Brasil Seikyo - Edição 2657 - 27/04/2024 - pág.
03 - Guia para a vitória
Brasil Seikyo - Guia para a vitória
Relação de mestre e discípulo
“A alegria de encontrar uma pessoa rara de
grande caráter, alguém que nos desperta
para aquilo que buscamos nas
profundezas do nosso ser — isso é a
relação de mestre e discípulo. O
ensinamento do budismo é transmitido por
meio dessa relação, ou seja, desse laço
humano.”
Com essas palavras, o presidente Ikeda
nos apresenta uma definição direta e
sucinta da relação de mestre e discípulo e
esclarece sua importância, tema da
matéria deste mês.
O budismo é a religião da relação de
mestre e discípulo
A relação de mestre e discípulo é o núcleo
do budismo. Ao explicar isso, Ikeda sensei
afirma:
Buda é um ser humano que despertou, da
mesma forma que as demais pessoas. A
primeira pessoa a despertar para a Lei (o
Buda) a ensina para as outras pessoas,
elevando a condição de vida delas. Nesse
aspecto, a verdadeira relação entre o Buda
e as pessoas comuns não é aquela
existente entre um deus e os seres
humanos, mas uma relação entre mestre e
discípulo.
Elevar a condição de vida dos discípulos
ao mesmo nível da vida do Buda, em
unicidade, é o propósito do budismo e o
tema mais importante do Sutra do Lótus.
Isso se refere a nada mais nada menos que
o caminho de mestre e discípulo, à
unicidade de mestre e discípulo.
A chave para superar qualquer obstáculo
No escrito A Estratégia do Sutra do Lótus,
Daishonin diz a seu discípulo Shijo Kingo:
Por mais fervorosamente que Nichiren ore
pelo senhor, se o senhor próprio não tiver
fé, será como tentar acender um pavio
molhado. Empenhe-se em fortalecer o
poder de sua fé. (CEND, v. II, p. 267)
Ikeda sensei explica:
Esse trecho ensina que a oração baseada
na unicidade de mestre e discípulo
representa a essência da fé para a vitória
absoluta.
[No trecho anterior], Daishonin expressa: “O
que importa é o coração” (CEND, v. II, p.
267). O “coração” a que ele se refere nessa
passagem, que os membros do mundo
todo gravaram nas profundezas de sua
vida, é “o coração da unicidade de mestre
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 Brasil Seikyo - Edição 2657 - 27/04/2024 - pág. 03 - Guia para a vitória
e discípulo”.
Orar de forma sincera e persistente, com
base no espírito de unicidade de mestre e
discípulo, é o segredo da fé que nos
capacita a superar quaisquer adversidades
e sofrimentos.
Uma transformação fundamental
Ao cultivarmos o coração da unicidade de
mestre e discípulo em nossa vida, somos
capazes de compreender o coração do
mestre, que jurou concretizar o juramento
pelo kosen-rufu. Nas palavras de Ikeda
sensei:
Nossas orações, que inicialmente se
concentravam somente em nós próprios,
evoluem para orações imbuídas do
mesmo juramento do mestre. Isso
representa uma mudança drástica, de
discípulos que são protegidos pelo mestre
para discípulos que se empenham
ativamente junto com o mestre. Difere
muito da religião que busca salvação a
partir de um ser absoluto transcendental.
O discípulo mantém vivo o legado do
mestre
A relação de mestre e discípulo se
estabelece totalmente quando o discípulo,
compreendendo com sua vida o desejo do
mestre, toma para si a missão do mestre e
se coloca em ação, ajudando a abrir
caminho para outras pessoas trilharem a
mesma jornada. O presidente Ikeda diz:
O princípio fundamental do budismo
consiste em se tornar uma pessoa de ação
compassiva, devotada a ajudar as demais
pessoas a alcançar a felicidade. O caminho
de mestre e discípulo permite ao discípulo
herdar e levar avante o espírito e os
esforços do mestre para construir uma
rede de indivíduos despertos.
Retomando:
O budismo é a religião de mestre e
discípulo porque não existe uma
diferenciação entre o Buda e as demais
pessoas. Aquele que desperta para a Lei (o
mestre) a ensina aos demais (os
discípulos), que, tornando-se iguais ao
mestre, possibilitam que outros aprendam
sobre a Lei. Assim, é por meio da relação
de mestre e discípulo que o budismo se
mantém vivo ao longo dos séculos.
Nota:
As citações foram extraídas do artigo A
religião de mestre e discípulo — vamos
juntos conquistar a vitória e trilhar o
grandioso caminho para a felicidade!
(Terceira Civilização, ed. 637, set. 2021, p.
50-65), de Daisaku Ikeda.
Ilustração: Getty Images
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