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SÃO PAULO
2021
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PARQUE DA JUVENTUDE
Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio
SÃO PAULO
2021
KÉFILYN ALMEIDA GASPAR
BANCA EXAMINADORA
SÃO PAULO
2021
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e a minha
mãe, que me apoiou durante todos os momentos de
desenvolvimento deste trabalho.
Dedico também a todos professores que me deram aula
desde o primeiro ano na ETEC, vocês fizeram parte da
minha jornada até aqui.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente eu agradeço a Deus, meu pai, por ter me dado forças para realizar este
trabalho, mesmo em momentos que eu pensava que não daria certo, ou não daria
tempo. O Senhor, me acalmou, me sustentou e trouxe muita inspiração durante todas
as etapas, muito obrigada!
Agradeço à minha orientadora, Veridiana Ferreira, que me apoiou desde o momento
em que eu decidi realizar o trabalho sozinha, e me orientou com muito carinho e
dedicação. Obrigada professora, por ter me indicado um tema interessante, me
ajudado a criar as etapas iniciais e me guiado por todo o caminho que eu deveria
seguir, sou extremamente grata por ter tido você como orientadora.
Não posso deixar de agradecer minha mãe, que também me apoiou desde o início,
mas que principalmente me acalmou e cuidou nos momentos difíceis, em que eu
pensava que não teria como finalizar o trabalho a tempo. Muito obrigada também por
ter me apressado em determinados momentos, se eu consegui finalizar este trabalho
a tempo, com certeza suas broncas tiveram influência nisso, te amo infinitamente.
Um agradecimento super especial aos meus amigos, que me auxiliaram durante
várias etapas deste trabalho. Obrigada Giovanna Bernardes, por todo apoio e suporte
emocional do início ao fim, você me fez acreditar que eu era capaz, sou muito grata a
isso. Obrigada Gabriel Aquila, ou como eu prefiro, nii-chan, por ter me consolado nos
momentos em que eu estava nervosa e ansiosa. Obrigada Marina, por além de ter me
apoiado, me auxiliou no desenvolvimento do questionário. Obrigada Aline, por todo
suporte emocional e por ter me ajudado traduzindo para o inglês. Obrigada amiga Laís,
por ter me distraído em momentos que eu estava exausta, e por ter me ajudado a
traduzir também. Obrigada Giovanna Moura, por ter me ajudado nos momentos de
nervosismo e por se dispor a me ajudar. Quero também agradecer aos meus amigos,
irmãos em Cristo, que mesmo indiretamente me trouxeram alegria e diversão em
momentos de tensão, me fizeram gargalhar e me sentir acolhida.
“Porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas”
(Romanos 11:36)
RESUMO
O ensino da língua inglesa no Brasil ocorre há cerca de dois séculos, e por influência
da globalização o aprendizado de inglês tornou-se de extrema importância para a
comunicação mundial e oportunidades profissionais. Todavia, o ensino de inglês nas
escolas estaduais — foco deste trabalho — que deveria ser um guia para a fluência
do aluno no idioma, mostra-se ineficaz e incapaz de tornar os alunos fluentes no
idioma. O objetivo central do trabalho é abordar o ensino de inglês nas escolas
estaduais e apontar o motivo que o torna ineficaz para a fluência do aluno, com
objetivo de que ao fim dessa análise seja possível elaborar uma proposta para
minimizar esse problema. Propõe-se, assim, apresentar uma pesquisa bibliográfica
sobre o assunto, pesquisa de campo através de um questionário e entrevista com um
profissional da área, e propor medidas eficazes para reduzir esse cenário negativo do
aprendizado de inglês na rede estadual.
The teaching of the English language in Brazil has been going on for about two
centuries, and due to the influence of globalization, learning English has become
extremely important for world communication and professional opportunities. However,
teaching English in state schools — the focus of this work — that should be a guide
for student fluency in the language, proves to be ineffective and incapable of making
students fluent in the language. The main objective of the work is to approach the
teaching of English in state schools and point out the reason that makes it ineffective
for the student's fluency, with the objective that, at the end of this analysis, it is possible
to elaborate a proposal to minimize this problem. It is proposed, therefore, to present
a bibliographical research on the subject, field research through a questionnaire and
interview with a professional in the field, and to propose effective measures to reduce
this negative scenario of English learning in the state network.
FIGURAS
Figura 1 - Níveis comuns estabelecidos pelo CEF.....................................................23
GRÁFICO
Gráfico 1 - Dificuldades no ensino de inglês nas escolas públicas. .......................... 19
Gráfico 2 - Recursos disponíveis em sala de aula. ................................................... 20
Gráfico 3 - Dispositivos utilizados para acessar internet. .......................................... 20
Gráfico 4 - Preferência por aulas clássicas, dinâmicas ou ambas. ........................... 27
Gráfico 5 – frequência de professores diferentes que explicavam da mesma forma
repetitiva. ................................................................................................................... 28
Gráfico 6 - Escala de dificuldade no aprendizado de inglês. ..................................... 29
Gráfico 7 - base de conhecimento na em inglês. ...................................................... 30
Gráfico 8 - relevância do aprendizado de inglês. ...................................................... 31
Gráfico 9 - Opinião sobre o que é um professor com boa didática............................ 32
Gráfico 10 – Quantidade de professores ajudaram no aprendizado dos alunos em
língua inglesa. ........................................................................................................... 33
QUADROS
Quadro 1 - Atributos dos níveis comuns de referência..............................................23
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS
CEFR Common European Framework for Languages
D. Dom
LE Língua Estrangeira
LEMICP Língua Estrangeira Moderna – Inglês e Comunicação Profissional
QECR Quadro Europeu Comum de Referência
LISTA DE SIGLAS
ETEC Escola Técnica Estadual
LDB Lei de Diretrizes e Bases
MEC Ministério da Educação
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 12
1.2. OBJETIVOS.................................................................................................... 13
1.3. HIPÓTESES ................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 15
2.1. EDUCAÇÃO EM LÍNGUAS NO BRASIL ........................................................ 15
2.1.1. Breve histórico do ensino da língua inglesa no Brasil ........................ 15
2.1.1.1. Criação do Colégio Pedro II ................................................................. 16
2.1.1.2. Mudanças no currículo com a Proclamação da República .................. 16
2.1.1.3. Era Vargas e Reforma Capanema ....................................................... 16
2.1.1.4. Criação da LDB e suas alterações....................................................... 17
2.1.2. Dificuldades do ensino da língua inglesa nas escolas públicas ........ 18
2.2. FLUÊNCIA EM LÍNGUAS ............................................................................... 21
2.2.1. Fluência oral ............................................................................................ 21
2.2.2. Fluência na leitura.................................................................................... 22
2.2.3. Níveis de fluência de acordo com o CEFR ............................................ 22
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 25
4 DISCUSSÃO E PROPOSTA .............................................................................. 27
4.1. DISCUSSÃO................................................................................................... 27
4.1.1. Apresentação dos resultados obtidos através do questionário ......... 27
4.1.2. Apresentação da entrevista com o professor de Inglês ....................... 33
4.1.3. Analisando a viabilidade das hipóteses ................................................ 35
4.2. PROPOSTA .................................................................................................... 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 39
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 41
APÊNDICE A - PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO ......................................... 45
APÊNDICE B – ENTREVISTA TRANSCRITA ................................................... 47
12
1 INTRODUÇÃO
A língua inglesa é ensinada no Brasil há cerca de 212 anos, tendo em vista que o
ensino deste idioma foi oficialmente iniciado no dia 22 de junho de 1809, através de
um decreto assinado pelo Príncipe Regente de Portugal Dom João VI.
Inicialmente a metodologia de ensino de idiomas era voltada para gramática e
tradução, que segundo Aissa e Packer (2008, p.5 apud Campos, 2014, p. 14), em
exercícios de tradução, onde o aluno praticava a tradução de frases da sua língua
materna para a estrangeira e vice-versa, também conhecida como gramática dedutiva.
Entretanto em determinado momento esse método se tornou ineficaz para o
aprendizado dos estudantes (Celce-Murcia, 2001), e foi substituído pelo “método
direto”, que consistia “na aprendizagem da criança segundo os princípios naturais da
língua materna” (Aissa, Packer, 2008 apud Campos, 2014, p. 15).
Desta forma, era dada a ênfase nas habilidades orais e nas de compreensão
oral (listening), estando a comunicação organizada por perguntas e respostas
artificiais e descontextualizadas entre professores e alunos, na língua alvo. O
vocabulário era ensinando por demonstrações, mímicas, objetos, figuras ou
associação de ideias (Aissa, Packer, 2008 apud Campos, 2014, p. 15).
Embora o método direto já tenha sido substituído por outras metodologias mais
eficazes para o aprendizado de idiomas, ainda sim pode-se observar que o ensino de
idiomas (com ênfase no inglês), nas escolas estaduais mostra-se insuficiente para a
fluência do aluno no idioma. A partir dessa problemática foi elaborada a seguinte
questão de pesquisa: “Por que o ensino da língua inglesa nas escolas estaduais não
é suficiente para a fluência do aluno no idioma? Podemos desenvolver alguma medida
que minimize esse problema?”.
1.1. JUSTIFICATIVA
a supremacia dos EUA (Estados Unidos da América) no setor econômico no séc. XX,
o inglês foi escolhido como a “língua global”. Na contemporaneidade o inglês tornou-
se a língua dos estudos, viagens e principalmente dos negócios, portanto, de um modo
geral o inglês é a língua da comunicação mundial. E, ainda falando do mercado de
trabalho, o conhecimento da língua inglesa se tornou um requisito de contratação para
muitas corporações, pois especialmente nas multinacionais, é de extrema importância
o funcionário possuir conhecimentos no idioma inglês para negociações com clientes
estrangeiros, entre outras situações semelhantes.
1.2. OBJETIVOS
1.3. HIPÓTESES
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A escolha desses dois idiomas se deu em razão de que Portugal almejava relações
comerciais com a França e Inglaterra, portanto o aprendizado desses idiomas era de
suma importância. Segundo Santos e Oliveira apud Lima (2009), “capacitar os
estudantes a se comunicarem oralmente e por escrito”. Para tanto, os professores
aplicavam o Método Clássico ou Gramática-tradução, que era o único método de
ensino de línguas estrangeiras conhecido na época.
Nesse mesmo ano, D. João VI escreveu cartas de nomeação dos futuros professores
que iriam lecionar nas cadeiras de francês e inglês. Sendo assim, através da carta
real de 9 de setembro de 1809, fora nomeado oficialmente o padre irlandês Jean Joyce
como professor de inglês. Segundo Souza Campos (1954), na carta de nomeação
redigida pela corte, temos a seguinte declaração: “é necessário criar nesta capital uma
cadeira de língua inglesa porque por seu número, riqueza e assuntos escritos nessa
língua é grandemente conveniente ao aumento e prosperidade de instrução pública.”
Em 1837 fora criado o Colégio Pedro II, onde o decreto de 2 de dezembro de 1837
garantia que nesse colégio seriam ensinadas as línguas modernas e clássicas,
juntamente com as demais matérias do ensino secundário. Segundo Chagas (1967),
dentre as línguas modernas estavam o francês, o inglês, o alemão – como ensino
obrigatório – e o italiano como ensino optativo, e quanto às línguas clássicas tínhamos
o latim e o grego, que deveriam ser estudados obrigatoriamente. Porém, a
metodologia de ensino dessas línguas, modernas e clássicas, eram voltadas
principalmente à prática de leitura e tradução dos textos.
Quanto a LDB de 1971, houve uma redução dos anos escolares, onde o 1º grau
passou a ter oito anos e o 2º grau três anos. Com essa redução dos anos escolares,
o ensino de LE passou a ser optativo de cada instituição, após o pronunciamento do
Conselho Federal que dizia que a língua estrangeira só seria ministrada a “título de
acréscimo”, em resultado a isso muitas escolas optaram por remover o ensino de
línguas na grade curricular do 1º grau, já no 2º grau deixaram pouquíssimas horas
dedicas ao estudo de LE, que só sucedeu pois era obrigatório.
Somente na LDB de 1996, que é a que rege a educação brasileira atualmente, o 1º e
2º graus foram substituídos por ensino fundamental e médio, e o ensino de uma LE
no ensino fundamental passou a ser obrigatório, onde a escolha de qual língua
estrangeira seria lecionada cabia a cada instituição de ensino.
Sendo assim, embora o ensino da língua inglesa seja regulamentado pela LDB, não
há uma lei que obrigue a instituição a escolher o inglês como a LE obrigatória, isso irá
variar de acordo com o estabelecido pela secretaria estadual ou municipal de ensino.
Pode-se observar no Gráfico 1 que o maior empecilho em sala de aula são os recursos
didáticos, entre eles a falta de recursos tecnológicos (como data-show, aparelhos de
som, televisores, computadores/notebooks para uso dos professores, e o acesso à
Internet). Além disso, os professores entrevistados consideram o material didático
muito complexo e avançado para seus alunos, outros até o consideram de péssima
qualidade, o que dificulta ainda mais o aprendizado dos alunos da rede pública. No
gráfico 2 nos é apresentado os recursos tecnológicos aos quais as escolas
disponibilizam para uso dos professores em sala de aula.
20
Já no Gráfico 3 nos é informado que cerca de 61% dos professores fazem uso de
seus equipamentos tecnológicos pessoais em sala de aula, devido à falta destes que
deveriam ser fornecidos pela escola.
Sendo assim, o estudo da British Council nos mostra que a maior dificuldade no ensino
de inglês nas escolas públicas, nada mais é do que a falta de recursos, quer sejam
eles didáticos ou tecnológicos.
“Crystal y Davy (1975: 88) definen fluidez a través de términos tales como
uniformidad y continuidad en el discurso. Crystal (1987) y Chambers (1997)
señalan como cualidades asociadas a la fluidez facilidad, naturalidad, rapidez,
sin esfuerzo. Chambers, por su parte, señala cualidades no asociadas a la
noción de fluidez como irregularidad, intermitencia e incluso vacilación o no
conclusión de los enunciados verbales.”
Portanto, como fora descrito nas linhas acima, a fluência de um indivíduo está ligada
às habilidades de se comunicar com facilidade, naturalidade e rapidez sem esforço.
Em contrapartida, estudiosos linguistas como Guillot (1999, p. 03), Schmidt (1992, p.
357) e Leeson (1978, p. 03), defendem a ideia de que a fluência é um termo vago,
indefinido, e que seu significado não está bem delimitado. Segundo a autora Guillot
(1999), isso ocorre porque a fluência não é um termo ligado unicamente a uma
22
Podemos observar na Figura 1, que existem seis níveis comuns estabelecidos pelo
CEFR, onde existem três níveis gerais categorizados em A, B e C e cada nível possui
duas subdivisões.
3. METODOLOGIA
Neste capítulo será abordado acerca da metodologia que foi utilizada para o
desenvolvimento deste trabalho. Bruyne, Herman e Schoutheete (1977, p. 29 apud
Martins, 2012) dizem que "a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em
sua gênese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma 'metrologia' ou
tecnologia da medida dos fatos científicos".
Para a elaboração deste trabalho foram utilizados três tipos de abordagem, sendo elas:
pesquisa bibliográfica, pesquisa qualitativa e a entrevista como método de coleta de
dados.
a) Pesquisa bibliográfica
A primeira abordagem utilizada foi a pesquisa bibliográfica, segundo Macedo (1994,
p. 13 apud Souza, Oliveira, Alves), a pesquisa bibliográfica: “Trata-se do primeiro
passo em qualquer tipo de pesquisa científica, com o fim de revisar a literatura
existente e não redundar o tema de estudo ou experimentação”. Portanto, para
fundamentar o trabalho de forma precisa e coerente, foi realizada a pesquisa através
da ferramenta Google Acadêmico, da seguinte frase: “ensino de inglês no Brasil”, com
intuito de compreender como iniciou-se o ensino da língua inglesa no Brasil. Após
realizada a pesquisa foram reunidos e lidos cinco artigos, uma tese e duas
dissertações, e tendo como base os mesmos, foi realizada a escrita acerca do assunto
no primeiro elemento do referencial teórico, que é a educação em línguas no Brasil.
Seguindo a mesma abordagem de pesquisa bibliográfica, foi realizada outra pesquisa
no Google Acadêmico, onde desta vez fora pesquisado por “fluência em línguas”,
continuamente foram reunidos sete artigos, uma tese, uma dissertação, uma pesquisa,
um trabalho e um relatório de tese, sobre o assunto em questão, e esses foram lidos
e serviram como fundamentação para o segundo tema do referencial teórico. Além
disso, para que houvesse uma precisão maior de alguns termos e palavras foi utilizado
o dicionário escolar Michaelis de Língua Portuguesa, versão publicada no ano de 2012.
b) Pesquisa qualitativa
A segunda abordagem utilizada foi a pesquisa qualitativa, tendo em vista que, as
principais características dos métodos qualitativos são a imersão do pesquisador no
contexto e perspectiva interpretativa de condução da pesquisa (Kaplan e Duchon,
26
1988 apud Dias, 2000), essa abordagem foi escolhida com intuito de comprovar as
hipóteses já citadas anteriormente, portanto entre a abordagem qualitativa e
quantitativa, essa é a que mais se encaixa com a proposta do trabalho. Para realizar
a pesquisa qualitativa, foi criado um questionário fechado através do aplicativo Google
Forms, onde a única restrição para os participantes era que estes deviam estudar (ou
já ter estudado) em escolas estaduais. O questionário ficou aberto a respostas durante
três dias, e ao decorrer destes dias foram coletadas 58 respostas, que foram utilizadas
para a análise e proposta deste trabalho.
c) Entrevista semiestruturada
Quanto ao último método utilizado, optou-se pela entrevista, que segundo Haguette
(1995) “A entrevista é um processo de interação social, no qual o entrevistador tem a
finalidade de obter informações do entrevistado, através de um roteiro contendo
tópicos em torno de uma problemática central” (apud Almeida; Lima¹ ; Lima², 1999).
Para esta entrevista, foi convidado o professor que leciona a matéria de LEMICP
(Língua Estrangeira Moderna - Inglês e Comunicação Profissional) para a autora.
Foram elaboradas seis perguntas, com objetivo de conhecer as experiências pessoais
do entrevistado sobre o assunto, para que com base nessas repostas possamos
desenvolver ideias para a proposta e conclusão deste trabalho.
27
4. DISCUSSÃO E PROPOSTA
4.1. DISCUSSÃO
A primeira questão questionava “Em relação à didática das aulas de língua inglesa,
você prefere as aulas clássicas (explicação da matéria e exercícios de fixação), ou
28
Podemos observar no Gráfico 5 que, a maior parte das pessoas que responderam ao
questionário, correspondente a 53% do gráfico, disseram que durante o período em
que tiveram aulas de língua inglesa, com muita frequência encontraram professores
diferentes, mas que ensinavam utilizando um método repetitivo e muito semelhante a
de outros professores.
Para a elaboração das três questões seguintes do questionário, foi utilizada a segunda
hipótese, que dizia “O aprendizado do inglês é algo dificultoso para os alunos, o
que gera a desmotivação dos mesmos.”. No Gráfico 6 temos a terceira questão,
29
O gráfico 7 nos aponta que 44,8% dos respondentes possuem uma base intermediária
em inglês, em um valor bem próximo correspondente a 41,4% temos aqueles que
disseram ter uma pequena base, ou seja, sabem frases simples e algumas palavras.
Em uma porcentagem bem inferior de aproximadamente 3,5% temos aqueles que
declararam não ter base nenhuma em língua inglesa.
A quinta questão tinha como objetivo saber o quão relevante é o aprendizado de inglês
para os respondentes, onde havia três opções, sendo elas: pouco relevante, mediano
e muito relevante. O resultado para essa pergunta está presente no gráfico 8.
31
Pode-se notar através do resultado do Gráfico 8 que de fato o inglês é algo muito
relevante para os respondentes, a alternativa de “muito relevante” foi a mais escolhida,
tendo um total de respostas de 82,8% aproximadamente. Enquanto a alternativa de
relevância “mediana” foi bem menos optada, correspondendo a apenas 17,2%. Porém,
quanto ao desinteresse pelo aprendizado de inglês (primeira alternativa, de “pouco
relevante”), está totalmente ausente do gráfico, portanto, pode-se concluir que o
aprendizado de inglês é sim relevante para aqueles que responderam ao questionário.
As duas últimas perguntas do questionário tinham como objetivo afirmar ou não a
terceira hipótese, que dizia “Os professores de inglês não possuem uma boa
didática, portanto os alunos não conseguem aprender de modo eficiente.”. A
sexta questão e seus resultados estão presentes no Gráfico 9, onde fora questionado
o que é um professor com uma boa didática na opinião dos respondentes, as
alternativas poderiam ser “um professor(a) que consiga explicar a matéria de forma
clara.” ou “um professor(a) que explica a matéria de forma dinâmica.” ou uma
alternativa onde as duas opções anteriores foram unidas.
32
1) Com base na sua experiência lecionando as aulas de inglês nas escolas estaduais,
como o senhor classificaria o interesse dos alunos pela matéria?
34
Eu acho o interesse é grande [...] eu acho que o problema maior está ensino
fundam1ental, em escolas estaduais regulares [...] o ensino da disciplina de
inglês ele não deslancha nas séries iniciais, quinta, sexta, sétima série, os
alunos chegam com muito pouco conteúdo e eles tem uma certa resistência
à disciplina, porque eles sempre aprenderam a disciplina de uma forma não
satisfatória [...] a maioria dos alunos na verdade tem interesse porque o
mundo da internet é todo no idioma inglês, então todos tem interesse de uma
forma geral mas esses que tiveram aulas digamos não satisfatórias eles
acabam tendo uma certa resistência porque eles acham né, que o estilo de
aula será o mesmo que eles vinham tendo lá trás.
Essa é a questão principal, esse é o foco principal [...] é primeiro lugar isso
não é um problema apenas das escolas estaduais se você for avaliar, eu que
já estive na rede particular também, o ideal seria que na aula de inglês você
não tivesse 40 alunos com um professor, então o que tá faltando é
investimento [...] o perfeito né seria que a cada turma no horário das aulas de
inglês fosse dividido em três grupos e você contratasse, investisse na
contratação de mais professores de inglês [...] pressupõem um número x de
alunos por sala, caso contrário nenhum curso de conversação se torna viável
[...] então o ideal mesmo que a gente vê nas escolas de idiomas você tem
uma sala até com 15 alunos você consegue desenvolver um ótimo trabalho,
então se eles tivessem investimento de dois professores já daria pra você
fazer alguma coisa.
5) O senhor acredita que um dia será possível os alunos se tornarem fluentes apenas
com o ensino de inglês das escolas estaduais?
Com o tipo de investimento que é feito, jamais [...] precisaria investimento [...]
uma escola pública não pode deixar de ter uma sala só para idiomas, não
pode na aula que envolve os idiomas você ter um professor só contratado pra
essa aula [...] então é uma questão de querer investir ou não.
1Entrevista concedida por Nehemias Alexandre Felinto de Lima à Kéfilyn Almeida Gaspar, na Escola
Técnica Estadual Parque da Juventude, outubro de 2021. Disponível no APÊNDICE B deste trabalho.
35
6) O que o senhor proporia para que houvesse uma melhoria no ensino de língua
inglesa nas escolas estaduais?
Por fim a terceira hipótese, que dizia “os professores de inglês não possuem uma
boa didática, portanto os alunos não conseguem aprender de modo eficiente”, por sua
vez não foi comprovada, isso se deve a vários fatores, resgatando primeiramente
informações do referencial teórico, faltam diversos recursos didáticos em sala de aula,
como materiais didáticos de qualidade e recursos tecnológicos fornecidos pela escola,
dessa forma, os professores enfrentam muitas barreiras para o ensino do idioma, já
que o inglês assim como qualquer outro idioma precisa de um bom material teórico e
muita prática em ouvir (além do que o professor diz, como vídeos, filmes e etc.).
Embora no gráfico 10 podemos observar que a maior parte dos respondentes
disseram ter tido apenas um ou dois professores bons, ou seja, com uma boa didática,
isso ainda não valida a hipótese, pois como foi dito na entrevista, uma escola de inglês
particular costuma ter entre 10 e 15 alunos, a escola pública por sua vez costuma ter
entre 30 e 40 alunos, portanto é extremamente difícil, senão impossível, apenas um
professor conseguir além de ensinar com eficiência, acompanhar cada individualidade
de cada aluno como é feito em cursos particulares, como dito na entrevista pelo
professor com larga experiência no ensino de inglês, o ideal seriam pelo menos dois
professores para atender essa demanda de 40 alunos. Em resumo, os alunos não
aprenderem inglês nas escolas estaduais não está atrelado ao fato de que “os
professores não possuem uma boa didática” e sim a falta de recursos (didáticos e
tecnológicos), alta demanda de alunos para o aprendizado do idioma e falta de
investimentos em mais professores de idiomas.
4.2. PROPOSTA
Após feita a análise dos dados coletados, foram elaboradas medidas que
possibilitariam uma melhora no aprendizado de inglês nas escolas estaduais. Levando
em consideração principalmente a entrevista, foram criadas ideias dentro das
possibilidades das escolas estaduais, que por serem escolas públicas não possuem
tantos recursos financeiros ou tecnológicos quanto escolas particulares. Portanto, as
ideias de mudanças têm como objetivo reduzir a insuficiência do aprendizado dos
alunos em inglês, facilitando o aprendizado do aluno para que minimamente ele atinja
um nível intermediário no idioma apenas com as aulas que ele terá durante o ensino
Fundamental I e II, e no Ensino Médio. Para facilitar a apresentação das medidas,
estas foram divididas em tópico para melhor compreensão.
37
disso, passeios culturais como o teatro, estimulariam mais ainda o aluno a praticar
sua escuta e compreensão do idioma.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, este trabalho tinha como objetivo realizar uma revisão bibliográfica para
compreender como o ensino da língua inglesa tem se perpetuado no Brasil, e entender
também o sentido de fluência nos idiomas, para podermos justificar o porquê os alunos
das escolas estaduais não conseguem chegar a fluidez no inglês, e ainda na revisão
bibliográfica foram apontados no subtópico “dificuldades do ensino da língua inglesa
nas escolas públicas” possíveis causas que dificultam o ensino do idioma, e foi
possível notar que grande parte dos problemas estão relacionados a falta de recursos.
Nos objetivos gerais do trabalho, além da pesquisa bibliográfica, tinha-se como
objetivo realizar uma pesquisa de campo — através de um questionário fechado e
entrevista semiestruturada — a fim de desenvolver uma proposta com medidas para
reduzir essa insuficiência no ensino e aprendizado de inglês. Quanto a pesquisa de
campo, especificamente em relação ao questionário, foi possível notar que de fato os
alunos possuem um grande interesse pelo idioma, embora ainda tenham um pouco
de dificuldade para aprendê-lo, e embora a maior parte tenha respondido que
consideram sua base em inglês intermediária, em um resultado próximo temos
aqueles que afirmam terem uma pequena base em inglês, apenas com noções
básicas do idioma. Entretanto, restaram algumas dúvidas acerca de como a maior
parte dos respondentes atingiram o nível intermediário em inglês, levando em
consideração que esses afirmaram terem tido entre 1 e 2 bons professores de língua
inglesa (levando em consideração que o ensino de inglês nas escolas estaduais tem
uma duração de 7 anos letivos), e que durante todo o seu período escolar tiveram
aulas com professores que ensinavam de forma repetitiva e pouco eficiente. Enquanto
à entrevista, foi muito bem sucedida, embora ainda tenha restado a dúvida de como
as escolas da rede estadual disponibilizarão recursos financeiros para solucionar os
problemas citados pelo professor. Por fim, a proposta do trabalho cumpriu o seu
objetivo, onde foram apresentadas medidas cabíveis às escolas da rede estadual,
sem exigir mudanças absurdas e fora de alcance.
Sendo assim, este trabalho de um modo geral atingiu suas expectativas, pois embora
apenas hipótese tenha sido comprovada, foi possível encontrar a causa da
insuficiência do ensino de inglês para a fluência do aluno, e após ter encontrado esses
empecilhos tornou-se possível a elaboração da proposta sugerida na questão de
pesquisa.
40
6. REFERÊNCIAS
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Comum de referência para as línguas: aprendizagem, ensino,
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Hilário. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS. [s.l.].
2021, p. 64-83. Disponível em:
>https://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/download/2336/1441
#:~:text=1).,tema%20de%20estudo%20ou%20experimenta%C3%A7%C3%A3o%E2
%80%9D<. Acesso em: 20 set. 2021.
3. Pense em todos os anos em que você teve aulas de língua inglesa, com qual
frequência você encontrou professores diferentes, mas que abordavam o
conteúdo da mesma forma repetitiva?
( ) Com pouca frequência
( ) Com média frequência
( ) Com muita frequência
( ) Não me lembro
Nehemias: (risada)
Kéfilyn: Então eu vou ler agora porque eu não lembro as perguntas de cabeça.
Nehemias: Aham.
Kéfilyn: Com base na sua experiência lecionando as aulas de inglês nas escolas
estaduais como o senhor classificaria o interesse dos alunos pela matéria?
Nehemias: Sim [...] eu acho o interesse é grande, né, ãa mesmo aqueles alunos que
chegam ée, eu acho que o problema maior está ensino fundamental, em escolas
estaduais regulares né, ãa o ensino da disciplina de inglês ele não deslancha nas
séries iniciais, quinta, sexta, sétima série [...] os alunos chegam com muito pouco
conteúdo e eles tem uma certa resistência à disciplina, porque eles sempre
aprenderam a disciplina de uma forma não satisfatória, mas ãa eu consigo reverter
isso, ee assim, a maioria dos alunos na verdade tem interesse porque o mundo da
internet é todo no idioma inglês, então todos tem interesse de uma forma geral mas
esses que tiveram aulas digamos ãa não satisfatórias eles acabam tendo uma certa
resistência porque eles acham né, que o estilo de aula será o mesmo que eles vinham
tendo lá trás mas ãa rapidamente esse quadro se reverte, tá.
Kéfilyn: Entendi. É na sua opinião, os alunos possuem mais dificuldade ou
desinteresse em aprender inglês? Mas o senhor meio que já respondeu né
Nehemias: Sim (risada), mais dificuldade.
Kéfilyn: Dificuldade...Okay, qual é a sua maior dificuldade para ensinar inglês em sala
de aula?
Nehemias: Sim [...] a maior dificuldade é o desnível, tá? Em termos de conteúdo, né
você tem uma sala 35% de alunos que já falam o idioma, 35% que tiveram um
conhecimento teórico razoável, e você tem mais uns 30% que nunca aprenderam
absolutamente nada.
Kéfilyn: Absolutamente nada, é [...] O que o senhor considera o pior empecilho pros
alunos aprenderem a língua inglesa nas escolas estaduais?
Nehemias: Ah sim, essa é a questão principal, esse é o foco principal, é primeiro lugar
ãa isso não é um problema apenas das escolas estaduais se você for avaliar, eu que
já estive na rede particular também, o ideal seria que na aula de inglês você não
tivesse 40 alunos com um professor, então o que tá faltando é investimento, né [...]
Kéfilyn: Investimento.
Nehemias: o perfeito né seria que a cada turma no horário das aulas de inglês fosse
dividido em três grupos e você contratasse, investisse na contratação de mais
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professores de inglês, porque aí o que que acontece, desde a quinta série o aluno te-
faria um curso de inglês de conversação normal, porque um curso de inglês de
conversação normal onde o aluno aprenda não apenas a escrever a se preparar pro
vestibular né, pressupõem um número x de alunos por sala, caso contrário nenhum
curso de conversação se torna viável [...]
Kéfilyn: Entendi.
Nehemias: ãa então o ideal mesmo que a gente vê nas escolas de idiomas você tem
uma sala até com 15 alunos você consegue desenvolver um ótimo trabalho, então se
eles ãa tivessem investimento de dois professores já daria pra você fazer alguma coisa,
porque ficaria 20 alunos com um professor, 20 alunos com o outro, seria um pouquinho
mais ãa dificultoso porque o número ideal é 15 no máximo...
Kéfilyn: Sim, sim.
Nehemias: Mas com 20 você já conseguiria mudar, revolucionar completamente o
ensino de inglês nas escolas [...] porque aí você começaria na quinta série já com um
curso de conversação aliado a gramática aliado ao vocabulário, entendeu? Porque é
muito mais produtivo o aluno acaba aprendendo muito vocabulário e muita gramática
de uma forma automática de uma forma mais proveitosa se a aula for de conversação,
porque afinal de contas é um idioma [...]
Kéfilyn: Sim.
Nehemias: Né, então na verdade é possível fazer isso, veja bem, até na rede
particular que eu trabalhei muito tempo na rede particular, eu só trabalhei em uma
escola particular que fazia isso, chegava na aula de inglês a sala tinha dois
professores e não um só [...]
Kéfilyn: Simultaneamente?
Nehemias: Porque por exemplo, é ãa agora nesse horário por exemplo no horário
das três da tarde o 1.º B tem aula de inglês, então não vão não vai um professor vão
dois.
Kéfilyn: Dois.
Nehemias: E aí a sala é dividida, tá? Um professor da aula de laboratório o outro
professor dá aula de conversação, ou então divide-se a sala por níveis.
Kéfilyn: Níveis.
Nehemias: O professor fica com a sala que tem conhecimento mais básico e o outro
fica com a sala mais avançada (respira fundo), e aí mas a aula em si muda
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Nehemias: Pra eles começarem a perceber que essa coisa de falar inglês não é uma
coisa tão distante, tão impossível, né, agora é claro que a fluência que esses alunos
apresentam no seminário é uma fluência que não é excelente, claro, mas já é um
começo! Né, já é alguma coisa [...]
Kéfilyn: Sim, até porque muitos alunos se sentem bloqueados a falar, com vergonha
de errar.
Nehemias: Exatamente, exatamente, mas se o professor estiver atento né e utilizar
de várias técnicas interessantes ee esse, você pode com 40 alunos pelo menos fazer
primeiro, desbloquear o aluno né, ver que ele pode sim, né utilizar a conversação em
alguns momentos poucos mas como seminário mas pode, se o professor o orientá-lo
muito bem né, tá, ele pode assistir vídeo? Pode contanto que ãa o professor oriente
“olha por enquanto não é pra você entender o vídeo inteiro, eu vou colocar essas
perguntas sobre o vídeo e esse vocabulário na lousa, você vai assistir o vídeo pra
identificar essas palavras que eu coloquei na lousa e responder essas perguntas”,
porque o aluno fica mais à vontade [...]
Kéfilyn: Sim.
Nehemias: Porque ele ainda não está no ponto de entender o vídeo inteiro, mas pelo
menos ele sabe [...]
Kéfilyn: O contexto né?
Nehemias: Exatamente né, então é cê precisa ter muito cuidado com ãa né com o
material que você escolhe, com o exercício proposto né, com a orientação de cada
grupo e subgrupo (risada).
Kéfilyn: Sim (risada).
Nehemias: Então se torna uma coisa bastante complexo...
Kéfilyn: Complexa né professor?
Nehemias: É (risada).
Kéfilyn: Vamos pra próxima pergunta, o senhor acha que um dia será possível os
alunos se tornarem fluentes apenas com o ensino de inglês das escolas estaduais?
Nehemias: Aah com o tipo de investimento que é feito, jamais [...]
Kéfilyn: Jamais né.
Nehemias: Precisaria investimento, precisaria investimento [...]
Kéfilyn: Sim, sim eu entendo.
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Nehemias: Não pode, uma escola pública não pode deixar de ter uma sala só para
idiomas, não pode na aula que envolve os idiomas cê ter um professor só contratado
pra essa aula [...]
Kéfilyn: Sim, sim.
Nehemias: Seria impossível né, em todos os países onde a educação é desenvolvida
acontece dessa forma [...]
Kéfilyn: Entendo.
Nehemias: Né então é uma questão de querer investir ou não.
Kéfilyn: Sim exatamente, e [...]
Nehemias: Aham.
Kéfilyn: Além da ideia dos dois professores, o que mais o senhor proporia pra que
melhorasse o ensino de inglês nas escolas estaduais?
Nehemias: Olha, ãa (risada) se não houver investimento né, ãa em pessoal, né como
eu falei um número maior de professores, é você adotar essas técnicas que eu adoto,
não é, é você não deixar de trabalhar com exercícios de listening de vídeo, porque eu
[...] logo no começo do curso pros alunos que não tem muita base eu falo “olha esse
primeiro vídeo cê não vai entender muita coisa, mas no segundo você vai entender
um pouquinho mais, no terceiro você vai entender um pouco mais”, e mas não deixar
de fornecer essa possibilidade, né.
Kéfilyn: Sim, sim.
Nehemias: Porque isso aguça o ouvido do aluno e ele fica mais interessado em
assistir vídeos do youtube, etc. etc., então você faz a ponte com mundo real do aluno,
não é mesmo, e essa questão também de você não deixar de ter alguma atividade
onde o aluno exercite oralmente o idioma, seja através de uma peça de teatro, seja
através de um seminário mas aí é que está né, voc- pra fazer isso o professor tem que
conhecer muito bem a sala e conhecer muito bem o nível de inglês de cada um [...]
Kéfilyn: Sim.
Nehemias: Né, e ãa veja bem, e criar um material de apoio além dos livros fornecidos
pelo MEC.
Kéfilyn: Sim, sim.
Nehemias: Porque, se você for utilizar só aquele material você não consegue fazer
nada disso, tá?
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Nehemias: Tá então é isso que eu te falei, isso é uma discussão que se arrasta a
décadas né (risada).
Kéfilyn: Acho que sim (risada).
Nehemias: É, sempre que eu vou a alguma escola de inglês e converso com pais,
porque eu dava muita aula particular, sempre esse questionamento né, e tenho a eu
tenho a minha opinião, mas eu acho que já deve haver muitas teorias que eu não
tenho acompanhado a algum tempo (risada).
Kéfilyn: (risada) aí acho que é isso professor, muito obrigada viu.
Nehemias: Tá ótimo Kéfilyn.
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