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Uma vez que o DNA esteja disponível dentro da célula (tenha conseguido passar pelo processo
de entrada) ele, em geral, vai se localizar no núcleo, mesmo que seja um genoma linear, ele será
circularizado dentro do núcleo. Então, suas duplas extremidades costumam a ter elementos
complementares repetitivos, que auxiliam nessa circularização. Então, o DNA quando entram no
núcleo das células eles assumem de uma forma episomal, eles ficam na proximidade dos
cromossomas celulares, eles vão estar associados as estonas, formando até estruturas
nucleossomas mas eles NUNCA vão estar integrados durante um ciclo de replicação ativo, ao
genoma da célula, então, não existe essa etapa necessária.
Então, uma vez circularizados, eles estão aptos para serem reconhecidos, e ai eles vão ter que
promotores dos seus genes que vão ser reconhecidos pela RNA polimerase celular (RNA
polimerase II) ai, irá começar a fase transcricional que é de síntese de RNAs mensageiros, que
então, serão transportados para o citoplasma, para a síntese proteica. Essas proteínas, então,
retornam ao núcleo e ao retornar ao núcleo, elas vão estar envolvidas com uma série de
eventos, incluindo os inícios dos eventos de replicação do genoma (síntese de cópias do
genoma).
Uma vez que esse DNA tenha sido replicado, vai ter uma nova fase transcricional, na qual outros
promotores vão ser acessados pela RNA polimerase II celular, e esses promotores são promotores
dos genes que estão relacionados as proteínas estruturais. Então, vai haver síntese das proteínas
estruturais (proteínas do capsídeo, proteínas do envolope, no caso dos vírus envelopados), e as
proteínas do capsídeo retornam ao núcleo para que hajam a montagem de novos vírus que vão
sair dessas células.
Então, em geral, dizemos que a replicação dos vírus de DNA, ocorre em um processo de
cascata. Esses vírus tem vários promotores na frente de seus genes e esses promotores serão
utilizados em etapas distintas do ciclo replicativo.
Vai ter um primeiro conjunto de proteínas iniciais sendo sintetizadas, essas proteínas iniciais (que
são genes codificados pelos vírus que dão origem a essas proteínas) são proteínas que estão
envolvidas com uma série de modificações na célula hospedeira, incluindo modificações que
desligam a resposta da célula, a presença do vírus e, as primeiras proteínas responsáveis pela
replicação do DNA.
Posteriormente a etapa replicativa, quando já começa a ter várias copias do genoma ali, (áudio
bugou?) e também a presença de outros fatores proteicos virais, que funcionam como fatores
transcricionais para esses promotores tardios. Esses promotores são promotores dos genes de
proteínas estruturais, das proteínas que precisam estar ali para montar os novos vírus.
Uma vez montados, esses vírus podem sair da células pelo processo que cada um vai ter de
saída da célula hospedeira.
Lembrando que se esse vírus fosse simples fita, antes do início da fase transcricional, teria que ter
a síntese da segunda fita de DNA, para que então tivesse a etapa transcricional.
Então, essas proteínas são sintetizadas, retornam ao núcleo, e qual vai ser a função delas? Uma
série de funções, incluindo, desligamento de resposta da célula na presença do vírus, e também
vão funcionar como fatores transcricionais para síntese do 2º conjunto gênico, que é chamado
de genes-β.
Então, num primeiro momento são os genes alfa, que são transcritos pela RNA polimerase II mas
com o auxílio desse fator transcricional que veio junto com o vírus. Esse RNA vão gerar as
proteínas alfa, que retornam ao núcleo e que serão responsáveis pela síntese das proteínas-β.
E quem são as proteínas-β? São proteínas envolvidas na replicação do genoma viral e também,
já são proteínas para a montagem de novos capsídeos. Então, essas proteínas retornam ao
núcleo, estão envolvidas com a síntese do RNA viral, então são uma série de enzimas. Esses vírus,
no caso, possuem sua própria DNA polímerase, então, são as DNA polimerases, timidinas quinases
e tantas outras proteínas necessárias no complexo replicativo desses vírus, além das proteínas
que já vão montar os capsídeos. E, além disso, fatores transcricionais, para as sínteses dos genes
γ, que só vão ser sintetizados após a etapa de replicação do genoma.
Para que servem os genes γ? São justamente dessas proteínas que vão fazer parte da partícula
viral. Então, novos capsídeos são montados, contendo o DNA recém sintetizado do vírus, e eles
então saem do núcleo e vão sair da célula por um processo específico. Nesse processo, eles vão
adquirir o envelope final.
Esse seria o modelo mais complexo de replicação de DNA, mas que mostra que os vírus de DNA
utilizam RNA polimerase II da célula pra sua para transcrição do seu genoma. Existem promotores
diferentes ao longo desse genoma que controlam diferencialmente a expressão dos genes em
fases distintas do ciclo (na fase inicial, na fase intermediária, na fase tardia) e essa expressão
acontece em cascata. Então, você tem a expressão de um primeiro conjunto gênico, conforme
essas proteínas retornam ao núcleo, elas também são fatores transcricionais, elas desligam a
síntese dos genes anteriores e ligam a síntese do próximo. E assim por diante.
No final, tem-se uma última etapa transcricional que é posterior a replicação do genoma que é
importante para a síntese das proteínas que irão compor o vírus ou irão estar dentro da partícula
viral e que terão um papel importante na primeira etapa na infecção da próxima célula.
Lembrando então, que para a transcrição, eles usam RNA polimerase II da célula com exceção
do poxvírus que replica no citoplasma, então ele codifica sua própria RNA polimerase. Alguns
vírus menores e menos complexos vão utilizar toda a maquinaria de síntese de DNA da célula.
Todas as enzimas envolvidas com a síntese de DNA são proteínas da célula que interage com
poucas proteínas virais e estão envolvidas ali na replicação desses genomas pequenos,
enquanto que pros herpesvírus, que são vírus de genoma grande e que codificam uma série de
genes (muito mais do que os vírus de DNA de genoma pequeno) são mais independentes nesse
sentido da maquinaria de síntese de DNA da célula porque eles codificam enzimas próprias, DNA
polimerases, timidinas quinases e ai eles tem um controle maior nos processos de replicação.
São vírus não envelopados, mas eles tem um capsídeo formado por 3 camadas proteicas:
▪ A primeira camada é essa verde, que é a que está mais em contato com os segmentos
genômicos.
▪ A terceira é a camada amarela, na qual estão inseridas essas spikes, ou seja, essas projeções
de glicoproteína (em vermelho) que são as proteínas responsáveis pela interação com os
receptores na superfície da célula hospedeira.
Essas 3 camadas levam ao alto nível de compactação desse genoma e desse capsídeo, e
tornam esse vírus altamente resistentes às condições ambientais e ao pH ácido do TGI e, por isso,
esses vírus conseguem ao entrar através da mucosa oral irem replicar no seu sítio de replicação
lá nos intestinos, nos enterócitos.
Cada uma dessas camadas é composta por subunidades de cada uma dessas proteínas virais e
aqui dentro, associado a cada segmento genômico, estão as duas proteinas que são os
complexos RNA polimerase desse vírus.
Esse genoma dupla fita de RNA, ele é pra célula, um estimulador muito eficiente de uma
resposta antiviral. O próprio genoma do vírus já é um PAMP.
Quando eles entram na célula, eles perdem a primeira camada proteica do capsídeo. Então,
essas projeções proteicas (spikes) interagem com o receptor, e para que a entrada aconteça,
essa primeira camada proteica é perdida durante a entrada do vírus na célula. Então, quando o
vírus sai de dentro do endossoma, ele já sai sem essa camada mais externa.
O tempo todo esse genoma que entrou vai ficar dentro desse capsídeo dupla camada. Isso
significa, então, que a célula terá uma grande dificuldade de perceber que existem essas duplas
fitas de RNA que entraram ali na célula, porque o tempo todo vai estar protegido pelo seu
capsídeo dupla camada.
A perda dessa camada mais externa também já é o estímulo pra RNA polimerase do vírus
começar a fase transcricional. Então, nesse momento que a dupla camada viral está presente
no citoplasma, a RNA polimerase utiliza o RNA negativo da dupla fita de RNA para fazer os RNAs
mensageiros virais de todos os genes de cada um dos segmentos. Esses RNAs serão traduzidos
gerando as proteínas virais.
Essas proteínas então vão se organizar num local do citoplasma que vai ter uma intensa síntese,
tanto de RNA, quanto de proteínas e vai aglomerar todos os constituintes que estão sendo
produzidos ali naquele momento. Esse local é chamado de fábrica viral, modifica a célula a
apresenta um local altamente denso quando olha-se por microscopia eletrônica e ali então é
uma fábrica de produção de componentes virais e montagens de vírus.
Então, quando você já tem uma grande quantidade dessas proteínas (RNA polimerase que foi
recém sintetizada e as proteínas do capsídeo) sendo sintetizadas, o que acontece é que essas
proteínas se reorganizam ao redor desses segmentos de RNA positivo, que são os RNAs
mensageiros que estão sendo produzidos a partir desse capsídeo que entrou na célula.
E aí, formam-se vários novos capsídeos contendo ali, o complexo da RNA polimerase e o RNA
positivo. Nesse momento, a RNA polimerase fará a fita negativa, reconstituindo, assim, o genoma
e nesse processo, então, ele ganhará a segunda camada e a terceira camada no seu processo
de automontagem e saída da célula.
Mostrando que mesmo sendo uma dupla fita de RNA, existem mecanismos que o vírus utiliza pra
ele conseguir driblar o sistema de sensing (?) da célula desse padrão molecular.
Quando o vírus entra na célula, o genoma não é de desnunado, ele fica dentro o tempo todo
desse capsídeo dupla camada proteica. E quando tem que fazer novos vírus, o RNA positivo que
é capturado pra dentro desses novos capsídeos e ai, a RNA polimerase, a partir dele como um
molde faz a fita negativa fazendo a dupla fita de RNA e esses vírus podem sair da célula.
Como é o RNA mensageiro e aqui já tem uma modificação 5’ cap (?), o que vai acontecer é
que os ribossomas vão reconhecer esse RNA e já vão começar o processo de tradução, fazendo
a síntese da nova proteína viral.
Lembra que foi falado que ele se localiza num local específico? Nesse caso, esse RNA veio ser
traduzido na proximidade do retículo endoplasmático.
Mas ai vai fazer uma proteína única, porque ele tem uma região não traduzida aqui no 5’ e uma
região não traduzida no 3’ e só tem um start códon de cada lado. Mas ai como ele vai ter essas
proteínas isoladamente, ele não precisa delas isoladamente?
Ai que vem a ‘’beleza do processo’’. Existe embebida dentro dessa poliproteína, uma proteína
que tem atividade de protease. Então, essa proteína NS3 vai ter a capacidade de se autoclivar
da poliproteína, como está sendo indicado nas setinhas da imagem, e quando ela se cliva dessa
poliproteína, ela cliva entre outros locais. Só que no caso desses vírus, especificamente flavivírus,
eles ainda contam com o auxílio de outras proteases celulares para terminar o processamento
dessa poliproteína.
Por que aqui tem-se a membrana do retículo endoplasmático, a parte externa e a parte interna
do RE. O capsídeo começa a ser sintetizado, o RNA está sendo traduzido em associação com a
parte externa da membrana do retículo endoplasmático. Esse primeira proteína que está sendo
sintetizada é a proteína do capsídeo e aí tem um peptídeo sinal que faz com que essa proteína
se transloque pra dentro do RE. Aí, a gente terá a proteína de matriz, a proteína do envelope,
essa proteína chamada NS, que é não estrutural do tipo I (não faz parte da estrutura do vírus,
mas ela é importante no processo de replicação), a proteína não estrutural 2, onde ela já
começa a transpor várias vezes a membrana do RE. E a proteína não estrutural 3, tem duas
transposições, ai ela fica pro lado externo do RE. E todas essas demais proteínas ficam na
membrana ou para o lado externo.
Então, a NS3 vai clivar todas essas proteínas que estão na parte externa do RE (na membrana do
RE). Ela dá conta desse processamento. Lá dentro, quem vai fazer esse processamento, então, já
que a NS3 não entra no RE (fica do lado de fora), são proteases da própria célula. Essas proteínas
vão seguir a vida secretória porque elas vão estar no envelope vira, na superfície, elas serão
glicosiladas. E na parte citoplasmática, você tem, então, a NS5 que é a RNA polimerase.
Então, uma vez que esse RNA começa a ser traduzido e começa a síntese proteica, o que a
gente vai ter, é a produção de todas as proteínas virais ao mesmo tempo, incluindo a RNA
polimerase viral. Aí, acontecerá a fase replicativa, você terá a replicação do genoma viral,
porque você passa a ter presente ali a RNA polimerase, RNA dependente do vírus.
Por que?
Conforme a RNA polimerase começa a aparecer, aumentar em quantidade, ela vai se associar
a região 5’ do RNA viral, aquele mesmo RNA que entrou e vai mudar a conformação desse RNA.
Ela vai promover o que chamamos de circularização da RNA. E quando isso acontece, esse RNA
passa a não ser mais reconhecido pelos ribossomos e agora ele é todinho da RNA polimerase
para que ela possa então, fazer novas cópias de RNA.
Por isso, que ali há uma modificação extensa da membrana externa do RE, formando essas
invaginações, que serve como uma plataforma ideal para que essa síntese aconteça da melhor
maneira possível. Segunda é uma maneira de esconder esse intermediário replicativo, que é
uma dupla fita de RNA, do reconhecimento dos sensores celulares. E aí, conforme o RNA vai
ficando pronto, ele vai saindo e vai encontrando com as proteínas que estão sendo sintetizadas
também no RE pra montar novos vírus.
Isso favorece que você tenha a cada 1 RNA negativo feito, 10 RNAs positivos serão feitos a partir
dele. Então, você tem um excesso de pelo menos 10x mais de RNA positivo do que de negativo.
O que significa que você vai favorecer a montagem de vírus contendo RNA positivo.
Esses RNAs positivos que estão sendo sintetizados, nessa fase de replicação do genoma, pela
RNA polimerase do vírus que foi feita lá no início, esses RNAs, então, podem voltar a ser
traduzidos, gerando mais proteínas virais, então aumentando a quantidade de proteínas virais e
levando a formação de novos vírus.
• Vírus RNA de polaridade negativa
Então, teremos terminadora e iniciadora em cada gene. No final terá um terminador, que é um
terminador de L.
Para cada um desses genes há uma região promotora. Então, a RNA polimerase começa a
transcrição e para no final de N. Recomeça no início de P e para no final de P. Assim por diante.
Então, o que teremos são conjuntos distintos de RNA mensageiro para cada uma das proteínas. E
aí, confirme novas RNAs polimerases são formadas, aí sim forma-se um complexo replicativo, que
vai usar esse mesmo genoma que entrou (genoma negativo) e ao invés de fazer várias fitas de
RNA mensageiro, ela vai fazer uma única fita positiva de RNA, que é tamanho de todo o genoma
negativo. E essa nova fita de RNA positivo completa, será molde para fazer várias novas fitas de
genoma RNA negativo, que é o que tem que ser empacotado. E aí, já tendo as proteínas
estruturais, molda-se novos vírus e eles saem da célula pelo processo de saída deles (pro
brotamento, adquirindo membrana, adquirindo glicoproteínas associadas, etc). De novo, nessa
caso, também forma-se um intermediário RNA positivo RNA negativo.
Mas do mesmo jeito que foi mostrado que os vírus RNA positivos fazem, se associam a uma
membrana para esconder esse intermediário replicativo, aqui também eles precisam fazer isso?
Não existe nenhuma prova que eles tenham que estar associados a membrana mas esses vírus
fazem aquelas fábricas virais. E como tem uma associação muito grande da nucleoproteína que
agora está em grande quantidade na célula com esse genoma recém sintetizado, seja ele
negativo ou positivo, a N também serve como uma proteína que disfarça a presenta do
intermediário replicativo.
Não esquecer que nesse caso também terá a formação do intermediário replicativo que é a
dupla fita de RNA e, nesse caso, pra uma molécula de RNA positivo feita, várias novas moléculas
de RNA negativos serão feitas porque o genoma precisa ser empacotado.
→ Exceção: retrovírus
São RNA positivos, só que eles não terão o mesmo tipo de replicação que o vírus RNA positivo.
Por que?
Apesar de serem RNA positivo, e estar na partícula viral essa estrutura do genoma (imagem
abaixo), quando esse genoma entra na célula, o que vai acontecer é que a DNA polimerase
(transcriptase reversa) que está junto com o vírus lá dentro da partícula viral, ela vai utilizar esse
RNA como molde, para fazer um genoma dupla fita de DNA.
Veja que o RNA tem o cap no 5’, e o poliA no 3’ e essa região repetida aqui. Só que essa região
(u5) é única no 5’, e essa região (u3) é única no 3’.
O que acontece durante o processo de síntese de dupla fita é que RNA polimerase consegue
duplicar as extremidades. Então, ele ganha a região u3 no 5’ e a região u5 no 3’. Aí, essa dupla
fita de DNA pronta, é ela que será utilizada no evento transcricional, para fazer RNAs
mensageiros, para fazer as proteínas virais e montar novos vírus.
Só que esse evento transcricional só vai acontecer se houver a integração desse genoma dupla
fita de DNA recém formado, ao genoma da célula hospedeira.
Uma enzima viral. Então, dentro dos capsídeos desses vírus, quando eles entram na célula, eles
necessariamente trazem a transcriptase reversa, porque isso tem que acontecer antes de tudo,
ou seja, a síntese da dupla fita de DNA, mas ainda não está pronto para fazer novos vírus.
O que tem que acontecer, é que essa dupla fita de DNA entra no núcleo da célula e a integrase
que também vem junto lá no capsídeo vai integrar esse genoma ao genoma da célula
hospedeira. Aí sim agora, essa é a região promotora do vírus conhecido pela RNA polimerase 2,
pode-se fazer o RNA mensageiro.
A RNA polimerase 2 vai sempre fazer um único tipo de RNA mensageiro, que é o RNA mensageiro
completo.
Se esse for o único RNA mensageiro que for feito e transportado para fora do núcleo, a gente só
teria a produção de capsídeos e proteinas virais. Só que esses vírus são envelopados, eles
precisam ter a síntese de proteínas do envelope. E de todas essas outras proteínas que estão
aqui sobrepostas, que precisam também ser expressas para o ciclo replicativo ser bem sucedido.
→ Exceção: hepatite B (vírus dupla fita de DNA mas que replicam o seu genoma por um
intermediário por RNA)
Dentre esses diferentes tipos de RNA, tem um RNA que é o tamanho completo do genoma. Este
RNA será traduzido, formando a transcriptase reversa. Então, ele é o molde para a síntese da
transcriptase reversa.
Tão logo a transcriptase reversa fique pronta, ela já e associa a esse RNA e ela é empacotada,
pra dentro desses capsídeos que estão sendo formados ali no citoplasma. É dentro do capsídeo
que a transcriptase reversa (DNA polimerase) utiliza esse RNA como molde pra fazer a primeira
fita (a fita complementar de DNA) e, a partir dessa fita, a segunda fita para formar a dupla fita.
Só que conforme ela vai se aproximando do local de brotamento desses vírus, ela não terminou
a segunda fita (complementar). Dessa forma, esse processo fica inacabado e esse vírus sai
parcialmente dupla fita de DNA da célula pra todo esse processo acontecer.
Então, o que acontece para os retrovírus no início do ciclo, a primeira etapa pós entrada é a
transcrição reversa e ai vai produzir o genoma a partir da transcrição do DNA viral e o RNA que
será o genoma do vírus, no vírus da hepatite o processo acontece no final. Então, ele entra
como DNA, acontece a transcrição, e o RNA completo que vai ser molde para fazer um novo
genoma de DNA pela transcriptase reversa codificada pelo vírus.
REPLICASES E POLIMERASES NECESSÁRIAS DURANTE O CICLO DE REPLICAÇÃO VIRAL
TRANSCRIÇÃO
REPLICAÇÃO
Então aqui, tem-se as RNAs polimerases (RNAs dependentes) com uma taxa de mutação que vai
de 10-4 a 10-5. Isso quer dizer que a cada 10.000 nucleotídeos sintetizados, ela erra uma vez.
Se a gente considerar que a maior parte dos genomas de RNA estão na faixa de 1.000 a 10.000
bases, tem-se de 1 a 01 erros por ciclo replicativo.
Não é por ser RNA que é uma limitação de tamanho dos vírus RNA. Então, se a gente for olhar
todos os vírus RNA, a gente vai ver que só com uma exceção, eles não passam de 16.000 bases
totais de composição do seu genoma. Porque se eles fossem muito maiores do que isso, eles já
entrariam numa faixa de acúmulo de erro por causa dessa taxa de erro alta da RNA polimerase,
que poderia colocar a continuidade da informação a perder. Acumularia tanto erro, que
aquela informação não iria mais seguir pra frente.
A exceção são os coronavírus que são pelo menos 2 a 3 vezes esse tamanho. Chegam até
genomas de 32.000 bases. Aí, tem uma questão interessante: eles são vírus RNA, tem uma RNA
polimerase que os replica mas essa RNA polimerase tem um co-fator que também é viral que dá
fidelidade ao processo de replicação. Então, em geral, os coronavírus erram menos durante o
processo replicativo, isso garante que eles possam explorar um tamanho maior de genoma e isso
também significa que eles vão ter uma menor taxa de acúmulos de erros de mutação simples.
Obviamente que tem outros mecanismos de geração de diversidade nesses vírus.