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https://novaescola.org.br/conteudo/5286/circuito-motor-estimula-autoestima-de-estudantes
Inclusão
O QUE É?
Relato de experiência sobre trabalho com circuito motor realizado com alunos do 1o e do 5o. ano,
dentre eles, um com Síndrome de Down e outro com deficiência auditiva, respectivamente. Conteúdo
originalmente publicado no portal Diversa, do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins
lucrativos que tem a missão de colaborar para que toda pessoa com deficiência tenha uma educação
de qualidade na escola comum.
QUEM FEZ?
Adriana Nogueira, Djaiza Cadais de Morais, Jair de Souza Rezende Júnior e Nise Sampaio Maia,
educadores da EM Arte e Cultura, em Manaus.
Ao vivenciar atividades de rolamento, salto e com bambolês, os alunos com deficiência ganharam
autoconfiança e melhoram sua interação com os demais colegas.
ETAPA
Ensino Fundamental.
ANO
1º ao 5º
CONTEÚDOS
A ausência de uma quadra de esportes na Escola Municipal Arte e Cultura, em Manaus (AM), era uma barreira à
atuação dos nossos professores de educação física. Sem poder contar com um local adequado, eles
promoviam atividades em um corredor ao lado das salas, tomando cuidado para não atrapalhar o andamento
das aulas. Devido a essa limitação, decidimos realizar um projeto de circuito motor, atividade que exige pouco
espaço.
A escola se localiza no bairro Coroado 2, na zona leste da cidade, e atende estudantes do 1º ao 5º ano
do ensino fundamental. A comunidade na qual está inserida é de baixa renda e o maior desafio da equipe
gestora é combater a evasão e garantir que todos os alunos sejam alfabetizados. A gestora, Karen Dinelly de
Oliveira, busca continuamente cursos de formaçãopara o corpo docente e nos estimula a ir atrás de novos
conhecimentos. A gestão é colaborativa e comprometida com valores democráticos.
O projeto de circuito motor foi realizado com uma das turmas do 5º ano, na qual havia um garoto de 10 anos
com deficiência auditiva e com uma classe do 1º ano, que contava com uma criança de 6 anos com Síndrome
de Down. Em um primeiro momento, realizamos uma palestra com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre
educação física inclusiva. A responsável pela atividade com os estudantes foi a professora Nise Sampaio Maia,
que apresentou um vídeo sobre a importância de aprender em conjunto, independente das dificuldades ou
diferenças.
Depois, discutimos os princípios da educação inclusiva com os demais docentes e essa conversa nos revelou
que quando somos colocados frente às possibilidades da inclusão, revemos nossas atitudes e nos lembramos
que todos somos diferentes. O projeto também foi apresentado aos pais, com o objetivo de fornecer
informações para diminuir o preconceito e aumentar a participação das famílias.
O circuito motor
Na aula prática, os alunos foram divididos em duas equipes e organizados em fila. Montamos o circuito motor
com quatro estações e explicamos quais movimentos seriam executados em cada uma delas. A sequência foi a
seguinte:
• Zig-zague: ao iniciar o circuito, o estudante sai da fila e realiza um zig-zague entre os cones enfileirados à sua
frente;
• Rolamento ou salto: o aluno utiliza um colchonete para avançar até a próxima estação, rolando ou saltando,
segundo sua escolha;
• Salto sobre bambolês: quatro bambolês são dispostos no chão em duas fileiras. As crianças pulam dentro de
cada arco, usando um pé por vez.
• Retorno: o estudante corre até o fim do circuito e volta até a fila de sua equipe realizando, novamente, as
atividades das três estações. O próximo da fila dá sequência à atividade, partindo da primeira estação.
Os dois alunos com deficiência, a princípio, estavam muito tímidos e envergonhados. Contudo, eles adquiriram
confiança em si mesmos conforme percebiam que eram capazes de realizar as atividades. O apoio e incentivo
dos colegas também foi muito importante. Na última etapa do projeto, fizemos uma roda de conversa em sala
de aula para tratar das dificuldades sentidas durante a brincadeira.
Realizar as atividades do projeto de circuito motor foi um trabalho muito gratificante e prazeroso. Superamos
os obstáculos e conseguimos desenvolver atividades lúdicas, instigantes e desafiadoras nas quais todos os
estudantes puderam participar.