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Ex.

mo Senhor
Presidente da Autoridade
Nacional de Segurança Rodoviária
Auto de Contra-ordenação nº 917697243
E.A. 220140800

NOME COMPLETO nascido a 1975-01-28, residente em Avenida Lopo Soares de Albergaria


Lote 1, Casal da Choca Porto Salvo, 2740-237 Porto Salvo, titular do CI 107997851ZZ8, arguido
no auto acima referenciado, vem exercer o seu direito de defesa, consagrado nos artigos 50º.
do Decreto-Lei nº. 433/82, de 27 Outubro com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei
nº.244/95, de 14 Setembro e do artigo 175º. nº.2, do Código da Estrada, nos termos e com os
seguintes fundamentos:

O arguido confirma que no dia 2015-06-07 às 15:10, circulava com o veículo automóvel a que o
mesmo auto faz referência, no local aí indicado, tendo momentos depois sido notificado. Ainda
assim, não se conforma que pudesse circular em tão elevado excesso de velocidade e
por conseguinte em violação das disposições previstas no art. 27º, nº3, al. a) do Código
da Estrada, quando foi interceptado pelo radar de controlo de velocidade.

II
Não pode confirmar, com rigor, se circulava à velocidade de que vem acusado, na descrição
sumária do mesmo auto, pois ninguém lhe fez prova de tal facto.

III
Em face da descrição de tão elevada velocidade 168 KM /h, e não se conformando com
valor descrito no auto, o arguido requer desde já, verificação periódica anual do
aparelho, a certificação do operador, número de horas de formação, e extracção de
fotogramas. Solicita-se ainda informação sobre as condições e local de montagem do
aparelho.

IV
A exigência de tais provas tem apenas como objectivo, esclarecer a verdade para que
não persistam dúvidas nem para o arguido nem para o julgador no momento da
elaboração da respectiva decisão. Só assim a justiça poderá cumprir a função de ser
justa, em benefício de todos.

V
É de pasmar, que do auto de contraordenação nada conste como é efectuada a
margem de erro do controlo de velocidade, para se poder atestar da velocidade de
circulação dos veículos automóveis, com toda a fiabilidade. O arguido tem o direito de
saber, de que modo é efectuada a dedução de valores de 168Km/h para “pelo menos
159 Km/h”, para se poder defender na sua plenitude.

VI
Assim, sendo fica demonstrado efectivamente que, a fiabilidade dos aparelhos
utilizados, no controlo de velocidade, não garantem ao julgador, um grau de certeza,
para que se apure a velocidade concreta do veículo do infractor, podendo deste modo
ser imputada, uma contra-ordenação, qualificada como grave ou muito grave ao
arguido, sem a certeza que aos factos praticados corresponda, efectivamente, esse
tipo de contra ordenação.

VII
Pese embora o arguido tenha sido notificado por supostamente circular a uma
velocidade superior à permitida por lei, nas circunstâncias do caso, o signatário não
está convencido que pudesse circular à velocidade que fora descrita no auto, pelo
agente autuante, de168 Km/h, velocidade essa constante no auto.

VIII
Acresce ainda, o facto de o arguido ter necessidade de conduzir diariamente, por
razões da sua vida profissional, constituindo por isso, a carta de condução uma
ferramenta de trabalho imprescindível, para a boa execução das suas funções de
carácter profissional e pessoal e do seu agregado familiar.

IX
Por outro lado os factos têm de ser descritos de forma clara e inequívoca, não sendo
por conseguinte o que se verifica do auto e porque o auto é documento oficial que faz
fé em juízo, daí a obrigatoriedade de o arguido não poder ter qualquer dúvida sobre os
factos de que é acusado sob pena de nulidade do auto, como acontece no caso
vertente.
Por outro lado, tal deficiência constitui uma limitação grave ao exercício dos seus
direitos de audiência e defesa, previstos no Regime geral das Contra-ordenações e art.
32, nº10 da CRP.

Conclusões:
X
Assim, em face do que antecede, afigura-se-nos que, a falta de suporte de provas
legais, relativas à dedução da margem de erro do aparelho utilizado no controlo de
velocidade, constitui um vício de nulidade do auto, devendo o mesmo ser considerado
nulo e de nenhum efeito.

XI
Por último, o arguido não está obrigado a interpretar o art. 147º do CE e dai deduzir
que a sua conduta se subsume numa contra-ordenação muito grave.
Ao arguido deveria ter sido dado a conhecer todos os factos da acusação de forma
clara, completa e inequívoca, e não através de deduções ou remissões, como está
descrito no auto, constituindo tal deficiência uma manifesta ilegalidade, tendo como
consequência a nulidade deste, conforme estabelece o art. 50 e 58º nº1 al. b) ambos
do RGCO, conjugado com o art. 32, nº10 da CRP.

Assim, requer a V. Ex.ª, que por estar em tempo e de harmonia com os requisitos de
forma exigidos, seja dado provimento à presente defesa, e o acolhimento devido às
pretensões apresentadas pelo arguido, como será da mais elementar e Recta Justiça.

O Arguido

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