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Jornal de circulação diária, com conteúdo abrangendo política, esportes, negócios e notícias regionais.
(Disponível em: https://twitter.com/diariodopara. Acesso em 11 de fevereiro de 2018).
Tendo como lead a descrição de informações narrativas a respeito do trajeto do
Senhor Raimundo da Silva, assinalando dificuldades e os nomes das ruas que ele
percorre e por quais percalços passa do dia a dia de um morador da cidade retratando,
sendo expressa por: Para não tropeçar ou cair, a bengala do seu Raimundo da Silva, de
56 anos, deficiente visual, tem sido fiel orientadora no dia a dia. Afinal de contas, as
dificuldades de acesso, seja qual for o lugar de Belém, são inúmeras. Este fato é
noticioso, pois retrata a falta de acessibilidade não só para as pessoas deficientes, como
também para as pessoas sem deficiência, assim como o abandono e deterioração das
vias públicas da cidade de Belém.
É importante destacar que do título da notícia está no tempo verbal presente do
modo indicativo, que fora escolhido por representar e expressar a certeza de um fato.
Atrelada a uma imagem, que retrata tudo o que foi descrito no texto. Esta imagem traz
uma calçada esburacada, bastante deteriorada, sendo essa a realidade de muitas vias na
nossa cidade, causando sérios riscos aos pedestres.
Esta traz um nível de linguagem centrada na norma culta/padrão, pois
apresenta certa obediência as regras gramaticais e possui prestigio social e é a
linguagem utilizadas nos meios de comunicação, nas escolas, manuais, dicionários,
entre outros. Caracteriza-se pelo cuidado maior com o vocabulário, certa obediência às
regras estabelecidas pela Gramática. Segundo LAGE (1979, p. 47), “[...] a linguagem do
jornalismo é aquela possível no ambiente solene e também na situação coloquial.”,
assim é possível perceber a importância da linguagem nesse gênero, que busca envolver
não apenas não apenas uma classe, mas diversas, sem perder suas características.
Para isso, é empregada uma linguagem denotativa, pois informa o sentido real
das palavras e acontecimentos, para que não se faça causar certas dúvidas no leitor. E o
que chamou mais atenção no texto foi a descrição narrativa de um fato verídico atrelada
a imagem que causa na gente de certa forma o despertar de que devemos pensar que
temos que lutar por melhorias da nossa cidade.
E o título “Andar por Belém é enfrentar obstáculos” vem causar no leitor a
sensação de identificação, já que os obstáculos encontrados nas ruas prejudicam a todos,
e não apenasnão só para aqueles que possuem alguma dificuldade “certa limitação”,
mas sim para todos. É notório que andar por Belém requer cuidados, pois muitas vezes
temos calçadas ocupadas por lixo/entulhos ou quebradas ou até mesmo com bueiros
abertos, que senão prestarmos atenção podemos acabar caindo. E daí pensamos por
exemplo, se de locomoçãorepente uma pessoa com deficiência visual vem trafegando e
ninguém a avisa ou não tem nenhuma sinalização, ela acabará caindo nesse bueiro.
Nesta notícia o autor se coloca diante do assunto por chamar a atenção dos
leitores e se colocaposicionar de forma crítica em relação ao problema, comoestado que
se encontra a cidade de Belém e faz sempre uma retomada do assunto: A falta de
acessibilidade em Belém. Como podemos perceber nas passagens: “Afinal de contas, as
dificuldades de acesso, seja qual for o lugar de Belém, são inúmeras””; “Ironicamente, a
rua onde está localizada a Associação, na passagem Alberto Engelhard, no bairro de São
Brás, possui os mesmos problemas que a maioria das vias da capital.”
“Como senão bastassem as limitações de locomoção [...]. Algumas das rampas
que existem nas extremidades das faixas e nas esquinas das ruas estão quebradas ou
ocupadas por veículos estacionados e bueiros abertos oferecem riscos.
O autor para comprovar as informações descritas cita a fala do diretor da
Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD), Amaury Filho, que também
confirma as necessidades enfrentadas por seus entrevistados. E ainda dispõe um código
QR para que os leitores tenham acesso a outras imagens da falta de acessibilidade nas
ruas de Belém.
E o seu título tem um teor não é apelativo e nem enganoso e sim informativo.
Que nos faz entender O título não é apelativo e através dele é possível saber do que trata
a matéri o caos da nossa cidade e ainda abre um leque de outros obstáculos que
vivenciamos diariamente, como: a falta de segurança nos ônibus, as ruas sem asfaltos ou
sinalizações adequadas, entre outros.
Esta notícia nos faz pensar um pouco de forma crítica se essa é a cidade que
queremos. Como coloca Amaury Filho da Associação Paraense das pessoas com
deficiência (APPD) “Belém não é acessível”; “É retrato fiel de abandono [...]”; também
nos faz entender que devemos cobrar mais dos nossos órgãos públicos, pois pagamos
impostos, na citação “É muito discurso e pouca ação. E recursos não faltam”. E como
forma de comprovação da notícia traz a entrevista de um cidadão que tem dificuldades
de locomoção e passa por esse problema diariamente em nossa cidade.
REFERÊNCIAS
DOLZ, J. SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. Roxane Rojo e
Glaís Sales cordeiro. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
FARIA, M. A. ZANCHETTA, J. J. Para ler e fazer o jornal na sala de aula. 2 ed. São
Paulo: Contexto, 2005.
LAGE, Nilson. Ideologia e Técnica da Notícia. Petrópolis: Vozes, 1979.