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Etiologia, Exame e Classificação da Doença Periodontal

Profa.Msc.: Ana Carla Pimentel de Amorim


ETIOLOGIA DA DOENÇA PERIODONTAL

A doença periodontal é caracterizada como uma doença


infecciosa que tem como fator etiológico microrganismos
específicos presentes no biofilme bucal, que acometem as
estruturas de proteção e sustentação dos dentes, levando à
perda de inserção, de tecido ósseo e eventualmente do
elemento dentário.

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ETIOLOGIA DA DOENÇA PERIODONTAL

Biofilme é uma comunidade cooperativa, bem organizada, de células microbianas


aderidas a uma superfície úmida e aglomerada por matriz de polissacarídeos.
Na boca, o biofilme é composto por microrganismos sobre uma
camada de proteína denominada película adquirida, que é constituída por
glicoproteínas salivares, fosfoproteínas, lipídeos e componentes do fluído gengival

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CARACTERÍSTICAS DO BIOFILME


Resistência à defesas do
hospedeiro

Resistentes a resposta imuno-
inflamatória;

Resistência à antibióticos locais ou
sistêmicos e agentes
antimicrobianos

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FASES DA FORMAÇÃO DO BIOFILME


FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO SUPRAGENGIVAL

Película adquirida

1- Colonização primária: físico-química (reversível)

2 - Colonização secundária: mecanismos de co-agregação, co-adesão
dos microrganismos

3 - Crescimento e síntese de matriz: formação do biofilme maduro

4 - Destacamento dos microrganismos

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PELÍCULA ADQUIRIDA


COMPOSIÇÃO: Proteína + Glicoproteínas da Saliva e GCF (Fluido gengival crevicular)

FUNÇÃO: fornecer receptores específicos para a adesão microbiana. Possui espessura
0,01µm

COMPOSIÇÃO QUÍMICA: proteínas (albumina), lisozima, lactoferrina, amilase, IgA, IgG,
fosfolipídios, glicoproteínas.

FUNÇÕES BIOLÓGICAS:
a) Proteção da superfície do esmalte
b) Confere permeabilidade seletiva ao esmalte
c) Interfere na aderência dos microrganismos à superfície dentária
d) Nutre e serve de substrato p/ os microrganismos
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PELÍCULA ADQUIRIDA


A Película adquirida é uma fina camada acelular que forma a base para
adesão dos microrganismos que posteriormente desenvolvem a placa
bacteriana.

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PELÍCULA ADQUIRIDA

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BIOFILME DENTAL

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME


FASE DE COLONIZAÇÃO INICIAL(DE 0 A 8 HORAS) - REVERSÍVEL

MECANISMOS DE ADESÃO E ESTRUTURAÇÃO

1. Adsorção de bactérias na superfície do dente.

Nessa fase, as bactérias se adsorvem à superfície do dente (película adquirida)

Em seguida, as bactérias começam a sintetizar exopolissacarídeos (EPS) insolúveis, sendo
que esse processo garante a aderência delas em uma matriz tridimensional denominada
biofilme.

S.sanguis; A.viscosus; S. mitis; Actinomyces viscosus - adesão bacteriana à superfície dentária

A matriz de EPS tem importante função também em armazenar nutrientes e água em função
dos radicais neutros e com carga dos polissacarídeos, além de proteger bactérias de resposta
imune, predadores e agentes antimicrobianos.

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME

PLACA INICIAL - Após 4 horas da higienização – poucas bactérias aderidas na película adquirida

FASE LAG OU ADAPTATIVA – não há proliferação celular

RÁPIDO AUMENTO BACTERIANO – de 8 a 12 horas – crescimento heterogêneo

Após 1 dia – bactérias cocóides com filamentos espalhados


Após 2 dias – filamentos – COLONIZAÇÃO MAIS RÁPIDA

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME

Interação físico-química das bactérias com o biofilme.


As bactérias orais possuem mais de um tipo de proteína de adesão na sua
superfície celular (adesinas) e participam de várias interações com moléculas
presentes na boca e também com receptores de outras bactérias.

Concentração de oxigênio
As bactérias colonizadoras das mucosas da boca estão expostas
ao oxigênio durante a maior parte do tempo. As que colonizam a parte
interna do biofilme ou do interior da gengiva são predominantemente
anaeróbicas.

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COLONIZADORES INICIAIS DO BIOFILME


Streptococcus species (60-90%)

Eikenella spp.

Haemophilus spp.

Prevotella spp.

Propionibacterium spp.

Capnocytophaga spp.

Veillonella spp.
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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME


2. Adesão entre outros microrganismos colonizadores, interagindo com
receptores de adesão específicos e aumentando a densidade do biofilme.

COLONIZAÇÃO SECUNDÁRIA
Prevotella intermedia
Capnocytophaga sp
Fusobacterium nucleatum
Porphyromonas gingivalis

CO-AGREGAÇÃO e CO-ADESÃO BACTERIANA - Duas bactérias geneticamente
distintas se reconhecem e se aderem uma à outra.
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COLONIZADORES TARDIOS


Aggregatibacter actinomycetemcomitans

Prevotella intermedia

Eubacterium spp.

Treponema spp.

Porphyromonas gingivalis

Fusobacterium nucleatum

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME

3. Multiplicação dos microrganismos, levando ao crescimento


e formando uma superfície tridimensional e funcionalmente organizada.

A produção de polímeros resulta na formação complexa de matriz extracelular,
compondo glucanos solúveis e insolúveis, frutanos e heteropolímeros. Essa
matriz pode ser biologicamente ativa, reter nutrientes, água e enzimas no
biofilme oral.
4. As bactérias podem responder a sinais do meio ambiente e se destacar da
superfície, permitindo que colonizem outros locais

A carga da matriz extracelular, a sua composição e a morfologia são os
principais parâmetros que influenciam essa adesão bacteriana.

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME

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FASES DE FORMAÇÃO DO BIOFILME

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COMPOSIÇÃO DO BIOFILME


Material orgânico

Polissacarídeos extracelulares (30%): dextranas (mutanos)

Proteínas (30%): albumina do fluido gengival

Lipídeos (15%): restos alimentares e bactérias e células imune
mortas

Glicoproteínas: saliva

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COMPOSIÇÃO DO BIOFILME


Material inorgânico da placa dentária

Cálcio e fósforo: componentes majoritários

Sódio e flúor: menor quantidade

Fonte de material inorgânico:

Placa supragengival: saliva

Placa subgengival: fluido gengival

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CLASSIFICAÇÃO DA PLACA


FORMAÇÃO DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL

Organização estratificada de acumulação em diversas camadas de
morfotipos bacterianos. Cocos e bastonetes curtos gram + predominam na
superfície dentária e bastonetes, filamentos Gram – e espiroquetas
predominam na superfície lateral da massa de placa madura

FORMAÇÃO DO BIOFILME SUBGENGIVAL

Temperatura média 35 C (30 a 38 C)

pH 7,0-8,5

Baixa tensão de oxigênio (Anaeróbios restritos ou facultativos)
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CÁLCULO DENTAL


CÁLCULO DENTAL
Age como fator de risco para a doença periodontal (fator retentivo)
Trata-se de um agregado calcificado de bactérias mortas e outros resíduos.
Origina-se da deposição de sais minerais na placa bacteriana.


FORMAÇÃO DO CÁLCULO
Forma-se pela deposição de cálcio e sais de fosfato na placa bacteriana
Seu grau de formação está relacionado com a quantidade de placa e com a secreção das
glândulas salivares.
A mineralização da placa começa em 24-72h e leva em média 12 dias para maturar.
A porção mineralizada consiste em quatro formas diferentes de cristais de fosfato de cálcio:
bruchita, fosfato octacálcio, hidroxiapatita e fosfato de cálcio.

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CÁLCULO SUBGENGIVAL x CÁLCULO SUBGENGIVAL

CÁLCULO SUPRAGENGIVAL CÁLCULO SUBGENGIVAL



Mais heterogêneo, visto que sua ●
Mais homogêneo, visto que é formado
formação depende do fluxo salivar por camadas com uma densidade

O mineral predominante sempre é a igualmente alta de minerais.
hidroxiapatita ●
Torna-se mineralizado devido ao

Forma instável de mineralização. exsudato da bolsa periodontal

Coloração branco-amarelada ●
O mineral predominante sempre é o

Locais mais comuns: Vestibular dos fosfato de cálcio
molares superiores e lingual dos ●
Forma estável de mineralização.
incisivos inferiores ●
Coloração escurecida

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CÁLCULO SUPRA E SUBGENGIVAL

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DIAGNÓSTICO DA DOENÇA PERIODONTAL

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O QUE É A DOENÇA PERIODONTAL?


São todas as condições patológicas que acometem as estruturas do periodonto de
proteção (gengiva livre e gengiva inserida) e/ou sustentação (osso alveolar, cemento
e ligamento periodontal).

A partir disso, as doenças periodontais são tidas como um desequilíbrio entre
agressão e defesa nesses tecidos, resultando em reações inflamatórias que
acometem a gengiva (gengivite), que podem ou não progredir, com o tempo, para os
tecidos de suporte do dente (periodontite).

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PERIODONTO SAUDÁVEL


Gengiva cor rosa pálida (caucasianos) de aspecto pontilhado, fortemente
aderida aos tecidos subjacentes, e com margem em ponta de faca.

Margem gengival com contorno parabólico.

Papilas interdentais firmes, sem sangramento a sondagem delicada.

Ocupa todo o espaço abaixo das áreas de contato.

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PERIODONTO SAUDÁVEL

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DIAGNÓSTICO


Avaliação clínica tradicional (anamnese, história médica e odontológica do
paciente, exame extra-oral, exame intra-oral, exame laboratorial, exame
radiográfico)

Fatores de risco, hábitos de higiene, uso de medicamentos

Presença ou ausência de sinais clínicos de inflamação.

Profundidade de sondagem.

Extensão e padrão de perda de inserção clínica e osso.

Presença ou ausência de sinais e sintomas diversos: dor, ulceração,
quantidade de placa e cálculo.

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EXAME CLÍNICO PERIODONTAL


EXAME CLÍNICO PERIODONTAL

Índice de placa e gengival

Profundidade de bolsa à sondagem (PBS)

Nível de inserção clínico (NIC)

Mobilidade dentária

Envolvimento de furca

EXAME CLÍNICO GENGIVAL

Coloração, textura, contorno, posição

Placa bacteriana, Cálculo Dentário, Sangramento gengival
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IMPORTANTE


EXAME CLÍNICO PERIODONTAL

Profundidade de bolsa à
sondagem(PBS): Distância da margem
gengival ao fundo do sulco ou bolsa

Nível de inserção clínico (NIC):
Distância da junção cemento-esmalte
até o fundo do sulco ou bolsa.

BOLSAS PERIODONTAIS

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ESPAÇO BIOLÓGICO

O espaço biológico é a distância


compreendida entre a crista óssea
alveolar e a margem gengival livre
Alguns autores na literatura não
consideram a medida do sulco
gengival, falando que o espaço
biológico tem em média 2 mm –
Esse é o chamado espaço
biológico histológico

Espaço biológico clínico: 3mm

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BOLSAS PERIODONTAIS

Espaço biológico compreende:


Epitélio do Sulco, Epitélio Juncional
e Inserção Conjuntiva
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BOLSAS PERIODONTAIS


BOLSA PERIODONTAL

SIMPLES – uma face do dente

COMPOSTA – duas faces do dente

COMPLEXA – várias faces do dente

BOLSAS SUPRA-ÓSSEAS - fundo da bolsa encontra-se coronariamente
à crista óssea – associado à perdas ósseas horizontais.

BOLSAS INFRA-ÓSSEAS - fundo da bolsa encontra-se apicalmente à
crista óssea. – associado à perdas ósseas verticais.
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DIAGNÓSTICO


Profundidade de sondagem:

Em locais saudáveis, a
profundidade de sondagem é de no
máximo 3 mm (ESPAÇO
BIOLÓGICO). Em locais onde a
periodontite já causou a destruição
do aparato de sustentação do
dente, a profundidade de
sondagem é de 4 mm ou mais.
Sonda Carolina
do Norte
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SONDAGEM PERIODONTAL


SONDA PERIODONTAL ●
USO DA SONDA PERIODONTAL

1a geração – manuais, milimetradas

Presença ou ausência de bolsas
periodontais

2a geração – manuais, pressão ●
Perda de inserção conjuntiva ocorrida:
controlada
pela doença periodontal, por problemas

3a geração – eletrônicas, Florida Probe de ordem anatômica ou traumática;

IMPORTANTE: Sonda periodontal de ●
Presença de cálculos subgengivais;
diâmetro pequeno, com marcações ●
Envolvimento de furca (sonda de Nabers)
visíveis, inserida paralelamente ao ●
Medir a distância entre o término do
longo eixo do dente. preparo protético e a crista óssea.
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SISTEMÁTICA DE SONDAGEM


SEMPRE SONDAR 6 SUPERFÍCIES DENTÁRIAS:

MV / V / DV

ML / L / DL

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ENVOLVIMENTO DE FURCA


Sonda de Nabers

Grau 1: perda horizontal de
tecidos < 1/3 largura do dente

Grau 2: perda horizontal de
tecidos > 1/3 largura do dente,
sem exceder toda a largura

Grau 3: destruição lado a lado

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SONDA NABERS

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MOBILIDADE DENTAL


Grau 1: 0,2 - 1 mm no sentido horizontal

Grau 2: > 1 mm no sentido horizontal

Grau 3: sentido horizontal e vertical

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TIPOS DE SONDAS PERIODONTAIS

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DIAGNÓSTICO


Exames radiográficos

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EXAME RADIOGRÁFICO – O QUE PODEMOS AVALIAR?


Presença de reabsorção óssea

Distribuição da perda óssea (generalizada ou localizada)

Padrão de destruição óssea (perda óssea horizontal ou vertical)

Estimativa da perda óssea (distância da junção cemento esmalte à crista)

Alargamento do espaço periodontal

Anatomia dentária (forma e tamanho das coroas, forma comprimento e número das raízes).

Presença de lesões periapicais e reabsorções radiculares

Marcos anatômicos e suas relações com os dentes. Exemplo: pneumatização do seio maxilar

Detecção de fatores irritantes locais (lesões cariosas, cálculos)

Reabsorções dentárias

Iatrogenias (restaurações com falta ou excesso de material, pontos de contato incorretos etc.

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LIMITAÇÕES DO EXAME RADIOGRÁFICO


Não registra atividade de doença periodontal

Não determina presença de bolsa periodontal

Não indica presença de mobilidade

Não estabelece distinção entre o caso tratado e o não tratado

Não registra a morfologia dos defeitos ósseos (crateras, fenestrações, deiscências)

Não revela estruturas vestibulares, linguais e palatinas dos dentes.

Não é tridimensional, pois não mostra o eixo dos z, apenas dos x e dos y

Não estabelece uma proporção entre tecidos moles e duros.

Não mostra o espaço biológico periodontal.
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


Gengivite: É a presença da inflamação gengival sem
perda da ligação com o tecido conjuntivo.

DOENÇAS GENGIVAIS
INDUZIDAS POR BIOFILME
NÃO INDUZIDAS POR BIOFILME

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


DOENÇAS GENGIVAIS INDUZIDAS POR BIOFILME

Somente por placa bacteriana.

Modificada por fatores sistêmicos: - associada com
sistema endócrino - com discrasia sanguínea

Modificada por medicações: - drogas. -
anticoncepcionais.

Modificada por má nutrição: avitaminoses
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GENGIVITE INDUZIDA SOMENTE POR BIOFILME

CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
Sangramento
Edema
Vermelhidão
Aumento do exsudato
inflamatório

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GENGIVITE MODIFICADA POR FATORES SISTÊMICOS

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GENGIVITE MODIFICADA POR MEDICAÇÕES

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GENGIVITE MODIFICADA POR MÁ NUTRIÇÃO

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


DOENÇAS GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS POR BIOFILME

De origem bacteriana específica: - Neisseria gonorrhea. -
Treponema pallidum. - Estreptococos, outros.

De origem virótica: - Herpética: gengivoestomatite herpética
primaria, herpes bucal recorrente, varicela, herpes zoster,
outros.

De origem fúngica: - Cândida sp, Eritema gengival linear,
Histoplasmose, outros
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


DOENÇAS GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS POR BIOFILME

De origem genética: - Fibromatose gengival hereditária, outros.

Manifestação gengival de condições sistêmicas: - Líquen plano,
Penfigóide, Pênfigo vulgar, eritema multiforme, Lúpus eritematoso, etc

Reações Alérgicas: materiais restauradores, dentifrícios, bochechos,
etc.

Lesões traumáticas: Química, física, térmica.

Reação de corpo estranho.

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL

Fibromatose gengival
hereditária

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


DOENÇAS PERIODONTAIS

Periodontite crônica: (localizada, generalizada).

Periodontite Agressiva: (localizada, generalizada).

Periodontite como manifestação de doenças sistêmicas.
Associada as discrasias sanguíneas: Neutropenia adquirida, Leucemia, etc
Associada a distúrbios genéticos: Neutropenia familiar e cíclica; Síndrome de
Down; Síndrome de deficiência da adesão de leucócitos; Síndrome de
Papillon-Lefèvre; Síndrome Chediak- Higashi; Histiocitose; Doença de
armazenamento do glicogênio; Agranulocitose genética infantil; Síndrome de
Cohen; Síndrome Ehlers-Danlos (tipos IV e VIII); Hipofosfatasia; Outros.
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE CRÔNICA

É a forma mais comum de doença periodontal
destrutiva em adultos

Pode ocorrer em uma ampla faixa etária

Pode afetar a primeira e a segunda dentição

Normalmente a progressão é lenta ou
moderada, mas apresenta períodos de
progressão rápida

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE CRÔNICA

Sangramento gengival à sondagem e /ou
supuração

Perda dos tecidos periodontais de suporte

Perda de inserção em regiões de furca

Profundidade de bolsa à sondagem aumentada

Perda clínica de inserção

Evidência radiográfica de perda óssea

Mobilidade patológica pode estar presente

Pode ser localizada em uma área ou generalizada
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE CRÔNICA

LOCALIZADA – menos de 30% sítios
envolvidos

GENERALIZADA – mais de 30% de sítios
envolvidos

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE CRÔNICA

Características clínicas (Leve a Moderada)

Edema e eritema gengival

Sangramento gengival à sondagem e/ou
supuração

Perda inferior a 1/3 do suporte periodontal

Envolvimento de furca Grau I incipiente

Profundidade de bolsa à sondagem < 6 mm

Perda clínica de inserção < 4 mm

Perda óssea radiográfica e mobilidade
patológica podem estar presentes
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE CRÔNICA

Características clínicas (Avançada)

Edema e eritema gengival

Sangramento gengival à sondagem e /ou supuração

Perda superior a 1/3 dos tecidos de suporte

Perda de inserção em regiões de furca, quando
presente, excede a classe I incipiente

Profundidade de bolsa à sondagem > 6 mm

Perda clínica de inserção > 4 mm

Evidência radiográfica de perda óssea

Mobilidade patológica pode estar presente

Pode ser localizada em uma área ou generalizada
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE AGRESSIVA

As periodontites agressivas abrangem
distintos padrões

Em geral as pessoas parecem saudáveis

Tendência a agregação familial

Rápida taxa de progressão da doença

Ocorre em formas localizadas e generalizadas

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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE AGRESSIVA

Características principais:
História médica não significativa
Rápida perda de inserção e destruição óssea
Concentração familiar dos casos


Características secundárias:
Depósitos microbianos incompatíveis com a severidade da destruição
Proporções elevadas de Aa, e em algumas populações P gingivalis
Anormalidades fagocitárias (Fenótipos de macrófagos hiper-reativos)
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE AGRESSIVA LOCALIZADA

Inicio na puberdade com dano periodontal localizado em 1os molares
permanentes e incisivos

Padrões atípicos de acometimento

Freqüentemente associada ao A. actinomycetencomitans e anormalidades de
funções de neutrófilos

A forma localizada afeta freqüentemente os primeiros molares decíduos e os
tecidos gengivais exibem inflamação discreta com acúmulo moderado de placa.
O aparecimento é por volta dos quatro anos de idade e os indivíduos não
apresentam condições sistêmicas ou histórias de infecções recorrentes.
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL


PERIODONTITE AGRESSIVA GENERALIZADA

Normalmente afeta pessoas com menos de 30 anos

Perda de inserção em molares e incisivos e pelo menos em mais 3 dentes

Natureza episódica de destruição

Freqüentemente associada ao A.actinomycetencomitans, P. gingivalis e
anormalidades de funções de neutrófilos

Reduzida resposta sérica de anticorpos para microorganismos

A forma generalizada apresenta inflamação gengival aguda, recessão gengival,
rápida destruição de osso alveolar algumas vezes acompanhada de destruição
radicular e perda dos dentes decíduos. Os indivíduos apresentam alta prevalência
de anomalias leucocitárias e síndromes genéticas podem estar associadas.
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CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL

PERIODONTITE REFRATÁRIA
• Pode ser aplicada a todas as formas de doença periodontal destrutiva que parecem
não responder ao tratamento. Ex: periodontite crônica refratária
• Pacientes que acompanhados longitudinalmente, demonstraram perda de inserção
adicional de um ou mais sítios.
• A terapêutica foi bem executada e houve cooperação do paciente para interromper a
progressão da doença
• Falha na terapia convencional em eliminar biofilmes
• Aparecimento ou superinfecção por patógenos oportunistas
• Resultado de uma complexidade de fatores desconhecidos que comprometem a
resposta do hospedeiro à terapia convencional
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DIFERENÇAS ENTRE A PERIODONTITE CRÔNICA E AGRESSIVA

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DOENÇAS AGUDAS

DOENÇAS AGUDAS
São condições clínicas com início rápido que envolvem
o periodonto ou estruturas associadas e podem ser
caracterizadas por dor ou desconforto e infecção.
Podem estar associadas à gengivite ou periodontite
Podem ser localizadas ou generalizadas
Possíveis manifestações sistêmicas
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DOENÇAS AGUDAS – ABSCESSO PERIODONTAL

ABSCESSO PERIODONTAL
Inflamação purulenta localizada dos tecidos
periodontais. Também é conhecido como abscesso
periodontal lateral ou abscesso parietal.

ETIOLOGIA

periodontite pré-existente

após raspagem subgengival

após cirurgia periodontal

em pacientes com doenças sistêmicas que
causem imunossupressão, como diabetes
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DOENÇAS AGUDAS – ABSCESSO PERIODONTAL

SINTOMAS DO ABSCESSO

elevação ovóide na parte lateral à raiz

supuração – via fístula ou via bolsa

dor - fragilidade da gengiva

tumefação

sensibilidade à percussão

mobilidade - elevação do dente
MICROBIOTA

P gingivalis, P intermedia,
P melaninogenica, F nucleatum,

B forsythus.
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ABSCESSOS AGUDOS x ABSCESSOS CRÔNICOS

AGUDOS x CRÔNICOS
Abscessos agudos: são dolorosos, causando edema e elevações vermelhas,
brilhantes e ovóides na margem gengival ou na gengiva inserida. Após o
exsudato parcial da coleção purulenta, eles se tornam crônicos.
Abscessos crônicos: podem ser dolorosos e podem agudizar, eventualmente.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
EXAME CLÍNICO E RADIOGRÁFICO - vitalidade pulpar - lesões cariosas - bolsas
periodontais, fístula.

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DOENÇAS AGUDAS

TRATAMENTO DE LESÕES AGUDAS


(1) incisão e drenagem
(2) raspagem e alisamento radicular
(3) cirurgia periodontal
(4) antibióticos sistêmicos
(5) extração dentária

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DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES


GENGIVITE NECROSANTE

Características clínicas
SINAIS E SINTOMAS

Pseudomembrana - febre, mal estar - dor - sangramento espontâneo -
necrose papilar – crateras interproximais - úlceras

Crateras Interproximais recobertas por pseudomembranas - halitose –

Necrose papilar foetor ex ore - aumento de volume nódulos
linfáticos - sequestros ósseos

Dor intensa

Halitose

Sangramento espontâneo
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DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES


FLORA CONSTANTE:
Treponema sp
Selenomonas sp
Fusobacterium sp
P intermedia

FATORES PREDISPONENTES
HIV
Desnutrição
Higiene deficiente
Stress
Uso de tabaco e álcool
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DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES


DOENÇA PERIODONTAL NECROSANTE

Etiologia Bacteriana

Faixa etária: 15-30 anos

A papila é a região mais atacada

Tecido necrótico, ulcerado

Placa branco-amarelada

Pode ocorrer febre moderada

Destruição dos tecidos

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DÚVIDAS?

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