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Introdução
A norma se aplica a entidades cujas acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias sejam
publicamente negociadas e por entidades que estejam em processo de emissão de acções
ordinárias ou potenciais acções ordinárias para negociação pública.
De acordo com o IAS 33, as entidades devem calcular dois tipos de resultado por acção: o
básico e o diluído.
O Resultado por acção básico , que é o que consta no SNC, deve ser calculado dividindo o lucro
liquido ou prejuízo liquido do período atribuível aos accionistas ordinários pelo numero médio
ponderado das acções ordinários em circulação durante o período.
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De referir que o resultado liquido referido é o que resulta depois de se deduzir os dividendos
relativos as acções preferenciais. Contudo, as IAS 33 refere também que o numero médio
ponderado das acções ordinárias em circulação durante o período correspondente ao numero de
tais acções no inicio do período ajustado pelo numero de acções ordinárias adquiridas pela
empresa ou por ela emitida durante o período, multiplicado por um factor tempo-ponderação.
Este factor é o numero de dias durante os quais tais acções tenham estado em circulação em
relação ao numero total de dias do período
De entre as situações que afectam o numero médio ponderado de acções destacam-se a emissão
de novas acções e a aquisição pela empresa, de acções próprias.
O RPA básico também é afectado pela subscrição de bónus ( Por exemplo: um accionista ter
direito a duas acções grátis por cada uma que detém) e pelos direitos de subscrição ( por
exemplo: um accionista ter direito a subscrever uma nova acção por cada cinco que possua e
pagando uma determinada quantia)
O RPA é facílimo de calcular se durante o período em causa existirem apenas acções ordinárias
e se não tiver ocorrido qualquer movimento no capital social. A ser assim, a formula a aplicar é:
𝑅𝐿𝑃
𝑅𝑃𝐴 =
𝐴𝑂
Em que:
RPA=Resultado por acção
RLP= Resultado líquido do período
AO= Numero médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o período
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Exemplo
Determinar o RPA.
26 000
𝑅𝑃𝐴 = = 0.26
100 000
1.1.2 Capital representado por acções ordinárias e por acções preferenciais sem voto com
direito a dividendo prioritário
De acordo com o artigo 341 do CSC o contracto de sociedade pode autorizar a emissão de
acções preferenciais sem voto ate ao montante representativo de metade de capital as quais
conferem não so o direito a um dividendo prioritário, não inferior a 5% do respectivo valor
nominal como também todos os direitos inerentes as acções ordinárias, excepto o direito de
voto.
Conclui-se pois que as acções preferenciais sem voto dão direito a que os seus detentores
recebam dois dividendos:
- Um, prioritário; e
- Outro, idêntico ao que vier a ser calculado para os detentores das acções ordinárias.
Então, neste caso o número dor da fracção incluirá apenas o resultado liquido depois de retirar a
quantia correspondente ao dividendo prioritário. Por seu lado o denominador da fracção incluirá
o número médio ponderado de todas as acções em circulação durante o período.
𝑅𝐿𝑃 − 𝐷𝑃
𝑅𝑃𝐴 =
𝐴
Em que:
RPA= Resultado por acção
RLP= Resultado líquido do período
DP= Dividendos prioritários
A= número médio ponderado de acções (ordinárias e preferenciais sem voto) em circulação
durante o período
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1.2 Emissão de acções durante o período
Se durante o período tiverem sido emitidas novas acções o denominador da fracção terá de ser
afectado, como se disse atras, por um factor de ponderação que tenha em consideração o número
de dias (meses) em que as novas acções estiverem em circulação relativamente ao número total
de dias (meses) do período.
Exemplo
Tal como no caso anterior há que fazer afectar as acções em circulação do respectivo factor de
ponderação
Exemplo
Em 1/1/20X0 o capital social da empresa Alfa, SA estava representado por 50 000 acções
ordinárias. Em 1/10/20X0 a empresa decidiu adquirir 5000 acções a um accionista
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Resolução
Salvo situações especiais , o SCS determina, no seu artigo 317, que uma só sociedade não pode
adquiri e deter acções próprias representativas de mais de 10% do seu capital
No caso em apreço verifica-se que a Empresa Alfa, SA cumpriu o que esta legislado
Segundo o mesmo raciocínio do exemplo anterior conclui-se que o numero médio ponderado de
acções ordinárias em circulação durante 20X0 foi de 48 750, ou seja:
12 3
(50 000𝑥 ) − (5 000𝑥 ) = 48 750
12 12
1.4 Emissão de bónus
As acções ordinárias podem ser emitidas, ou o numero de acções em circulação pode ser
reduzido, sem a correspondente alterações de recursos. Tal é o caso da subscrição de bónus, em
que as acções ordinárias são emitidas a favor dos actuais accionistas sem que a empresa receba
qualquer quantia.
De acordo com o IAS 33, o número de acções ordinárias em circulação antes do acontecimento é
ajustado pela alteração proporcional no número de acções ordinárias em circulação como se o
acontecimento tivesse ocorrido no início do período de relato mais recente
A situação referida no inicio do ponto anterior pode também ficar a dever-se a um elemento de
bónus a exercer em qualquer outra emissão, por exemplo no direito de emissão de actuais
accionistas
De acordo com a IAS 33, a emissão de acções ordinários no momento de exercer ou converter
acções ordinárias potenciais não dará, geralmente origem a um elemento de bónus, uma vez que
as acções ordinárias potenciais teriam sido geralmente emitidas pelo seu valor completo,
exultando numa alteração proporcional nos recursos disponíveis para a empresa.
Numa amissão de direitos, o preço de exercícios é muitas vezes inferior ao justo valor das
acções. Assim sendo tais direitos de emissão incluem um elemento de bónus. O numero de
acções ordinárias a ser usado no calculo de RPA básico para todos os períodos anteriores a
emissão dos direitos é o numero de acções ordinárias em circulação antes da emissão,
multiplicado pelo factor seguinte:
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O denominador desta fracção é calculado adicionado o justo valor agregado das acções
imediatamente antes do exercício dos direito as quantias do exercício dos direitos e dividindo
pelo numero de acções em circulação depois do exercício dos direitos
Sempre que os próprios direitos sejam publicamente negociados separadamente das acções antes
da data do exercício, o justo valor para o fim deste calculo, é estabelecido no fecho do ultimo
dia no qual acções sejam negociadas justamente com os direitos.
Para efeitos do calculo do resultado por acção diluído, o resultado atribuível aos accionistas
ordinários e o número médio ponderado de acções em circulação devem ser ajustados pelos
efeitos de todas as acções ordinárias potenciais diluidoras ( dilutive potencial ordinary shares),
ou seja acções ordinárias potenciais cuja conversão em accoes ordinárias diminuiria o lucro
liquido por acção das operações ordinárias continuadas ou seja aumentaria o prejuízo por acção
das mesmas operações.
De acordo com a IAS 33, o calculo do RPA diluído é consistente com o calculo do RPA básico
desde que se considere todas as accoes ordinárias potenciais diluidoras que tenham estado em
circulação durante o período , isto é :
Para efeitos do cálculo do resultado por acção diluído, o resultado atribuível aos
accionistas e o número médio das acções em circulação devem ser ajustados pelas
acções ordinárias potenciais cuja conversão em acções diminuiria o resultado
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liquido por acção ou aumentaria o prejuízo por acções das operações continuadas.
3 APRESENTAÇÃO
Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos na face da
demonstração dos resultados relativamente aos lucros ou prejuízos das unidades operacionais em
continuação atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe e
relativamente aos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da
entidade-mãe durante o período, para cada classe de acções ordinárias que tenha um direito
diferente de participação no lucro durante o período.
Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos com igual
proeminência para todos os períodos apresentados.
Os resultados por acção são apresentados para cada período para o qual seja apresentada uma
demonstração dos resultados. Se os resultados por acção diluídos forem relatados para pelo
menos um período, devem ser relatados para todos os períodos apresentados, mesmo que sejam
iguais aos resultados por acção básicos.
Se os resultados por acção básicos e diluídos forem iguais, pode ser feita uma dupla apresentação
numa só linha da demonstração dos resultados.
Uma entidade que relate uma unidade operacional descontinuada deve divulgar as quantias por
acção básicas e diluídas relativamente à unidade operacional descontinuada, seja na face da
demonstração dos resultados ou nas notas.
Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos, mesmo que as quantias
divulgadas sejam negativas (i.e., uma perda por acção).
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4 DIVULGAÇÃO
As quantias dos resultados por acção não são ajustadas devido a transacções que ocorram após a
data do balanço porque tais transacções não afectam a quantia de capital usada para produzir o
resultado do período.
72. Os instrumentos financeiros e outros contratos que gerem potenciais acções ordinárias podem
incorporar termos e condições que afectem a mensuração de resultados por acção básicos e
diluídos. Estes termos e condições podem determinar se quaisquer potenciais acções ordinárias
são diluidoras e, em caso afirmativo, o efeito sobre o número
médio ponderado de acções em circulação e quaisquer consequentes ajustamentos nos lucros ou
prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária. A divulgação dos termos e
condições desses instrumentos financeiros e outros contratos é encorajada, se não for exigida
(ver IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações).
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Se uma entidade divulgar, além dos resultados por acção básicos e diluídos, quantias por acção
usando um componente relatado da demonstração dos resultados diferente do exigido por esta
Norma, tais quantias devem ser calculadas usando o número médio ponderado de acções
ordinárias determinado de acordo com esta Norma.
As quantias básicas e diluídas por acção relativamente a esse componente devem ser divulgadas
com igual proeminência e apresentadas nas notas.
Uma entidade deve indicar a base segunda a qual o(s) numerador(es) é(são) determinado(s),
incluindo se as quantias por acção são antes ou depois dos impostos. Se um componente da
demonstração dos resultados for usado que não seja relatado como linha de item na
demonstração dos resultados, deve ser fornecida uma reconciliação entre o componente usado e
uma linha de item que seja relatada na demonstração de resultados.
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