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MÉTODOS DE TRIAGEM, CONFIRMATÓRIOS E SELETIVOS

A base de um diagnóstico toxicológico confiável é a realização de uma análise


toxicológica eficiente. Representa um desafio para o analista selecionar o método de
análise mais apropriado diante do leque de alternativas disponíveis. No entanto,
qualquer que seja a situação, o primeiro passo é reconhecer a abrangência da análise
que está sendo requisitada. Neste sentido, os métodos de análise podem ser
amplamente classificados em 3 tipos de procedimentos: triagem, confirmação e
métodos seletivos.

1. TRIAGEM

São métodos gerais, quando não se conhece o agente tóxico a pesquisar. São
empregados para determinar a presença ou ausência de uma determinada classe ou
grupo de compostos. São principalmente empregados nas análises toxicológicas de
urgência e forence, mas também são aplicados nas análises de controle de dopagem e
farmacodependência. As técnicas mais empregadas para esta finalidade são os
imunoensaios e a cromatografia em camada delgada (CCD).

Os imunoensaios constituem técnicas de triagem para análise de fármacos e


drogas de abuso, em função de sua baixa especificidade e conseqüentemente grande
número de falsos positivos, outra característica nos imunoensaios, é o
desenvolvimento de kits em sua grande maioria para analises em urina. Em relação à
distinção dos tipos de imunoensaios disponíveis, todos baseiam-se no princípio de
interação entre antígenos (as moléculas alvo) e anticorpos. Quando aplicado para
testes de substâncias, a técnica de imunoensaio utiliza um anticorpo especifico para o
xenobiótico ou para a classe de fármaco a ser analisada e um modelo classificado da
mesma droga ou anticorpo com a finalidade de gerar um sinal mensurável.

A CCD consiste na separação dos compostos de uma mistura através da


migração diferencial sobre uma camada delgada de adsorvente retido sobre uma
superfície plana. Dentre os materiais adsorventes empregados podemos citar a sílica
(mais empregado), alumina, terra diatomácea, celulose, poliamida. As cromatoplacas
empregadas em CCD podem ser fabricadas manualmente ou adquiridas
comercialmente, sendo que o tamanho pode variar de 5 x 20 cm e 20 x 20 cm com
espessuras de 0,1 – 2,0 mm.
Desenvolvimento da CCD:
- preparo da fase móvel: a fase móvel deve ser adequada para a separação dos
compostos de interesse podendo ser constituída de um único solvente ou de uma
mistura de solventes. Esta fase móvel é acondicionada em um recipiente denominado
de cuba cromatográfica onde é colocado um papel para que ocorra o saturamento da
cuba com a fase móvel antes de se colocar a cromatoplaca.
- aplicação das amostras nas cromatoplacas: as amostras devem estar em solução de
solventes bastante voláteis para que possam ser facilmente eliminados após a
aplicação. Para a aplicação pode-se empregar micropipetas ou microseringas (sabe-se
o volume aplicado) ou capilares de vidro (não se conhece o volume aplicado). A
distância de aplicação entre as amostras e das laterais da cromatoplaca deve ser de 1
cm.
- desenvolvimento: após a aplicação e evaporação do solvente, a cromatoplaca deve
ser colocada dentro da cuba cromatográfica para que haja a migração da fase móvel e
separação dos componentes
- revelação da cromatoplaca: após o desenvolvimento do sistema, a placa é retirada da
cuba, seca e revelada. Esta etapa consiste em tornar visíveis as substâncias incolores
presentes na amostra. Para esta finalidade são empregados compostos reativos ou
radiação UV (alguns compostos tornam-se fluorescentes e podem ser visualizados)
- determinação do Rf (coeficiente de retenção): finalmente as manchas reveladas são
marcadas para o cálculo do Rf para posterior comparação com dados da literatura.

2. CONFIRMAÇÃO

Os resultados obtidos nas técnicas de triagem nunca devem ser considerados


definitivos, para isto devem ser empregados métodos confirmatórios como a
espectrometria de massas.

3. MÉTODOS SELETIVOS

São empregados quando o toxicante é conhecido ou existe forte suspeita de


sua identidade, como nos casos em que o exame clínico indica a ação de um
xenobiótico específico. Exemplos: determinação de barbitúrico e salicilato por
espectrofotometria UV.

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