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09/09/2019

MORFOLOGIA E ULTRA-
ESTRUTURA DE BACTÉRIAS

Microbiologia FFI 0751


Profa. Dra. Ilana Camargo
Continuação (aula 5)

MORFOLOGIA E ULTRA-ESTRUTURA DE BACTÉRIAS

✓ Parede
✓ Estruturas internas à parede
✓ Membrana citoplasmática
✓ Citoplasma
✓ Inclusões
✓ Endósporos
o Estruturas externas à parede
o Camada limosa ou cápsula
o Flagelos
o Fímbrias e Pili
o Locomoção da célula bacteriana
o Flagelar
o Deslizamento
o Taxias (fototaxia, quimiotaxia)

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Glicocálice
Camada limosa e cápsula

Estruturas externas à parede – Camada limosa ou


cápsula

Glicocálice/Glicocalix: Camada de material viscoso que


envolve as células bacterianas.

Produzido na maioria dos casos dentro da célula e


excretado para a superfície celular.

Composto de polímeros (viscoso e gelatinoso) situado


externamente à parede celular.

Cápsula – Se estiver organizado e acoplado firmemente à parede


celular (exclui partículas pequenas como tinta naquim);

Camada limosa – Se estiver desorganizado, sem forma e acoplado


frouxamente à parede celular → tende a ser solúvel em água.

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Estruturas externas à parede – Camada limosa ou


cápsula

Podem ser:
espessas ou delgadas,
rígidas ou flexíveis,

dependendo na sua composição química


e grau de hidratação

Cápsula

Cápsulas bacterianas. (a) Demonstração da presença de cápsulas por coloração negativa


com tinta nanquim em Acinetobacter, observada em MO de fase. (b) Micrografia eletrônica de
uma seção fina de célula de Rhizobium trifolli, corada com vermelho de rutênio, revelando a
cápsula. Madigan et el., 2004.

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Estruturas externas à parede – Camada limosa ou


cápsula
Composição:
Único tipo de açúcar –homopolissacarídeos;
Ex.: Streptococcus mutans
Sacarose – glicina = polímero para aderir às
superfícies lisas dos dentes e causa a cárie! Sem
a glicina, a bactéria seria expelida pelo fluxo da
saliva.

Mais de um tipo de açúcar – heteropolissacarídeos;


Ex. Streptococcus pneumoniae
Possui a cápsula tipo VI de Glicose, Galactose e
Ramnose.

Estruturas externas à parede – Camada limosa ou


cápsula

A determinação dos constituintes da cápsula é


normalmente um passo importante na identificação de
certas bactérias patogênicas.

Algumas cápsulas são de polipeptídeos.


Ex. Bacillus anthracis (agente do carbúnculo/ antrax)
– Cápsula de ácido glutâmico.

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Funções do glicocálice:

-Aderência à superfícies sólidas;

- Proteção contra o dessecamento temporário se ligando a


moléculas de água;

-Reservatório de alimentos;

-Evita a adsorção e lise da célula por bacteriófagos;


Vírus que atacam bactérias.

-Proteção para as bactérias patogênicas contra fagocitose por


células sanguíneas, aumentando a chance de infecção.

Praga na indústria – responsável pelo acúmulo de lodo nos


equipamentos, afetando a qualidade dos produtos.
http://www.nehmi-ip.com.br/imagens_servicos/bio_7_p.gif

Estruturas externas à parede – Camada limosa ou


cápsula
Glicocálice: cápsulas e camadas limosas
– Maior parte de natureza polissacarídica
(exopolissacarídeos = EPS).

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EPS e Biofilme
Sob determinadas condições, os microrganismos se aderem, interagem
com as superfícies e iniciam crescimento celular.
Essa multiplicação dá origem a colônias e quando a massa celular é
suficiente para agregar nutrientes, resíduos e outros microrganismos
(camada espessa), está formado o que se denomina BIOFILME.

➢São complexos ecossistemas microbiológicos embebidos em uma matriz


de polímeros orgânicos, aderidos a uma superfície;

➢Forma-se um cultivo puro ou uma associação com outros


microrganismos.

➢Os microrganismos em biofilmes estão mais resistentes à ação de


agentes químicos e físicos.

http://www.textbookofbacteriology.net/biofilm_formation.gif
http://ehp.niehs.nih.gov/realfiles/docs/1998/106-12/innovations.html

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Biofilmes bacterianos

Fixação Crescimento Separação

Células
planctônicas

Biofilme

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Biofilme

Encontrado onde há água e suporte sólido

Dentes, canos, lentes de contato, sistemas digestivos

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MORFOLOGIA E ULTRA-ESTRUTURA DE BACTÉRIAS

✓ Parede
✓ Estruturas internas à parede
✓ Membrana citoplasmática
✓ Inclusões
✓ Endósporos
o Estruturas externas à parede
✓ Camada limosa ou cápsula
o Fímbrias e Pili
o Flagelos
o Locomoção da célula bacteriana
o Flagelar
o Deslizamento
o Taxias (fototaxia, quimiotaxia)

Fímbrias e Pili

Estruturas filamentosas compostas por proteínas que se


projetam a partir da superfície de uma célula, podendo
apresentar muitas funções

http://aulavirtual.usal.es/aulavirtual/demos/microbiologia/unidades/documen/uni_02/57/caphtm/cap0401.htm http://www.dbi.ufla.br/Ledson/LBMP/Bact24.htm

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Estruturas externas à parede – Fímbrias

• Mais curtas e mais numerosas que flagelo.


• Função de adesão.
• Pilina: proteína formadora, distribuídas de modo helicoidal
em torno de um eixo.

• Neisseria gonorrhoeae –
agente causador da
gonorréia: fímbrias
ajudam a colonização das
membranas mucosas.

Fímbrias em célula em divisão de


E. coli (Fonte: Tortora et al.,
2005).

http://www.nibib.nih.gov/NewsEvents/ResearchHighlights/Archive/2007/06June07

Estruturas externas à parede – Fímbrias

➢ Podem ser vistos somente pelo Microscópio Eletrônico

➢ Penetram na parede celular, mas não possuem ancoragem


complexa como os flagelos

➢ São ocos, mas possuem Pilina, proteínas arranjadas em


forma de espiral em torno de um espaço central para formar a
estrutura.

Em infecção, as fímbrias auxiliam a


bactéria patogênica a aderir às
células superficiais do trato
respiratório, intestinal ou
geniturinário.
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Fimbriae%2C+Bacterial&lang=1

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Pili

Estruturas externas à parede – Pili

• Pili (singular Pilus): mais longos que as fímbrias e há apenas um


ou dois por célula.
• Mesma estrutura das fímbrias.
• Função sexual: auxilia a aproximação entre duas células
bacterianas para que ocorra transferência de DNA.

Presença de pilus em célula de E. coli, revelada pela adesão de


bacteriófagos ao pilus. O contato entre duas bactérias conjugantes
é feito pelo pilus, que as aproxima por retração
(despolimerização da pilina). Fonte: Madigan et al., 2004

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Estruturas externas à parede – Pili

• Outras funções:
– aderência
– a classe de pili tipo IV realiza uma forma incomum
de motilidade: motilidade pulsante!!
Por deslizamento: movimento ao longo de uma
superfície sólida através da extensão dos pili
seguida da sua retração.

MORFOLOGIA E ULTRA-ESTRUTURA DE BACTÉRIAS

✓ Parede
✓ Estruturas internas à parede
✓ Membrana citoplasmática
✓ Inclusões
✓ Endósporos
o Estruturas externas à parede
✓ Camada limosa ou cápsula
✓ Fímbrias e Pili
o Flagelos
o Locomoção da célula bacteriana
o Flagelar
o Deslizamento
o Taxias (fototaxia, quimiotaxia)

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Flagelos

Estruturas externas à parede – Flagelos

Os flagelos são muitas vezes mais longos que as células, mas o


diâmetro é muito fino e por isso não podem ser vistos com o
microscópio óptico.

Procedimentos de coloração colocam uma camada de corante


precipitado na superfície dos flagelos fazem com que apareçam mais
espessos e, assim, visíveis ao microscópio óptico.

Os corantes são a base de acetato de pararosanilina e


hidrocloreto de pararosanilina.

Flagelos – corado de vermelho


Não flagelo – corado de azul

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Estruturas externas à parede – Flagelos

Estruturas externas à parede – Flagelos

• Associado à locomoção da célula (movimento natatório),


oferece uma vantagem na exploração dos recursos dos
ambientes.
• Apêndices longos e finos (~20 nm de espessura).
• Único ou vários, em diferentes arranjos

Monotríquio: Flagelo único e polar;

Anfitríquio: Um flagelo em cada extremidade;

Lofotríquio: Dois ou mais flagelos em um pólo da célula;

Peritríquio: Flagelos distribuídos por toda a célula.

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Estruturas externas à parede – Flagelos

Fonte: Tortora et al., 2005

Estrutura do flagelo
procariótico

• Semi-rígida helicoidal (não


fica reto).
• Formado pelo motor,
gancho e filamento.
• Motor: ancorado na
Membrana citoplasmática e
parede, bastão + anéis,
proteínas Mot (rotação) e Fli
(reversão do sentido de
rotação).
• Gancho: base mais rígida.
• Filamento: formado por
subunidades de flagelina. Anel C

Fonte: Madigan et al, 2004.

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Estrutura do flagelo procariótico

2002

Estrutura do flagelo procariótico

Bactéria Gram-negativo Bactéria Gram-positivo

2002

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Tipos de movimentação em procariotos


com flagelação
-Energia para rotação: movimento de prótons na membrana,
passando pelo complexo Mot (força próton motiva). Translocação de
1.000 prótons para cada rotação.

-Velocidade até 60 comprimentos celulares/segundo


-Capazes de girar até 300 revoluções por segundo!!

Fonte: Madigan et al, 2004.

Velocidade não é constante e pode-se aumentar ou diminuir de acordo com a


intensidade da força próton motiva

Nem Usain Bolt é capaz!!!

Impulsão em meio líquido → 0,00017 Km/h


60 comprimentos celulares/segundo!!

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Proteus mirabilis

Crescimento da colônia seguido por “ondas”.

Células normais com 2 m e de 6-10 flagelos

Células de expansão com 40 m e de milhares de flagelos → movem-se para a


extremidade do ágar, perdem a diferenciação e voltam ao normal e novas
células de expansão se formam...

http://microblog.me.uk/wp-content/uploads/petri.0.jpg

Momento I

“Aprendendo Microbiologia com Poema e Poesia”

By Ilana Camargo

http://www.icej.org.br/?p=372

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Oh Meu Deus! Isso deve ser Proteus! ( por Ilana Camargo)

Ninguém, por mais que fosse desatento,


deixaria de notar tal véu no crescimento.
Um bacilo Gram negativo com tal mobilidade,
migra sobre o meio sólido com grande habilidade.

Com tantos flagelos após grande diferenciação,


migra pela superfície do ágar durante a incubação.

A morfologia ao redor de suas colônias... Hm! Com seu colega comente!


O entrega até mesmo para o menos experiente:
Basta observar o véu no ágar nutriente.

No ágar MacConkey, no entanto,


há colônias em crescimento,
mas o grande véu some como por encanto
e a inibição eu não entendo!

Como sugestão eu digo


e meu colega repete comigo:
Oh Meu Deus! Isso deve ser Proteus!

Locomoção e taxia

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Locomoção microbiana - deslizamento

Movimento mais lento e suave

Requer contato com superfície sólida

Mecanismo proposto para a motilidade por


deslizamento em Flavobacterium johnsoniae –
movimentação de proteínas na superfície celular.
Madigan et al., 2004.

Cianobactéria filamentosa
Oscillatoria princeps. Os filamentos
deslizam por meio da secreção de
um polissacarídeo limoso.
Madigan et al., 2004.

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Locomoção microbiana - deslizamento

• Motilidade pulsante com pili tipo IV

Respostas comportamentais - Taxias

• Movimento de uma bactéria para perto ou longe de um


estímulo particular.

• Melhor conhecido em bactérias que apresentam locomoção


flagelar.

• Quimiotaxia – resposta a um agente químico.

• Fototaxia – resposta a um estímulo luminoso.

• Outras taxias (p.e., aerotaxia).

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Regulação da quimiotaxia

• Proteínas sensoras localizadas na membrana –


quimiorreceptores – percebem o gradiente químico e
interagem com as proteínas que afetam a direção do
motor flagelar.

• Principais agentes quimiotáticos bacterianos:


nutrientes excretados por células como algas e
protozoários, ou por organismos macroscópicos mortos.

Quimiotaxia

Ocilação corrida

Gradiente maior
do agente
atrativo

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Fototaxia

Fototaxia positiva de uma colônia inteira da bactéria púrpura


Rhodospirillum centenum, por um período de duas horas. No detalhe,
MET de célula de R. centenum, com flagelação peritríquia induzida.
Madigan et al., 2004.

Parte II: Colorações

Sobre a aula prática

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Colorações

microscopia óptica → o aumento do contraste melhora a


imagem final observada.

A técnica de coloração é uma forma rápida e simples de melhorar o


contraste.

Colorações
Simples Diferencial
Um único corante
Para constatação de microrganismo

Observar estruturas
Positiva Separação de grupos
Esporos
Coloração de Gram
Cápsulas
Negativa Coloração de Ziehl-Neelsen
Flagelo

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Colorações
Azul de metileno (1 – 2 minutos)
Simples Cristal de violeta (20 – 60 segundos)
Um único corante Carbolfucsina (15 – 30 segundos)
Para constatação de microrganismo
Positiva: baseada na utilização de corantes
carregados positivamente (corantes básicos) que se
ligam às cargas negativas de superfície de células e de
Positiva material nucléico

Negativa
Negativa: baseada na coloração com corantes
acídicos que são repelidos pela carga negativa da
superfície de células. A lâmina de vidro ficará corada
enquanto que o microrganismo aparecerá mais claro

Nigrosina
Tinta nanquim

Colorações
Diferencial
Dois corantes contrastantes que gerarão
colorações diferentes em grupos
distintos de bactérias

Observar estruturas
Separação de grupos
Esporos (Schaeffer-Fulton)
Coloração de Gram
Cápsulas (Gins)
Coloração de Ziehl-Neelsen
Flagelo (pararosanilina)

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Partindo de cultura líquida

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Partindo de cultura sólida

Adicione uma gota de solução

fisiológica e em seguida adicione uma

porção de uma colônia com o auxílio de

uma agulha de inoculação, misture e

espalhe sobre a lâmina

Coloração de Gram

Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !


Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !
Vi Lulu Ali A Fumar ! Vi Lulu Ali A Fumar !

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Coloração de Gram

Fixação das bactérias na lâmina


Pelo calor (Fogo)

Cristal Violeta – 1 minuto

Lugol (Iodo) – 1 minuto

Álcool Cetona

Água destilada
Fucsina - 30 segundos

Cristal Violeta

Se infiltra na parede celular e


cora as células de roxo!

Solução de Iodo (Lugol)


Mordente

Substância que forma


um complexo com o
Cristal Violeta e o
precipita na parede da
célula!

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O tratamento de álcool (ou álcool cetona) extrai os lipídeos


resultando em uma porosidade ou permeabilidade
aumentada da parede celular das bactérias Gram-negativo. O
complexo Cristal Violeta – Iodo (CV-I) é retirado com a
lavagem e as bactérias Gram-negativo são descoradas.

As bactérias Gram-positivas têm parede celular de


composição diferente e se desidrata durante o
tratamento com o álcool, diminuindo a porosidade e o
complexo CV-I não pode ser extraído.

Última etapa: coloração pela Fucsina

G+ - a célula não é afetada, permanecendo violeta

G- - a célula adquire o corante, tornando-se vermelha/rosa.

Cocos Gram-positivo Cocos Gram-negativo

FUNÇÃO: Observar as características morfológicas das


bactérias isoladas – Excelente também como exame
direto para avaliar o material clínico (escarro).

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Coloração de Gram

Cocos
Gram-positivo

Espiral
Gram-negativo Bacilo
Gram-positivo

Cocos Gram positivos


estafilococos

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Gram positivos retém o cristal violeta e as bactérias Gram-negativo não.


No entanto, isto não é um fenômeno absoluto. Muitas vezes, culturas de
bactérias GRAM (+) parecem Gram (-) ou misturadas (+ e -).

Existem algumas razões para isto:


1 – Super descoloração
2 – Fixação pelo calor muito drástica
3 – esfregaço muito espesso
4 – Passos de lavagens impróprios
5 – Cultura muito velha
6 - Cultura misturada ou impura

Como a coloração de Gram depende da estrutura da parede celular, sempre


que houver um dano na parede a coloração de Gram poderá variar.

Uma bactéria Gram-positivo poderá aparecer Gram-negativo, porém, uma


bactéria Gram-negativo será sempre Gram-negativo.

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As características morfológicas das bactérias:

- Tamanho: Pequeno, médio e grande (de 0,5 a 1,0 m de


diâmetro ou largura);

- Forma: cocos (esféricas), bacilos (cilíndricas) ou


espirilos (espiraladas);
Bactérias pleomórficas → mudam de forma a medida que
a cultura envelhece. Por exemplo: Arthrobacter.

- Arranjo: estafilo..., estrepto..., diplo..., tétrade, sarcina,


paliçada.

Podem ser determinadas por microscopia e colorações!

Coloração de Gram

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Momento II

“Aprendendo Microbiologia com Poema e Poesia”

http://www.icej.org.br/?p=372

Gram: ser ou não ser, eis a questão


(por Ilana Camargo)

Do aconchego dos nossos clones nos levam...


Para onde vamos nesta alça quente?
Deslizam-nos em uma gota de salina sobre uma lâmina de vidro Eu e meus irmãos nos descoramos.
O que vão fazer com a gente? Lá vem a fucsina rapidamente.
Vão nos reconhecer estes humanos?
Ficamos à espera,
Ficamos aflitos... Mais uma ducha gostosa,
A lâmina seca. Depois nos deixam secar.
Ouço dos humanos alguns gritos. Ficamos todos cor de rosa:
Será que vão adivinhar?
De repente, nos fixam ao calor do fogo
Aí que chega a realidade: Do microscópio veio uma luminosidade:
É a primeira aula sobre a coloração desse povo! Tem alguém a nos espiar.
Então vamos mostrar a nossa identidade!! Tentam observar a nossa identidade...
acho que vão acertar.
Será que vão acertar?
Enxergamos tudo roxo por um minuto. “Estas são todas rosa claro!!”
é o cristal violeta a nos corar. O humano tem certeza disso.
Depois vem o lugol como um mordente “Porém o Gram eu não declaro!!”
E por mais um minuto coram a gente. O medo de errar é coisa de Bixo!
Hora do banho de cachoeira Gram positivo ou Gram negativo?
É uma breve e leve ducha. Eis a questão!
Mas que os humanos chamam de torneira. Se somos rosa depois da sua proeza,
Fala ai seu Bixão:
De repente tudo fica gelado, Somos Gram negativos com certeza!!
e um arrepio vem à tona:
É a vez do álcool cetona.

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