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Módulo Complementar
Aula 6
ADMINISTRAÇÃO DE DADOS
Bárbara Paz Rodrigues Marques Trovão
Introdução
Fonte: Pixabay
Olá!
3
Na próxima e última aula, este tema terá continuidade,
porém sob a perspectiva das tecnologias que perpassam
toda a rotina do aluno na escola.
Incluir o aluno com deficiência ou transtorno do
espectro autista nos espaços escolares exige amplo
conhecimento de suas necessidades como vimos até aqui
a partir das referências de desenvolvimento psíquico, da
linguagem e do lúdico. No entanto, exige também
equipamentos, mobiliários e recursos que favoreçam a
aprendizagem frente às barreiras impostas pelas
condições individuais de cada aluno.
Bons estudos!
4
A acessibilidade no cotidiano escolar
SAIBA MAIS
O que é Tecnologia?
O que podemos dizer que é Tecnologia? Para que
possamos compreender melhor o conceito de tecnologia,
antes de avançarmos com este tema no âmbito escolar,
sugerimos que você estude o texto: O que é tecnologia?
Acesse:
https://www.hostmidia.com.br/blog/o-que-e-tecnol
ogia/
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
5
A escola também passa por este processo no qual
tecnologias antigas e novas convivem para ajudar a todos
nas tarefas de ensinar e aprender. Quanto mais pessoas
conseguirem utilizar um recurso, dizemos que ele “tem
maior acessibilidade” ou “é mais acessível”.
Sugerimos que assista o vídeo a seguir, disponível em
https://youtu.be/J5MAc8qgkno
6
O uso de tecnologias assistivas
7
Todos somos constantemente beneficiados
por diversas tecnologias. Contudo, quando a
tecnologia se direciona a diminuir as barreiras
que as Pessoas com Deficiência (PCD) encontram,
ampliando suas possibilidades no cotidiano,
estamos falando no conceito de Tecnologias
Assistivas. (BERSH, 2019)
8
H ora da entrada
Transporte
9
Os alunos que não possuem cadeira de rodas própria
são transportados em assento booster (também
conhecidos com o nome de poltrona veicular adaptada),
que são assentos acoplados à poltrona comum com cintos
de segurança. Nesses casos, o auxiliar deve transferir o
aluno dessa poltrona para a cadeira de rodas patrimoniada
que o aluno utiliza na escola.
SAIBA MAIS
Atendimento Prioritário
Para saber mais sobre o atendimento prioritário,
DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004, acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-200
6/2004/decreto/d5296.htm
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
10
Na sala de aula
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As orientações sobre o tempo de permanência em cada
equipamento e a transferência postural entre eles será
abordado na próxima aula.
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ADAPTAÇÕES PARA O REGISTRO GRÁFICO
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Livros em Braille
Máquina de Braille
Lupa
Soroban
Instrumento utilizado para trabalhar
cálculos e operações matemáticas:
espécie de ábaco que contém cinco
contas em cada eixo e borracha
compressora para deixar as contas
fixas. (SAPDV)
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Material Ampliado
Reglete e Punção
Reglete: base plana de plástico ou
madeira mais régua contendo celas
braille e retângulos vazados para
produção manual da escrita braille.
Punção: objeto construído de uma
ponta metálica e de um cabo
plástico, madeira ou metal, usado
especificamente para a produção de
pontos em relevo em reglete
Pauta Ampliada
Mapa Tátil
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Você percebeu como podemos dispor de recursos de
tecnologia assistiva que auxilia o aluno em sua
aprendizagem? Você tinha conhecimento disso antes desta
aula ?
Agora vamos avançar em mais alguns exemplos de
adaptações existentes na rede de ensino municipal de São
Bernardo do Campo que podem ser utilizadas para
diminuir barreiras físicas, aumento da concentração ou
facilitar visualização da atividade.
PLANO INCLINADO
O plano inclinado favorece os movimentos do aluno
com deficiência, oferecendo estabilidade motora e
precisão no grafismo, de forma que ele tenha sucesso na
sua intencionalidade gráfica, como é possível observar na
imagem a seguir, favorecendo, também, outras atividades
que naturalmente são propostas na carteira escolar: como
leitura de livros, montagem com letras movéis etc. O plano
inclinado pode também ser utilizado com eficácia para os
alunos com deficiência visual.
Plano Inclinado
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TALAS
Talas/ Órteses
Auxiliam a funcionalidade;
promovem o
posicionamento adequado
e previnem deformidades.
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REGISTRO UTILIZANDO ÓRTESE FUNCIONAL
Alguns alunos, para realizar as atividades, necessitam
de órteses funcionais. O procedimento em nossas escolas
é que os terapeutas ocupacionais da EOT avaliam e
indicam qual a mais indicada para o aluno e faz a
disponibilização da mesma pelo Acervo que possui órteses
comerciais ou indica/elabora um recurso artesanal feito
com materiais comuns para o atendimento individualizado
das necessidades do aluno.
Órteses funcionais
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SAIBA MAIS
Como fazer um engrossador de lápis
Existe no mercado diferentes modelos, mas você
também pode construir um, não é difícil e pode fazer a
diferença para o aluno na escola. Para saber como
construir um deles, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=ypI8h5G3MxI
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
Adaptações Artesanais
Adaptação de tesoura
para treinamento do uso
pelo aluno com auxílio de
um adulto. Material
utilizado: miolo do durex e
fita adesiva.
Imagens:Canet (2014)
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BRINQUEDOS COM ACIONADOR
CADERNO DIGITAL
Para os educandos que não possuem o acesso
convencional para o registro gráfico, há a possibilidade do
uso do caderno digital, isto é, a substituição do caderno
convencional pelo computador (desktop ou notebook) ou
tablet.
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Existe na rede municipal de São Bernardo do Campo
adaptações de hardware e software que podem ser
propostos conforme a avaliação dos recursos adaptativos
de informática realizada pelas terapeutas ocupacionais da
EOT (2007-2019), conforme algumas fotos ilustrativas a
seguir:
SAIBA MAIS
Leitores de telas
Há no mercado, vários leitores de tela tanto pagos como
gratuitos, Nos links a seguir você poderá conhecer
alguns deles e saber como colocar o leitor de tela no
computador e no celular.
Acesse
https://oampliadordeideias.com.br/6-leitores-de-tel
a-para-seu-computador/
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
Acesse
https://youtu.be/c5eAAqvshJc
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
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SAIBA MAIS
Recursos de informática
Há muitas as possibilidades de adaptação dos recursos
na informática. Saiba mais sobre isso acessando:
https://prezi.com/ilaier4f_ipi/?utm_campaign=share
&utm_medium=copy
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
https://prezi.com/srzqebz47lvq/?utm_campaign=sh
are&utm_medium=copy
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
CADERNO DE COMUNICAÇÃO
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Podemos nos deparar com um aluno que não tem
intencionalidade comunicativa e/ou que mesmo tendo
intencionalidade, não consegue iniciar e manter uma
conversa e isso pode trazer frustração e
consequentemente os interlocutores podem desistir antes
mesmo de começar.
As primeiras narrativas surgem muito cedo, na
interação com o outro e se baseiam em contextos
imediatos, compartilhados. Com o desenvolvimento, a
criança passa ao relato de experiência pessoal e depois às
narrativas com outros atores. As narrativas são instrumento
mental e discursivo da construção da realidade
(PERRONI,1983). Perguntas como “Quem?” “Onde?” “O quê?”
“Quando?” “Por quê?” ampliam o discurso da criança e,
consequentemente, ampliam sua narrativa (Low & Durkin,
2001; Peterson e McCabe, 1994 In: Macedo & Sperb, 2007).
Belintane (2013) destaca que “a mudança da posição de
escuta para a de contador é que vai dar condições a uma
criança de reutilizar as matrizes que foram se acumulando
e se reformulando.” Assim, para assumir uma posição de
sujeito autor, as crianças precisam acumular experiências
de sucesso na comunicação e repertório dos diferentes
gêneros orais.
NARRATIVAS
substantivo feminino
1. Ação, efeito ou processo de narrar, de relatar, de
expor um fato, um acontecimento, uma situação (real
ou imaginária), por meio de palavras; narração
https://www.dicio.com.br/narrativa/
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Cadernos de comunicação
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Não precisa ser diário, mas precisa de sistematicidade
para que possa ser incorporado como ferramenta
simbólica e recurso alternativo à fala e incentivo às trocas
dialógicas. É imprescindível que escola e família
estabeleçam um contrato prévio de construção, usos e
parceria. Pode ser em formato de caderno, agenda, diário,
caixa, fichário, arquivo digital, pastinha, caixa de papelão,
etc., o que melhor atenda a todos. Nele, colocamos coisas
que apoiem o resgate da memória: objetos reais e
concretos, objeto colado no cartão, partes de objetos,
miniaturas, fotos, desenhos, rótulos, folhetos, convites,
escrita, sistemas de Comunicação Suplementar e
Alternativa (CSA), entre outras possibilidades; a cada dia,
novas ideias surgem entre os envolvidos. As informações
colocadas precisam ser suficientes para o mediador
(professor, familiar, colega de turma) transformá-lo em
relato oral.
Na escola, é comumente utilizado em rodas de
conversa, levantamento de conhecimentos prévios,
construção de textos coletivo, entre outros. Para tanto, o
plano de ação da turma precisa contemplar ações de uso
de fala pública e textos coletivos orais.
SAIBA MAIS
Discurso narrativo
Caso queira se aprofundar em referências bibliográficas
sobre o assunto do desenvolvimento do discurso
narrativo acesse o link a seguir. O texto, por ser uma
revisão bibliográfica, apresenta um panorama da área e
possibilita aprofundar-se em outras fontes.
Acesse
https://doi.org/10.1590/S1413-294X2007000300005
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
27
H ora do lanche e do almoço
28
terapeuta ocupacional, nutricionista, nutrólogo, pediatra,
gastroenterologista, etc.) além de realizarmos entrevista
com a família. Em seguida, equipe escolar, EOT e
profissionais da merenda são envolvidos nas adaptações
de cardápio e orientações. Todos unidos com o objetivo
de que a criança participe ativamente deste momento,
que seja prazeroso, que conheça novos alimentos e
amplie o seu repertório para além do familiar e faça
amigos!
SAIBA MAIS
Disfagia
Todo aluno com disfagia tem o direito de ser
acompanhado pelo fonoaudiólogo da EOT. É realizado o
monitoramento da alimentação em ambiente escolar. A
equipe gestora contata o profissional referência que vai à
escola e segue um protocolo de acompanhamento, que
fica arquivado no prontuário do aluno. Em 2010, a
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia premiou a equipe
de fonoaudiologia da EOT por este trabalho. O trabalho
apresentado pode ser visto em:
http://www.sbfa.org.br/portal/anais2010/resumos/
3054.pdf
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
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Atenção
● Somente oferte alimento se a criança estiver
acordada e atenta.
● Siga as orientações registradas no prontuário - na
dúvida, pergunte a equipe gestora o que já foi
orientado sobre a alimentação do aluno.
● Caso a criança não consiga se alimentar sozinha,
converse com o aluno, peça para abrir a boca,
pergunte se está gostando, diga o nome dos
alimentos, dê toques no rosto se for necessário para
os comandos de abrir e fechar a boca, incitar a
mastigação. Faça a criança participar o máximo
possível!
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Autonomia dos alunos
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Higiene Bucal
Dificuldades Motoras
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Lembre-se que ao escovar os dentes estamos lidando
com diferentes sensações: o contato com a escova, com o
sabor da pasta, com a água. O aluno que apresenta
alterações no processamento sensorial oral pode recusar
abrir a boca; morder ou chupar a escova impedindo a
escovação; etc.
Dicas
❏ Seja o exemplo, dê o modelo.
❏ Jamais force o aluno a colocar a escova de dentes na boca.
Esse momento deve ser lúdico e divertido.
❏ Incentive o aluno a provar a pasta colocando um pouquinho
no dedo.
❏ Brinquem com as cerdas da escova. Utilize as mãos do
aluno para pressionar a escova na parte externa dos
lábios e aos poucos o desafie a colocar dentro da boca.
❏ Inicialmente incentive o aluno explorar a escova de dentes,
e quando ele demonstrar maior confiança, você pode
realizar movimentos coativos, escovando os dentes juntos.
❏ Quando o aluno permitir o movimento coativo, sempre diga
o que está sendo feito, por exemplo: "estamos escovando os
dentes de cima, agora, estamos escovando os dentes de
baixo." Além disso, é interessante seguir uma rotina fixa e
https://www.dicio.com.br/alteridade/
previsível, com o passo a passo já conhecido pelo aluno,
podendo, inclusive ser realizada uma contagem com um
tempo fixo e predeterminado, assim o aluno tem previsão
do processo e do término da tarefa e consegue se
tranquilizar com mais facilidade.
❏ Alguns alunos podem se beneficiar de imagens que ilustram
o passo a passo da escovação, como será apresentado na
aula 5, em recursos visuais.
33
Troca de Fraldas
Troca de Fraldas
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Atenção
Atenção às alergias; algumas crianças podem
apresentar alergia ao lenço umedecido, a alguns tipos
de fraldas, e principalmente ao látex. Em caso de alergia
ao látex, utilizar luvas de vinil ou neoprene. Aproveite o
momento da entrevista com a família para tirar essas
dúvidas e evitar reações alérgicas.
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que poderá tomar as providências necessárias, cuidando
do sigilo que a situação exige.
Atenção
Nunca tire fotos, mesmo que com a intenção de
comunicar ou de documentar uma situação pois a
exposição da imagem viola os direitos de proteção da
.
criança.
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Troca de Fraldas
Na imagem a
seguir você
poderá observar
possíveis regiões
do corpo que
podem apresentar
contraturas.
Conhecer as
contraturas,
deformidades e
também as
possibilidades
de movimento
podem te
ajudar na hora
da troca de
fralda,
37
Nesta situação,
recomenda-se parar
o movimento coativo
e esperar ceder a
resistência
neurológica. Veja o
exemplo:
Uma atividade
reflexa comum
é a extensão da
cabeça e do
tronco (colocar
a cabeça para
trás e o umbigo
para frente).
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Flexionar o joelho
também pode
auxiliar na abdução
(abertura) das
pernas para a
troca de fraldas. V
39
CONTROLE DE ESFÍNCTER
40
Acessibilidade no brincar
41
O ato de brincar no parque para um aluno com
deficiência pode requerer algum apoio para efetivar a
participação junto de seus colegas nas brincadeiras e
favorecer a exploração deste ambiente. Neste contexto,
resgata-se a possibilidade do uso da abordagem coativa
mencionada anteriormente, com o "objetivo de
incrementar os recursos de comunicação e ampliar a ação
motora do educando através do espaço, provocando o
desenvolvimento da habilidade de antecipação dos
acontecimentos em uma área determinada
(CADER-NASCIMENTO, 2003, p.87)."
É a mão do mediador (ou de outro colega de turma
orientado por um educador) junto à mão do aluno com
deficiência para estimular a percepção sensorial (areia,
grama, brinquedos, texturas, temperaturas dos objetos) e
assim aprender a realizar os movimentos para brincar (o
chamado planejamento motor). Você pode observar um
exemplo de movimento coativo na figura abaixo:
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Este processo pode ser realizado para a motricidade
fina ("mão junto à mão" mencionado acima) e também
para a motricidade global (ou corporal). Para a
motricidade corporal, a estratégia coativa visa favorecer
a aprendizagem de mudanças posturais, locomoção,
equilíbrio, propriocepção, coordenação motora ampla
para a interação e exploração de espaços, brinquedos e
brincadeiras. Em ambos aspectos (motricidades fina ou
corporal) o movimento coativo tem a finalidade comum
de favorecer a participação nas brincadeiras com a
turma. O objetivo desta estratégia é a autonomia do
aluno.
Embora a estratégia coativa tenha seus benefícios à
autonomia do aluno, é necessário considerar alguns
critérios para a sua utilização. Por exemplo, o
posicionamento da mão do mediador embaixo da mão
do educando cego, diferentemente de alunos com
outros tipos de deficiência, pois é com as mãos que o
aluno cego "enxerga" o mundo.
Em algumas situações em que pode ocorrer um tipo
de resistência física durante o movimento coativo,
involuntária e de origem neurológica, chamada
tecnicamente de hipertonia (tônus aumentado dos
músculos) com educandos com deficiência
neuromotora. Na prática, trata-se de uma dificuldade
percebida pelo mediador ao movimentar uma parte do
corpo do aluno junto com ele para a execução de uma
tarefa escolar.
43
É preciso respeitar alguns cuidados de manejo nos
movimentos coativos (de forma lenta e ritmada e em
alguns casos parar até que a resistência neurológica
diminua), como orientado no tópico de troca de fralda.
É importante salientar que alguns alunos, por
viverem de forma muito restrita na exploração do
ambiente, podem apresentar dificuldade em explorar
algumas sensações, sejam elas sensações táteis ou
sensações de movimento. Como por exemplo, alguns
alunos que possuem aversão a algumas texturas,
podem apresentar resistência em tocar diferentes
superfícies e materiais e apresentar sialorréia (salivação
abundante) quando forçados. Outros, podem apresentar
insegurança gravitacional e demonstrar desespero ao
serem colocados em brinquedos que tirem os pés do
chão. Aprofundaremos nesse aspecto mais adiante.
Enfatizamos aqui, a importância do envolvimento
voluntário por parte do aluno na brincadeira,
favorecendo e respeitando o seu prazer intrínseco.
Balanços Acessíveis
44
Quando houver maior necessidade de
suporte corporal ao aluno, o Acervo
de Tecnologia Assistiva da SE dispõe
do modelo da imagem ao lado, que
suporta crianças com peso corporal
até 50 kg, e possui apoio de cabeça e
cintos (pélvico e torácico), com
assento em formato de concha.
Há a possibilidade de adaptar
outros brinquedos do parque
além do balanço, como ao lado, a
adaptação de uma gangorra, uma
cadeira em concha com cintos.
Triciclo Infantil
45
De olho nos aspectos sensoriais
46
Mas calma, essas sensações podem ser diminuídas ou
até evitadas se a exposição ao movimento aumentar de
forma gradual e ritmada, em intervalos curtos de tempo;
e ainda se for permitido aos participantes algum grau de
controle sobre as suas ações no ambiente. Nesse sentido,
formulamos algumas estratégias para que essa
experiência seja prazerosa, ao invés de uma sessão de
tontura.
Atenção
● Inicie com balanços leves e rítmicos, por períodos
pequenos de tempo. Pare e pergunte ao aluno se ele
deseja balançar mais.
● Se o aluno não fala verbalmente, busque outras
formas de comunicação, pois seu desejo deve ser
respeitado.
● É prudente que você balance o aluno de frente para o
mesmo, para estar atento às suas expressões faciais e
motoras.
● Uma dica legal é que você pode dar o impulso do
balanço empurrando a sola dos pés do aluno,
oferecendo a ele uma sensação que o ensina que toda
vez que ele bate os pés numa superfície, ele balança.
Um ótimo aprendizado de causa e efeito durante a
brincadeira.
● O balanço numa altura que seja possível o aluno
encostar os pés inteiros no chão, favorecendo a
sensação de segurança.
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BRINCADEIRAS ACESSÍVEIS
De acordo com a BNCC para a educação infantil, no
campo de experiência “Corpo, gesto e movimento”:
"Com o corpo (...) as crianças, desde cedo, exploram o
mundo, o espaço e os objetos do seu entorno,
estabelecem relações, expressam-se, brincam e
produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro,
sobre o universo social e cultural (...). Assim, a
instituição escolar precisa promover oportunidades
ricas para que as crianças possam, sempre animadas
pelo espírito lúdico e na interação com seus pares,
explorar e vivenciar um amplo repertório de
movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o
corpo, para descobrir variados modos de ocupação e
uso do espaço com o corpo (tais como sentar com
apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar,
escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas,
alongar-se, etc." (BRASIL, 2017)
48
problemas para atingir a meta.
Para o educando com deficiência, esta brincadeira pode
ser um dos momentos em que se sinta mais potente para
participar e interagir, por estar em espaço e atividade
acessível; a turma se encontra em condições mais
aproximadas de ação em relação às possibilidades dele.
Esta atividade pode ser planejada tanto na educação
infantil como no ensino fundamental, considerando a
participação dos educandos com deficiência e cada nível
de ensino. A escola é protagonista neste processo e pode
solicitar parceria à EOT para pensar estratégias que
favoreçam o brincar inclusivo.
SAIBA MAIS
49
Além de estimular a memória, os afetos e demais
aspectos, também se propõe a acessibilidade para a
participação de todos, considerando as potencialidades de
cada aluno para a sua independência e inclusão.
Retomando o primeiro parágrafo deste item, por vezes
pode surgir o receio, por parte dos educadores, do aluno
com deficiência explorar o parque. Mas, é preciso
considerar o direito de todas as crianças terem acesso a
este espaço na sua totalidade, como aos demais
ambientes da escola. Todos os alunos, inclusive aqueles
com deficiência, devem experimentar os equipamentos do
parque com sua turma, considerando os devidos cuidados
e suas escolhas. Neste sentido da participação com
segurança e gradativa autonomia, uma das possibilidades
é propor atividades e brincadeiras que naturalmente
incentivem as reações corporais de proteção, com a
parceria entre a EOT e equipe escolar.
50
Quando se trata do aspecto neuromotor do aluno com
deficiência, algumas ações podem ser consideradas para
possibilitar sua participação nesta aula:
MANEJOS POSTURAIS
Para favorecer a participação, autonomia viável e movimento do
aluno no contexto da sua turma durante a educação física
51
ofereceram segurança para que os alunos explorassem
com independência o ambiente”. Os variados
posicionamentos: sentar, rolar, ajoelhar, posição de gato,
ficar de pé (etc) com orientações direcionadas, possibilitou
a participação e gradativa autonomia nas atividades
escolares motoras acessíveis.
É preciso também observar os tempos de execução e
descanso das atividades/jogos/brincadeiras para a
prevenção de fadiga ao aluno com deficiência, no mesmo
contexto de tempo e espaço de sua turma.
52
A criatividade dos educadores e alunos é fundamental
para a utilização significativa e funcional destes recursos,
por meio de jogos, atividades e brincadeiras na aula de
educação física.
Existem também diversos esportes adaptados que
podem ser apresentados pelo professor de educação física
para toda a turma. E ainda pode ser uma oportunidade para
o educando com deficiência se descobrir com um possível
potencial paradesportivo para o futuro. O benefício é para
todos!
SAIBA MAIS
Modalidades paraolímpicas
Você conhece algum jogo acessível ou modalidade
esportiva paraolímpica?
Veja no vídeo abaixo algumas modalidades paraolímpicas
adaptadas em contexto escolar, disponível também no
site Diversa.
https://diversa.org.br/relatos-de-experiencia/par
alimpiadas-na-escola-valoriza-habilidades-de-tod
os-os-estudantes/
ou utilize o leitor de QR Code do seu smartphone
53
Os materiais acessíveis estão na escola. E agora, como o
aluno aprende a usá-los?
54
De acordo com um estudo desenvolvido por
Cader-Nascimento (2003, p.86) sobre a mediação para a
comunicação de alunos surdocegos:
"(...)a estratégia co-ativa ocorre mediante uma
estimulação sensorial que inclui, entre outras ações,
toques freqüentes, tentativas de manter contato
visual (mesmo que a criança seja cega, é importante
desenvolver a postura do olhar), estimulação da
participação em brincadeiras infantis, mobilidade
conjunta com o adulto, união de atividades motoras
entre o surdocego e o mediador, uso constante de
formas diversificadas de comunicação (fala, gesto,
contração ou relaxamento muscular, postura
corporal, sinal, objetos, entonação verbal, expressão
facial)."
55
O objetivo desta estratégia é promover a gradativa
independência ao educando com deficiência na sua
comunicação, organização postural (estática e dinâmica) e
de manuseio de materiais e recursos adaptados na escola
para favorecer sua aprendizagem, participação e interação
com sua turma assim como com o ambiente em que ele se
situa. A escola, a família e a E.O.T. conversam e trabalham
em parceria na rede municipal de educação de São
Bernardo do Campo para desenvolver estes objetivos e
estratégias com o aluno na sua rotina educacional.
56
Consolidações
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Validando as Aprendizagens
ATENÇÃO:
Lembramos que ao acessar o QUESTIONÁRIO, o cronômetro da
plataforma é acionado e você terá 60 minutos para completar seu
envio. Caso saia do questionário, ou hajam interrupções no sinal de
internet e energia elétrica, o cronômetro continua contando o
tempo, não sendo possível responder depois, portanto
certifique-se de iniciar apenas quando for realizá-lo até o fim.
58
Referências Bibliográficas
59
BRASIL (2012). Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
60
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