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Figura 36. Criatividade: motivação; ilusão; invenção; inovação.

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Concl.
a+b= x OU ξ n

n
Singh (1977 ) escreve que “criar matemática é uma experiência mis-
teriosa e dolorosa”, situação perfeitamente semelhante àquela vivida
pelo desenhador quando projeta desenhos e desenha projetos para
produtos industriais. Quem, contudo, equilibra melhor a situação de
euforia e de angústia criativa? Melhor, o desenhador acreditar além
da fórmula da existência de Deus, de Leonhard Euler (1707–1783).

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Os 3is da Criatividade: ilusão para a fantasia;
invenção para a engenhosidade; inovação no
projeto de desenho de produto

O trabalho de revisar o livro Criatividade (2001) conduziu também para


uma revisitação da dissertação de mestradoem que tudo se originou. E
como dissemos, minutos depois de ter presenteado uma cópia do trabalho,
soubemos que existiam erros. Havia sim! Mas, explicamos que, mesmo
injustificáveis, as falhas não foram propositais. Uns eram resultantes de
pura ignorância gramatical; outros de imaturidade filosofal, e tantos frutos
da insolência de algumas palavras que, como dizia Monteiro Lobato, escon-
dem-se e só se apresentam à vista quando o trabalho está finalizado.
Erros gramaticais existem, mas são fáceis de serem consertados: uma
vez detectados, erros eliminados. Na preparação de uma nova geração para
a profissão do Desenho, havendo equívocos no ensino, incompreensões na
educação, dificilmente o erro poderá ser corrigido: haverá uma nova gera-
ção de designers despreparada. Para solucionar um erro nesse âmbito, são
necessários décadas ou, às vezes, gerações para se retomar o rumo, alinhar
o prumo, ajustar o guia. E, pior, se um erro for contagiante, justo por má
concepção de uma função, forma ou informação, os problemas resultantes
dele têm que ser incorporados e tentar-se minizar os prejuízos.

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O que se pode fazer é, dali para diante, melhorar. Propõe-se, para
isso, que professores que ministram disciplinas de projeto de produto
promovam, em aula, atividades em três níveis: (1) Ilusão, estímulo à fan-
tasia, para respostas de curto prazo à produção criativa, fazendo uso do
livro Gramática da Fantasia (RODARI, 1982; MUNARI, 2008); (2) Invenção,
prática de memória técnica industrial, para respostas de médio prazo à
criatividade; e (3) Inovação, estudos de analogia com as coisas da Natureza,
para respostas de longo prazo à criação de produtos.
Por meio da fantasia, deve-se buscar a motivação, o desejo e a inspi-
ração para a realização de algo: coisas e situações engraçadas ajudam a
criar clima agradável e leve em aula, ambiente nem sempre descontraído.
O humor tende a fazer com que as ideias fluam com mais naturalidade. A
fantasia é elemento-chave em muitas formas de Arte: literatura, pintura,
música, cinema, teatro, artesanato, etc. Exercícios de inversão; uso dos
opostos, contrários e complementares; multiplicação das partes de um
conjunto e mudanças de cor, matéria, lugar, função, movimento, dimen-
são, peso, etc., podem ajudar no começo. Estudantes e professores têm
condições de ampliar suas habilidades mentais e manuais e de aumentar
as relações de analogia.
Exercícios de invenção consistem em, primeiro, dissecar as partes,
os componentes, elementos de máquinas de produtos industriais e, em
seguida, debuxa-los a mão livre. O objetivo de desenvolver a memória
técnica e a imaginação tecnológica dos estudantes. A atividade inspira-
se nas “técnicas de visualização analítica”, sugeridas por Bonsiepe et alii
(1984), e a meta é coletar informações visuais para futuro uso em análises

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morfológica, semântica, estrutural e funcional de produto industrial.
Esssa técnica, depois de usada, na década de 1980, no Curso de Desenho
Industrial da UFPE, Recife, está sendo retomada como um dos exercícios
para a acelaração da aprendizagem em Desenho.
Estudantes devem demonstrar: (i) habilidades manuais para uso do
desenho de convenção, desenho de visualização, desenho geométrico; (ii)
capacidade intelectual e criativa (cognição e retenção) na identificação de
elementos de máquinas no produto e em livros técnicos e na caracterização
dos materiais empregados; e (iii) outras capacidades mentais (avaliação
e produção) na definição do melhor modo de organizar o leiaute para a
fabricação de um produto idêntico, em exercício em dois estágios:
1° Caracterizar a complexidade tecnológica de um produto: escolher
um produto e, sem desmontá-lo, tentar imaginar e representar esque-
maticamente o seu princípio funcional. Identificar quais elementos de
máquinas e princípios mecânicos permitem que o produto funcione.
O estudante deve responder às seguintes perguntas: que energia faz o
produto funcionar? como é que suas partes são compostas e encaixadas?
quais as suas matérias-primas e os materiais que o compõe?
2°Fotografar e ilustrar partes, componentes, peças e elementos que
compõem o produto. A partir de fotografias, ressaltar, por meio de desenho
técnico a mão livre, o funcionamento, uso e ou o manuseio do produto.
Com auxílio dessas ilustrações, os estudantes terão condições de apontar
os problemas de Desenho no produto, assim como perceber que em todos
os produtos industriais existem problemas de Desenho, que não foram
bem resolvidos. Assim, dá-se o fenômeno da motivação.

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O professor deverá perceber que exercícios de invenção são eficientes
para detectar distorções na formação técnica do estudante e corrigi-las.
Deverá também lembrar que tais exercícios são muito bons para deixar
que os estudantes evoluam, aprendam, por meio da repetição, a organizar
suas idéias graficamente em pranchas (papel manteiga, formato B3). Ao
final dessa etapa, estudantes e professor terão condições de verificar a
que distância estão a sua memória e imaginação técnica da realidade da
produção industrial. Notarão que armazenaram fisicamente informações
úteis para sempre à prática projetual.
Os exercícios gráficos de inovação, aqueles de respostas a longo prazo
à criatividade, são os que fundamentam melhor para o Desenho. Sugere-
se, nesse caso, a exploração dos exercícios que recorrem à Natureza como
fonte de inspiração, desenho de observação, para a o adestramento da
visão e da mão, e Biônica, para o embasamento da invenção e da inovação.
A biônica é dos mais frutíferos caminhos para treinamento em projetos
que exigem do desenhador elevado pensamento divergente.
Desde 1983, procura-se destacar a Biônica no cenário do Desenho. Mas
não sou o único. Outros colegas desenhadores e professores de Desenho,
como o italiano, Bombardelli (1985), o mexicano, Broeck & Muñoz (1986);
os brasileiros Arruda (1991), Oliveira e Scheid (2000); Kindler (2009) têm
o mesmo objetivo e seus trabalhos acadêmicos e de pesquisa são um
exemplo disso: usar como metáforas detalhes das formas dos elementos da
Natureza e usá-las no desenho de projeto, como me dizia David Close.
A seguir o resumo de monografia de mini curso experimental de
biônica. Conclui-se este livro como música que se esvaece.

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Um Mini Curso Experimental de Biônica
Pesquisas em biônica na realidade requerem uma grande soma de esforços
e recursos para serem realizadas. No entanto, pode-se desenvolver nos
cursos de graduação em Design mini cursos que possibilitem a expansão
de conhecimentos e a introdução à pesquisa durante a graduação. Mas
para que esses cursos sejam realizados, a integração entre professores e o
espírito voltado para novas experiências devem ser os pontos básicos.
Motivar alunos para participar da experiência explorativa de funções e
formas nem sempre é um trabalho fácil. De nada vale introduzir a técnica
de Biônica, meramente pela vontade do professor. O desejo e a motivação
dos alunos deve despontar e transparecer que também é vontade da turma
realizar o curso. A Biônica, em cursos de Desenho industrial, é compreen-
dida como instrumento para o desenvolvimento da criatividade sob os se-
guintes aspectos: (i) um método de criatividade orientada (BOMFIM, 1984,
p. 22); (ii) desenvolvimento da capacidade de observação e interpretação
criativa” (BONSIEPE, 1976, p. 124); (iii) um campo de pesquisa que possi-
bilita penetrar amplamente na inovação (PAPANEK, 1971, p. 191). Auxilia
também na descoberta de princípios estéticoformais, técnicofuncionais e
lógico-informacionais que, certamente, podem ser de grande auxílio na
geração de alternativas para a solução de problemas projetuais.
Tratando-se de uma técnica de criatividade de respostas a longo prazo
à criatividade, a Biônica, contudo, é uma das técnicas mais completas à
formação profissional, haja vista que se pode trabalhar didaticamente a
percepção, a observação, imaginação, o conhecimento cultural e, sobre-
tudo, as técnicas de representação gráfica para a expressão de ideias.

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Antes de 1985, o dicionário Webester’s definia bionics: a ciência que
trata da aplicação de dados referentes ao funcionamento dos sistemas
biológicos à solução de problemas em engenharia. Em 1989, o Webester’s
Encyclopedic Unabridged Dictionary, apontava o verbete inglês como
fruto da composição de duas sílabas de duas distintas palavras inglesas
[BIO(logy+electro)NICS]. Bionics, então, era assim definida: o estudo de como
seres humanos e animais realizam certas tarefas e resolvem determinados
problemas, e na aplicação desses dados no projeto de computadores e de
outros equipamento eletrônicos (1989).
Pelo lado Engenharia, pode-se conotar Biônica com uma das suas
pioneiras definições, formuladas por D. H. Offner, então, professor de En-
genharia Mecânica da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, EUA:
Biônica é o estudo de sistemas naturais com o objetivo de descobrir novos
princípios, técnicas e processos para serem aplicados tecnologicamente. A
biônica analisa quantitativamente os modelos biológicos, seus princípios
e a capacidade funcional com o objetivo de se obter inspiração e novas
ideias para produtos ou sistemas de produtos com características análogas
(OFFNER, 1974, p. 15).
Pelo lado do Desenho industrial, a Biônica pode, ainda, ser compreen-
dida do mesmo modo que foi no Curso de Actualizacion a Nivel de Posgrado
Biónica y Diseño, realizado na Universidade de Azcaptozalco (México DC),
entre fevereiro e maio de 1985: estudo dos sistemas e organizações naturais,
visando a análise e descobertas de soluções funcionais, estruturais e morfo-
lógicas para a aplicação em soluções de problemas técnicos, tecnológicos e
de desenho (VANDEN BROECK, 1985).

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A didática a ser adotada nesta disciplina é essencialmente funda-
da no Método de Projetos (1918), pelo professor William H. Kilpatrick
(1871–1965). A intenção dessa metodologia de ensino é fazer com que
os estudantes se “convertam em seres ativos que concebem, preparam e
executam o próprio trabalho” (PILETTI, 1991, p. 118). São objetivos desse
método:
(i) proporcionar situações autênticas de projeto;
(ii) estimular o pensamento criativo;
(iii) desenvolver a capacidade de informar-se;
(iv) valorizar o trabalho em equipe e cooperado;
(v) favorecer o reconhecimento de novas idéias;
(vi) estimular a iniciativa e o senso de liderança.
A escolha dos temas deve ficar ao encargo dos alunos, a fim de que
estes demonstrem condições de pesquisar algo de interesse próprio e
compatível com as limitações intelecto criativas de cada um. Salienta-
se, contudo, que os temas não sejam complicados, devido às próprias
limitações de tempo, recursos financeiros e de materiais, para apoio da
pesquisa. Agir sob o princípio de criatividade: fazer para depois julgar, é
a meta. Os temas escolhidos para os exercícios das pesquisas em Biônica
devem ser simples, diversificados e de complexidade baixa.
As atividades discentes devem ser compostas por “pesquisa biblio-
gráfica, revisão de literatura e redação compilatória de textos, termos e
expressões relativas à Biônica.
Preparação através de artigos com exemplos de trabalhos nos quais
a Biônica foi aplicada. Identificação de possíveis sistemas naturais para

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aplicação no projeto de produto. Uso de técnicas de criatividade. Elabora-
ção de projeto em equipe relativo à aplicação de princípios morfológicos,
fisiológicos, semiológicos de sistemas naturais a produtos. A fórmula 1. Sist
E
D=mκ.cγ3 => ξ, isto é, a energia (E) do Desenho (D) é igual a densidade
1.1 AN
(m) do conhecimento (κ), multiplicado pela velocidade (c) da graficacia T C
(γ). Isto implica no aumento da auto-estima (ξ). (

Avaliação da aprendizagem deve ser realizada com base na fórmula


τD=qΕ.Θt, ou seja, o trabalho (τ) em Engenharia de produto / Desenho
industrial (D) é igual à quantidade de esforço (qΕ), multiplicado pela quali-
T L
dade da tarefa (Θt). Seguir-se-á também observando-se critérios: relevância (

do tema; fundamentação acadêmica, completude do exercício, qualidade


da bibliografia, originalidade de projetação, estilo do processo criativo.
Para a pesquisa, estudo e escolha de tema em Biônica, baseado em D.
T A
H. Offner (1974, p.14-18), ensina-se a montagem do “Quadro de Estudos (
em Desenho” ou QED, no qual se organizam os dados sobre dois importan-
tes aspectos para o desenvolvimento da técnica. No campo da esquerda,
apontam-se, manualmente e a lápis, dados sobre 1. Sistemas Biológicos;
1.1. Onde vivem [água (A), ar (R), terra (T), ou outros (O) ou ARTO]; 1.2.
Nome científico e vulgar do ser vivo; 1.3. Sumário das características bio-
lógicas; 1.4 Quantidade de referências bibliográficas encontradas sobre
as características biológicas (B1). Do outro lado do QED, anotam-se os
dados referentes ao: 2. Sistemas tecnológicos; 2.1 Aplicações em produtos
industriais; 2.2 Categoria Funcional (CF), (Transferência de Material [M]; de
Informação [I]; de Controle de movimentos [C]; de Energia[E]); 2.3. Estado
da Arte (EA) [Em Pesquisa (P); em Desenhação (D); em Funcionamento (F)];

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Quadro 8. Classificação dos dados para estudos iniciais em Biônica e definição dos
temas de projeto em Desenho ou, simplesmente, exploração de formas, funções e de
informações em sistemas naturais (OFFNER, 1974, p.14-18; MONTENEGRO, 1987).

1. Sistemas Biológicos 2. Sistemas Tecnológicos

1.1 AN 1.2 EX. 1.3 CARACTERÍSTICAS 1.4 B1 2.1 APLICAÇÕES 2.2 CF 2.3 EA 2.4 B2
T CASCAVEL POSSUEM DOIS PEQUENOS ORIFÍCIOS ENTRE 4 MÍSSEIS DE ORIENTAÇÃO INFRAVERMELHA E; I F 2
(CROTALÍDEO) AS NARINAS E OS OLHOS, CONTENDO CÉLULA (SENSÍVEIS AO CALOR) DAS TURBINAS DOS
SENSÍVEL AO CALOR. LOCALIZA FACILMENTE AVIÕES. SÃO VÁRIOS TIPOS DE MÍSSEIS: O
PRESAS DURANTE A NOITE, DETERMINA AS DE 3A GERAÇÃO (1987) ERA O AIM-9LM
DIMENSÕES DA VÍTIMA ATRAVÉS DO CALOR (RASTEJAVA O SEU ALVO SOBRE QUALQUER
EMITIDO PELO SEU CORPO CONDIÇÃO METEREOLÓGICA). SENSORES.

T LAGARTIXA SOBE FACILMENTE PAREDES E JANELAS DE 1 USO DE DISPOSITIVOS CAPAZES DE ANDAREM C D 1


(GECONÍDEO) VIDRO E CAMINHA INCLUSIVE NO TETO. NÃO EM ÁREAS ONDE A SUPERFÍCIE SEJA MOLHADA
PERDE A ADERÊNCIA, POIS TEM NAS PATAS OU ESCORREGADIA
UMA FILEIRA DE LÂMINAS TRANSVERSAIS,
FORRADAS POR PELOS MICROSCÓPICOS EM
FORMA DE GANCHO, LOCALIZADOS ENTRE OS
DEDOS
T ARANHA 2 FABRICAÇÃO DE FIOS DE AÇO FINÍSSIMOS, M PD 3
(ARACNÍDEO) O ARACNÍDEO PRODUZ UMA SEDA ESPEÇA, COM NOVAS TRAMAS E MALHAS DESENHADAS
MUITAS VEZES DE COR BRILHANTE, SUA TEIA É A PARTIR DO DIÃMETRO, ESTRUTURA E FORMA
FORTE, LEVÍSSIMA E ALTAMENTE ELÁSTICA DOS FIOS DA TEIA DE ARANHA.

2.4 Quantidade de referências bibliográficas encontradas sobre as sobre


as aplicações tecnológicas (B2). A partir do QED, temas de projetos são
propostos para se estudar o movimento e pega (patas do caranguejo e
dedos da mão); a estrutura e resistência de folhas e sementes;ou ainda,
a coerência formal de búzios.
Nas páginas seguintes apresenta-se o resumo de um trabalho de
Glielson N. Montenegro, atualmente professor da UFPB, realizado
durante o curso experimental de biônica, abordando estudos de pas-

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sagens de formas orgânicas para formas geométricas. A partir do QED
o trabalho se desenvolve recorrendo ao método de projeto de produto,
proposto por Gui Bonsiepe et alii (1984), para definir três fases do de-
senvolvimento do Desenho.
Na primeira fase (Analítica) usou-se: o método PBRLRC, ou seja,
pesquisa bibliográfica, revisão de literatura e redação compilatória;
acompanhado de registro fotográfico; classificação, avaliação e seleção
do sistema biológico pesquisado, no caso a Sterculia foetida. Na segunda
fase (Conceptiva) classificação taxionômica verbal e visual do sistema
eleito, familiarização com as características gerais do vegetal; associação
de possíveis detalhes fisio-, semio-, morfológicos da Sterculia foetida com
produtos industriais, através de estudos de partes da planta e respectivo
registro fotográfica e documentos ilustrando seus detalhes. Na terceira
parte (Desenhística), debuxos de bosquejos, esboços e ilustrações para os
esquemas formais e funcionais, diagramas das estruturas de sustentação
de folhas e leiautes das relações entre as partes, foram realizados.
Todos essas informações e conjunto de desenhos de modelagem bidi-
mensional, seriam úteis à criação das referências dos modelos tridimen-
sionais. Estes, por sua vez, foram feitos em três categorias: compreensão
(papel comum e fita adesiva); relação (papel, cartão, isopor); proposição
(cartão de sapateiro e tinta branca fosca). (Figura 37-42).

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Figura 37. Exercício de Biônica: seleção de sistema biológico.

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Figura 38. Representações gráficas para observação e compreensão de ser vivo.

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Figura 39. Geometrização de formas naturais para formas artificiais, industriais.

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Figura 40. Fotografias de modelos para compreensão do produto desenhado a partir
do uso da técnica Biônica. Autor: Glielson Montenegro, CDI/UFPE, 1984.

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