Você está na página 1de 12

Momento BVD 19

Gratidão | Caderno BVD • BS • Ed. 2558 • 19/08/2021 • ()

BS

CADERNO BVD

Momento BVD 19 Gratidão


A presente série, “Momento BVD (Budismo na Vida Diária)”, trata de temas do
cotidiano com base nos ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin de
forma sucinta. Apresenta, sempre, trechos dos escritos de Nichiren Daishonin
acompanhados de explanações e orientações do presidente da SGI, Dr. Daisaku
Ikeda. Essas matérias poderão ser utilizadas em diversas atividades da
organização, em especial, nas reuniões de palestra. Naturalmente, uma
pesquisa mais aprofundada poderá ser desenvolvida a partir de matérias
publicadas nos diversos periódicos e livros da BSGI. Em particular, na Biblioteca
de Materiais de Referência do DEB, poderão ser encontradas matérias
correspondentes a cada tema na forma de explanações completas e trechos do
romance Nova Revolução Humana.

Momento BVD 19:

Gratidão

Introdução

Sem dúvida, a gratidão é um dos sentimentos humanos mais nobres e, ao


mesmo tempo, imprescindíveis. Embora seja natural o desejo das pessoas de
retribuir a gratidão, nem sempre o modo de fazê-lo é fácil e evidente.

Com base nos sutras budistas, Nichiren Daishonin identifica em seus escritos
quais as principais dívidas de gratidão que as pessoas têm como seres
humanos: com os pais, o mestre, os três tesouros do budismo e todos os seres
vivos. Além disso, Daishonin esclarece que a forma de saldar essas dívidas de
gratidão é fundamentalmente por meio de ações para conduzi-las ao estado de
buda. Em suma, o ato de propagar a Lei Mística em benefício da humanidade é
o caminho para quitar a dívida de gratidão com todas as pessoas.

 
Explanação do presidente da SGI

Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, comentou certa
vez:

Nem é preciso dizer que a imensurável dívida de gratidão que tenho com
Makiguchi sensei me capacita a liderar o kosen-rufu hoje. Como discípulo e
alguém que o respeita como pai, estou determinado a guardá-lo em meu
coração e saldar minha dívida de gratidão com ele por toda a vida, não, por toda
a eternidade.

Toda sensei se ergueu sozinho em meio às ruínas do Japão pós-guerra e iniciou


a reconstrução da Soka Gakkai. Em seu coração ardia a determinação indômita
de saldar a dívida de gratidão com Makiguchi sensei, presidente fundador da
organização, e de realizar o kosen-rufu sem falta. Movido pelo desejo de
eliminar a miséria da face da Terra, seguiu em frente com o intuito de
concretizar o extraordinário empreendimento da sua vida de a Soka Gakkai
realizar a propagação do budismo para 750 mil famílias.

O caminho de mestre e discípulo é o caminho de quitar as dívidas de gratidão.


Eu me devotei a apoiar Toda sensei, que me ensinou o nobre modo de vida
dedicado à propagação da Lei Mística. No árduo período de recessão
econômica depois da Segunda Guerra Mundial, os negócios dele enfrentaram
sérios problemas financeiros. Enquanto os outros funcionários o abandonaram
um após o outro, permaneci sozinho ao seu lado, apoiando-o e fiz tudo para
auxiliá-lo. Era uma forma de saldar minha dívida de gratidão com ele.

 
O caminho da sincera devoção a ser trilhado como ser humano

Em dezembro de 1950, depois de percorrermos a cidade de Omiya, província de


Saitama, na esperança de manter seus negócios em atividade, meu mestre e eu
caminhávamos à margem de um rio. Era uma linda noite estrelada.
Cantarolei uma melodia [que se tornara] popular no obscuro período pós-guerra,
alterando a letra de “No fluxo das estrelas (...), quem me transformou nesse tipo
de mulher?” para “No fluxo das estrelas (...), quem me transformou nesse tipo
de homem?”. Toda sensei, que caminhava ao meu lado, virou-se para mim e
disse sorrindo: “Fui eu!”. Meu coração se aqueceu com aquela alegre
observação do meu mestre.

Jamais me esquecerei do juramento que selei, na ocasião, de avançar


eternamente ao seu lado. Decidi que, apesar de as empresas dele enfrentarem
uma série de dificuldades, lutaria com espírito invencível por toda a vida como
seu discípulo, não obstante a situação, e alcançaria a vitória infalivelmente.

Alguns anos mais tarde, com a fotografia do meu mestre no bolso interno do
paletó, parti para cumprir o sonho dele de concretizar o kosen-rufu da Ásia e do
mundo. Estou sempre junto dele. Até hoje continuo pondo em prática seus
ensinamentos e suas orientações, e converso com ele em meu coração todos
os dias.

Saldar a dívida de gratidão é o caminho da sincera devoção a ser trilhado como


ser humano. A vida de Nichiren Daishonin é marcada pelo compromisso
inabalável de saldar suas dívidas de gratidão.

 
Trecho do Escrito de Nichiren Daishonin

Saldar as Dívidas de Gratidão

A velha raposa jamais se esquece da colina onde nasceu.1 A tartaruga branca


retribuiu ao ato de bondade de Mao Bao.2 Se mesmo criaturas inferiores têm
essa consciência, os humanos deveriam ter muito mais! Assim, Yu Rang, um
digno homem de épocas passadas, lançou-se contra a própria espada a fim de
saldar a dívida que tinha para com seu senhor Zhi Bo.3 E por razões
semelhantes, o ministro Hong Yan abriu o próprio ventre e nele inseriu o fígado
de seu senhor morto, o duque Yi de Wei.4 Então, o que podemos dizer das
pessoas que estão se devotando ao budismo? Com certeza, elas não devem se
esquecer das dívidas de gratidão que têm para com seus pais, seus mestres e
sua nação.
No entanto, se uma pessoa tem a intenção de saldar essas grandes dívidas de
gratidão, ela somente conseguirá fazer isso se compreender profundamente o
budismo e, assim, tornar-se uma pessoa de sabedoria. (CEND, v. I, p. 722)

Resumo e Cenário Histórico

Saldar as Dívidas de Gratidão é um dos cinco escritos mais importantes de


Nichiren Daishonin, datado do vigésimo primeiro dia do sétimo mês de 1276,
pouco mais de dois anos após ele ter se estabelecido em Minobu. O que
impulsionou Nichiren Daishonin a escrever esse tratado foi a notícia da morte
de Dozen-bo, um sacerdote do templo Seicho-ji, na província de Awa, que havia
sido o mestre de Daishonin quando este ingressou no templo, aos doze anos de
idade.

Nichiren Daishonin escreveu esta carta para expressar sua gratidão a Dozen-bo
e a enviou a Joken-bo e a Gijo-bo, sacerdotes seniores na época em que ele
ingressou no templo, os quais, mais tarde, se tornaram seguidores dele.

Nesse trecho inicial do escrito, Daishonin menciona a necessidade de saldar a


dívida de gratidão que se tem com os pais, o mestre, os três tesouros do
budismo [o Buda, a Lei e a Ordem budista] e o soberano. Ensina a importância
de saldar as dívidas de gratidão considerando este o comportamento primordial
de um ser humano. Dessas quatro dívidas de gratidão, Daishonin enfatiza a que
se tem com o mestre. Em seguida, afirma que, para saldá-la, se deve dominar a
verdade do budismo e atingir a iluminação. Para isso, a pessoa deve dedicar a
vida à prática budista com uma fé inabalável. Além disso, o ensinamento deve
ser o correto.

 
Tratado em tributo à memória do mestre

Dozen-bo5 foi o mestre de Nichiren Daishonin na infância, durante o período em


que Daishonin estudou no templo Seicho-ji, na província de Awa (região sul da
atual província de Chiba). Entre os discípulos de Dozen-bo próximos a Daishonin
naquele tempo estavam Joken-bo e Gijo-bo,6 que eram seus veteranos.
No sexto mês de 1276, Nichiren Daishonin soube da morte de Dozen-bo, e um
mês depois escreveu Saldar as Dívidas de Gratidão para louvar a memória do
seu falecido mestre e quitar sua dívida de gratidão com ele.

Na carta de apresentação desse escrito, Daishonin solicita que o tratado seja


lido em voz alta diante do túmulo de Dozen-bo:

Portanto, peço que apenas os dois — o senhor [Joken-bo] e Gijo-bo — façam


com que essa leitura seja feita no pico de Kasagamori [um arvoredo numa
colina do terreno do templo Seicho-ji], em voz alta e duas ou três vezes, e que o
leitor seja o sacerdote portador desta carta. Por favor, assegurem-se de que ele
também leia uma vez diante da sepultura de Dozen-bo. (CEND, v. I, p. 771)

 
A busca pelo caminho e a propagação do budismo para saldar a dívida de gratidão com o
mestre

Em Saldar as Dívidas de Gratidão, Nichiren Daishonin descreve sua vida, voltada


para buscar o caminho e propagar o budismo para quitar a dívida de gratidão
com seu mestre. Também foi uma vida dedicada à luta para “refutar o errôneo e
revelar a verdade” a fim de conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à
iluminação.

Ele acrescenta: “No tratado que acompanha esta carta, escrevi sobre questões
de extrema importância” (CEND, v. I, p. 771), referindo-se ao fato de ter revelado
o Nam-myoho-renge-kyo das “três grandes leis secretas”,7 abrindo o caminho
para assegurar um futuro radiante para toda a humanidade.

No início desse tratado, ele apresenta o exemplo da velha raposa e da tartaruga


branca para demonstrar que até os animais quitam suas dívidas de gratidão,
salientando que tal postura é ainda mais importante no caso dos seres
humanos. Em seguida, cita o exemplo de Yu Rang e Hong Yan, afirmando que,
uma vez que até os homens dignos da antiguidade mantinham a conduta de
serem gratos, os discípulos do Buda não deveriam se esquecer da sua dívida de
gratidão com os pais, os mestres, o país e a sociedade.

De que maneira os budistas podem saldar suas dívidas de gratidão? Daishonin


nos mostra que podemos fazê-lo estudando e obtendo profunda compreensão
dos ensinamentos do budismo, tornando-nos assim pessoas dotadas de
genuína sabedoria e nos empenhando para guiar aqueles com quem temos
dívida de gratidão.

 
“Reconhecer o que fizeram por nós”

Façamos uma pausa para considerar o significado de saldar dívidas de


gratidão.

Esse ato está profundamente arraigado na natureza humana,


independentemente da época ou do lugar, e faz parte da vida, assim como
demonstram os contos e as histórias citados por Nichiren Daishonin no tratado.

No Japão atual, a expressão “saldar dívidas de gratidão” muitas vezes é


associada com relações hierárquicas do período feudal, mas isso, na realidade,
constitui apenas um pequeno aspecto desse conceito.

Acredita-se que os ideogramas chineses que os sutras usavam em “saldar


dívidas de gratidão” (ho’on, em japonês; bao en, em chinês) são uma tradução da
expressão sânscrita krita-jna, que literalmente significa “reconhecer (jna) aquilo
que fizeram em benefício da pessoa (krita)”.

Reconhecendo que a nossa existência no presente momento se deve ao auxílio


e ao apoio de muita gente, devemos agora trabalhar em prol das pessoas,
manifestando gratidão. Esse ato significa “reconhecer” e “quitar” a dívida de
gratidão.

Saldar dívidas de gratidão é prova da nossa natureza humana. No budismo, isso


não se limita àquilo que se deve a um grupo específico de pessoas, como os
pais ou o governante do país. Uma vida de profunda e genuína gratidão
reconhece naturalmente sua dívida de gratidão com todos os seres vivos.
Como quitamos nossa dívida de gratidão com todos os seres vivos? Daishonin
nos ensina que nesse esforço também é importante “compreender
profundamente o budismo” (cf. CEND, v. I, p. 722).

O trecho que estamos estudando neste ensejo é seguido pelas palavras “Será
que um navio conduzido por alguém que não sabe nem dizer qual é a direção do
vento poderá levar mercadores viajantes até as montanhas que abrigam
tesouros?” (CEND, v. I, p. 722). Isso quer dizer que a menos que conquistemos
verdadeira sabedoria por meio da prática do budismo não seremos capazes de
conduzir os outros à verdade. No budismo, saldar dívidas de gratidão denota
desenvolver em nós mesmos ampla condição de vida, para assim transmitir
nosso reconhecimento aos outros e reconhecer, num âmbito profundo, o que
fizeram por nós.

No Budismo Nichiren, quitar dívidas de gratidão significa empreender ações,


levantando-se com o juramento seigan de conduzir as pessoas à felicidade. O
escrito Saldar as Dívidas de Gratidão nos ensina isso registrando os grandiosos
esforços e a luta pessoal de Daishonin por esse propósito.

Trechos do romance Nova Revolução Humana

NRH, cap. “Novo Século”, v. 22, p. 79

O budismo também ensina sobre gratidão. No budismo, gratidão não é algo que
reforça as relações hierárquicas da sociedade. Em vez disso, ele fala da
gratidão por todos os seres vivos, preconiza que estimula a pessoa a estar
aberta para sociedade, aceitar os outros e cultivar o espírito de confiança
mútua.

Shin’ichi Yamamoto indagou a Matsushita qual era sua visão sobre gratidão. O
empresário atribuiu grande relevância a essa virtude, declarando que gratidão e
reconhecimento eram a base de sua convicção e de sua vida, e também um dos
princípios fundamentais aos negócios que ele compartilhava com seus
funcionários.

“O espírito de gratidão”, escreveu, “transmite imensa alegria e vitalidade ao


nosso coração e, enquanto tivermos noção clara disso, ele atuará como fonte
que nos permitirá ultrapassar todas as formas de adversidade e ensejar a
verdadeira felicidade. A gratidão enriquece a vida numa magnitude
incomparável”.

Os comentários de Matsushita sobre o assunto causaram forte impressão em


Shin’ichi.

Matsushita continuou expondo seu ponto de vista, afirmando que gratidão é um


tesouro interior inestimável, que pode se alastrar infinitamente e produzir algo
muito valioso. Conforme indica a expressão japonesa “como uma moeda de
ouro para um gato”, até algo tão precioso como o ouro é inútil para alguém que
não reconhece seu valor. No entanto, o espírito de gratidão tem exatamente o
efeito oposto. Possibilita que a pessoa reconheça o valor até mesmo de uma
moedinha de ferro. A gratidão tem o poder de transformar ferro em ouro. E
aqueles imbuídos desse espírito de gratidão naturalmente procuram retribuir à
moedinha de ferro com algo tão precioso como uma moeda de ouro. Se todos
pensassem assim, conjecturou Matsushita, o mundo se tornaria mais rico, tanto
espiritual como materialmente.

Obviamente, jamais se deve exigir ou obrigar que as pessoas reconheçam ou se


esforcem para saldar suas dívidas de gratidão, acrescentou ele. Em vez disso,
sugeriu Matsushita, seria melhor tentar estimulá-las a compreender a
importância da gratidão e nos empenharmos para difundir esse valor na
sociedade, facultando, ao mesmo tempo, total liberdade de escolha às pessoas.

“Assim como damos grande ênfase à educação acústica par cultivar a


sensibilidade estética das pessoas, necessitamos de uma educação moderna
que ensine sobre valor, para cultivar a sensibilidade moral das pessoas,
especialmente o senso de gratidão”, concluiu Matsushita.

Ao praticar e propagar amplamente o Budismo Nichiren, que ensina o caminho


da gratidão e do apreço, bem como a importância da gratidão aos pais e a
todos os seres vivos, a Soka Gakkai vem implementando exatamente esse tipo
de educação.

NRH, cap. “Luta Conjunta”, v. 25, p. 124


Em seguida, Shin’ichi se dirigiu aos membros da época pioneira da Campanha
de Yamaguchi.

— Aqueles que tinham 40 ou 50 anos naquele tempo agora estão na faixa dos
60 ou 70 anos, período para dar os retoques finais na vida. Portanto, gostaria de
discorrer brevemente sobre esse significado. Como disse antes, o primeiro
ponto é possuir espírito de gratidão e dedicar-se ao kosen-rufu enquanto viver,
continuando, ao mesmo tempo, a fortalecer sua fé. Embora sua posição de
liderança possa ter mudado, nunca deve inferir que tenha se aposentado ou
obtido o diploma de formatura na fé. Ainda estão no campo de batalha, mas
com uma função diferente. Do contrário, tudo o que prometeram, determinaram
e disseram aos outros até agora de nada adiantará. Se os mais novos na prática
virem que desistiram, vão se sentir desanimados e abatidos, e isso poderá fazê-
los perder a fé no budismo. Como afirma Nichiren Daishonin: “Aceitar é fácil;
manter é difícil. Porém, para se atingir o estado de buda é necessário manter a
fé” (CEND. v. I, p. 492). Certifiquemo-nos de manter a chama da fé intensamente
até o fim.

NRH, cap. “Fortaleza de Pessoas Capazes”, v. 25, p. 286-287

Se adotarem a postura de que a oposição do seu pai à prática budista de vocês


e a fuga dele deixando-os com todas as dívidas estão contribuindo para torná-
los pessoas de forte fé e notável caráter, então, de maneira diferente, ele está
agindo como um buda para vocês. De nada adianta odiar seu pai. Em vez disso,
o que devem fazer é recitar Nam-myoho-renge-kyo com espírito de gratidão a
ele, empenhar-se ao máximo e encontrar uma saída positiva para a situação.

Daishonin escreveu: “Elas não devem se esquecer das dívidas de gratidão que
têm para com seus pais, seus mestres e sua nação” (CEND, v. I, p. 722).

Praticantes budistas genuínos são aqueles capazes de expressar gratidão às


outras pessoas. Se agirem com gratidão em tudo o que fizerem, cultivarão seu
coração e mente e terão uma vida de grande riqueza espiritual.

NRH, cap. “Avanço Intrépido”, v. 26, p. 305


Shin’ichi abriu seu discurso falando sobre a gratidão na prática da fé:

— O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer: “Aqueles


que sempre são gratos ao Gohonzon desfrutarão prosperidade e boa sorte cada
vez maiores”. Aqueles que perdem o senso de gratidão constatam que sua boa
sorte começa a se apagar. “Sempre fui protegido. Tudo é graças ao Gohonzon”.
Desse espírito de gratidão nasce alegria, coragem e esperança. A gratidão
enriquece nosso coração. Por outro lado, se estivermos sempre insatisfeitos e
descontentes, empobreceremos nosso próprio coração. Participando das
atividades cotidianas da Soka Gakkai com espírito de gratidão ao Gohonzon,
podemos transformar nossa condição de vida. Oferecimentos são uma forma
de manifestar nossa gratidão ao Gohonzon e ao Buda. Tradicionalmente no
budismo há dois tipos de oferecimento: (1) oferecimentos materiais, como
alimento, roupas, e outros bens; e (2) oferecimentos da Lei, tais como prestar
reverência ao Buda, louvá-lo e honrá-lo. Propagar o budismo e incentivar os
companheiros da organização incidem na categoria dos oferecimentos à Lei.
Mesmo que não seja evidente de imediato, ao participarmos das atividades da
Soka Gakkai e realizarmos com alegria esses oferecimentos à Lei, estaremos
acumulando boa sorte gradativamente. Com o tempo, ela se manifestará como
um grande benefício. Isso se chama benefício inconspícuo. Por meio desse
processo, podemos construir uma base inabalável para nossa vida e consolidar
um estado de felicidade absoluta.

Material de apoio:

Leia mais:

Biblioteca de Materiais de Referência: Tema de Estudo 17 — Gratidão .

Notas:

1. Essa passagem aparece nos “Nove Trechos” das Elegias de Chu e em outras
obras chinesas. Um comentário sobre as Elegias de Chu, por Zhu Xi, da dinastia
Song, afirma: “A velha raposa quando morre, volta a cabeça para a colina. Isso
porque ela jamais se esquece do local onde nasceu” (CEND, v. I, p. 773).
2. Essa história consta da Coletânea de Histórias e Poemas. Quando o jovem
Mao Bao, que mais tarde se tornou general da dinastia Jin, caminhava ao longo
do rio Yang-tsé, ele viu um pescador se preparando para matar a tartaruga que
havia pescado. Sentindo pena dela, Mao Bao ofereceu a própria roupa ao
pescador em troca da vida da tartaruga e a salvou. Tempos depois, quando
estava sendo perseguido por seus inimigos, Mao Bao foi parar na beira do rio
Yang-tsé. A tartaruga que ele salvara quando jovem apareceu e o carregou até a
outra margem.

3. De acordo com os Registros do Historiador, Yu Rang de Jin serviu, primeiro, às


famílias Fan e Zhonghang, porém não obteve nenhuma posição importante.
Mais tarde, Yu Rang serviu a Zhi Bo, que lhe proporcionou grande favores. Mas
logo Zhi Bo foi morto por Xiangzi, senhor feudal de Zhao. A fim de vingar seu
senhor, Yu Rang se disfarçou de alguém com hanseníase, cobrindo seu corpo
com laca, e bebeu lixívia para perder a voz. Assim, tentou se aproximar de
Xiangzi. No entanto, sua tentativa de assassinato falhou e ele foi pego. Xiangzi,
compreendendo o sentimento de lealdade de Yu Rang, ofereceu-lhe o próprio
traje. Mas Yu Rang golpeou o traje três vezes com a espada, demonstrando
inimizade com o homem que havia assassinado seu senhor e, em seguida, usou
a espada contra si próprio.

4. Essa história aparece em Registros do Historiador. Enquanto Hong Yan estava


viajando, os inimigos atacaram o estado de Wei e assassinaram o senhor feudal
de Hong Yan, o duque de Yi, e devoraram o corpo dele, deixando apenas o
fígado intacto, e partiram. Quando Hong Yan retornou e viu a cena trágica, caiu
em prantos. Então, ele abriu o próprio ventre e inseriu o fígado de seu senhor
feudal a fim de salvá-lo da desonra, e assim morreu.

5. Dozen-bo (m. 1276): Sacerdote do templo Seicho-ji, na província de Awa,


Japão, com quem Nichiren Daishonin iniciou seus estudos budistas a partir dos
12 anos. Quando Daishonin declarou seu ensinamento pela primeira vez em
Seicho-ji em 1253, sua refutação dos ensinamentos da Terra Pura (Nembutsu)
enfureceu Tojo Kagenobu, administrador da área e fervoroso seguidor dessa
escola, que lhe ordenou a prisão. Na ocasião, Dozen-bo ajudou Daishonin a
escapar secretamente. No entanto, temia se opor a Kagenobu e, por essa razão,
nunca conseguiu tomar coragem para se converter ao ensinamento de Nichiren
Daishonin. Depois da Perseguição de Komatsubara em 1264, Dozen-bo visitou
Daishonin e, na oportunidade, indagou se seria possível para ele atingir o estado
de buda. Em resposta, Daishonin refutou os ensinamentos da Nembutsu, que
Dozen-bo seguia, e o encorajou a se devotar ao ensinamento do Sutra do Lótus.
Ao que parece, Dozen-bo desenvolveu certo grau de fé a partir de então, mas
morreu sem se converter oficialmente.

6. Joken-bo e Gijo-bo: Sacerdotes do templo Seicho-ji que, como discípulos de


Dozen-bo, apoiaram Daishonin durante o período inicial de seus estudos.
Quando Nichiren Daishonin anunciou o estabelecimento do seu ensinamento
em Seicho-ji, em 1253, eles o ajudaram a escapar quando a vida dele esteve
ameaçada pelo administrador local, Tojo Kagenobu, que ficou furioso por ele ter
denunciado os ensinamentos da Terra Pura. Posteriormente, tornaram-se
seguidores de Daishonin e receberam vários de seus escritos.

7. “Três grandes leis secretas”: Princípio essencial do Budismo de Nichiren


Daishonin: (1) o objeto de devoção do ensinamento essencial; (2) a recitação ou
o daimoku do Nam-myoho-renge-kyo; e (3) o santuário ou o local em que se
recita o daimoku diante do objeto de devoção. A Lei do Nam-myoho-renge-kyo
engloba todos os três.

Você também pode gostar