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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS

CAMPUS I

2022.2

ALICE CORREIA LEÃO

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II

1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL
Rua Governador Luiz Cavalcante, S/N - Alto Cruzeiro Arapiraca - AL, 57.312-270

www.uneal.edu.br
Alice Correia Leão
Curso de Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas
2022.2- 7º período

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II

Relatório solicitado na disciplina de estágio supervisionado II,


no intuito de comprovar a realização das atividades e os
conhecimentos adquiridos através da experiência.
Prof. Rozineide Oliveira Silva

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pela grande honra de estar em um curso de graduação


e por todo o carinho pela profissão que Ele colocou dentro do meu coração, serei eternamente
grata e fiel aos seus mandamentos.
Agradeço à docente universitária Rozineide Oliveira Silva, que não tem medido
esforços para nos ajudar mesmo diante de tantas tribulações que tem passado. Desejo que
Deus abençoe sua vida e te conceda saúde e paz.
Agradeço a toda equipe da Escola Municipal de Educação Fundamental Integral Dom
Avelar Brandão Vilela, que me recebeu como filha, me orientou, me respeitou e fizeram
discurso na minha saída, jamais esquecerei. Também agradeço aos alunos, tanto os
obedientes, quando os de difícil convivência, vocês fazem parte da minha formação.
Agradeço à minha mãe, Gidelma, que é uma mãe maravilhosa, sempre me apoiou e
puxou minha orelha para nunca chegar atrasada na escola. Agradeço ao meu noivo, João
Batista, que ouviu minhas preocupações e sempre me disse que eu seria um sucesso.
Também, não poderia deixar de agradecer à professora Rejane Nunes, que me orientou
em todo o período de estágio e me tratou como o real ser humano que sou. Lembro-me das
minhas preocupações, pedi a Deus que Ele me concedesse uma orientadora de estágio
respeitosa e de bom coração, e por grande amor e misericórdia Ele me presenteou de um
modo surpreendente. Grata eternamente.

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RESUMO

Este relatório tem o intuito de comprovar a realização do Estágio Curricular Obrigatório


Supervisionado II. Seu início foi dado no dia 12 (doze) de setembro de 2022 e sua finalização
foi dada no dia 05 (cinco) de outubro de 2022, com 5H de observação e 25H de regência e
cumplicidade com o professor efetivo da instituição, que foi responsável por orientar e
observar a discente deste relatório. Os resultados apresentados possuem positividade 100% na
formação da discente, contribuindo na experiência em sala de aula, trabalhando com alunos
reais de maneira prática e efetiva. Ademais, os dados obtidos também possuem veracidade
para um estudo aprofundado que contribuirá na escrita do Trabalho de Conclusão de Curso
com base teórica voltada para os Estudos dos Novos Letramentos segundo (STREET, 2014) e
no Brasil denominado Estudos do Letramento ( KLEIMAN, 2008; 2016).

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SUMÁRIO
1.1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------6
1.2. CONTEXTUALIZAÇÃO --------------------------------------------------------------- 7
1.3. MARCO TEÓRICO-METODOLÓGICO: REVISÃO DE LITERATURA -------9
1.4. METODOLOGIA DO TRABALHO------------------------------------------------- 11
1.5. CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------- 24

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INTRODUÇÃO

A realização deste estágio ocorreu no ano de 2022, entre as datas doze de setembro e
cindo de outubro, em uma escola pública integral de ensino fundamental II localizada no
município de Teotônio Vilela, Alagoas. O objetivo geral deste trabalho está voltado para a
aquisição de conhecimento e experiência prática dentro da sala de aula, e seus objetivos
específicos para a experiência com alunos reais por parte do discente, conhecimento da área
educacional de modo direto com direção, coordenação, professores e funcionários, e
amadurecimento profissional através do contato real com alunos do ensino fundamental
através da observação e regência das turmas.
A pesquisa do estágio é considerada uma pesquisa de estratégia, já que funciona para
formar, maiormente, de modo ativo e didático, o universitário do campo da licenciatura. As
razões para essa atuação diz respeito à obrigatoriedade curricular imposta na graduação em
andamento, sendo de importância imprescindível. As limitações não foram extravagantes, e
foi possível realizar todo esse processo de modo amigável, respeitoso e profissional. Ademais,
por ser uma escola de ensino fundamental integral, isso justifica o término do percurso em
pouco tempo, já que eram lecionadas quatro aulas de Língua portuguesa de segunda-feira à
quinta-feira.
As partes principais deste trabalho estão divididas entre contextualização, na qual será
apresentado o contexto geral referente ao estágio obrigatório, com informações de atividades
realizadas e seus dados estatísticos. Revisão da literatura, em que serão apresentados aspectos
teórico-metodológicos com conceitos e fundamentações temáticas. Metodologia do trabalho,
apresentando os instrumentos e técnicas aplicadas em sala de aula durante todo o período de
estágio, com documentação, escrita e assinatura comprobatória. E, por fim, a conclusão,
apresentando a significação do processo percorrido.

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CONTEXTUALIZAÇÃO

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Integral Dom Avelar Brandão Vilela,


utilizada como campo de estágio, está localizada na zona urbana do município de Teotônio
Vilela, mais especificamente no centro da cidade. Considerada altamente desenvolvida, possui
diversas salas com computadores e slide show disponíveis em cada uma delas, biblioteca,
direção, sala para estudos da OBMEP, cerca de 110 (cento e dez) chromebook’s no modelo
apresentado na figura a seguir.

Figura 1

Disponíveis para aluguel gratuito por parte de todos os professores, os chromebook’s


trazem inovação dentro do ambiente escolar, principalmente por ser uma escola pública. Seu
uso é marcado em datas livres dentro do calendário educacional, e todos os alunos possuem
direito de acesso. No estágio realizado, dentro dos 27 dias de trabalho, não foi utilizado
aluguel de chromebook, visto que o plano de aula utilizava apenas o computador da sala de
aula, slide show e internet disponível.
A unidade escolar possui organização excelente se comparada como domínio público,
com ginásio, refeitório e alimentação balanceada por nutricionista formada. Entretanto, de
modo profissional, podemos perceber que mesmo possuindo grande inovação tecnológica e
ambiental, as dificuldades no ensino continuam requerendo do professor e direção diversas
intervenções para melhorias. No gráfico abaixo, notamos por probabilidade a quantidade de
alunos analfabetos em turmas do 7º ano. Ademais, é importante salientar que o livro didático,
pelo menos no estágio, não foi utilizado pela professora.

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Dados estatísticos
20
18
16
14
12
10
8
Dados estatísticos
6
4
2
0
Alunos que possuem Alunos analfabetos Alunos sem domínio
domínio de leitura e funcionais de leitura e/ou
compreensão compreensão

Nesse sentido, notamos que o contexto escolar sempre precisará de inovação, reuniões
e intervenções com o dever de melhorar a aquisição de conhecimento por parte do aluno. A
grande lacuna do sistema educacional que permite aprovação de alunos que não possuem a
competência básica principalmente da língua portuguesa causa diversos obstáculos, visto que
um ano não é suficiente para um aluno com cerca de 10 (dez) a 12 (doze) anos aprender todos
os diversos conceitos básicos para ser aprovado com excelência. Esse tipo de situação não
ocorre apenas no município de Teotônio Vilela, mas no Estado e País como um todo.
A escola de ensino integral que fez parte da formação de estágio da discente busca de
modo incansável ensinar o aluno de maneira humanizada e não mede esforços para que as
dificuldades sejam vencidas. Diante disso, entre lacunas e esforços, a experiência de estágio
contribuiu para que minha visão fosse clara com alunos, colegas e funcionários, visto que
ensinar é lidar com seres humanos de diversos contextos, traumas e dificuldades físicas ou
psicológicas. Também, trabalhar em ambiente educacional é lutar todos os dias a favor da
cumplicidade, respeito e lutar contra todo tipo de ignorância.

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MARCO TEÓRICO-METODOLÓGICO: REVISÃO DE LITERATURA

Nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional sancionada pelo Presidente da


República como Lei no 9.394/1996 dirá no Art.1º que

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida


familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições
próprias. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social.

Nessa visão, compreendemos a importância da pratica escolar e que há anos a LDB


afirma a importância de a educação vincular-se ao mundo de trabalho e á prática social dos
alunos. Isso significa que além dos conhecimentos básicos, a escola é uma das pontes capazes
de preparar o indivíduo para o mundo do trabalho que se contextualiza no país em que vive e
em suas condições impostas, e a prática social como saber docente, visto que cada ser humano
possui cultura independente de seus conhecimentos profissionais, e a escola não deve impor
tipos de modelo cultural específico dentro de seu ambiente. No Art.2º, ainda na Lei no
9.394/1996, é dito que

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.

Então, a educação não é apenas dever das escolas, mas primeiramente dever da
família. A compreensão de que o professor não é responsável pelos alunos do mesmo modo
que os pais devem ser, é um tipo de discurso que ainda nos tempos atuais dividem opiniões.
Vejamos que, o primeiro contato educacional da criança e do adolescente ocorre dentro de sua
residência, em que as ações de suas famílias contribuem de modo positivo ou negativo na
formação do seu eu social. Dentro dessa visão, o professor oferece o melhor dos
conhecimentos preparatórios para a liberdade cidadã do educando.

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Em suma importância, a LDB também apresenta no Art.3º ainda da Lei no 9.394/1996
os princípios básicos para ensino, organizados em doze tópicos apresentados a seguir

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
XII – consideração com a diversidade étnico-racial.

Em continuação e não menos importante, outra lei que de modo efetivo foi vista sendo
aplicada na escola campo de estágio encontra-se no Capítulo V da LDB, em que diz no Art.
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Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação. § 1o Haverá, quando necessário, serviços de
apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da
clientela de educação especial.

A Escola Municipal de Educação Fundamental Integral Dom Avelar Brandão Vilela


oferece esse tipo de apoio para alunos que necessitam de educação especial, oferecendo
cuidadores remunerados que são responsáveis por cada passo do aluno, o tranquilizando e
ajudando o professor a não perder o controle durante a realização da aula presencial.
Por fim, vivemos em uma sociedade exposta a mudanças contínuas, que nos faz
sermos reinventados por nós mesmos a cada dia que nos é dado a honra de sermos
educadores. E, em verdade, quem pensa certo mesmo às vezes estando errado, é quem pode
ensinar a pensar certo, pois uma das condições necessárias no campo de ensino é
compreendermos que pensar certo não é estar demasiado certo de suas próprias certezas
(FREIRE, Paulo. 1996).

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METODOLOGIA DO TRABALHO

Nos 7º (sétimos) anos do ensino fundamental II na Escola Municipal de Educação


Fundamental Integral, esppecificamente 7º’s A, B e C, o assunto trabalhado em sala de aula
diz respeito aos gêneros textuais Resumo e Resenha. Justifico a quantidade de turmas na qual
trabalhei como estagíaria, visto que o porte da escola é de ensino integral e aulas ocorriam de
segundas às quintas, havendo a necessidade de estagiar nas três turmas e ainda observar a
turma do 6º (sexto) ano E.

A professora responsável entrou em contato com a estagiária via Whatsapp e E-mail,


no intuito de compartilhar os slides para atuação na sla de aula. Por escolha consencual,
professor e estagiário trabalharam juntos em sala de aula o mesmo assunto, sendo intercalado
até cumprir a carga horária.

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O conteúdo exposto no slide foi dividido da seguinte maneira:

1. DEFINIÇÕES: Resenha-resumo: É um texto que se limita a resumir o


conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou
de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um
texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor. Resenha-
crítica: É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele,
uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de
um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.

2. QUEM É O RESENHISTA? A resenha, por ser em geral um resumo crítico,


exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que
avalia a obra, julgando-a criticamente. Objetivo da resenha O objetivo da
resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros, filmes, peças de teatro,
etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece"
rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.

3. EXTENSÃO DA RESENHA: A extensão do texto-resenha depende do espaço


que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se
trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente, feito nos cursos
superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas
por boas revistas. O que deve constar numa resenha: Título; A referência
bibliográfica da obra; Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada;
O resumo, ou síntese do conteúdo; A avaliação crítica.

4. O TÍTULO DA RESENHA: O texto-resenha, como todo texto, tem título, e


pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir: Título da resenha: Astro e
vilão Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson Livro: Michael
Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de
outubro, 1995 Título da resenha: Com os olhos abertos Livro: Ensaio sobre a
Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995.

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5. A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DO OBJETO RESENHADO:
Constam da referência bibliográfica:
 Nome do autor;
 Título da obra;
 Nome da editora;
 Data da publicação;
 Lugar da publicação;
 Número de páginas e preço.
Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço.

6. O RESUMO DO OBJETO RESENHADO: O resumo que consta numa resenha


apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral. Pode-se resumir
agrupando num ou vários blocos os fatos ou idéias do objeto resenhado. Veja
exemplo do resumo feito de "Língua e liberdade: uma nova concepção da
língua materna e seu ensino" (Celso Luft), na resenha intitulada "Um
gramático contra a gramática", escrita por Gilberto Scarton.

7. RESENHA OU RESUMO?
"Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate,
intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema:
a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de
língua e gramática, a obsessão gramaticalista, a inutilidade do ensino da teoria
gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever
certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura
prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".
O velho pesquisador apaixonado pelos problemas de língua, teórico de espírito
lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o
leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e
gramática artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o
absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos
lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do
irrelevante".
ALUNOS RESPONDEM O QUE CONSIDERAM QUE SEJA.

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8. COMO SE INICIA UMA RESENHA?
Pode-se começar uma resenha citando imediatamente a obra
a ser resenhada. Veja o exemplo: "Língua e liberdade: por uma nova
concepção da língua materna e seu ensino" (L&PM, 1995, 112 páginas), do
gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto deideias que subvertem a ordem
estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veementemente, o
ensino da gramática em sala de aula. Há, evidentemente, numerosas outras
maneiras de se iniciar um texto-resenha. A leitura (inteligente) desse tipo de
texto poderá aumentar o leque de opções para iniciar uma recensão crítica de
maneira criativa e cativante, que leva o leitor a interessar-se pela leitura.

9. A CRÍTICA:
A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se
acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estar
presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz
crítica do resenhista se interpenetram. O tom da crítica poderá ser moderado,
respeitoso, agressivo, etc. Deve ser lembrado que os resenhistas - como os
críticos em geral - também se tornam objetos de críticas por parte dos
"criticados" (diretores de cinema, escritores, etc.), que revidam os ataques
qualificando os "detratores da obra" de "ignorantes" (não compreenderam a
obra) e de "impulsionados pela má-fé".

10. RESENHA OU RESUMO?


Um gramático contra a gramática (Gilberto Scarton) Língua e Liberdade: por
uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112
páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de idéias que
subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater,
veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos
que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma
tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de
ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão
gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de

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que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se
relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão
comum nas "aulas de português".
ALUNOS RESPONDEM O QUE CONSIDERAM QUE SEJA.

11. HORA DE PRATICAR!

Nessas atividades, comprendemos a partir da Base Nacional Comum Curricular as


seguintes questões no âmbito do ensino da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, que o
Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à
autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes
finalidades e projetos enunciativos (pg.78). Dentro dessa perspectiva:

 Utilizar, ao produzir textos, os conhecimentos dos aspectos notacionais –


ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal
e verbal, regência verbal etc., sempre que o contexto exigir o uso da norma-
padrão.
 Analisar as condições de produção do texto no que diz respeito ao lugar social
assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo; ao leitor
pretendido; ao veículo ou à mídia em que o texto ou produção cultural vai
circular; ao contexto imediato e ao contexto sócio-histórico mais geral; ao
gênero do discurso/campo de atividade em questão etc.

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 Analisar aspectos sociodiscursivos, temáticos, composicionais e estilísticos
dos gêneros propostos para a produção de textos, estabelecendo relações entre
eles.
 • Estabelecer relações de intertextualidade para explicitar, sustentar e qualificar
posicionamentos, construir e referendar explicações e relatos, fazendo usos de
citações e paráfrases, devidamente marcadas e para produzir paródias e
estilizações.
 Selecionar informações e dados, argumentos e outras referências em fontes
confiáveis impressas e digitais, organizando em roteiros ou outros formatos o
material pesquisado, para que o texto a ser produzido tenha um nível de
aprofundamento adequado (para além do senso comum, quando for esse o
caso) e contemple a sustentação das posições defendidas.
 Fazer apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas, dentre
outras, envolvidas na leitura crítica de textos verbais e de outras produções
culturais.

Todos os aspectos foram analizados, e ainda discutidos em sala de aula,


principalmente pontos críticos apresentados por parte dos alunos acerca do que
compreenderam do documentário, e quais seus questionamentos e defesas em relação ao
assunto exposto.
Já em uma atividade diversa, todas as quintas-feiras cada turma dos 7º’s anos tinham
aula sobre leitura, utilizando o slide show para a leitura oral do livro “Diário de Anne Frank”,
como comprovado abaixo.

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Novamente, citamos a Base Nacional Comum Curricular quando se trata do Eixo da
Leitura, que diz
O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da
interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e
multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para:
fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento de
trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos;
conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a
reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais
conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre
outras possibilidades.

Nesse caso, tratamento das práticas leitoras por parte da BNCC compreende
dimensões inter-relacionadas às práticas de uso e reflexão, tais como as apresentadas a seguir:

 Relacionar o texto com suas condições de produção, seu contexto sócio-


histórico de circulação e com os projetos de dizer: leitor e leitura previstos,

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objetivos, pontos de vista e perspectivas em jogo, papel social do autor, época,
gênero do discurso e esfera/campo em questão etc.
 Estabelecer/considerar os objetivos de leitura.
 Estabelecer relações entre o texto e conhecimentos prévios, vivências, valores
e crenças.

Outra atividade aplicada nas turmas foi a dinâmica do texto solto, novamente
analisando aspectos de leitura de texto. O texto utilizado foi “Garoto Linha Dura”, em que foi
cortado e misturado todos os parágrafos, e cada grupo foi responsável em montar o texto
novamente, localizando e recuperando informações.
Por fim, finalizando o atual relatório, foram cerca de 60 (sessenta) Resenhas-críticas
obtidos entre os 7º’s A, B e C, analisadas em sala de aula para debate e novos olhares da
turma, como também correção ortográfica, análise de coesão e coerência e debate acerca do
posicionamento crítico de cada estudante. O 6º E no qual observei por certos dias, ficou com a
responsabilidade de escrever um resumo simples sobre um clipe não verbal animado
apresentado em sala de aula. Todas essas atividades causaram boa impressão na turma.

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ALGUMAS RESENHAS-CRÍTICAS ANEXADAS ABAIXO COMO CARÁTER
COMPROBATÓRIO

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20
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TEXTO INTEGRAL GAROTO LINHA DURA SEPARADO POR PARÁGRAFOS

Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima
do travessão, a dita foi de contra a uma vidraça e despedaçou tudo.
Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser
espinafrado pelo pai.
Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi o
Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que
a criança não confessasse o seu crime.
O pai chamou o Pedrinho e perguntou: – Quem quebrou o vidro, meu filho?
Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima idéia.
O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para
depois.
Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo: – Pedrinho, quem foi que
quebrou a vidraça, meu filho? – e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: – Meu filhinho,
pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.
Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
– Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
- Você tem certeza?
- Juro.
Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo.
Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso.
Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e, já chateadíssimo, rumou para a casa do
vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha idéias revolucionárias. Virou-se para o pai e
aconselhou:
– Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não.
Quando ele vier atender à porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.

(Stanislaw Ponte Preta, Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1995.)

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Alunos no pátio da escola realizando a atividade do texto solto “Garoto Linha Dura”
Fonte: Corpus de pesquisa, 2022

Campanha escolar “Setembro Amarelo” por professores e alunos


Fonte: Corpus de pesquisa, 2022

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CONCLUSÃO

Em suma, a observação e regência aplicadas no segundo semestre do ano de 2022 foi


capaz de trazer ao universitário a experiência viva e eficaz de como trabalhar e saber lidar
com seres humanos dentro da sala de aula. Reconhecer que ensinar é um ato de honra, em que
somos exposos a intervenções educacionais todos os dias e que os alunos são indivíduos reais
que possuem suas realidades diversas, nos torna capazes de compreender as divergências que
serão apresentadas a nós quando assumirmos efetivamente umambiente de trabalho. Possuir
competência da língua portuguesa é essencial para ensinar com segurança de si, e aceitar
opiniões que buscam ajudar na melhoria da prática educacional é um ato de humildade.
Consequentemente, retomamos a fala de Paulo Freire novamente na obra “Pedagogia da
autonomia”, onde nos explica que como professor devemos saber que sem a curiosidade que
nos move e nos inquieta, nos inserindo na busca, não aprendemos e muito menos
ensinamos (pg.83).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília : Senado Federal,


Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 58 p. Conteúdo: Leis de diretrizes e bases
da educação nacional – Lei 9.394/1996/ Cap. V sobre educação no ensino
fundamental;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004. pg.29./pg.83.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.


Brasília, 2018. pg. 67-78.

Documentário: Ilha Das Flores. Disponível em: https://youtu.be/Hh6ra-18mY8

FRANK, A. O diário de Anne Frank. Edição integral. Rio de Janeiro: Ed. Record,.
2000.

STANISLAW, Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna. 1995

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