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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE

DIREITO DA 1ª VARA DA COMARCA DE ITABIRA/MG

CONTESTAÇÃO – AÇÃO DE ALIMENTOS

PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

NOME, já devidamente qualificadonos autos do processo em

epígrafe (via de regra, o demandado já está qualificado. Se houver

necessidade, atualize ou dados do seu cliente), vem

respeitosamente a presença de Vossa Excelência, através de

seu advogado (formalmente constituído), que esta

subscreve, apresentar, tempestivamente, com fulcro no art. 335, do

CPC, CONTESTAÇÃO a AÇÃO DE ALIMENTOS, ajuizada

por REQUERENTE, neste ato representado por seu/sua genitor(a),

o(a) Sr(a). REPRESENTANTE LEGAL, ambo(a)s já devidamente

qualificada(a)s nos autos processuais, conforme fatos e argumentos a

seguir delineados.

I – INICIALMENTE – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, o requerido roga pela concessão da gratuidade da


justiça, nos termos art. 5º, inciso LXXIV, da CF/88 e art. 98

e demais do Código de Processo Civil – CPC/15.

Atualmente, o peticionante labora como autônomo e se sustenta

através de trabalhos eventuais. Trata-se, nitidamente, de pessoa

hipossuficiente, conforme declaração anexa (art. 99, § 3º, do

CPC/15) – fl. XX.

Portanto, roga-se pela concessão da gratuidade da justiça em

todos os seus termos.

II – SÍNTESE DA DEMANDA (Fazer resumo da demanda)

Fazer o resumo da demanda de modo objetivo. Seja claro e sucinto.

É o breve relato.

III – DA CONTESTAÇÃO

III. I – DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS EM PATAMAR RAZOÁVEL

De modo irrazoável, desproporcional e sem fundamento fático para

tanto, a demandante requer a condenação do requerido ao

pagamento de alimentos na monta de XX% (escreva por

extenso) do salário-mínimo vigente, o que equivale, atualmente,

a cerca de R$ XXX,XX (xxxxxxxxxxxxxx).


Infelizmente, o Sr. “XXXXXXX”, ora réu, não possui renda certa, pois

é autônomo e aufere proventos a partir de serviços prestados.

Atualmente, o demandado obtém como renda, em média, R$

XXXXX,XX (xxxxxxxxxxxxx).

Por outro lado, as despesas do réu são de (listar todas as despesas.

Pode ser feita uma tabela para ilustrar):

Vestuário = xxxxxxxx

Aluguem = xxxxxxxx

Alimentação = xxxxxx

Percebe-se, desse modo, que as despesas do réu, bem como a

inconsistência da sua renda, o colocam em uma situação bastante

delicada de insuficiência e imprevisibilidade de recursos.

Por essa razão, roga-se que este juízo fixe os alimentos em

patamar adequado, que respeite os limites da razoabilidade e

proporcionalidade.

É fato que compete ao genitor prover os alimentos aos filhos,

porém, trata-se de dever legal imposto aos pais, e não


apenas ao “pai”. Reza o inciso IV, do art. 1.566, do Código

Civil de 2002 – CC/02, que o dever de sustento compete

a “ambos os cônjuges”, que nesse contexto são os pais do(a)

menor.

A fixação dos alimentos (definitivos ou provisórios) deve

atender a um conhecido binômio difundido no direito civil,

qual seja, a necessidade x possibilidade.

A necessidade diz respeito ao que, de fato, (o)a requerente

precisa. As necessidades financeiras do(a) menor

devem restar devidamente demonstradas e comprovadas nos

autos processuais, não podendo se permitir que pretensões

genéricas embasem a fixação de alimentos (definitivos ou

provisórios) em patamar acima do razoável e, principalmente,

além das capacidades financeiras do réu.

Sobre a possibilidade, esta diz respeito a capacidade

financeira do requerido. Não basta que se peça alimentos,

estes devem ser fixados em patamar que possa ser alcançado

pelo demandado.

Desse modo, a jurisprudência tem se manifestado no sentido

de que os alimentos devem atender a um “ponto de equilíbrio

no binômio necessidade do alimentando e possibilidade do


alimentante” (STJ. AgInt no REsp 1845817/SP, Rel. Ministro

MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/11/2020, DJe

27/11/2020).

Por certo, fixar alimentos em uma monta que dificilmente o

requerido conseguirá adimplir é o mesmo que fazer com este

se submeta a uma situação de constante incerteza e de

provável inadimplência, podendo, inclusive, acarretar em sua

prisão civil.

O fato é que o(a) requerido(a) não possui condições

financeiras suficientes para adimplir os alimentos provisórios

fixados as fl.xxx, isto é, em XXXX% (excreva por extens0).

Desse modo, requer que os alimentos sejam fixados em

patamar razoável. O réu entende que, no momento, o valor

razoável e condizente com sua condição financeira,

corresponde a monta de R$ XXXXX,XX (escreva por extenso), o

que equivale a certa de XX,XX% (escreva por extenso) do

salário-mínimo vigente.

Ante o exposto, requer que os alimentos definitivos sejam

fixados, ao final, em R$ XXXX,XX (escreva por extenso), o que

equivale a monta de XX,XX% (escreva por extenso) do salário-

mínimo vigente, pois é o valor que melhor


se amolda as necessidades do(a) menor e possibilidade

financeira do demandado.

III. II – DA NECESSIDADE DE REDUÇÃO DOS ALIMENTOS

PROVISÓRIOS FIXADOS EM DECISÃO INTERLOCUTÓRIA,

AUSÊNCIA DE PROPORCIONALIDADE:

Nos autos de fls. XX, foram concedidos alimentos provisórios

em XXX% (escreva por extenso). Ocorre, Excelência, que

conforme já debatido acima, o requerido não possui (reforce a

realidade econômica do réu).

Por mais que por força de lei (art. 4º, da Lei 5478/68) o magistrado,

ao despachar a inicial, deva fixar alimentos provisórios, estes devem

ser instituídos em patamar razoável e com base em prova pré-

constituída.

No caso, a parte requerente sequer aponta qual a renda (mesmo que

provável) do requerido, não aponta elementos que indiquem que este

possui condições favoráveis e, principalmente, não aponta quais são

as necessidades reais do(a) menor, se limitando a alegações

genéricas e sem qualquer lastro probatório palpável.

Desse modo, roga-se, desde logo, pela minoração dos

alimentos instituídos provisoriamente nos autos de fls. xxx, para

o quantum de R$ xxxx,xx (xxxxxxxxx), o que equivale a monta de


xx,xx% (escrever por extenso) do salário-mínimo vigente.

IV – RECONVENÇÃO – ART. 343 DO CPC/15.

REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE VISITA – ART. 1.589 DO

CC/02:

Infelizmente, o(a) representante legal do(a) autor(a) não tem

permitido o contato com o(a) genitor(a).

Não é preciso grande esforço para aduzir que a convivência com o

genitor(a) constitui direito tanto do(a) genitor(a) quanto do(a)

menor, a jurisprudência é clara nesse sentido. Vejamos:

“DIREITO DE FAMÍLIA E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE

INSTRUMENTO. REGULAMENTAÇÃO DE VISITA PROVISÓRIA.

ALTERAÇÃO DAS REGRAS PACUTADAS. AUSÊNCIA DE CAUSA GRAVE

QUE JUSTIFIQUE A MUDANÇA. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU

MANTIDA. […] A guarda de filhos deve resguardar o melhor

interesse destes, devendo-se garantir à criança ou ao

adolescente o direito à convivência paterna, por meio de

visitas. […] Agravo de Instrumento conhecido e NÃO PROVIDO.

(TJDFT. Acórdão 1293334, 07178964820208070000, Relator: NÍDIA

CORRÊA LIMA, 8ª Turma Cível, data de julgamento: 15/10/2020,

publicado no DJE: 13/11/2020”. (Negritamos).


Desse modo, pouco importa quem possui a guarda de fato e

de direito do(a) menor, o direito de visitas, bem como o

direito de convivência, devem ser resguardados.

O direito de visitas está disposto no art. 1.589, do Código Civil

de 2002. Vejamos:

“Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos,

poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar

com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua

manutenção e educação.”

Portanto, inexistindo motivo justo para que o(a) requerido(a)

seja privado(a) da convivência com o(a) menor, o pedido de

regulamentação das visitas deve ser deferido.

Saliente-se, que é perfeitamente possível em sede de

contestação e com fundamento no art. 343 do CPC 1 , que seja

requerida a regulamentação do direito de visitas através de

reconvenção.

Portanto, com fundamento no art. 343 do CPC/15 e art. 1.589, do

CC/02, roga-se pela regulamentação e deferimento do direito

de visitas ao(a) Sr(a)., do seguinte modo: especificar a forma

pretendida.
IV. I – DA CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA EM RELAÇÃO

AO DIREITO DE VISITAS, NOS TERMOS DO ART. 300 DO

CPC/15:

Como já demonstrado acima, o(a) requerido(a) tem incontestável

direito de ter seu pleito atendido e, desde logo, concedido de forma

antecipada com fulcro no art. 300 do CPC/15 2 .

Conforme mencionado artigo, a tutela deverá ser concedida de modo

antecipado sempre que estiverem presentes os seguintes

requisitos: “probabilidade do direito” e o “perigo de dano” ou “risco

ao resultado útil do processo”.

Quanto a probabilidade do direito, é indiscutível que o art. 1.589,

do CC/02, confere ao(a) demandado(a) o pleno direito de ter contato

com o(a) infante, não podendo que tal direito seja tolhido sem justo e

comprovado motivo, o que não é o caso dos autos. O direito posto é

inquestionável, estando, portanto, presente o requisito

da “probabilidade do direito”.

Em relação ao perigo de dano, este é inconteste na medida que o

distanciamento injusto entre genitor(a) e filho(a) (demandado(a) e

requerente) enfraquece a relação afetiva, além de privar o(a) menor

do seu direito de conviver com o(a) pai/mãe e com a família

paterna/materna.
O dano, sobretudo para (o)a menor, é evidente e deve, de imediato,

ser repelido, tudo em homenagem ao princípio da convivência

familiar (art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) 3 .

Por fim, quanto ao risco ao resultado útil do processo, este diz

respeito, basicamente, a dilação da tramitação processual no tempo.

Não conceder a tutela provisória para que seja deferido ao(a)

peticionante o direito de visitar seu (sua) filho(a), sob pena de, tornar

a tutela jurisdicional inócua.

Desse modo, requer que seja deferido ao(a) réu/ré, de forma

antecipada (art. 300 do CPC), o direito de conviver com seu (sua)

filho (a), com fundamento no art. 1.589, do CC/02, com a

regulamentação do direito de visitas, do seguinte modo: descrever a

forma pretendida

V – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer:

a) Roga-se inicialmente pela concessão da gratuidade da

justiça na forma do art. 98 e demais do CPC, tudo conforme

declaração de hipossuficiência constante nos autos de fls…


b) Que ao final, os alimentos definitivos sejam fixados em R$ xxx,xx

(escrever por extenso), o que equivale a aproximadamente xx,xx%

(escreva por extenso) do salário-mínimo vigente, com base na

fundamentação supra, tudo em atenção aos princípios da

proporcionalidade e razoabilidade;

c) Pela imediata redução dos alimentos fixados provisoriamente para

o patamar de xx,xx% (escreva por extenso) do salário-mínimo

vigente, que equivale a aproximadamente R$ xxx,xx (por extenso),

por ser o valor que melhor se amolda a situação econômica do réu e

as necessidades do(a) requerente;

d) Roga-se, ainda, pela regulamentação e deferimento do direito de

visitas (art. 1589 do CC/02) ao(a) requerido(a), do seguinte

modo: especificar o modo pretendido;

e) Por fim, que seja desde logo, com fulcro no art. 300 do CPC/15,

permitido ao(a) réu/ré o direito de visita conforme pedido anterior, de

forma provisória até a decisão de mérito

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em

direito, oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos, bem

como quaisquer outras providências que V. Exa. julgue necessária à

perfeita resolução do feito, ficando tudo desde logo requerido.


Termos em que pede e espera deferimento.

Cidade/UF, data

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