Você está na página 1de 16

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Os efeitos da saúde ambiental e humana provocada pelas queimadas


descontroladas provocadas pela acção do Homem

Crispen Carlitos 708217011

Curso: Gestão ambiental


Disciplina: Saúde Publica e Ambiente
Ano de Frequência: 1º Ano, Turma E

Pemba, Maio, 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________

iii
Índice
Folha de Feedback............................................................................................................................ii

Folha para recomendações de melhoria..........................................................................................iii

1 Introdução..............................................................................................................................1

2 Efeitos das queimadas na saúde humana...............................................................................2

2.1 Emissões atmosféricas..........................................................................................................3

3 Poluição do ar e doenças respiratórias...................................................................................3

3.1 Quadro conceitual.................................................................................................................3

4 Principais efeitos na saúde humana dos poluentes emitidos por queima de biomassa.........4

4.1 Efeitos à saúde do material particulado................................................................................4

5 AGRICULTURA FAMILIAR E USO DO FOGO...............................................................5

6 QUEIMADAS DESCONTROLADAS.................................................................................7

6.1 Queimada descontrolada.......................................................................................................7

6.2 Queimada controlada............................................................................................................7

6.3 As Causas das Queimadas Descontroladas...........................................................................7

6.4 Efeitos das Queimadas descontroladas.................................................................................8

6.4.1 Negativos..............................................................................................................................8

6.4.2 Positivos................................................................................................................................8

7 Plano de prevenção envolvendo as comunidades camponesas.............................................9

8 Conclusão............................................................................................................................11

9 Referencias..........................................................................................................................12

iv
1 Introdução

Os estudos dos efeitos das queimadas para a saúde humana são muito escassos, tanto em
Moçambique como quanto no exterior, em que pese quase toda a literatura que trata das emissões
atmosféricas produzidas por queima de biomassa mencionar que elas causam efeitos deletérios à
saúde pública. Tal fato se deve em grande parte à variedade de aspectos envolvidos e à
dificuldade em se separar causas isoladas de um determinado efeito. Pesquisas em saúde
ambiental são bastante complexas à medida em que a saúde pública depende de uma teia de
fatores interligados. O presente trabalho traça dos efeitos da saúde ambiental e humana
provocada pelas queimadas descontroladas provocadas pela acção do Homem. Mostra ainda as
formas de prevenção e aponta algumas alternativas às queimadas.

1
2 Efeitos das queimadas na saúde humana
Alguns autores, como Dubos (1961) e Audy (1971), vêem a saúde como um processo contínuo de
reação e adaptação, diferentemente da definição adotada pela Organização Mundial da Saúde em
1946: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a
ausência de doenças” (Ribeiro, 2001b). Para Dubos (1961), “estados de saúde ou doença são a
expressão do sucesso ou fracasso experimentado pelo organismo no seu esforço de resposta
adaptável aos desafios do meio ambiente”. Para Audy (1971) “saúde é a propriedade contínua,
potencialmente mensurável, da habilidade de um indivíduo reagir a insultos químicos, ou físicos,
ou infecciosos, ou psicológicos, ou sociais”.

No caso das queimadas, estaríamos analisando a influência de fatores exógenos abióticos que
poderiam ter um ou mais efeitos diretos, além de desencadear efeitos indiretos, tais como
alterações macro e microclimáticas com consequências sobre elementos bióticos que, por sua
vez, poderiam alterar o equilíbrio saúde/doença numa dada região. Muitos efeitos potenciais para
a saúde humana podem resultar direta ou indiretamente das mudanças climáticas. Alterações na
prevalência e disseminação de doenças infecciosas, mediadas por processos biológicos,
ecológicos, sociais interligados poderiam ter significativo impacto na saúde pública e na
sociedade, apesar de ainda não terem sido realizados estudos quantitativos em profundidade para
entender tais processos (Chan et al., 1999). Risco de mortalidade por doenças cardiovasculares
poderia ser aumentado, sobretudo para populações de baixa renda em países tropicais (Weihe,
1986).

Entretanto, quanto maior a proximidade da queimada, geralmente é maior o seu efeito à saúde.
Mas a direção e a intensidade das correntes aéreas têm muita influência sobre a dispersão dos
poluentes atmosféricos e sobre as áreas afetadas pela pluma oriunda do fogo. Se os ventos
predominantes se dirigirem para áreas urbanas ou áreas densamente povoadas, uns números
maioríssimos de pessoas estarão sujeitos aos efeitos dos contaminantes aéreos.

2
2.1 Emissões atmosféricas
Queimada é uma combustão incompleta ao ar livre, e depende do tipo de matéria vegetal que está
sendo queimada, de sua densidade, umidade etc., além de condições ambientais, em especial a
velocidade do vento. Por ser uma combustão incompleta, as emissões resultantes constituem-se
inicialmente em monóxido de carbono (CO) e matéria particulada (fuligem), além de cinza de
granulometria variada. Resultam também dessa combustão compostos orgânicos simples e
complexos representados pelos hidrocarbonetos (HC), entre outros compostos orgânicos voláteis
e semivoláteis, como matéria orgânica policíclica – hidrocarbonetos policíclicos aromáticos,
dioxinas e furanos, compostos de grande interesse em termos de saúde pública, pelas
características de alta toxicidade de vários deles. Como nas queimadas a combustão se processa
com a participação do ar atmosférico, há também emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), em
especial o óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2), formados pelo processo térmico e
pela oxidação do nitrogênio presente no vegetal.

O trabalho desenvolvido por Yamazoe et al.(2000) com relação à composição dos aerossóis de
emissões de queimadas na Amazônia mostrou que as espécies dominantes eram carbono, íon
potássio (K+), íon cloro (Cl -) e íon sulfato (SO4)2-. Essa presença de cloro pode explicar a
formação de compostos considerados altamente tóxicos, na classe das dioxinas e dos furanos.

3 Poluição do ar e doenças respiratórias

3.1 Quadro conceitual


Os estudos têm adotado o quadro conceitual da avaliação da exposição humana. A exposição
consiste em contato entre a pessoa e uma concentração específica de contaminante ambiental,
num determinado período de tempo (CxT). A presença de um poluente no ar é evidência da
exposição humana. A exposição pessoal é a presença de um poluente na zona de respiração de
um indivíduo. Dose inalada ou potencial é o produto da concentração do poluente
no ar e o volume de ar inspirado. Tais conceitos têm implicações sobre a saúde. A exposição total
de um indivíduo dependerá do tempo despendido em diferentes microambientes e nos
padrões de atividade. Por exemplo, exercícios aeróbicos podem levar a uma maior
dose inalada; crianças também recebem dose potencialmente maior que os adultos porque aquelas
apresentam maior ventilação por massa corporal que estes e geralmente são mais ativas e passam
mais tempo em áreas externas (Commitee of the Environmental..., 1996).

3
4 Principais efeitos na saúde humana dos poluentes emitidos por queima de biomassa

4.1 Efeitos à saúde do material particulado


Dependendo da origem, da composição química e do tamanho da partícula, o efeito do material
particulado é diferente. As partículas maiores (5 a 30µm de diâmetro) depositam-se, pelo impacto
da turbulência do ar, no nariz, na boca, na faringe e na traqueia. Partículas de 1 a 5µm,
geralmente depositam-se por sedimentação na traqueia, nos brônquios e nos bronquíolos.
Partículas com menos de 1µm de diâmetro, em geral depositam-se por difusão nos pequenos
bronquíolos e alvéolos (WHO, 1979). A meia-vida biológica das partículas varia de alguns dias a
vários anos, dependendo de sua composição. Partículas solúveis podem se dissolver no catarro e,
neste caso, serão provavelmente eliminadas por expetoração ou engolidas e removidas pelo
sistema digestivo. Nos alvéolos elas podem se dispersar nos sistemas linfático ou sanguíneo e ser
removidas dos pulmões. A remoção de partículas insolúveis não é bem conhecida.

Dentre os efeitos detectados em inúmeras pesquisas realizadas por variadas metodologias, em


diferentes locais e países sobre concentrações de material particulado inalável (PM10) acima das
recomendações, encontrou-se aumento de sintomas respiratórios em crianças, aumento de
doenças respiratórias em crianças, diminuição da função pulmonar em crianças, aumento da
mortalidade em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, aumento e piora dos
ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer devido a efeitos de partículas cuja
composição química contém componentes carcinogénicos (Commitee of the Environmental...,
1996).

Estudos realizados nas últimas décadas têm demonstrado que o material particulado em
suspensão pode causar efeitos, mesmo em níveis abaixo dos padrões de qualidade do ar que têm
sido fixados em vários países desenvolvidos. Estudos epidemiológicos realizados em regiões
urbanas, ou seja, para o particulado em suspensão nessas áreas têm sido incapazes de definir um
nível abaixo do qual não haja ocorrência de efeitos à saúde humana (WHO, 2000). Esse material
particulado urbano tem na sua constituição produtos da combustão incompleta em veículos
automotores, fornos, caldeiras etc. Aumento da mortalidade, aumento da admissão hospitalar,
maior uso de broncodilatadores, exacerbação de sintomas, tosse, diminuição do pico do fluxo
expiratório, estão diretamente associados à concentração de material particulado,
conforme mostram as equações a seguir (WHO, 2000).

4
5 AGRICULTURA FAMILIAR E USO DO FOGO
A agricultura familiar também vem registrando o maior aumento de produtividade no
campo nos últimos anos. Na década de 90, foi o segmento que mais cresceu. Entre 1989 e
1999, a produção agrícola familiar aumentou em 3,8% ao ano, o bom desempenho ocorreu
mesmo em condições adversas para o setor, quando nesse período sofreu uma queda de 4,7%
ao ano nos preços recebidos. Esses resultados positivos foram alcançados mesmo tendo a
agricultura familiar um histórico de baixa cobertura de crédito rural. É bom ressaltar que
apenas 23% dos estabelecimentos familiares rurais acessaram financiamentos nos últimos três
anos (TOSCANO, 2005).

O bom desempenho e o fortalecimento da agricultura familiar está na dependência da


capacidade de articulação dos diversos atores sociais envolvidos e comprometidos com a
agricultura familiar, tais como: movimentos sociais, diversos ministérios, governos estaduais
e municipais, agentes financeiros, ONGs e outros (TOSCANO, 2005).

Desde os primórdios, o homem emprega o fogo objetivando a limpeza do terreno e o


seu manejo para a pecuária e a agricultura. É fato que o uso do fogo é uma prática comum no
meio rural, por ser uma técnica eficiente sob o ponto de vista dos produtores. Os agricultores
utilizam a queima por considerá-la um meio prático para diversas finalidades, como limpeza
do terreno para eliminar restos de cultura; aumento da disponibilidade de nutrientes no solo e,
conseqüentemente, da sua capacidade produtiva; redução da incidência de pragas, de doenças,
de gastos com mão-de-obra para limpeza do terreno; redução dos custos de produção; entre
outras.

5
Figura 1: Pratica de queimada para agricultura familiar

Fonte: Instituto Terra Brasilis, 2012

Os pequenos produtores praticam a agricultura de derruba e queima porque é a sua


tradição e porque não têm acesso a outras alternativas. Existem políticas públicas, que se
traduziram em centenas de programas e projetos envolvendo órgãos do governo federal,
estadual, dos municípios e diversas ONGs, que vêm implementando com sucesso experiências
e projetos pilotos de alternativas aos sistemas de produção agropecuários que dependem dos
desmatamentos e queimadas. Entretanto, os benefícios destas iniciativas ainda são muito
restritos. Temos hoje no Acre mais de 30 mil pequenos produtores que dependem da
agricultura de derruba e queima e todas estas experiências, programas e projetos têm
alcançado de forma efetiva menos de 10% destes produtores (VALENTIM, 2006).

6
6 QUEIMADAS DESCONTROLADAS

6.1 Queimada descontrolada


consiste em queimar o mato por negligência ou acidentalmente sem nenhum controlo. Quase
sempre resulta em grandes prejuízos económicos, sociais e sobre o ambiente.

Figura 2: Queimada Descontrolada

6.2 Queimada controlada


É aquela que obedece a regras e técnicas apropriadas de controlo da propagação d fogo (quebra
fogos ou aceiros, direcção do vento dentre outras formas).

6.3 As Causas das Queimadas Descontroladas


São várias as causas que estão na origem das queimadas descontroladas em Moçambique desde
as naturais até as que resultam da actividade humana. As naturais são causadas por relâmpagos e
faíscas, que constituem os principais focos, e ocorrem em lugares de vegetação seca devastando
áreas extensas. Nas causas de origem humana destacam-se, dentre outras, a limpeza de campos
agrícolas, a abertura de caminhos para facilitar a circulação, a limpeza da mata para melhorar a
visibilidade, a caça, a colheita de mel, a produção de carvão, o controlo de espécies indesejáveis e
protecção contra animais ferozes, conflitos sociais, controlo de pragas e negligência (lançamento
de beatas de cigarros, lareiras deixadas acesas na beira das estradas). As queimadas
descontroladas resultantes da actividade humana são as mais frequentes.

7
6.4 Efeitos das Queimadas descontroladas
As queimadas afectam sobretudo os solos, os recursos hídricos, a fauna e a flora. Contudo, os
seus efeitos podem ser tanto positivos como negativos.

6.4.1 Negativos
Provocam a erosão e o empobrecimento dos solos, pois a queima frequente pode levar ao
desaparecimento de certas espécies de plantas.

Aumento do Efeito Estufa

Destruição ou alteração de certo tipo de flora, que pode ter como consequências a falta de
alimento para o gado, o que por sua vez pode levar à redução desta população animal.

Alteração da biodiversidade, que por sua vez pode forçar a mudança do tipo de actividade
económica de uma determinada comunidade.

6.4.2 Positivos
Modificação da reacção do solo;
Alteração das condições físicas do solo;
Luta contra infestantes - eliminação de carraças e outros animais indesejáveis;
Renovação de áreas de pastagens;
Limpeza de áreas agrícolas.

8
7 Plano de prevenção envolvendo as comunidades camponesas

Em poucos instantes, o fogo descontrolado avança sobre a vegetação ressequida, inclusive sobre
as matas ciliares, destruindo toda a proteção do solo, eliminando plantas e causando a morte de
animais silvestres que habitam os campos.

É preciso agir de forma efetiva contra esta tragédia que é fruto do descaso, da omissão, da
irresponsabilidade e da ignorância de vários atores envolvidos nas suas causas e proliferação. 
Diz a sabedoria popular que é melhor prevenir do que remediar. No caso das queimadas a
prevenção é sempre o melhor remédio, pois além de custar muito menos é muito mais fácil de ser
adotada.

Medidas simples como a limpeza e queima controlada nas áreas de foco de incêndios como áreas
de domínios das ferrovias, das rodovias pavimentadas federais, e municipais e das estradas
vicinais podem evitar o surgimento de focos de incêndio de grandes proporções.

Esta queima deve ser realizada no final do período chuvoso, com a assistência de brigadas anti-
incêndios que as comunidades camponesas vão criar, de forma a permitir a queima rápida da
massa seca e a rebrota da vegetação, que serve de barreira para novos focos.

Normalmente a comunidade camponesa deve a eliminação da vegetação de uma faixa marginal


da área a ser protegida (canavial, pastagem, floresta, reservas etc.), que poder ser feita através de
capina, aração, gradagem e roçagem, desde que a massa seca ou palhada seja eliminada.

Nas reservas o uso controlado do fogo pode ser uma alternativa importante para a queima
programada anual ou bianual de parte da área visando diminuir a massa seca e, portanto, o risco
de incêndios que possam atingir a área total. Ela também deve ser realizada no final do período
chuvoso (abril/maio), onde seus impactos são reduzidos e proporciona uma área de refúgio para a
fauna em caso de incêndios.

9
No campo, o controle das queimadas feita pelas comunidades camponesas precisa ser planejado
e deve envolver todos os produtores de uma determinada região. Dever ser constituída uma
brigada anti-incêndio contando com monitoramento permanente no período crítico (seca), por
meio da construção de torre de observação e sistema de alarme ou por batucada tradicional, que
avise o surgimento de focos (fumaça). Após o controle da queimada é fundamental fazer
monitoramento da área atingida para eliminar o ressurgimento de focos em troncos de árvores,
tocos, estrume seco etc.

Sabendo que a prevenção é a medida mais eficaz contra as queimadas vale salientar a importância
das campanhas massivas e continuadas de educação ambiental, de âmbito das comunidades
camponesas , envolvendo todos.

10
8 Conclusão
Considerando todas as informações postas temos a concluir que, já se tem base científica para
afirmar que a poluição do ar tem efeitos negativos para a saúde publica. Os impactos decorrentes
dos gases emitidos pela combustão de biomassa ainda não foram bem avaliados, mas afetam um
número significativo de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde a queimada
constitui uma prática agrícola bastante difundida.

Esse conhecimento é importante para a definição de políticas de controle e de estabelecimento de


padrões de qualidade do ar específicos para o caso das queimadas. O monitoramento e o
estabelecimento de padrões de qualidade do ar, muito usados para avaliar e controlar a qualidade
do ar urbano, mostram-se inadequados para avaliar a poluição causada por queimadas e não
levam em consideração a exposição a concentrações extremamente elevadas a curto prazo.

Por outro lado, as derrubadas, seguidas de queimadas, causam prejuízos irreparáveis à


biodiversidade, ao ciclo hidrológico e ao ciclo do carbono na atmosfera. Tais prejuízos reduzem
os serviços ambientais que a floresta, mantida em seu padrão atual, poderia proporcionar ao
Planeta, sendo que o impacto das queimadas, uma das principais estratégias utilizadas para a
expansão das fronteiras agrícolas, ameaça de extinção espécies de animais e de plantas e causa a
erosão do solo que fica menos protegido.

Contudo, a educação Ambiental parece ser um instrumento que poderá dar suporte as
comunidades camponesas na sensibilização da população urbana e rural quanto à redução dos
alarmantes números de queimas realizadas.

11
9 Referencias
CHAN, N.Y.; EBI, K.L.; SMITH, F.; WILSON, T.F. & SMITH, A.E. (5 May 1999) An

integrated assessment framework for climate change and infectious diseases. Environmental

Health Perspectives, p. 107.

COMMITTEE OF THE ENVIRONMENTAL & OCCUPATIONAL HEALTH ASSEMBLY OF

THE AMERICAN THORACIC SOCIETY. Health effects of outdoor air pollution: state of the

art. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 153, p. 3-50; 477-498.

DUBOS, R. (1961). Man adapting. New Haven, United State of America: Yale University Press.

Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental. (2007). Estratégia Nacional de Prevenção e

Controle de Queimadas Florestais em Moçambique. Maputo, Moçambique: MICOA.

RIBEIRO, H. (2001). Fossil fuel energy impacts on health. Encyclopedia of Life Support

Systems. UNESCO.

TOSCANO, L. F. (2022). Agricultura familiar e seu grande desafio. Recuperado em :<


http://www.agr.feis.unesp.br/dv09102003.htm>.
World Health Organization. (1979). Sulfur oxides and suspended particulate matter.

Environmental Health Criteria, Genève, Suiça: WHO.

12

Você também pode gostar