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Para você ter uma ideia, para produzir esse conteúdo, foram utilizados:
Nesse relatório, de forma pública, vamos expor o resultado desse estudo e análise.
O intuito aqui é promover a educação financeira e disseminar mais conhecimento sobre a
companhia de forma precisa e detalhada, colaborando para evitar as famosas “fake news” e
desinformação causada pelas redes sociais.
Se você gostar desse relatório, nos ajude a produzir mais conteúdo como esse
compartilhando esse arquivo com amigos, grupos de investimento que participe ou mesmo
redes sociais.
Se você preferir, também é possível ver essa análise em vídeo ao invés de ler esse
documento todo. Para ver o vídeo completo que fizemos analisando Cogna, clique AQUI.
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FONTE: Todas as fontes usadas nesse relatório estão nas últimas páginas.
Essa base de alunos, inclusive, está bem dispersa por meio de todo território
brasileiro, com cerca de 176 “campi” (nome dos espaços físicos de uma
universidade/faculdade pertencentes a Kroton) e 1410 polos terceirizados, que são
usados principalmente para a educação à distância.
Diante desse novo cenário, a empresa que havia crescido sem grandes
dificuldades de 2009 a 2014 passou a apresentar uma estagnação na quantidade
de matrículas ao longo dos anos, conforme as matrículas do Fies, que chegaram a
69 mil alunos somente no primeiro semestre de 2014, tendiam para praticamente
0.
A Kroton, para tentar manter sua base de clientes, trouxe a ideia do PEP
(Parcelamento Estudantil Privado), que nada mais era do que um financiamento
parcial e privado aos alunos do grupo.
Funcionava da seguinte forma: Em um curso com custo mensal de R$
1.000,00, se o aluno entrasse pelo Fies, ele não pagaria um centavo até se formar.
No PEP, a Kroton bancava de 50% a 70% da mensalidade, ou seja, esse
mesmo aluno pagaria de R$ 300,00 a R$ 500,00 para fazer o curso. Quando ele se
formasse, assim como no Fies, esse aluno deveria pagar a diferença que fora
financiada para ele.
O problema aqui é que no Fies, se o aluno não pagasse a diferença, quem
ficava com o prejuízo era o governo. No PEP, a Kroton que precisa assumir as
Mesmo com o PEP, nos últimos anos a Kroton acabou perdendo uma parte
significativa da sua base de alunos presenciais, que caiu de 437 mil no começo
2016 para 321 mil em 2020, e também no ensino EAD, por causa da maior
concorrência, caindo de 531 mil para 459 mil no mesmo período.
Outro ponto que não colaborou com os resultados da empresa nos últimos
anos foi o seu plano de expansão. Desde 2016 a companhia abriu
aproximadamente 65 novas unidades de ensino superior, que ainda se encontram
em fase de maturação, ou seja, estão funcionando, mas por serem
faculdades/universidades novas ainda precisam de alguns anos para atingirem
todo seu potencial em termos de base de alunos.
Começando pela Kroton, apesar de seu desempenho ruim nos últimos anos,
o mercado de ensino superior em si vem apresentando um com crescimento anual
e deve continuar assim durante vários anos:
O curso EAD, apesar de ser ainda mal visto pelo mercado de trabalho, traz
consigo inúmeras vantagens:
Preço menor (EAD chega a ser 70-80% mais barato em alguns casos!).
Aulas de maior qualidade: como a turma é maior, a instituição consegue
investir em mais recursos, estrutura, edição e profissionais melhores.
Flexibilidade (o aluno assiste aos conteúdos onde e quando quiser).
Transporte (não há custo ou perda de tempo diária se transportando para a
instituição de ensino).
Primeiro ponto a ser mencionado aqui é que de 2008 até 2018 havia um
incentivo grande para aberturas de novas faculdades. Durante o governo de Lula e
Dilma, o acesso ao ensino superior por parte dos brasileiros foi um grande objetivo
do governo, que expandiu a quantidade de faculdades e turmas de ensino superior.
Esse processo não deve se reverter tão cedo, então é provável que vejamos
esse número de matrículas no ensino superior se manter ou cair nos próximos
anos, movimento que deve ocorrer seja por uma menor oferta de vagas ou
simplesmente porque o aluno vai preferir fazer algum curso EAD pela comodidade
de fazer quando e onde quiser e também pela economia de tempo e dinheiro (de
transporte, refeição, etc) que levam à preferência pela modalidade à distância.
Outro dado que incomoda é o valor citado no texto acima, que o setor de
educação básica movimenta 100 bilhões de reais anualmente, incluindo
mensalidades, contraturno e etc. Como a Vasta não é dona das escolas, acho que
podemos afirmar que é impossível que ela consiga atingir 100 bilhões de
faturamento, afinal alguma coisa tem que sobrar para a escola, não é mesmo?
Aqui é difícil estimar a % da receita da escola cliente que vai para a própria
Vasta, mas me parece improvável que seja um percentual maior do que 20% uma
vez que a escola ainda terá que arcar com impostos, aluguel, manutenção, salários,
marketing, bem como outros custos e ainda dar lucro no final da história.
Claro que esse seria o melhor cenário possível e alcançar esse nível de
dominância no mercado é extremamente difícil. Você pode avaliar isso pela própria
Kroton, que possui aproximadamente 10% do mercado de ensino superior e tem
tido dificuldade de continuar crescendo e até mesmo de ter lucro ultimamente.
Por último, vou destacar aqui outras duas informações importantes sobre a
Vasta, faladas em uma entrevista com o CEO da companhia, Mario Ghio no dia
29/09/2020:
Mais para frente nesse relatório, quando formos falar de preço justo da
Cogna, vamos desenvolver mais sobre a Vasta.
Isso acontece porque investir 10 mil reais hoje e receber de volta 12 mil reais
amanhã é totalmente diferente do que receber esses mesmo 12 mil reais daqui 5
anos. Esses 12 mil reais no futuro “valem menos” do que esse mesmo capital
amanhã, concorda?
Na Cogna, eu usei essa planilha para calcular o preço justo de cada Ramo de
atuação da empresa (Kroton, Vasta, Saber e Platos), simulando diferentes cenários,
alguns mais otimistas e outros mais pessimistas, sendo esse processo que eu vou
explicar a partir de agora nesse relatório.
Já adianto que a Cogna não abre seu fluxo de caixa por segmento de
atuação, o que dificulta muito o cálculo do fluxo de caixa livre após a restruturação
que a companhia fará nos próximos anos. Por isso, excepcionalmente, traçamos
perspectivas para o lucro normal e, posteriormente, estimamos o fluxo de caixa
livre.
Vamos começar pela Kroton, que infelizmentes não temos dados isolados do
ramo de atuação (retirando Vasta, Saber e Platos) antes do início de 2019.
Entretanto como esses outros segmentos da empresa representavam um
percentual menor da receita antes da aquisição da Somos no final de 2018,
estamos considerando os dados que serão expostos abaixo como se fossem
exclusivos da própria Kroton:
Aproveito aqui para lembrar que essa piora no lucro líquido nos últimos 2
anos foi causada principalmente pelos seguintes fatores:
1- Fim do FIES, que trazia muitos alunos, com um ticket médio alto e sem
inadimplência:
YDUQS (Estácio):
O lucro líquido da Yduqs, antes da aquisição que ela fez recentemente (final
de 2019) e do Covid tinha crescido no período. Na Ser, houve uma queda leve dos
lucros nesses anos, que se acentuou somente com uma aquisição recente (2019) e
Covid. Ambas performaram melhor do que a Kroton nesse período de 2016 em
diante.
Importante ressaltar que a Cogna teve essa dificuldade de manter sua base
de alunos e receita mesmo optando por financiar seus alunos com o PEP, algo que
seus concorrentes não fizeram!
Com base em tudo isso, ao meu ver, as perspectivas para a Kroton nos
próximos anos não me parecem boas. A própria gestão da companhia informou que
será necessário realizar um processo de redução do número de campus, cursos
disponibilizados e custos, para que a Kroton volte a ser lucrativa.
Não vou nem entrar no mérito do lucro real nesse período ser
potencialmente falso, pois haviam alunos PEP aí no meio cuja receita já havia sido
contabilizada (tanto pagamentos atuais quanto valor financiado), ou seja, havia
uma receita que inflava o lucro da companhia mas que, na verdade, não seria
recebida posteriormente por causa da alta inadimplência, gerando prejuízo futuro.
Acho que podemos afirmar que esse % de margem líquida (% de receita que
vira lucro) nunca mais será o mesmo sem o FIES, que impulsionava fortemente os
resultados conforme já explicado aqui no relatório.
Como esses modelos estão em decadência, essa é uma receita que a Kroton
irá perder ao longo dos próximos 2-3 anos. Para piorar, como o aluno do PEP e FIES
paga um mensalidade muito maior que o aluno comum ou EAD, isso significa que a
Kroton irá precisar crescer fortemente o número de alunos somente para conseguir
manter suas receitas estáveis.
Porque esses dados são importantes e nos ajudam a traçar uma perspectiva
de captação e crescimento da Kroton no EAD? Simplesmente porque não tem
como a Kroton ser maior do que o mercado que ela atua. Se fizermos uma projeção
de 2 milhões de matrículas para 2022, não tem como a Kroton captar mais de 2
milhões de alunos em 2022, entende?
Dessa forma, não vejo espaço para a Kroton mais do que dobrar sua
participação no mercado EAD, ainda mais com a entrada de mais instituições após
a mudança em 2017 que facilitou que suas concorrentes criem polos e entrem com
mais força no ensino à distância também.
Essa planilha foi feita com algumas premissas, todas elas simulando um
cenário positivo para a companhia:
1- Mercado EAD (quantidade de alunos) crescendo 15% nos próximos 2 anos,
depois 10% nos próximos 2 anos e 5% dali em diante até 2027. Esse
crescimento ocorreria com as pessoas vendo que é possível ter aula online
por causa da pandemia e isso tendo maior aceitação perante o público em
geral. Após 2027, estabilidade.
2- Captação 3º trimestre de 2020 extremamente forte por causa do Covid
(pessoas indo fazer EAD já que faculdades presenciais estão fechadas e
sem aulas ou tendo EAD de qualquer jeito). Essa captação irá normalizar em
2021 com a volta das aulas presenciais.
3- Migração dos alunos presenciais que terão sua faculdade ou curso fechado
para o EAD: 30 mil em 2021 e 30 mil em 2022 -> A informação que eu tive
com RI é que os cursos que serão fechados são os de menor ticket, mas
corresponderão a maioria dos alunos presenciais (mais de 50%
possivelmente). Estou estimando que a gestão vai conseguir migrar 33%
desse público para o EAD (33% do público que perderá o curso/faculdade,
que foi aproximado em 50% da base total presencial de 350 mil alunos).
4- Evasão sem grandes aumentos em 2020, mesmo com o Covid, em linha
com a evasão apresentada no primeiro semestre do ano e histórico.
5- Aumento do ticket médio de 4% ao ano (perto da inflação esperada).
6- Captação aumentando 20% ao ano por 5 anos, acima do crescimento % da
base de alunos EAD nos últimos anos (reestruturação da marca e cursos
bem sucedida). Após esse prazo, crescimento da captação de 5% no longo
prazo (levemente acima do aumento histórico de alunos cursando
graduação) até 2027, seguido de estabilidade.
7- Formandos = 25% da base de alunos de 4 anos atrás (em média com
histórico da companhia).
8- Evasão = 40% da captação do ano + 15% da base de alunos do ano anterior
Assim como no caso anterior, parti das seguintes premissas para montar a
tabela acima:
Com as duas tabelas prontas, conseguimos ter uma ideia de qual pode ser o
faturamento da Kroton do futuro. Ressalto que essas previsões foram feitas
considerando um cenário bem otimista!
Note que aconteceu uma grande queda na receita bruta, que não foi
acompanhada igualmente pelos custos e despesas, gerando uma drástica queda
no resultado operacional e ebitda.
Com base em tudo que já foi discutido nesse relatório, vamos tentar agora
fazer uma projeção do EBITDA, considerando o corte de custos que deve acontecer
nos próximos anos com redução dos campi e cursos presenciais:
6- Vendas e marketing caindo 20% em 2020 e 2021 com menos cursos para
divulgar, mas retomando crescimento de 20% ao ano após 2022 para
crescer no EAD.
7- Despesas corporativas caindo 5% em 2020 e 2021 com corte de custos e
menores remunerações por performance para voltar a subir 5% ao ano até
2027 após isso.
8- “Não” recorrentes crescendo 4% ao ano (inflação). Afinal, esse “Não”
recorrente tem uma constância representativa nos últimos 6 trimestres.
9- Crescimento do resultado final em 4% ao ano após 2027.
Mais uma vez reforço que os cálculos feitos foram extremamente otimistas,
uma vez que em 2020 por exemplo, a companhia não conseguiu demonstrar um
corte de custos eficaz nos primeiros trimestres, fazendo que o lucro caisse bem
mais do que a receita.
Aqui vale lembrar que o conteúdo Core é composto por soluções em termos
de materiais didáticos, tecnologia e gestão para ensino básico de fato. Enquanto
isso o complementar aborda conteúdos como escolas de línguas, programas de
desevolvimento emocional, social, liderança e etc.
1- Estabeleci um ticket médio por aluno de R$ 1.000,00 mensais (12 mil por
ano portanto), levemente abaixo da média da mensalidade de algumas
escolas que pesquisei pelo Google, para conteúdo Core.
2- Estabeleci um ticket médio por aluno de R$ 200,00 mensais (2,4 mil por
ano portanto), levemente abaixo da média da mensalidade de algumas
escolas de línguas que pesquisei no Google, para conteúdo
complementar.
Em seguida temos a Saber. Mais uma vez não temos grandes informações
sobre a empresa e nem um histórico longo (vários anos) de suas operações
para uma análise mais precisa:
1- Ticket médio em 2020 igual a 2019 (provavelmente o ticket real vai cair, uma
vez que a base de alunos caiu, mas vamos ser otimistas ok?)
2- Custos, despesas operacionais, vendas, marketing, corporativas e PCLD
(mesmo com covid) caindo 3,7% de 2019 para 2020, em linha com a queda
de faturamento líquido. Sendo bem otimista com a PCLD a princípio...
3- Ano de 2021 com tudo estável (empresa ainda de fase de adaptação e
melhoria de processos antes de começar a expandir, conforme
apresentação feita no começo desse relatório), exceto ticket médio subindo
4%, considerando uma correção inflacionária e melhoria das operações.
4- Ano de 2022 até 2027 com expansão de unidades de 20% ao ano e ticket
médio subindo 6% no período também (inflação mais ganhos de receita com
escolas mais cheias e/ou preços maiores).
5- Custos CPV, CSP, despesas operacionais, corporativas, vendas, marketing e
PCLD subindo 20% ao ano, levemente abaixo do crescimento do número de
escolas e inflação (20% + 4%).
6- Estabilidade após 2027, com número de escolas estável e todo resto sendo
corrigido por inflação (4%).
7- Não recorrentes parecem relativamente constantes, então programei um
crescimento de 4% ao ano (inflação).
Por fim, a última coisa que temos que projetar é o segmento de “outros” da
companhia. Esse segmento não é representado pelas marcas citadas até então,
mas representa um % significativo da receita da Cogna como um todo.
Premissas utilizadas:
1- Reversões de contingência vem principalmente das aquisições feitas nos
últimos anos, nas quais a companhia separou em seu balanço provisões
para eventuais processos trabalhistas, cíveis e tributários.
2- CDI ao ano baseados na minha perspectiva futura, com base no que eu
acompanho de macroeconomia. Projetei um cenário otimista (juros baixo
por bastante tempo).
3- Dívida total com base nas informações já mostradas nas imagens acima.
4- Juros calculados de CDI + 1% ao ano, em linha com a dívida média da
companhia.
Aqui, nessas premissas utilizadas, optei por não abrir o cálculo completo de
cada estimativa para que esse relatório não ficasse ainda mais longo e complexo.
Espero que entendam.
Mais uma vez, a empresa não abre os dados de fluxo de caixa por ramo de
operação, o que dificulta muito estimarmos o fluxo de caixa livre futuro, levando e
conta as mudanças estruturais que acontecerão nos próximos anos (reestruração
da Kroton presencial, com crescimento forte nos demais ramos).
Premissas utilizadas:
1- Depreciação de ativos caindo até 2024, conforme a base atual de ativos se
deprecie e não seja reposta, principalmente os intangíveis (aquisições
passadas).
2- Analisei o Capex da companhia consolidada nos últimos 4 anos e o mesmo
teve um crescimento médio de 10% ao ano, sendo que esse capex de 2019 é
o real disponibilizado no fluxo de caixa do respectivo ano. Projetei
crescimento de 10% ao ano (bem menor que o crescimento do lucro), até
2027 para posterior crescimento por inflação (4%).
3- O correto aqui seria levar em consideração a variação de capital de giro da
companhia, provisões para PCLD (que diminuem o lucro mas não impactam
o caixa), despesas provisionadas contabilmente e etc. Estou fazendo nessa
projeção uma grande simplificação do processo, assumindo que todo lucro
não reinvestido em capex vira caixa em resumo.
Com base nesse fluxo de caixa projetado, vamos finalmente ao valuation ou preço
justo da companhia:
Bem, vamos explicar o que é essa planilha acima para você entender.
Mas conforme se aumenta o valor a ser recebido no ano seguinte, pode ser
que você pode mudar de ideia, não é mesmo?
Se você preferir os 15 mil, quer dizer que, para você, uma taxa de desconto
de 50% ao ano a mais vale a pena a troca.
Quer dizer que se você comprar a ação pelo valor justo (R$ 5,74) e todas as
projeções futuras estiverem corretas, você irá ganhar em média 18% ao ano com
esse investimento com o crescimento do patrimônio da Cogna e dividendos
distribuídos.
OBS: Esse cálculo é válido para uma posição na ação de várias décadas. Se for
comprar a ação hoje e vender ano que vem você ficaria sucetível ao preço da ação
na bolsa, podendo ganhar mais ou menos 18% nesse período.
O valor presente nada mais é do que o valor que eu preciso ter HOJE para
que, investido com uma rentabilidade igual a taxa de desconto escolhida, eu tenha
o fluxo de caixa do ano X passado o tempo de hoje até X.
Exemplo: Se sua taxa de desconto for 20% ao ano, e o fluxo de caixa de uma
empresa for de 120 reais nos próximos 12 meses, o valor presente desse fluxo seria
100 reais, pois 100 reais multiplicado por 1,2 (20% de rentabilidade em 12 meses),
seria igual 120.
A fórmula usada do Excel para fazer esse cálculo, caso alguém tenha
curiosidade, é essa aqui:
OBS: Importante que se sua taxa de desconto for anual, o tempo também seja
medido em anos.
Enfim, com todos os valores presentes dos fluxos de caixa dos próximos 30
anos calculados, nós somamos esses valores que resulta na “Soma Valor Presente”
que seria o preço justo da empresa com um todo hoje.
Essa taxa de desconto que eu utilizei, contudo, foi uma taxa arbitrária. O
normal é se fazer o valuation com uma taxa de desconto correspondente ao custo
ponderado de capital da empresa, também conhecido como WACC (abreviação
para Weighted Average Capital Cost).
Segundo essa metodologia, essa taxa de desconto seria bem menor, algo
em torno de 12% ao ano. Falo “em torno” porque existem ainda vários métodos para
calcular esse percentual, logo diferentes investidores chegarão a diferentes
números.
Seguindo essa lógica, a ação pode até parecer barata, mas importante
mencionar que uma ação pode negociar abaixo de seu valor justo por anos ou até
mesmo décadas, pois o mercado pode não projetar ou não acreditar no
crescimento futuro da companhia.
Acontece que essa não é a realidade atual da Cogna, a maioria das pessoas
não projeta um futuro tão positivo quanto essas estimativas feitas aqui nesse
documento. A partir do momento que há incerteza, os investidores não vão querer
pagar R$ 12,67 pode algo que pode dar 12% ao ano se tudo correr bem. Esse
retorno seria um retorno baixo para um investimento cuja projeção de crescimento
e lucro futuro pode não se materializar, entende?
Para que a ação atinga esse patamar de preço, traçado com a taxa de
desconto calculada por meio do WACC, é preciso que o futuro traçado nesse
relatório (ou algo bem similar) seja o consenso esperado pela maioria dos
investidores.
Esse tipo de retorno (de 12% ao ano, com ações sendo precificadas próximas
a seu valor justo) normalmente ocorre apenas em empresas que estão indo bem
nos últimos anos, que não dependem de uma reestruturação como a Cogna
depende para voltar a seu lucrativa.
Normalmente são empresas em que há uma certa previsibilidade em seus lucros,
Pronto, agora vocês tem uma ideia mais detalhada de como eu faço as
análises aqui na UP.
Importante ressaltar mais uma vez que a análise foi feita considerando
projeções bem otimistas em vários aspectos, ou seja, considerando um cenário que
praticamente dê tudo certo para a Cogna. Mesmo assim não encontrei, com uma
taxa de desconto maior (18%), não encontrei muito espaço para que a ação se
valorize, então ficarei de fora (não comprei e não pretendo comprar as ações).
Atenciosamente,
Matheus Sanches
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