Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orientador de Dissertação:
MESTRE EM PSICOLOGIA
2009
Dissertação de Mestrado realizada sob a
orientação do Professor Doutor Pedro
Almeida, apresentada no Instituto
Superior de Psicologia Aplicada para
obtenção de grau de Mestre na
especialidade de Psicologia Social e das
Organizações conforme o despacho da
DGES, nº 19673 /2006 publicado em
Diário da República 2ª série de 23 de
Março, 2007.
ii
Agradecimentos
Gostaria de começar por agradecer à minha família por todo o apoio que me
disponibilizou, tanto a nível financeiro como motivacional em especial à minha falecida avó
Margarida Carvalho que por força do destino não acompanhou esta minha etapa de vida até ao
fim; ao meu pai Hernando Carvalho e à minha mãe Idalina Lemos.
À minha namorada Andreia Oliveira, que nos melhores e piores momentos esteve ao
meu lado durante todo o meu percurso académico e nesta fase de finalização deste trabalho
teve sempre presente com palavras de incentivo.
Agradeço também aos amigos e colegas que comigo percorreram este caminho e que
de forma directa ou indirecta me ensinaram muito e continuarão certamente a ensinar.
A todos os Professores que me transmitiram todo o conhecimento científico ao longo
destes cinco anos, que certamente contribuíram para que a realização deste trabalho fosse
possível.
Ao meu orientador e amigo, o Professor Doutor Pedro Almeida, pela sua simplicidade,
profissionalismo e especialmente à sua paciência, permitindo a transmissão de ensinamento
profissionais e de vida, contribuindo de forma incansável e incomparável para a realização e
finalização deste estudo e etapa académica.
Agradeço também à professora Ana Ramires pelo seu profissionalismo e amizade
durante e após a orientação / supervisão do meu estágio curricular. Não podendo ficar de fora
e em especial agradecimento ao Professor João Lameiras pelos importantes conselhos que me
deu sobre análise estatística e pela sua paciência durante os momentos mais atribulados nas
sessões de esclarecimento de dúvidas.
iii
NOME: João Pedro Farinha de Lemos Fernandes de Carvalho Nº ALUNO: 12232
DATA: 02/12/2009
RESUMO
O presente estudo pretendeu relacionar Competência Psicológicas, Formulação de
Objectivos e Rendimento em contexto desportivo, recorrendo a uma amostra de 12 atletas
de Basquetebol em escalão de formação Júnior (sub-19). Assim, procurou-se verificar
num estudo pré-experimental se existiam alterações nas competências psicológicas e no
Rendimento desportivo após a formulação de objectivos individualmente com as atletas.
Para a recolha dos valores de Competências Psicológicas em Pré e Pós teste utilizou-se o
Inventário das Competências Psicológicas do Desporto que é uma versão traduzida e
adaptada do Psychological Skills Inventory for Sport - P.S.I.S. (Form R-5) (Mahoney,
1987; Mahoney, Gabriel & Perkins, 1987, cit. por Cruz, 1993). As medidas de
rendimento desportivo (número de Turnover´s de cada atleta durante a competição)
foram recolhidas através da recolha dos valores em estatística competitiva através da
visualização os jogos. No que diz respeito à Formulação de Objectivos esta foi efectuada
através da Formulação de Objectivos Intervalares (F.O.I.) criado em 1984 por O'Block e
Evans. Após a intervenção individual com as atletas e comparando os resultados de pré e
pós intervenção, verificou-se que nas medidas psicológicas existiram alterações
significativas na “autoconfiança” resultando uma melhoria dos valores; em relação ao
“Controlo de Ansiedade” também existiram diferenças significativas mas neste caso
existindo um decréscimo nos valores médios; em relação à escala de “Espírito de equipa”
não existiram diferenças entre os valores médios, sendo praticamente idênticos após a
intervenção; em relação à “Concentração” não existem diferenças significativas nos
valores, no entanto existiu alguma melhoria nos valores médios. Por último não existindo
diferenças significativas para a “Motivação”, neste caso também verificou-se um
decréscimo dos valores. Referenciando agora as medidas de Rendimento Desportivo
verificou-se que após a intervenção existiram diferenças significativas nos valores, tanto
para a contabilização de “após 1 minuto jogado” como para “após 10 minutos jogados”,
diferenças estas para valores superiores da medida “Turnover”, ou seja, para um
decréscimo no rendimento desportivo.
ABSTRACT
This study sought to relate the psychological, Formulation of Objectives and Performance
in the athletic context, using a sample of 12 basketball players in training junior-level (sub-
19). Thus, we have studied a pre-experimental study whether there were changes in
psychological skills and sports performance after the formulation of objectives with
individual athletes. To collect the values of Psychological Skills in Pre and Post test we
used the Psychological Skills Inventory for Sport which is a translated version of the
Psychological Skills Inventory for Sport - PSIS (Form R-5) (Mahoney, 1987, Mahoney,
Gabriel & Perkins, 1987, cit. By Cruz, 1993). The measures of athletic performance
(number of Turnover's of each athlete during the competition) were collected through the
collection of statistical values in competitive by viewing the games. With regard to the
formulation of objectives this was achieved through the formulation of range object (FOI)
created in 1984 by O'Block and Evans. After intervention with the individual athletes and
comparing the results of pre and post intervention, it was found that the psychological
measures there were significant changes in "confidence" resulting in an improvement in
values, in relation to the Control of Anxiety "there were also significant differences but in
this case there is a decrease in the average values related to the scale of “team spirit” there
were no differences between the mean values are virtually identical after the intervention,
in relation to “Concentrations” no significant differences in values, however there some
improvement in the average values. Finally no significant difference for the "Motivation",
in this case also there was a decrease of values. Referencing now the measures of income
Sports found that after the intervention there were significant differences in values for both
the accounting "after 1 minute played" as to "after 10 minutes played," these differences to
greater measure of "turnover", result a decrease in sports-performance.
v
INDICE
Resumo iv
Abstract v
Lista de tabelas viii
Lista de figuras x x
Introdução 1
Enquadramento Teórico:
Origem da Formulação de Objectivos:
- Modelos Teóricos da Motivação - 5
Tipo de Objectivos 9
vi
- Delineamento 24
- Instrumentos e medidas 25
- Rendimento 25
- Medidas Psicológicas 26
- Procedimento 27
Resultados 30
Discussão e Implicações 39
Limitações e considerações finais 43
Referências 45
Anexos 47
vii
LISTA DE TABELAS:
viii
LISTA DE FIGURAS:
LISTA DE ABREVIATURAS
- RB - Resultado Bruto
ix
Introduªo
A integraªo no mundo desportivo "oferece" aos atle tas mœltiplos benefcios, nªo s
a nvel pessoal, mas tambØm a nvel social, por se tratar de um "palco" onde a maior parte
destes indivduos experimentam pela primeira vez um variado nœmero de sensaıes/situaıes,
as quais servem de aprendizagem e preparaªo para a vida adulta. Assim, Ø na convivŒncia
desportiva que os atletas experimentam pela primeira vez situaıes como: o sucesso ou
insucesso, o apoio e a competiªo com outros jovens , riscos, mas nªo s, Ø tambØm neste
mundo que estes mesmos jovens aprendem a tomar decisıes e a auto-controlar-se (Smith &
Smoll, 1996, cit. por Cruz, 1996).
Ser bem sucedido, ter Œxito desportivo, Ø na maiorparte dos casos, o resultado de se
atingir um objectivo. A criaªo de objectivos surge , hoje em dia, como caracterstica
fundamental para o desenvolvimento do indivduo e d a sociedade, estando essencialmente
relacionados com a necessidade constante de se ultrapassarem limites, e de se atingirem
patamares atØ entªo inatingveis, quer a nvel indi vidual, quer a nvel grupal. Estes objectivos
variam de indivduo para indivduo, de grupo para g rupo, evoluindo ao longo da vida,
abrangendo diversas Æreas da vida de um ser humanocomo, a vida pessoal, acadØmica,
profissional, etc.
1
treinadores e dirigentes, independentemente do seu grau de profissionalismo (profissionais,
amadores, escalıes de formaªo) e da modalidade em que estªo inseridos.
Ao mesmo tempo, parecem nªo existir dœvidas de que, nos dias que correm, atletas
de elite, atingem nveis de rendimento superiores e de forma mais eficaz do que no passado.
Essas melhorias devem-se, nªo s, ao melhoramento d as condiıes sociais e materiais, a
novas, mais adequadas e eficazes, tØcnicas de treino, mas tambØm a factores de ordem
mental e motivacional (O’block & Evans, 1984).
A motivaªo Ø apontada por diversos autores (Cruz, 1997; Weinberg, 1988; Weinberg
e Gould, 1995) como o segredo fundamental para a obtenªo de sucesso desportivo. Estar
motivado, Ø ter vontade de atingir algo, Ø dirigira atenªo, esforo e persistŒncia para
determinadas tarefas, que permitiram aos atletas atingir um objectivo previamente
estabelecido, seja ele de cariz individual ou colectivo. S assim cada atleta poderÆ atingir o
sucesso, o Œxito desportivo. Os objectivos apesar de inerentes ao mundo desportivo, sªo ainda
pouco utilizados da melhor forma. A maneira de os formular, e capacidade de criar condiıes
para os atingir, sªo aspectos ainda pouco trabalhad os no desporto de uma forma geral. Nos
dias que correm, a formulaªo de objectivos Ø muito provavelmente utilizada de forma
correcta e frequente apenas em atletas de alta competiªo.
A Formulaªo de Objectivos (F.O.), nos atletas de a lta competiªo, Ø cada vez mais
defendida pelos especialistas, e o seu poder e impacto, sob diferentes formas parece ser
crescente. Sobretudo, como uma tØcnica para melhorar a "performance", individual e/ou
colectiva, atravØs da combinaªo de objectivos de c urto, mØdio e longo prazo.
2
importante utilizar esta tØcnica de forma criteriosa, tendo em atenªo diversos factores como
por exemplo: a especificidade dos objectivos; o tempo para estes serem atingidos (curto,
mØdio e/ou longo prazo); e o facto de serem individuais ou colectivos (quando sªo dos dois
tipo, Ø importante que os objectivos nªo colidam). Respeitando estes e outros factores, serÆ
possvel obter os objectivos preestabelecidos, os q uais permitirªo ao indivduo uma
possibilidade de aumento do seu desempenho e das suas competŒncias psicolgicas.
Em relaªo primeira vertente, a questªo de invest igaªo inerente grande parte dos
estudos (Costa, 1997; Cruz & Costa, 1997; Martens, 1987; Weinberg e Gould, 1995) era:
"Que tipo de objectivos devem ser estabelecidos, e quais os que funcionam melhor?" Os
diversos estudos efectuados com o intuito de responder a esta questªo (Harter, 1978 e 1981,
cit pot Cruz, 1996; Nicholls, 1984 e 1989; Dweck, 1986 e Ames, 1992), salientam o facto de
que, para qualquer programa de formulaªo de object ivos (P.F.O.) aumentar a probabilidade
de sucesso, deve fomentar e ter por base o desempenho dos atletas e nªo tanto os resultados
desportivos sob a forma de ganhar ou perder (ganhar ou perder, Ø algo inerente a qualquer
atleta, essencialmente no que diz respeito a atletas ligados ao mundo da alta competiªo em
que o sucesso Ø bastante valorizado). importante pois, fazer ver ao atleta que o prprio Ø
tanto melhor desportivamente quanto melhor for o seu rendimento (algo que depende de si, e
da sua vontade de se superar), e nªo quanto pior fo r o rendimento do adversÆrio (ao existir
esta comparaªo estarªo a ser valorizados factores externos ao atleta, logo, nªo
controlÆveis pelo prprio).
JÆ no que refere a vertente terica que procura perceber o efeito dos programas de
formulaªo de objectivos quer no rendimento, quer n as competŒncias psicolgicas, diversos
estudos tŒm sido realizados (Cruz, 1997; Gomes, 2001; Swain e Jones, 1995). Qualquer um
dos estudos teve por objectivo avaliar os efeitos da implementaªo deste tipo de programas
quer no rendimento, quer nas competŒncias psicolgicas em avaliaªo. As conclusıes
obtidas por estes investigadores demonstraram que a implementaªo deste tipo de programas
Ø responsÆvel pela promoªo, de forma muito eficaz, do rendimento dos atletas.
3
Tendo como base os dados previamente descritos, o presente estudo pretende avaliar
os reais efeitos da implementaªo de um Programa de Formulaªo de Objectivos no
rendimento dos atletas, ou seja, o primeiro objectivo deste trabalho Ø perceber que
consequŒncia se obtØm no desempenho dos atletas aps a introduªo e desenvolvimento de
um programa baseado em objectivos.
Uma outra questªo susceptvel de investigaªo prend e-se com os efeitos que se
poderªo obter nas competŒncias psicolgicas aps a implementaªo do programa jÆ
mencionado. Para tal irÆ recorrer-se a um teste psicolgico bastante utilizado na Ærea do
desporto, e que pretende avaliar cinco competŒnciaspsicolgicas distintas, tais como: o
controlo de ansiedade, a concentraªo, a confiana, a motivaªo e a esprito de equipa.
Actualmente Ø cada vez mais visvel, atravØs dos meios de comunicaªo social, a
importncia que os vÆrios agentes desportivos (treinadores, atletas, Ærbitros, etc.) dªo aos
factores psicolgicos para a obtenªo de desempenho s mais eficazes. Desta forma, torna-se
importante fornecer a estes agentes, novas tØcnicas e saberes que permitam nªo s o
potenciamento do aspecto fsico, mas tambØm o desenvolvimento de um trabalho em termos
psicolgicos, de forma a preparar mais eficazmente o atleta para as suas tarefas.
4
Enquadramento Terico
Uma das teorias que primeiro surgiu com o objectivo de explicar a motivaªo para a
realizaªo foi a Teoria da Realizaªo das Necessida des, desenvolvida por McClelland e
Atkinson nas dØcadas de sessenta e setenta (Cruz, 1996). Trata-se de um corpo terico
interaccional, que tem em conta factores pessoais e individuais (motivaªo para o sucesso vs
motivaªo para evitar o fracasso), bem como factore s situacionais (probabilidade de sucesso
e valores de incentivo para o sucesso), como factores predictores do comportamento em
contexto de realizaªo. Tendo por base a teoria ant eriormente relatada, Weinberg e Gould
(1995) adaptaram os seus princpios bases, reajusta ndo-os ao mundo desportivo. Segundo o
corpo terico desenvolvido por estes autores, indiv duos com altos nveis de rendimento
(realizaªo) tendem a optar por tarefas desafiadora s, de dificuldade moderada ou elevada,
5
sendo que obtŒm melhores rendimentos quando sªo avaliados por outros. JÆ os indivduos
com baixos nveis de rendimento (realizaªo) sªo ca racterizados por evitar actividades, riscos
e situaıes desafiadoras, apresentando rendimentos mais baixos em momentos de avaliaªo.
Harter (1978, 1981, cit. por Cruz, 1996), formulou um modelo terico para explicar a
motivaªo das pessoas para "associarem-se" a contex tos de realizaªo. Para a autora, sujeitos
que obtŒm melhores rendimentos (ou seja, sujeitos que vivem o sucesso), tem tendŒncia a
dedicarem um maior esforo actividade em questªo, resultado nªo do sucesso alcanado
(percepªo de controlo da competŒncia pessoal), mas tambØm da "vivŒncia" de reacıes
afectivas mais positivas, em comparaªo a indivduo s que vivem insucessos (indivduos com
fracas percepıes de competŒncia e controle pessoal ). Assim, e para a autora, a percepªo de
competŒncia de cada indivduo, baseada no sucesso (rendimentos positivos), desempenha um
papel fulcral na motivaªo desportiva.
Apesar de partilharem das ideias apresentadas por Harter (1978, 1981, cit. por Cruz,
1996), alguns investigadores tem vindo a abordar a importncia dos objectivos na realidade
desportiva.
Deste modo, e tendo por base as teorias desenvolvidas por Nicholls (1984,1989) e
Dweck (1986) (Weinberg, 1996), os indivduos interp retam o seu rendimento segundo duas
perspectivas, em termos de objectivos. Numa perspectiva, os indivduos formulam objectivos
6
centrando-se nas tarefas ou na aprendizagem de novas competŒncias (aprendizagem, esforo,
reacıes afectivas e emocionais, melhoria pessoal, sªo os meios de informaªo necessÆrios
para aferir sobre a capacidade pessoal e formular as percepıes de competŒncia pessoal).
Numa outra perspectiva, surgem os objectivos mais centrados no "ego", onde o principal
objectivo Ø ter melhor rendimento que o outro (ser melhor que o outro, Ø o principal meio
de informaªo para aferir Æs capacidades pessoais e para formular as percepıes de
competŒncia).
Segundo Nicholls (1984, 1989) e Dweck (1986), indivduos que preferem tarefas
desafiadoras, concretizadas com persistŒncia e esforo, sªo indivduos mais orientados para a
capacidade e para o rendimento e com elevadas percepıes de competŒncia. JÆ indivduos
orientados para a capacidade e rendimento, mas com baixas percepıes de competŒncia
pessoal, dªo preferŒncia a tarefas de grau de dificuldade reduzido (sucesso garantido) ou a
tarefas de grau de dificuldade elevado para evitarem a demonstraªo de feita de capacidade
(nªo significam necessariamente falta de capacidade ).
7
orientaªo para o "Ego", sªo sujeitos que avaliem o seu sucesso pela comparaªo com o
outro sªo indivduos que valorizam a vitria, indep endentemente da sua prestaªo, em
detrimento de factores como o empenho e a perseverana. Ou seja, avaliam o seu sucesso,
recorrendo a padrıes normativos.
Formulaªo de Objectivos
O que sªo objectivos? Locke (1990), o investigador mais consagrado na Ærea dos
objectivos, define objectivo como aquilo que um indivduo pretende atingir, ou seja, Ø o
objectivo ou o propsito de uma acªo.
8
4) Da promoªo e desenvolvimento de novas estratØg ias para resolver os
problemas.
A funªo motivacional dos objectivos de forma direc ta e a curto prazo estÆ mais
presente nos trŒs primeiros mecanismos, enquanto que a promoªo e desenvolvimento de
novas estratØgias de resoluªo de problemas Ø, frequentemente, um processo indirecto e
que, a longo prazo, pode ser necessÆrio em tarefas complexas ou face a falhanos ou
adversidades. Isto Ø, enquanto uma tarefa for relativamente simples e os atletas
conseguirem efectuÆ-la correctamente, os benefcios motivacionais dos objectivos vªo
melhorar a quantidade e/ou a qualidade da "performance". Contudo, para tarefas muito
complexas ou quando confrontados com problemas durante a aprendizagem ou execuªo
de determinados comportamentos, os mecanismos directos motivacionais dos objectivos
desenhados para aumentar a quantidade e/ou qualidade da performance, podem nªo ser
suficiente para assegurar que os atletas atinjam os seus objectivos. O desenvolvimento de
novas estratØgias envolve assim, um trabalho mais longo e difcil.
Tipo de Objectivos
Um dos problemas que surge na formulaªo de objecti vos estÆ relacionado com o
tipo de metas que devem ser estabelecidos. Qualquer agente desportivo (atletas, treinadores,
dirigentes) ao se depararem com uma pergunta do tipo, "o que Ø para ti o sucesso?",
respondem usualmente que Ø a vitria. Consequenteme nte, estes agentes desportivos definem
os seus objectivos em termos de vitria, visto que sentem que esta Ø a motivaªo mÆxima.
Este tipo de metas continuam a ser cimentadas, como provam as crescentes recompensas,
materiais ou monetÆrias atribudas aos vencedores. Apesar disto, e como comprovam muitos
estudos que tiveram em conta este problema (Costa, 1997; Cruz & Costa, 1997; Nicholls,
1984; Weinberg & Gould, 1995), a preocupaªo excess iva com a vitria causa problemas
bem visveis ao nvel da ansiedade, motivaªo e aut o-confiana num elevado nœmero de
atletas.
Para Burton (1989, p. 186) " a vitria Ø um objecti vo de resultado que avalia o sucesso
com base em processos de comparaªo social, compara ndo o rendimento do atleta com o
9
rendimento de outros atletas em competiªo". Desta forma, tŒm vindo a ser defendido que o
estabelecimento de "objectivos de rendimento" Ø muito mais eficaz e importante que o
estabelecimento de "objectivos de resultado".
2) O sucesso;
10
rendimento dos atletas. AtravØs do "feedback" resultarÆ o processo de inferŒncia da
capacidade (sucesso ou insucesso) do qual resultarÆa percepªo de capacidade pessoal que
darÆ origem motivaªo posterior (expectativas fut uras, emoıes e importncia da
actividade).
Tendo como base os conceitos obtidos por Taylor e Ryan, Locke e os seus
colaboradores (Locke, 1996, 1968, 1978; Locke, Shaw, Saari, & Latham, 1981; Locke &
Latham, 1990, cit. por Weinberg, 1996) desenvolveram uma teoria de denominada de
Teoria da Formulaªo de Objectivos (T.F.O.) a qual tem servido de estmulo para centenas
de estudos nos mais diversos contextos (organizacionais, escolares e, tambØm, no
desporto). O princpio bÆsico segundo o qual se rege esta teoria estÆ relacionado com o
facto do desempenho numa tarefa ser regulado directamente pelos objectivos conscientes
que os indivduos tŒm para a mesma. Isto Ø, segundoesta perspectiva, os objectivos sªo
11
reguladores da acªo humana. Estes agem maioritaria mente atravØs de processos internos
de comparaªo e requerem padrıes internos com os qu ais o sujeito possa ir confrontando a
sua prestaªo.
12
Como se calcula um Objectivo Intervalar?
O seguinte exemplo demonstra de que forma se deve proceder para calcular a F.O.I.
do atleta A, 19 anos, praticante de basquetebol 5 anos, cujo objectivo Ø diminuir o nœmero
de Turnovers efectuados num jogo. Para calcular o intervalo Ø necessÆrio ter em atenªo os
seguintes valores:
F - Limite superior do intervalo (LSI) (E-C) - 95% (melhoria excepcional da prestaªo em jogo).
Segundo O’Block e Evans (1984), a utilizaªo da F.O .I. estÆ sujeita a vÆrias
condiıes, tais como:
13
a) O ponto mØdio do intervalo (E) deve ser realisticamente superior melhor
"prestaªo" do atleta (D);
b) O limite superior do intervalo (F) deve deixar lugar para uma boa "prestaªo";
d) Uma "prestaªo" que caia dentro do intervalo prØ -estabelecido deve ser considerada
como sucesso, independentemente de acontecer numa vitria ou numa derrota. Esse
sucesso Ø tanto maior, quanto maior for a "prestaª o" obtida. Deste modo, quanto maior o
sucesso, maior serÆ a motivaªo do atleta para "pre staıes" futuras;
b) A criaªo de objectivos desafiantes, como aconte ce no caso deste modelo, leva o atleta a
competir pelo seu mÆximo individual (bastante presente em modalidades individuais, como
na nataªo e no atletismo, em que nos prprios trei nos os atletas tentam ultrapassar os seus
mÆximos pessoais). A visualizaªo dos objectivos no programa de treino permite-o
preparar-se de forma mais adequada (fsica e mental mente) para a "prestaªo" melhorada;
d) A tØcnica do F.O.I. permite ao atleta ver onde estÆ e para onde caminha, ou seja, permite
ter noªo das suas prestaıes presentes, e mostra-l he onde pode estar depois de um
determinado acontecimento futuro;
14
e) Por fim, mas nªo menos importante, a tØcnica da F.O.I., permite uma
consciencializaªo do crescimento gradual do atleta , ajudando-o assim a "construir" uma
motivaªo contnua para o sucesso posterior.
Em conclusªo, formular objectivos, quer a curto, q uer a longo prazo "oferece" aos
atletas metas concretas pelas quais ele deve lutar e trabalhar. No entanto, s uma colaboraªo
saudÆvel entre as vÆrias partes inerentes ao proces
so (Atleta, Treinador e Psiclogo)
permitirÆ a elaboraªo de um plano de acªo eficaz e de qualidade (deve ter em conta as
capacidades fsicas, os rendimentos anteriores, o " timing" adequado dos objectivos).
Formular e atingir objectivos realistas oferece ao atleta um "feedback" exacto para os
padrıes e limites de rendimento. Assim, o atleta im plica-se pessoalmente num processo de
formular alvos e objectivos para as suas "prestaıe s". Como salientam os autores deste
programa (OBlock e Evans, 1984), tal processo "pod e tornar-se intervalado e gerar
comportamentos auto-dirigidos que sªo incorporados pelos atletas na luta pelos seus
objectivos - seja no desporto, seja na sua vida em geral" (ex. escola).
Estruturado por Costa (1997, cit. por Cruz & Costa, 1997), em resultado de
algumas dificuldades encontradas com a aplicaªo do programa de formulaªo de objectivos
intervalares (F.O.I. - apresentado de seguida), este programa definiu como essŒncias os
seguintes indicadores, como forma de se definirem objectivos reais e ambiciosos:
1) importante ter em conta, a percepªo de dificu ldade, quer dos treinadores, que dos
atletas em relaªo competiªo que se seguia;
2) importante saber o rendimento anterior de cada atleta, desde que ele tenha participado
em peto menos 25% do tempo de competiªo e;
15
Segundo os autores, para se formularem objectivos, seria necessÆrio efectuar pelo
menos 3 recolhas de valores, sendo o objectivo definido com base nos rendimentos mnimo
e mÆximo (ultrapassar a mØdia das trŒs competiıese igualar ou superiorizar-se ao valor
mÆximo respectivamente). Esta Ø uma forma de procur
ar "oferecer" ao atleta uma
consistŒncia ao nvel do rendimento produzido, dando-lhe a oportunidade de potenciar o
seu rendimento
Uma das maiores concepıes formulada nesta Ærea de investigaªo Ø de que, atingir
metas previamente estabelecidas, Ø mais do que simplesmente formular objectivos. Este Ø
um processo compreensivo que "responde" a um conjunto de passos sistemÆticos, os quais
devem ser percorridos para que o processo de formulaªo de objectivos se torne mais eficaz.
Os passos sªo os seguintes;
1) Formulaªo de Objectivos: para os autores, qualquer pessoa que pretenda melhorar o seu
rendimento, deve recorrer formulaªo de objectivo s. Ao fazŒ-lo, vai automaticamente
aumentar a sua motivaªo e o enfoque na tarefa. A f ormulaªo de objectivos pode ser feita
em diferentes ambientes (desporto; escola, entre outros). No entanto deve respeitar trŒs
importantes passos para o estabelecimento eficaz de objectivos, tais como; a)
desenvolvimento sistemÆtico de objectivos (objectivos a curto, mØdio e longo prazo); b) a
adequaªo dos objectivos Æ pratica (treino) e com petiªo (Ø importante ter em atenªo o
enfoque do objectivo, as competŒncias psicolgicas inerentes situaªo, o tipo de
objectivo estabelecido e o nvel de dificuldade do objectivo adoptado); c) Optimizaªo da
dificuldade dos objectivos (os objectivos devem ser desafiadores, mas realistas, quer em
situaªo de treino, quer em situaªo de competiªo - em que algumas competŒncias
psicolgicas estªo mais "activadas").
2) Assegurar o compromisso: este Ø um factor base do modelo de Locke (1968, cit. por
Singer, 2000). Segundo o autor, se um sujeito nªo a ssegurar um compromisso para
atingir o seu objectivo, nªo irÆ provavelmente desenvolver as estratØgias necessÆrias
para atingi-lo. Para o mesmo autor, o comprometimento do sujeito com os se (s)
objectivo (s) s Ø possvel se: a) o prprio partic ipar na formulaªo do objectivo; b) se
16
existirem incentivos para que ele os atinja, e c) se existir suporto por parte dos vÆrios
elementos pertencentes organizaªo (treinador, co mpanheiros, famlia).
17
6) Avaliaªo do Objectivo estabelecido: este Ø provavelmente o momento crtico do
processo de formulaªo de objectivos. Para os autor es, s quando os atletas fazem uma
avaliaªo Ø que tomam consciŒncia dos benefcios da utilizaªo desta tØcnica (seja a nvel
tØcnico, seja a nvel psicolgico). A avaliaªo sur ge pela comparaªo dos resultados
actuais, comparativamente aos resultados do incio do processo. Quando um objectivo Ø
atingido, proporciona-se um aumento de auto confiana e da motivaªo intrnseca.
Quando um objectivo nªo Ø atingido, um indivduo de ve trabalhar mais arduamente com
o intuito de melhorar (atingir o objectivo) no futuro. Em qualquer um dos casos, a
avaliaªo deverÆ promover o aumento da motivaªo e da auto-confiana (mesmo nos casos
em que os objectivos nªo sejam atingidos).
Este reajustamento pode e deve ser feito em qualquer momento, como forma de prevenir
estados psicolgicos indesejÆveis (desmotivaªo, fa lta de confiana, etc.)
18
ConsequŒncias da Formulaªo de Objectivos
As vantagens obtidas atravØs da aplicaªo deste tip o de tØcnica sªo diversas, e o seu
envolvimento Ø bem evidente ao nvel do "ambiente" geral do grupo ou equipa, do
desenvolvimento pessoal e psicolgico de cada sujei to, da liderana do grupo e das metas
que pretendem atingir.
Segundo a perspectiva de Carron (1984, cit. por Cruz, 1996)), apesar de o impacto
de um programa de F.O. se revelar de grande import ncia no que se refere ao rendimento,
este autor defende a existŒncia de razıes "humanistas" que devem incentivar o treinador a
formular objectivos individuais. Estas razıes prend em-se essencialmente com a
responsabilidade que cada treinador tem de promover o direito ao sucesso a cada atleta, ou
seja, qualquer sujeito, essencialmente em desporto, deve experienciar a satisfaªo que
resulta do atingir uma determinada meta ou objectivo. A F.O. e a sua avaliaªo, sªo factores
que podem enriquecer o valor social do desporto de competiªo, tal como salientam
McClements & Botterill (1979, 1980), segundo os quais, "se existem valores sociais no
desporto e na competiªo, entªo cada indivduo tem o direito de ser bem sucedido"
19
Fig. 3 - Vantagens dos Programas de Formulaªo de Objecti vos
20
Objectivo do Estudo
Os diversos estudos (Burton, 1989; Cruz & Costa, 1997,) encontrados acerca da
implementaªo destes programas comprovam os benefc ios da utilizaªo desta tØcnica nªo s
no rendimento, mas tambØm, num variado nœmero de competŒncias psicolgicas. A
investigaªo tem como objectivos principais impleme ntar e avaliar a eficÆcia de um Programa
de Formulaªo de Objectivos, com vista o aumento do rendimento e na potenciaªo de
competŒncias psicolgicas, ou seja, o primeiro objectivo Ø perceber que consequŒncia se
obtØm no desempenho dos atletas (avaliaªo da eficÆcia no nœmero de Turnover·s que o atleta
comete). O estudo tem como enfoque uma situaªo esp ecfica da prÆtica de Basquetebol, o
Turnover.
21
variÆveis psicolgicas em avaliaªo que podem sofre r alteraıes devido implementaªo do
Programa de Formulaªo de Objectivos. Neste caso, s ªo esperadas alteraıes nªo s e
principalmente, quanto motivaªo, visto que se tr ata de uma tØcnica motivacional, mas
tambØm ao nvel das outras competŒncias psicolgicas.
22
MØtodo Experimental
Participantes
Atleta 1 19 5 7
Atleta 2 18 8 7
Atleta 3 17 3 7
Atleta 4 17 11 7
Atleta 5 18 13 7
Atleta 6 17 9 7
Atleta 7 17 12 7
Atleta 8 17 6 7
Atleta 9 18 12 7
Atleta 10 18 6 7
Atleta 11 17 11 7
Atleta 12 17 11 7
Media: 17.5 8.92 7
23
Delineamento
Para uma melhor compreensªo das actividades desenv olvidas ao longo deste
perodo, apresentamos de seguida o design do estudo:
- 1“ Aplicaªo do - Intervenıes * e
P.S.I.S. Feedback Semanais
* Ajuda aos atletas com o intuito de fazŒ-los perceber quais as razıes que podem ter
estado por trÆs do seu sucesso ou insucesso na tarefa. Manutenªo dos aspectos
positivos e eliminaªo dos aspectos negativos.
24
Instrumentos e Medidas
O presente estudo foi constitudo por dois grupos d e medidas. O primeiro grupo
refere-se s medidas de rendimento, onde foram aval iadas o nœmero de Turnover·s
cometido pelas atletas em estudo e em competiªo. O segundo grupo referiu-se s
medidas psicolgicas, constitudo por cinco competŒ ncias avaliadas atravØs do P.S.I.S.
(controlo de ansiedade; concentraªo; confiana; mo tivaªo; e esprito de equipa).
Rendimento
O que Ø o Turnover?
25
Medidas Psicolgicas
O instrumento Ø constitudo por 39 itens, repartidos por 5 escalas, que tem por
objectivo avaliar outras tantas CompetŒncias Psicolgicas, que influenciam o
desempenho dos atletas. Essas escalas sªo:
- Controlo da Ansiedade, constituda por 10 itens, (ex: "Tenho mais tendŒncia para
obter melhores rendimentos, quando me sinto mais tenso do que quando estou menos
tenso")
- Auto-Confana, constituda por 9 itens (ex. "A m aior parte das vezes vou para as
competiıes confiante de que terei um bom rendiment o ")
- Esprito de Equipa, constituda por 7 itens (ex. "Dou-me muito bem com todos os
outros elementos da equipa ")
26
Uma resposta 4 serÆ pontuada com 0 pontos; uma resposta 3 pontuada com 1;
uma resposta 2 ficarÆ igual; uma resposta 1 pontuada com 3; e uma resposta 0
pontuada com 4.
2. Adicionar as pontuaıes obtidas nos itens que compı em cada escala para
obter o
Procedimento
27
A presente investigaªo decorreu numa parte da Øpoc a desportiva 2008/2009 e
foi dividida em 3 fases.
A primeira acªo que foi necessÆria desenvolver par a que este trabalho de
investigaªo fosse realizado foi a obtenªo de auto rizaªo dos responsÆveis pelo
departamento de formaªo, e mais tarde pelo respons Ævel pela equipa onde o trabalho
foi levado a cabo. Assim, procedeu-se explicaªo quer a dirigentes quer ao treinador
acerca dos benefcios da implementaªo deste tipo d e estratØgias no treino das atletas.
Mais tarde, e aps a obtenªo da autorizaªo, foi a presentado o plano de trabalho que
foi realizado, o qual apresentamos de seguida:
2a Etapa: Intervenªo
- Obtenªo das permissıes de cada atleta para parti cipar neste estudo;
28
- Foi efectuada a selecªo das atletas que estavam dispostas a participar nesta
pesquisa, e que neste caso foram a totalidade.
- Foram devolvidas as informaıes dos resultados ob tidos por cada uma das atletas na
1“ Etapa, e estipularam-se os Objectivos Individuais a atingir;
- Apresentou-se s atletas os resultados de rendime nto obtidos por cada uma, antes e
depois da intervenªo realizada.
29
Resultados
A anÆlise dos resultados obtidos ao longo deste estudo foi realizada atravØs da
comparaªo das mØdias obtidas pela amostra quer na fase anterior, quer na fase
posterior intervenªo. As mØdias dos valores obti dos neste estudo referem-se aos
valores de rendimento em contexto desportivo recolhidos atravØs da observaªo das
atletas em competiªo, usando-se os valores mØdios de nœmero de turnovers cometidos
(total) do conjunto da amostra e a mØdia do nœmerode turnovers cometidos pela
amostra a cada 1 minuto de tempo jogado e por cada 10 minutos jogados; tambØm se
efectuou a anÆlise nos valores mØdios do P.S.I.S. as
n diferentes competŒncias
psicolgicas em avaliaªo antes e aps a intervenª o.
AnÆlise do Grupo
31
Tabela 2 estatsticas descritivas da variÆvel de rendimen to durante a
competiªo na fase prØ intervenªo atravØs de tratamento estatstico (5 jogos):
32
Atleta 10 23,00 3,00 0,13 1,30
33
value e para a estatstica de teste para a compara ªo do momento prØ e ps intervenªo
para valores mØdios de avaliaªo a cada 10 minutos jogados (Tabela 6)
PrØ-Intervenªo Ps-Intervenªo
PrØ-Intervenªo Ps-Intervenªo
34
AnÆlise de cada uma das 5 competŒncias que constitu
em o P.S.I.S.
35
Atleta 12 19,00 21,00 16,00 20,00 10,00
36
Tabela 9 valores mØdios em resumo para de comparaªo dos resultados
mØdios todas da amostra no momento prØ e ps intervenªo.
37
Tabela 10 AnÆlise comparativa das mØdias das competŒnciaspsicolgicas
entes e aps a intervenªo.
PrØ-Intervenªo Ps-Intervenªo
CompetŒncia
Psicolgica N MØdia Desvio MØdia Desvio Z p-value
Padrªo Padrªo
38
Discussªo e Implicaıes
39
treinadas especificamente a componente de tØcnica individual como no inicio e altura
intermØdia da Øpoca desportiva.
Outro aspecto que pode justificar esta situaªo est Æ relacionado com o curto
espao de temo ocorrido entre a primeira intervenª o de Formulaªo de Objectivos,
cerca de 5 semanas entre o inicio da intervenªo e tØrminos da mesma e o facto de o
nœmero de jornadas para a recolha da baseline e da fase ps experimental ser de apenas
5 jornadas para cada uma, resultando uma pequena quantidade dos valores para se
efectuarem mØdias das prestaıes mais precisas.
40
existŒncia de diferenas significativas verificou-se uma divergŒncia entre valores
esperados aquando as comparaªo dos valores das dua s fases de estudo (prØ e ps
intervenªo).
Referenciando agora mais especificamente o resumo acima evidenciado:
Aps a intervenªo individual com as atletas e comp arando os resultados de prØ
e ps intervenªo, verificou-se que nas medidas psi colgicas existiram alteraıes
significativas na autoconfiana resultando num au mento da percepªo de
competŒncia das atletas; em relaªo ao Controlo de Ansiedade tambØm existiram
diferenas significativas mas neste caso existindo um decrØscimo nos valores mØdios;
em relaªo escala de Esprito de equipa nªo exi stiram diferenas entre os valores
mØdios, sendo praticamente idŒnticos aps a intervenªo; em relaªo Concentraªo
nªo existem diferenas significativas nos valores, no entanto existiu alguma melhoria
nos valores mØdios. Por œltimo nªo existindo diferenas significativas para a
Motivaªo, neste caso tambØm verificou-se um decr Øscimo dos valores.
A aplicaªo e consequente anÆlise do teste realizad o permitiu verificar o oposto
da hiptese inicialmente colocada (rejeiªo da hip tese previamente colocada), segundo
a qual, a introduªo de um Programa de Formulaªo d e Objectivos em atletas
praticantes da modalidade Basquetebol iria contribui para a melhoria das suas
competŒncia psicolgicas, embora no que jÆ referenciado onde se esperariam algumas
modificaıes nestas variÆveis principalmente na var iÆvel motivaªo e na variÆvel
auto-confiana, pode-se verificar que metade do p ressuposto foi verificado, ou seja,
melhoria significativa dos valores mØdios da variÆv
el auto-confiana mas por outro
lado mesmo nªo existindo diferenas significativas para os resultados da variÆvel
motivaªo apontam para um decrØscimo dos valores.
Apesar de os resultados serem algo inesperados, uma das razıes que pode
justificar esta situaªo poderÆ estar relacionada c om o curto espao de temo ocorrido
entre a primeira e segunda aplicaªo do questionÆri o que avalia as competŒncias
psicolgicas, cerca de 5 semanas entre o inicio da intervenªo e tØrminos da mesma.
de salientar que existindo um curto espao de tem o ocorrido entre a primeira e
segunda aplicaªo do questionÆrio, jÆ a diferena / alteraıes no perodo competitivo
para as atletas Ø muito diferente, ou seja, na primeira vez que as atletas responderam aos
questionÆrios, encontravam-se num perodo bastante decisivo para a Øpoca desportiva
(apuramento para a fase final do campeonato nacional); no segundo momento as atletas
jÆ tinham terminado a competiªo, (onde pioraram a classificaªo obtida na Øpoca
41