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Resumo
1. Introdução
[...] porque a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginamos silêncios.”
(SARAMAGO, 2008, p.32)
2. Metodologia
3. Resultados e discussão
Deu-se início as aulas remotas no início do mês de abril, inicialmente via WhatsApp
até que a SEDUC do Estado de Rondônia terminasse de organizar a ampliação da plataforma
digital Google Sala de Aula, para que todos estudantes do Estado pudessem usufruir dos
benefícios da mesma. Desde então as ações seguiram alicerçadas em uma metodologia do
fazer coletivo considerando o aluno com protagonista do seu fazer e estimulando-o a ajudar os
demais com dificuldades em assimilar esta nova proposta de aulas, conforme preconiza a
BNCC,(2017, p.61), quando considera que “os jovens têm se engajado cada vez mais como
protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação
multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez
mais ágil”.
Conforme o exposto, iniciamos pela organização dos grupos pelo WhatsApp, onde
cada professora, independente do componente curricular que administra ficou incumbida de
tutoriar uma turma, sendo as seguintes: 6° A, 6° B, 7° A, 7° B, 8° A e o 9° A, com
aproximadamente 191 alunos. Nesses grupos foram direcionadas atividades para os alunos
por meio aulas expositivas e vídeos selecionados do Youtube, por exemplo.
No dia 30 de abril o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) já estava disponível
para professores e alunos. No entanto os discentes necessitavam de um e-mail para acessar e
muitos desses alunos desconheciam o que seria um endereço eletrônico.
Diante deste desafio o corpo docente e equipe gestora passaram a atendê-los a
distância bem como orientaram os pais quanto à necessidade de aprenderem e aceitarem usar
os instrumentos tecnológicos no intuito de que o ensino e aprendizagem se concretizasse
remotamente.
Em um processo lento e árduo conseguimos ingressar os alunos que tinham acesso a
internet na plataforma digital Google Sala de Aula, mas a entrega das atividades através da
mesma não estava sendo satisfatória. Diante da problemática foram disponibilizados tutoriais
por meio de links indicados pela CRE (Coordenadoria Regional de Educação) da cidade, mas
por mais que foram replicados nos grupos acima mencionados, os estudantes não assimilavam
os vídeos explicativos, outrora não conseguiam abrir os links e por mais que as professoras
insistissem os alunos se negavam a utilizar a plataforma digital indicada para devolutiva das
atividades.
Ainda vivenciando o contexto acima, a SEDUC ofertou aos discentes e docentes o e-
mail institucional em meados do mês de julho, quando tivemos que reiniciar todo o processo
de inclusão na plataforma digital com monitoramento das turmas via WhatsApp e
atendimentos individuais, que causou novos desafios. A cada desafio surgido, dentro e fora da
escola, a mediação foi feita via WhatsApp que é democraticamente falando o meio de acesso
aos pais mais facilitador.
A partir de então, foi notado maior interesse por parte dos alunos em entregar a
atividade via Google Sala de Aula, uma vez que o e-mail institucional aos olhos dos alunos
passou a ser visto como mais exigente, afinal, tratava-se de um e-mail gerado para e pelo o
aluno, que naquele momento percebeu que em algum lugar ele foi lembrado e poderia estar
sendo monitorados e acompanhado.
Alunos que ainda não tinham entregue atividades, passaram a entregar na sala de aula
virtual; no entanto, algumas dessas atividades chegavam sem nenhum anexo inserido no
arquivo. Tal falto nos indicava a dificuldade que os alunos estavam tendo em devolver as
atividades.
Isso inquietou as professoras, de modo que a docente que ministra o componente
curricular de Língua Portuguesa entendeu que estávamos tendo um problema de
comunicação, quando teve a ideia de pedir ao seu filho, que é estudante de outra escola, que
utiliza a mesma ferramenta digital, gravasse um tutorial ensinando de maneira mais simples
possível como devolver a atividade no Google Sala de Aula. Sabemos que quando uma
mensagem é transmitida por seus pares, no caso de adolescente para adolescente se torna mais
esclarecedora para os alunos, até mesmo por questão de identidade, a visão dos alunos pelo
mesmo olhar e mesma linguagem é mais significativa do que uma explicação de um adulto
para um adolescente. Como pode se comprovar posteriormente, uma vez que o tutorial serviu
não só para os nossos alunos como também para outras escolas da região.
Diante do objetivo de ajudar surgiram muitos outros adolescentes que se prontificaram
ajudar seus pares gerando assim a vivência do protagonismo dos próprios alunos.
Durante toda a trajetória de aulas remotas foi perceptível em meio ao nosso grupo
discente o desejo de se ajudarem. Para exemplificar entre essas atitudes de protagonismo
podemos destacar a ação da aluna Jhulya (vide link em anexo da entrevista com esta
adolescente), estudante matriculada no 9° ano, que mesmo retirando atividades impressas na
escola e com o aparelho celular com poucos recursos, a mesma compartilhava as atividades
com um colega de turma morador da zona rural, quando o mesmo não podia vim até a cidade.
Isso nos fez valorizar o protagonismo dos nossos alunos e o desejo de potencializar
essa competência entre os mesmos foi realçado pela ideia que tivemos de promover uma
gincana solidária.
A gincana solidária surgiu com a intenção de que os estudantes passassem a realizar e
entregar as atividades propostas pelo AVA, ou WhatsApp, mas principalmente pelo canal que
a SEDUC ofertou para os estudantes do Estado. A ação que ainda está em andamento iniciou-
se no dia 13 de julho e se entenderá até setembro onde será classificada a turma onde os
alunos realizarem as atividades com maior regularidade.
Haverá uma premiação singela, mas que vem a calhar com as necessidades da nossa
clientela escolar, que será um kit contendo materiais escolares básicos como, lápis, borracha,
caneta, apontador e máscaras de prevenção ao covid-19.
Notamos que o tutorial, a ajuda que os alunos prestaram uns aos outros e a gincana
aumentaram a participação e a entrega de atividades pelos discentes conforme pode ser
identificado na tabela publicada seguinte endereço eletrônico:
https://pt.slideshare.net/LocimarMassalai/dados-da-participao-dos-alunos-da-eeef-silvio-
micheluzzi-em-tempos-de-pandemia
3. Conclusão
Estamos cientes que a realidade atual provocou que toda a esquipe pedagógica e
professores da escola Sílvio Micheluzzi adotasse novos métodos para que o processo de
ensino e aprendizagem fosse concretizado, e esses foram regidos de acordo com as atuais
propostas educacionais para o momento que vivemos.
O fato de termos abraçado a causa com coragem e alegria, fez com que as experiências
fossem exitosas, apesar do desconcerto inicial. No caminho havia uma pedra, como afirma
Drummond, poeticamente falando. E esta pedra era o desafio de manter os alunos vinculados
com a escola e, aprendendo.
O olhar lançado sobre o protagonismo do aluno procurou assegurar que os mesmos
não perdessem o vínculo não somente entre professores e alunos, mas também que
assegurasse laços afeto e relacionamento entre todos da comunidade escolar, visto que
familiares dos alunos e funcionários da escola apoiaram os estudantes em relação a gincana e
todas sua dinâmica, limitada, claro está, por consequência do período crítico que o país está
passando.
Com o desenrolar da gincana solidária os alunos passaram a questionar nas seguintes
questões, por exemplo: tempo e modo de entregar as atividades, de desenvolver as atividades.
mais interesse para entender o conteúdo, a fim de retransmitir o compreendido para os seus
colegas, o que demonstrou a relevância da interação entre alunos nos grupos de WhatsApp, na
Classroom e na gincana virtual onde conseguiram discutir com mais assiduidade sobre o
conteúdo e passaram a trocar mais ideias entre si.
Outro ponto positivo está no uso do Google Sala de Aula, onde podemos perceber que
alguns alunos que entregavam arquivos vazios e a partir do uso do tutorial disponibilizado
pelo filho da professora, esses passaram a anexar o arquivo corretamente.
Um ponto que nos desafiou muito foi a indisponibilização do e-mail institucional
logo no início da quarentena. Em nosso ponto de vista este desafio também nos fez crescer
porque aprendemos a lidar de forma unida e coesa com o “inesperado”.
O acesso e a inserção dos estudantes no ambiente de aprendizagem virtual tardiamente
também foi outra dificuldade e muitos deles ainda estão se adaptando ao uso dessa
ferramenta.
Contudo consideramos que são perceptíveis os benefícios das ações da comunidade
escolar, que foram aqui mencionadas para a aprendizagem de alunos e professores. Todos
aprendendo e ensinando juntos num processo de interação dialógico.
Diante dessas ações acreditamos que, com as metodologias adotadas, todos nossos
discentes irão gradativamente se familiarizar com o AVA e estarão mais conscientes quanto
ao propósito da EAD na formação de sujeitos autônomos, solidários, dinâmicos e
comprometidos com o aprendizado para a vida. Tal assertiva nos consola pois todos eles têm
direito ao acesso ao conhecimento cultural acumulado ao longo da história da humanidade
conforme preconizam os autores da pedagogia histórico-social.
Acima de tudo nos fica como lição que a experiência de trabalho em parceria e o fazer
coletivo entre equipe gestora, professores, outros profissionais que trabalham na escola é o
caminho para uma educação humanizadora e integral.
Seguimos cientes que temos, todavia, um longo desafio pela frente. No entanto no
nosso horizonte maior está também o compromisso que temos com nossos alunos não apenas
na socialização do conhecimento, mas também em sermos portadores de alegria, fé e
esperança em dias melhores. Juntos somos fortes, juntos já somos vencedores. Chegar até
aqui com todas as conquistas que tivemos, já é uma vitória.
Referências
SARAMAGO, J. A viagem do elefante. 1ªed. São Paulo: Companhia das letras, 2008
https://classroom.google.com/c/Nzg4NTgxNDQxMDJa4
2
Turmas do 7º “A e 7º “B”
3
Turma do 8º “A”
4
Turma do 9º “A”