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Geometria de Massas
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LABORATÓRIO DE FÍSICA I
7ª EXPERIÊNCIA
Aluno :_____________________________________
Aluno :_____________________________________
Aluno :_____________________________________
Aluno :_____________________________________
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Física Mecânica Pág. 2
Geometria de Massas
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Introdução
O capítulo de matéria que tem por título Geometria de Massas é habitualmente incluído na
Estática, embora o seu conteúdo aborde essencialmente questões de natureza geométrica e
outras relacionadas com a Dinâmica.
Os objectos da Geometria de Massas são os corpos sólidos, as superfícies e as linhas. No caso
dos sólidos eles podem ser encarados somente sob o ponto de vista geométrico ou também
considerando a sua massa.
Os conceitos básicos associados às figuras geométricas que aqui vão ser introduzidos são:
A extensão (volume, área, comprimento):
O centróide, ou centro geométrico, e os momentos estáticos;
Os momentos de inércia, produto de inércia e raios de giração.
No caso do corpo ser homogéneo, isto é, se for constante em todos os pontos do corpo,
então verifica-se,
M V
V dV em que dV r 2 dz
V
dV
sendo r=r(z) uma função linear de z que deve satisfazer as h
seguintes condições: dz
z 0 z h
; , z
r R r 0
R z z=0
portanto, r R z R (1 ) .
h h r
R
Física Mecânica Pág. 3
Geometria de Massas
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Substituindo esta expressão de r na expressão de dV acima e desenvolvendo o integral,
obtém-se sucessivamente,
h z h 2z z 2 2h 2 h3
V 0 R 2 (1 ) 2 dz R 2 0 (1 2 ) dz R 2 (h 2)
h h h 2h 3h
1
ou, finalmente: V R 2h ,
3
isto é, o volume de um cone é igual a 1/3 da área da base vezes a sua altura, fórmula esta que
pode ser encontrada facilmente em qualquer formulário de geometria.
x dV x V , y dV y V , z dV z V
V V V
R h2 2
z dV z V
2
V x
Esta propriedade pode ser aplicada quer ao cálculo do volume quer ao cálculo do momento
estático. Por outro lado, se a figura dada é composta por figuras simples relativamente às
quais são conhecidos os seus volumes e as posições dos seus centróides, então o volume total
é V Vi e as coordenadas do seu centróide podem ser determinadas por intermédio das
expressões:
x
Vi xi , y Vi yi , z Vi z i
V V V
devendo notar-se que as coordenadas dos centróides de cada parte, xi , y i , z i , e as
coordenadas do centróide da figura dada, x , y , z , têm que estar referidas ao mesmo sistema
de eixos.
Para exemplificar, calculemos o centróide C do sólido z
R=5
representado em corte na figura ao lado. Ele é
composto por um cubo de 15cm de aresta ao qual foi
subtraído na sua base um cubo de 6cm de aresta e, na 3
face superior, foi acrescentado um cone com 8cm de 8
altura e 5cm de raio da base. As figuras simples estão
referenciadas de 1 a 3. Os centróides estão assinalados C3
pelos pontos C1, C2 e C3. Tendo como origem a base de 1
ambos os cubos, as coordenadas segundo o eixo z dos
centróides das 3 figuras simples são, C
15
8 C1
z1 7,5cm , z 2 3cm e z 3 (15 ) 17cm
4 z 2
e os respectivos volumes são, 6
C2
V1 15 3 3375cm 3 , V2 63 216cm3 e
1 6 [medidas
V3 5 3 8 209,44cm 3 . 15 em cm]
3
Física Mecânica Pág. 6
Geometria de Massas
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Então o volume total é V V1 V2 V3 3375 216 209,44 3368,44cm 3 e a coordenada
z do centróide é, z Vi z i
3375 7,5 216 3 209,44 17
8,38cm .
V 3368,44
C2
C y C
2cm C3 x
20cm O x
Do lado direito mostra-se a divisão da figura dada em três partes simples – todas rectângulos
– tendo sido escolhido, por conveniência, o sistema de eixos xy alinhado com os lados do
rectângulo da base. Os centróides de cada rectângulo estão assinalados pelas letras C 1, C2 e
C3. A obtenção das coordenadas x e y do centróide fica facilitada com a organização dos
cálculos na forma de uma tabela, conforme segue,
largura altura xi yi Ai Ai xi A i yi
Figura
cm cm cm cm cm2 cm3 cm3
1 12,0 1,2 6,0 14,4 14,4 86,4 207,36
2 1,0 11,8 0,5 7,9 11,8 5,9 93,22
3 20,0 2,0 10,0 1,0 40,0 400,0 40,00
somas 66,2 492,3 340,58
A quarta e quinta colunas representam as coordenadas dos centróides de cada figura simples,
a coluna seguinte as áreas, e as duas últimas colunas os momentos estáticos. Note-se que os
momentos estáticos das secções planas têm as dimensões [L 3]. Depois de se terem efectuado
as somas na última linha calculamos:
x
Ai xi
492,3
7,437cm e y
Ai yi
340,58
5,145cm .
Ai 66,2 Ai 66,2
Centróides de Linhas
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Geometria de Massas
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Da mesma forma que se definem centróides de figuras geométricas a três e duas dimensões,
também se definem centróides de linhas (não necessariamente rectas) que se desenvolvem a
uma dimensão.
É óbvio que o centróide de um segmento de linha recta se encontra no ponto médio do
segmento, como também é óbvio que o centróide de uma circunferência se encontra no seu
centro.
y
Mas, a título de exemplo, onde se encontra o
centróide C, de uma semicircunferência1, ver dL d
figura ao lado? Pelas razões que já foram
expostas anteriormente, sendo o eixo y um eixo
de simetria, então o centróide está situado sobre C
esse mesmo eixo. Resta obter a expressão que y
y R
permita determinar a coordenada y do x
centróide. O
Adoptando por analogia a definição das
coordenadas do centróide das figuras sólidas e planas, temos que
y dL
y L
L
sendo L R o comprimento da semicircunferência e y a coordenada do elemento
infinitesimal dL. Para desenvolver o integral do numerador façamos a transformação da
variável de integração L em . Assim, temos que y R sen e dL R d .
Efectuando as substituições e desenvolvendo, temos que,
R sen d
2
R
y 0
cos 0 2 R
R
Teorema de Pappus-Guldin
Há dois teoremas de interesse relevante para o cálculo de áreas laterais e volumes de sólidos
de revolução. Estes devem-se às contribuições de Pappus de Alexandria (séc. IV a.C.) e
Guldin.
1
Não confundir semicircunferência, que é uma linha com um certo comprimento, com semicírculo, que é uma
figura plana com uma certa área.
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Geometria de Massas
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1) Obter uma expressão para calcular a área lateral de
um cone de altura h e raio na base R. eixo de
superfície revolução
cónica
L h2 R2
R linha L/2
r
2 geradora
L
R
AL L 2 r h R 2 , ou
2 2
2 h C
AL R h 2 R 2
L/2
r
Vamos aplicar este 1º teorema aos mesmos dois exemplos anteriores: o cone e a esfera.
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Geometria de Massas
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1) Obter uma expressão para calcular o volume
eixo de
de um cone de altura h e raio na base R. revolução
cone
área
hR
A geradora
2
R
r
3 h
hR R
V A 2 r 2 , ou C
2 3
1
V R2h
3
r
R
2) Obter uma expressão para calcular o volume
de uma esfera de raio R. eixo de
esfera revolução
área
R 2
geradora
A
2
4R
r
3
O C
R 2 4R
V A 2 r 2 , ou
2 3 R
4
V R 3 r
3
r
2
Para desenvolver o integral dV consideremos como
V
cilindro cilindro
maciço oco
h h
R Ri=R
Re=2 R
A condição da massa ser a mesma nos dois cilindros vai determinar a expressão do raio
exterior Re. Assim, ( Re2 R 2 ) h R 2 h o que implica ser Re 2 R .
O momento de inércia do cilindro oco é agora,
2R
4R 4 R 4 3R 4
I z r 2 dV 2 h r 3 dr 2 h h
V R 4 2
M M
mas, como , então pode concluir-se que é,
V R 2 h
3
Iz MR 2
2
expressão esta que nos diz que o momento de inércia deste cilindro oco é o triplo do momento
de inércia do cilindro maciço com a mesma massa.
z
z'
Teorema dos Eixos Paralelos M
Este teorema , também conhecido por Teorema de Steiner,
estipula que o momento de inércia de um corpo relativamente a
um eixo é igual ao momento de inércia relativamente a um eixo C
paralelo que passe pelo centróide do corpo, mais o produto da
sua massa pelo quadrado da distância entre os dois eixos. Em
termos matemáticos o Teorema dos Eixos Paralelos expressa-se
da seguinte forma:
z I z' I z M d 2 d
z'
2 2 2
2 a 2 Ma 2
vem que, I z I z ' M d 2 M a 2 M
3 2 6
A
A
I y x dA - momento de inércia relativamente ao eixo y;
2
y
A
Pode demonstrar-se que, se pelo menos um dos eixos x ou y for um eixo de simetria, então o
produto de inércia I xy é nulo.
Ao analisarmos as expressões de definição verificamos que, enquanto os momentos de inércia
são sempre quantidades positivas, o produto de inércia pode ser tanto positivo como negativo
(ou nulo).
Raios de Giração
Raios de giração de uma secção plana relativamente a eixos ou pontos são definidos pelas
seguintes expressões:
Ix Iy IO
rx , ry , rO
A A A
Resolvendo em ordem aos momentos de inércia relativos a eixos, temos que,
I x A rx2 e I y A ry2
o que dá algum significado geométrico aos raios de giração: são as coordenadas de um ponto
fictício onde, encontra-se nele concentrada toda a área, gera os mesmos momentos de inércia
que a secção dada.
Notemos agora que o conjunto das duas expressões ( I x ' , I x ' y ' ) constituem as equações
paramétricas de uma circunferência – ver figura ao lado
- num sistema de eixos em que as abcissas são os Ixy
momentos de inércia e as ordenadas os produtos de X
inércia. Pode demonstrar-se que tal circunferência é Ixy
R
caracterizada por ter a posição do seu centro no ponto C A Iy B
Ix Iy
de coordenadas I C , 0 sendo I C e o seu raio C I x Ix, Iy
2
2 -Ixy
Ix Iy Y
expresso por R I xy2
2 IC
Isto significa que, para qualquer valor do ângulo , se marcarmos neste sistema de eixos um
ponto de coordenadas ( I x ' , I x ' y ' ) vamos obter sempre um ponto situado sobre a
circunferência. Esta propriedade pode ser demonstrada eliminando nas expressões de I x ' e
I x ' y ' . A construção feita na figura anterior é designada por círculo2 de Mohr.
Ix Iy Ix Iy Ix Iy Ix Iy
I x' cos180º I xy sen180º (1) I y
2 2 2 2
Ix Iy Ix Iy
I x'y' sen2 I xy cos 2 sen180º I xy cos180º I xy
2 2
2
A designação mais apropriada seria circunferência, mas o termo círculo de Mohr generalizou-se a partir da
designação inglesa.
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Geometria de Massas
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Isto significa que quando se passa do eixo x para o eixo y (rotação =90º) o ponto X dá lugar
no círculo de Mohr ao ponto diametralmente oposto Y que tem por coordenadas ( I y , I xy ) .
Os pontos A e B em que a circunferência intersecta o eixo das abcissas tem um interesse
especial: a abcissa do ponto A é o momento de inércia máximo enquanto que a abcissa de B é
o ponto de momento de inércia mínimo. Coincidentemente, nestes dois pontos o produto de
inércia anula-se. Os eixos correspondentes aos pontos A e B são designados por eixos
principais de inércia e os momentos de inércia respectivos por momentos principais de
inércia.
O valor do ângulo que define os eixos principais de inércia, p, pode obter-se igualando a
zero a expressão do produto de inércia. Assim, temos,
Ix Iy
sen2 p I xy cos 2 p 0
2
2 I xy
ou tan 2 p
Ix Iy
o que implica ser 2 p 56,31º ou 2 p 123,69º que, por sua vez dá,
p 28,155º ou p 61,845º .
-60
56,31º X
123,69º
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2
Ix Iy
2
100 180
R I xy2
4
( 60) ou R=72,11 cm .
2
2 2
Então,
I máx 140 72,11 212,11 cm 4
Triângulo
. h
X Y
h
3
A
bh
2
b/2 b/2
y Triângulo Isósceles/Eqüilátero
h bh
h
. X 0 Y
3
A
2
x
b
y Triângulo Retângulo
h
. X
b
3
Y
h
3
A
bh
2
x
b
Círculo
y
D D
X Y A R 2
D . 2 2
x
D
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Geometria de Massas
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Semicírculo
y
. X 0 Y
4R
3
A
R 2
2
x
R
Quarto de Círculo
y
. X
4 R
3
Y
4R
3
A
R 2
4
x
R
Semi-elipse
y
4b ab
b . x
X 0 Y
3
A
2
a Quarto de elipse
y
4a 4b ab
b . x
X
3
Y
3
A
4
a
y Parábola
h
. X 0 Y
3h
5
A
4 ah
3
x
a
h
.
x
a
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Geometria de Massas
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Semiparábola
3a 3h 2 ah
X Y A
8 5 3
3a 3h ah
h Y=kx²
. x
X
4
Y
10
A
3
a
Arco de Parábola do grau n
y
.
Y=kxn n 1 n 1 ah
h X a Y h A
n2 4n 2 n 1
x
a
Setor Circular
y
r
2r sen
X Y 0 A r2
x 3
Centróides de Linhas
Semi-circunferência
y
2r
. X 0 Y
c R
x
R
Quarto de Circunferência
y
. X
2R
Y
2r
c
r
2
x
R
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Arco de circunferência
y
r
r sen
X Y 0 A 2 r
x
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