquinas portáteis rotativas.
Esta NR tem por finalidade estabelecer os vários requisitos mínimos e as
medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas
atividades da indústria de construção e reparação naval.

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UNIDADE 6 – PREVENÇÃO E CONTROLE EM MÁQUINAS,


EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

6.1 Cabines de transformação, aterramento elétrico, para-raios


Choque elétrico é uma perturbação de natureza e efeitos diversos, que se
manifesta no organismo humano quando percorrido, em certas condições, pela
corrente elétrica. É um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo
humano, pela passagem de uma corrente que circulará quando ele se tornar parte
de um circuito elétrico que possua uma diferença de potencial suficiente para vencer
sua resistência elétrica.
Efeitos diretos decorrentes do choque elétrico podem ser a morte, a
fibrilação do coração, as queimaduras, as contrações violentas dos músculos, a
tetanização, a parada respiratória, o formigamento. Efeitos indiretos são as quedas e
as batidas.
A morte ocorre por asfixia se a intensidade da corrente elétrica for de valor
elevado, normalmente acima de 30 mA, e circular por um período de tempo
relativamente pequeno.
Para as frequências industriais (50 Hz-60 Hz), desde que a intensidade seja
inferior ou no máximo igual a 10 mA, o choque, apesar de desagradável, não produz
alterações de consequências graves. Quando a corrente ultrapassar 10 mA, as
contrações musculares tornam-se mais violentas e podem chegar ao ponto de
impedir que a vítima se liberte do contato com o circuito.
Correntes de até 30 mA podem tornar-se muito perigosas se atuarem por
mais de 5 segundos. As correntes da ordem de 100 mA, atuando por mais de 0,5
segundo, podem produzir fibrilação ventricular, e dificilmente poderão ser detidas. A
morte ocorre na quase totalidade dos casos.
Correntes de alguns amperes produzem, além de asfixia pela paralisação
dos centros nervosos, queimaduras extremamente graves, em geral com necrose
dos tecidos, e não produzem, na maioria dos casos, fibrilação ventricular.
Aterramento elétrico é a Ligação intencional à terra através da qual correntes
elétricas podem fluir. O aterramento pode ser considerado uma ligação elétrica e de
baixa resistência à terra. Tem como finalidade conduzir as correntes elétricas
indesejáveis para a terra e estabelecer o mesmo potencial entre massas para evitar
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um choque elétrico. É utilizado, também, para escoar as descargas elétricas


atmosféricas para a terra.
A terra (sob) pode ser considerada um condutor através do qual a corrente
elétrica pode fluir. Por convenção o seu potencial é zero.
Os aterramentos podem ser de três tipos:
• aterramento funcional – é a ligação à terra de um dos condutores do
sistema, geralmente o neutro;
• aterramento de proteção – é a ligação à terra de massas (partes metálicas
de equipamentos ou instalações que não fazem parte dos circuitos elétricos),
visando à proteção contra choques elétricos por contato indireto;
• aterramento temporário – é a ligação provisória à terra de circuitos elétricos
desenergizados visando a ações seguras de manutenção em partes das instalações
normalmente sob tensão, postas fora de serviço.
Os para-raios são equipamento para proteger edificações de descargas
elétricas.
A NBR nº 5.410/2004 fixa as condições a que devem satisfazer as
instalações elétricas, até uma tensão igual ou inferior a 1.000 V AC (frequência
inferior a 400 Hz) ou 1.500 V CC, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a
segurança de pessoas e animais e a conservação dos bens.
Com o objetivo de salvaguardar a vida das pessoas e dos animais, essa
norma prescreve as condições das instalações elétricas para proteção contra
choques elétricos e contra os efeitos térmicos, conforme se segue:
a) Proteção básica (isolação básica ou separação básica; barreira ou
invólucro; limitação de tensão).
b) Proteção supletiva (equipotencialização, seccionamento automático da
alimentação, isolação suplementar, separação elétrica).

6.2 Ambientes especiais, eletricidade estática, instalações elétricas provisórias


São recomendações para os componentes das instalações em ambientes
especiais:
a) Os transformadores e capacitores localizados no interior de edificações ou
em espaços confinados deverão ser instalados em locais bem ventilados,

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construídos de materiais incombustíveis e providos de portas corta-fogo de


fechamento automático.
b) Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas
atmosféricas de acordo com as exigências da NBR nº 5.419, Proteção de estruturas
contra descargas atmosféricas.
c) Os condutores e suas conexões devem ser instalados considerando as
prescrições referentes a isolamento, dimensionamento, identificação e aterramento.
d) Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, como telefonia,
sinalização, controle e tração elétrica devem ser instalados, observando-se os
circuitos especiais, quanto à sua separação física e identificação.
e) As baterias fixas de acumuladores devem ser instaladas em locais
providos de piso de material resistente a ácidos e dotados de meios que permitam a
exaustão de gases.
Para equipamentos de utilização de energia elétrica:
a) As instalações elétricas e de ferramentas elétricas portáteis, nos locais de
trabalho, devem possuir dispositivos que permitam o aterramento do equipamento.
Caso tenham de entrar em contato direto ou indireto com a água, devem possuir
dispositivos especiais que permitam a sua blindagem, estanqueidade e isolamento.
b) É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada
de corrente, com o emprego de acessórios que aumentem o número de saídas,
salvo se a instalação for projetada com essa finalidade.
c) Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que desligue
automaticamente, toda vez que, por funcionamento irregular, represente risco
iminente de acidente.
d) Os equipamentos de iluminação devem ser especificados e mantidos
durante sua vida útil, de forma a garantir os níveis de iluminamento contidos na NBR
nº 5.413, Iluminâncias de interiores — Procedimento, e posicionados de forma a
garantir condições seguras de manutenção.
e) As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas onde não possa ser
conseguida uma iluminação direta dentro dos níveis de iluminamento previstos na
NBR nº 5.413. Essas lâmpadas deverão possuir punho isolante cobrindo os fios de
chegada da corrente e o punho oco, e um protetor que, fixado ao cabo, protegerá o

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usuário contra eventual explosão da ampola, resultante de uma energização sob


tensão muito elevada.
f) A instalação de equipamentos elétricos somente deve ser realizada por
profissionais capacitados e deve estar de acordo com as prescrições da NBR nº
5.410, Instalações elétricas de baixa tensão, da ABNT, e da NR-10, Instalações e
serviços em eletricidade, da Portaria nº 3.214, do MTE.
Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular
eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga
elétrica.

6.3 Equipamentos e dispositivos elétricos. Área de utilidades. Subestações.


As instalações elétricas das máquinas e equipamentos devem ser projetadas
e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico,
incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR-10.
Uma Subestação é uma instalação elétrica de alta potência, contendo
equipamentos para transmissão, distribuição, proteção e controle de energia elétrica,
a qual funciona como ponto de controle e transferência em um sistema de
transmissão elétrica, direcionando e controlando o fluxo energético, transformando
os níveis de tensão e funcionando como pontos de entrega para consumidores
industriais.
Durante o percurso entre as usinas e as cidades, a eletricidade passa por
diversas subestações, onde os transformadores aumentam ou diminuem a sua
tensão. Ao elevar a tensão elétrica no início da transmissão, os transformadores
evitam a perda excessiva de energia ao longo do caminho e faz com que o sistema
possa transmitir uma maior quantidade de energia. Já ao rebaixarem a tensão
elétrica perto dos centros urbanos, permitem a distribuição da energia por toda a
cidade.
Apesar de mais baixa, a tensão utilizada nas redes de distribuição primária
ainda não está adequada para o consumo residencial imediato. A instalação de
transformadores menores reduz ainda mais a tensão da energia que vai diretamente
para as residências, comércios e outros locais de consumo.

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Têm-se no Brasil diversos modelos de subestações, sejam elas elevadoras


ou abaixadoras de tensão. Podem ser desprotegidas ao tempo, chamadas de
subestação desabrigada como podem ser protegidas do tempo, chamadas de
subestações abrigadas, em alvenaria ou no interior de cubículo metálico (invólucro
metálico), ou até mesmo constituídas apenas, por um transformador instalado no
topo do poste.
Devem ser aterrados, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as
instalações, carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e
equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar
sob tensão.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou
possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem
ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem,
estanqueidade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de
acidentes.
Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equipamentos devem
atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) Oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização.
b) Possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de
contatos abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor.
c) Localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as
partes móveis ou cantos vivos.
d) Facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das
máquinas.
e) Não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e,
f) Ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja,
autoextinguíveis, e não emitirem substâncias tóxicas em caso de aquecimento.
Os quadros de energia das máquinas e equipamentos devem atender aos
seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) Possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada.
b) Possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de
acesso por pessoas não autorizadas.

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c) Ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e


ferramentas.
d) Possuir proteção e identificação dos circuitos. E,
e) Atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.
As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e
equipamentos devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme as
normas técnicas oficiais vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e
contato elétrico adequado, com características equivalentes aos condutores elétricos
utilizados e proteção contra riscos.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que utilizem energia
elétrica fornecida por fonte externa devem possuir dispositivo protetor contra sobre
corrente, dimensionado conforme a demanda de consumo do circuito.
As máquinas e equipamentos devem possuir dispositivo protetor contra sobre
tensão quando a elevação da tensão puder ocasionar risco de acidentes.
Quando a alimentação elétrica possibilitar a inversão de fases de máquina
que possa provocar acidentes de trabalho, deve haver dispositivo monitorado de
detecção de sequência de fases ou outra medida de proteção de mesma eficácia.
São proibidas nas máquinas e equipamentos:
a) A utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada.
b) A utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos.
c) A existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam
energia elétrica.
As baterias devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) Localização de modo que sua manutenção e troca possam ser realizadas
facilmente a partir do solo ou de uma plataforma de apoio.
b) Constituição e fixação de forma a não haver deslocamento acidental.
c) Proteção do terminal positivo, a fim de prevenir contato acidental e curto-
circuito.
Os serviços e substituições de baterias devem ser realizados conforme
indicação constante do manual de operação.

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6.4 Manutenção preventiva e engenharia de segurança


Durante a manutenção de instalações elétricas próximas de instalações sob
tensão, devem ser tomados cuidados especiais quanto ao risco de contatos
eventuais e de indução elétrica.
a) Quando forem necessários serviços de manutenção em instalações
elétricas sob tensão, eles deverão ser planejados e programados, determinando
todas as operações que envolvam riscos de acidentes, para que possam ser
estabelecidas as medidas preventivas necessárias.
b) São proibidos o acesso e a permanência de pessoas não autorizadas em
ambientes próximos a partes das instalações elétricas que ofereçam riscos de danos
às pessoas e às próprias instalações.
c) Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações elétricas
que não estejam sob tensão só podem ser realizadas quando elas estiverem
liberadas. Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços aquela
cuja ausência de tensão pode ser constatada com dispositivos específicos para tal
finalidade (detectores de tensão).
Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante todo o tempo
necessário para o desenvolvimento desses serviços, os dispositivos de comando
devem estar sinalizados e bloqueados, e o circuito elétrico, aterrado.
a) Os serviços de manutenção e/ou reparos em panes de instalações
elétricas sob tensão só podem ser executados por profissionais qualificados,
devidamente treinados, em cursos especializados e com emprego de ferramentas e
equipamentos especiais.
b) Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco de
contato durante os trabalhos de manutenção, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência,
bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.
c) Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não puderem ser
manobrados, por questão de segurança, devem ser cobertos pelo Cartão
impedimento, com letreiro visível a olho nu em uma distância de cinco metros.
d) Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de partes
elétricas expostas não devem ser utilizados como passagem.

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e) É proibido guardar objetos estranhos às instalações próximos de suas


partes.
f) Manter sempre uma distância segura entre componentes energizados e
equipamentos elétricos, respeitando as distâncias de segurança estabelecidas pela
NR-10, da Portaria nº 598, de 7-12-2004, do MTE.
Em situação de emergência, todo profissional, para instalar, operar,
inspecionar ou reparar instalações elétricas, deve estar apto a manusear e operar
equipamentos de combate a incêndio utilizados nessas instalações e a prestar
primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio das técnicas de
reanimação cardiorrespiratória.
Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem
possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas,
de acordo com o estabelecido na NR-10.
O controle médico do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) deverá levar em conta, além dos riscos elétricos, os demais riscos
presentes na atividade.

Pontos principais a serem observador no setor de construção civil:


• manter atualizados os diagramas elétricos das instalações;
• manter atualizados e de fácil acesso, os diagramas elétricos de força,
comando e os intertravamentos elétricos entre todos os quadros e
equipamentos da instalação (quadros de distribuição, quadros para bombas
de recalque, quadros para bombas de piscina e incêndio, etc.);
• manter em bom estado os equipamentos e instalações elétricas (Garantia de
segurança para os trabalhadores);
• contratação de empresa especializada para fazer manutenção periódica (em
situação normal, podemos considerar uma frequência anual) nos principais
pontos das instalações elétricas, especificamente nos quadros elétricos,
subestações, transformadores, sistema de equipotencialização (aterramento)
e nas instalações de SPDA (para-raios). Assim garantimos a operação e
manutenção segura para os trabalhadores e usuários dos riscos

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característicos da eletricidade. Na contratação destes serviços, deve ser


verificada a comprovação da habilitação profissional do Técnico ou
Engenheiro, bem como sua regularidade junto ao CREA e a comprovação de
sua experiência profissional, ou seja, se este profissional ou empresa está
apta para execução dos serviços;
• manter um prontuário (caderno para anotações) exclusivo para instalações
elétricas (obrigatório somente para instalações acima de 75 KW). Neste
prontuário, dois itens relevantes são os documentos das inspeções e
medições dos aterramentos e relatórios comprovando as manutenções
periódicas, bem como as condições de segurança das instalações elétricas.
Todas as informações relevantes devem ser descritas neste prontuário pelo
profissional responsável e legalmente habilitado (Item da Norma –
10.2.3/10.2.4/10.3.9/10.4.4) .
OBS.: os trabalhos com eletricidade em 13,8 kv (média tensão) ou acima de
1000 V devem ser executados por trabalhadores autorizados através de curso
específico, conforme determina a NR-10.

6.5 Riscos na eletrificação rural


Todos sabem que a atividade agrícola, muitas vezes, está sujeita a raios e
trovoadas. A abordagem ambiental sob a ótica da Ergonomia, é centrada no ser
humano e abrange tanto o critério da saúde quanto os de conforto e desempenho.
Assim, com relação ao posto de trabalho, principalmente nos ambientes cobertos
(residência, galpão, escritório, fábrica, armazém, silo, etc.), devem ser observados
os cuidados construtivos e operativos necessários para propiciar ao trabalhador:
conforto térmico, acústico, luminosidade, instalações sanitárias e locais para
dessedentação e descanso, buscando evitar situações de descargas elétricas.

6.6 Acidentes com cercas energizadas


A norma específica que determina os requisitos básicos a serem adotados
pelos fabricantes de equipamentos eletrificadores de cercas é a ABNT NBR IEC
60335-2-76/2007, que em sua formulação classifica este tipo de equipamento como
um “eletrodoméstico”, e que, portanto, deve também obedecer as determinações da

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norma NBR 335-1:1996, que trata particularmente da segurança construtiva de


aparelhos eletrodomésticos.
Recomenda-se, portanto, aos usuários deste tipo de equipamento que, para
garantir sua segurança, exijam das empresas instaladoras, equipamentos que
estejam de acordo com as normas.
Salienta-se ainda que existem vários outros componentes utilizados na
instalação de um sistema de cerca elétrica, como placas de advertência, hastes,
fios, cabos de alta-isolação, etc. Mesmo uma instalação que utilize um eletrificador
que atenda aos requisitos da norma, para ser considerada uma instalação segura e
de qualidade, os outros componentes da instalação devem ser sempre de boa
qualidade, de preferência os recomendados pelo fabricante do eletrificador.

6.7 Medidas e equipamentos de proteção coletiva e individual


Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser
previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis,
mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a
desenergização elétrica conforme estabelece a NR 10 e, na sua impossibilidade, o
emprego de tensão de segurança.
Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2.
ou seja, desenergização elétrica, devem ser utilizadas outras medidas de proteção
coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização,
sistema de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento
automático.
O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme
regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve
atender às Normas Internacionais vigentes.
Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção
coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos,
devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados
às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. As vestimentas

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de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a


condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
ou em suas proximidades.
Quando, no desenvolvimento dos serviços, os sistemas de proteção coletiva
forem insuficientes para o controle de todos os riscos de acidentes pessoais, devem
ser utilizados Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamentos de
Proteção Individual (EPI). Abaixo temos mais uma lista com estes equipamentos:

São indicados os seguintes EPC: São indicados os seguintes EPI:


protetor isolante de borracha tipo mangueira; bota de segurança sem implementos metálicos;
capuz isolante de borracha; luva de borracha isolante;
manta isolante de borracha; manga de borracha isolante;
tapete isolante de borracha; luva protetora da luva de borracha isolante;
detector de tensão para alta e baixa tensão; luva de raspa;
conjunto de aterramento temporário. capacete de segurança;
cinto de segurança para trabalhos em altura;
óculos escuros para proteção da radiação e
contra impactos.
As ferramentas manuais utilizadas nos serviços cm instalações elétricas
devem ser eletricamente isoladas, merecendo especiais cuidados as ferramentas e
outros equipamentos destinados a serviços em instalações elétricas sob tensão.
As ferramentas manuais mais utilizadas são: alicate de corte universal
isolado; bainha para alicate; chave de fenda com cabo e hastes isolados; alicate de
bico redondo isolado; bastões e varas de manobra; sacola para conduzir materiais.
As ferramentas elétricas portáteis não devem apresentar: fios partidos
devido a dobras; maus contatos nos terminais; tomadas partidas; interruptores em
mau estado; motor sobrecarregado; motor deficiente; escovas produzindo faíscas;
falta de ligação à terra; falta de isolamento do bobinado do motor para carcaça.
As ferramentas em geral devem ser mantidas em boas condições e sempre
limpas. Não se devem utilizar ferramentas elétricas onde houver gases ou vapores
inflamáveis. Não se devem ainda usar trenas metálicas ou tecidas com fios
metálicos em serviços com eletricidade; ou ainda escadas metálicas em serviços
com eletricidade (nesse caso, usar apenas escadas de madeira ou de fibra de vidro).
Não permitir a qualquer operário que trabalhe sozinho em circuitos elétricos.

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6.8 Legislação e normas relativas à proteção contra choques elétricos e geral


Já vimos que encontramos na NR-10 os requisitos e condições mínimas
objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Dentre
elas temos medidas de controle, medidas de proteção coletiva, medidas de proteção
individual, segurança em projetos, segurança na construção, montagem, operação e
manutenção.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe várias outras
normas, dentre elas:
NBR IEC 61643-1 – Dispositivos de proteção contra surtos em baixa tensão
- Parte 1: Dispositivos de proteção conectados a sistemas de distribuição de energia
de baixa tensão - Requisitos de desempenho e métodos de ensaio.
NBR 60335-2-76 – Aparelhos eletrodomésticos e aparelhos elétricos
similares - Segurança - Parte 2-76: Requisitos específicos para eletrificadores de
cerca.
As normas estão classificadas para condutores, proteção simples e de
sistemas, para instalações elétricas de baixa e alta tensão, iluminação,
equipamentos e segurança. Sugere-se uma vista ao link a seguir, no qual todas elas
estão disponíveis de maneira simples e concisa (disponível
em:http://www.miomega.com.br/miomega/html/normas/nbr/).

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REFERÊNCIAS

AMÂNCIO, Vitória Márcia Araújo. Comentários à NR-10 (2006). Disponível em:


http://www.sfiec.org.br/palestras/construcao_civil/NR.10Eletricidade/NR-10.pdf
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