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As contribuições para a segurança social

Nos termos do artigo 77.º da Constituição da República de Angola (CRA), “o Estado promove e
garante as medidas necessárias para assegurar a todos … o direito à assistência na infância, na
maternidade, na invalidez, na deficiência, na velhice e em qualquer situação de incapacidade
para o trabalho…”

O desenvolvimento económico sustentável de qualquer comunidade organizada deve


combinar-se estritamente com o desenvolvimento social, estimulante para todos os seus
membros.

O sistema de protecção social representa um instrumento de adequação e concretização do


ideal de redistribuição dos rendimentos, da redução da fome e da pobreza, sendo igualmente
um factor de estímulo ao desenvolvimento económico.

A protecção social, nos termos da lei de bases da protecção social, tem como objectivos:
atenuar os efeitos da redução dos rendimentos dos trabalhadores nas situações de falta ou
diminuição da capacidade de trabalho, na maternidade, no desemprego e na velhice e garantir
a sobrevivência dos seus familiares, em caso de morte; compensar o aumento dos encargos
inerentes às situações familiares de especial fragilidade ou dependência; assegurar meios de
subsistência à população residente carenciada, na medida do desenvolvimento económico e
social do país e promover, conjuntamente com o indivíduos e as famílias, a sua inserção na
comunidade, na plena garantia de uma cidadania responsável.

Regime Contributivo:

Para os trabalhadores por conta de outrem, a taxa de contribuição está dividida entre 8% para
a entidade empregadora e 3% para o trabalhador. Os trabalhadores por conta própria são
responsáveis pela sua inscrição e devem escolher o regime da sua preferência dentre dois
tipos, alargado e normal. A inscrição é obrigatória para todos. No caso dos trabalhadores por
conta de outrem, o processo de inscrição é de responsabilidade da entidade empregadora.

Financiamento da Proteção Social

Além dos componentes petrolíferos, o orçamento inclui: bens não petrolíferos, receita fiscal,
contribuições feitas por entidades empregadoras e trabalhadores para a segurança social, e
doações através da assistência oficial ao desenvolvimento, correspondendo aos investimentos
estrangeiros e instituições financeiras internacionais. Os dados do Orçamento Geral do Estado
(OGE) de 2016 revelam que no período de 2010 a 2014, alocou-se cerca de 27% do orçamento
total para proteção social. Se incluídos os gastos com a habitação, a média sobe para 34%.
Apesar dos dados demonstrarem que a alocação de recursos para a proteção social é parte
significativa do orçamento público de Angola, a UNICEF alerta para o fato de que não é
possível avaliar a distribuição de recursos entre regimes de contribuição, faltando dados de
categorias específicas referentes à proteção social de base e à complementar.

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