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Folha para recomendações de melhoria:
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Índice
Folha de Feedback............................................................................................................................ii
1 Introdução..............................................................................................................................1
4 Principais efeitos na saúde humana dos poluentes emitidos por queima de biomassa.........4
6 QUEIMADAS DESCONTROLADAS.................................................................................7
6.4.1 Negativos..............................................................................................................................8
6.4.2 Positivos................................................................................................................................8
8 Conclusão............................................................................................................................11
9 Referencias..........................................................................................................................12
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1 Introdução
Os estudos dos efeitos das queimadas para a saúde humana são muito escassos, tanto em
Moçambique como quanto no exterior, em que pese quase toda a literatura que trata das emissões
atmosféricas produzidas por queima de biomassa mencionar que elas causam efeitos deletérios à
saúde pública. Tal fato se deve em grande parte à variedade de aspectos envolvidos e à
dificuldade em se separar causas isoladas de um determinado efeito. Pesquisas em saúde
ambiental são bastante complexas à medida em que a saúde pública depende de uma teia de
fatores interligados. O presente trabalho traça dos efeitos da saúde ambiental e humana
provocada pelas queimadas descontroladas provocadas pela acção do Homem. Mostra ainda as
formas de prevenção e aponta algumas alternativas às queimadas.
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2 Efeitos das queimadas na saúde humana
Alguns autores, como Dubos (1961) e Audy (1971), vêem a saúde como um processo contínuo de
reação e adaptação, diferentemente da definição adotada pela Organização Mundial da Saúde em
1946: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a
ausência de doenças” (Ribeiro, 2001b). Para Dubos (1961), “estados de saúde ou doença são a
expressão do sucesso ou fracasso experimentado pelo organismo no seu esforço de resposta
adaptável aos desafios do meio ambiente”. Para Audy (1971) “saúde é a propriedade contínua,
potencialmente mensurável, da habilidade de um indivíduo reagir a insultos químicos, ou físicos,
ou infecciosos, ou psicológicos, ou sociais”.
No caso das queimadas, estaríamos analisando a influência de fatores exógenos abióticos que
poderiam ter um ou mais efeitos diretos, além de desencadear efeitos indiretos, tais como
alterações macro e microclimáticas com consequências sobre elementos bióticos que, por sua
vez, poderiam alterar o equilíbrio saúde/doença numa dada região. Muitos efeitos potenciais para
a saúde humana podem resultar direta ou indiretamente das mudanças climáticas. Alterações na
prevalência e disseminação de doenças infecciosas, mediadas por processos biológicos,
ecológicos, sociais interligados poderiam ter significativo impacto na saúde pública e na
sociedade, apesar de ainda não terem sido realizados estudos quantitativos em profundidade para
entender tais processos (Chan et al., 1999). Risco de mortalidade por doenças cardiovasculares
poderia ser aumentado, sobretudo para populações de baixa renda em países tropicais (Weihe,
1986).
Entretanto, quanto maior a proximidade da queimada, geralmente é maior o seu efeito à saúde.
Mas a direção e a intensidade das correntes aéreas têm muita influência sobre a dispersão dos
poluentes atmosféricos e sobre as áreas afetadas pela pluma oriunda do fogo. Se os ventos
predominantes se dirigirem para áreas urbanas ou áreas densamente povoadas, uns números
maioríssimos de pessoas estarão sujeitos aos efeitos dos contaminantes aéreos.
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2.1 Emissões atmosféricas
Queimada é uma combustão incompleta ao ar livre, e depende do tipo de matéria vegetal que está
sendo queimada, de sua densidade, umidade etc., além de condições ambientais, em especial a
velocidade do vento. Por ser uma combustão incompleta, as emissões resultantes constituem-se
inicialmente em monóxido de carbono (CO) e matéria particulada (fuligem), além de cinza de
granulometria variada. Resultam também dessa combustão compostos orgânicos simples e
complexos representados pelos hidrocarbonetos (HC), entre outros compostos orgânicos voláteis
e semivoláteis, como matéria orgânica policíclica – hidrocarbonetos policíclicos aromáticos,
dioxinas e furanos, compostos de grande interesse em termos de saúde pública, pelas
características de alta toxicidade de vários deles. Como nas queimadas a combustão se processa
com a participação do ar atmosférico, há também emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), em
especial o óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2), formados pelo processo térmico e
pela oxidação do nitrogênio presente no vegetal.
O trabalho desenvolvido por Yamazoe et al.(2000) com relação à composição dos aerossóis de
emissões de queimadas na Amazônia mostrou que as espécies dominantes eram carbono, íon
potássio (K+), íon cloro (Cl -) e íon sulfato (SO4)2-. Essa presença de cloro pode explicar a
formação de compostos considerados altamente tóxicos, na classe das dioxinas e dos furanos.
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4 Principais efeitos na saúde humana dos poluentes emitidos por queima de biomassa
Estudos realizados nas últimas décadas têm demonstrado que o material particulado em
suspensão pode causar efeitos, mesmo em níveis abaixo dos padrões de qualidade do ar que têm
sido fixados em vários países desenvolvidos. Estudos epidemiológicos realizados em regiões
urbanas, ou seja, para o particulado em suspensão nessas áreas têm sido incapazes de definir um
nível abaixo do qual não haja ocorrência de efeitos à saúde humana (WHO, 2000). Esse material
particulado urbano tem na sua constituição produtos da combustão incompleta em veículos
automotores, fornos, caldeiras etc. Aumento da mortalidade, aumento da admissão hospitalar,
maior uso de broncodilatadores, exacerbação de sintomas, tosse, diminuição do pico do fluxo
expiratório, estão diretamente associados à concentração de material particulado,
conforme mostram as equações a seguir (WHO, 2000).
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5 AGRICULTURA FAMILIAR E USO DO FOGO
A agricultura familiar também vem registrando o maior aumento de produtividade no
campo nos últimos anos. Na década de 90, foi o segmento que mais cresceu. Entre 1989 e
1999, a produção agrícola familiar aumentou em 3,8% ao ano, o bom desempenho ocorreu
mesmo em condições adversas para o setor, quando nesse período sofreu uma queda de 4,7%
ao ano nos preços recebidos. Esses resultados positivos foram alcançados mesmo tendo a
agricultura familiar um histórico de baixa cobertura de crédito rural. É bom ressaltar que
apenas 23% dos estabelecimentos familiares rurais acessaram financiamentos nos últimos três
anos (TOSCANO, 2005).
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Figura 1: Pratica de queimada para agricultura familiar
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6 QUEIMADAS DESCONTROLADAS
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6.4 Efeitos das Queimadas descontroladas
As queimadas afectam sobretudo os solos, os recursos hídricos, a fauna e a flora. Contudo, os
seus efeitos podem ser tanto positivos como negativos.
6.4.1 Negativos
Provocam a erosão e o empobrecimento dos solos, pois a queima frequente pode levar ao
desaparecimento de certas espécies de plantas.
Destruição ou alteração de certo tipo de flora, que pode ter como consequências a falta de
alimento para o gado, o que por sua vez pode levar à redução desta população animal.
Alteração da biodiversidade, que por sua vez pode forçar a mudança do tipo de actividade
económica de uma determinada comunidade.
6.4.2 Positivos
Modificação da reacção do solo;
Alteração das condições físicas do solo;
Luta contra infestantes - eliminação de carraças e outros animais indesejáveis;
Renovação de áreas de pastagens;
Limpeza de áreas agrícolas.
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7 Plano de prevenção envolvendo as comunidades camponesas
Em poucos instantes, o fogo descontrolado avança sobre a vegetação ressequida, inclusive sobre
as matas ciliares, destruindo toda a proteção do solo, eliminando plantas e causando a morte de
animais silvestres que habitam os campos.
É preciso agir de forma efetiva contra esta tragédia que é fruto do descaso, da omissão, da
irresponsabilidade e da ignorância de vários atores envolvidos nas suas causas e proliferação.
Diz a sabedoria popular que é melhor prevenir do que remediar. No caso das queimadas a
prevenção é sempre o melhor remédio, pois além de custar muito menos é muito mais fácil de ser
adotada.
Medidas simples como a limpeza e queima controlada nas áreas de foco de incêndios como áreas
de domínios das ferrovias, das rodovias pavimentadas federais, e municipais e das estradas
vicinais podem evitar o surgimento de focos de incêndio de grandes proporções.
Esta queima deve ser realizada no final do período chuvoso, com a assistência de brigadas anti-
incêndios que as comunidades camponesas vão criar, de forma a permitir a queima rápida da
massa seca e a rebrota da vegetação, que serve de barreira para novos focos.
Nas reservas o uso controlado do fogo pode ser uma alternativa importante para a queima
programada anual ou bianual de parte da área visando diminuir a massa seca e, portanto, o risco
de incêndios que possam atingir a área total. Ela também deve ser realizada no final do período
chuvoso (abril/maio), onde seus impactos são reduzidos e proporciona uma área de refúgio para a
fauna em caso de incêndios.
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No campo, o controle das queimadas feita pelas comunidades camponesas precisa ser planejado
e deve envolver todos os produtores de uma determinada região. Dever ser constituída uma
brigada anti-incêndio contando com monitoramento permanente no período crítico (seca), por
meio da construção de torre de observação e sistema de alarme ou por batucada tradicional, que
avise o surgimento de focos (fumaça). Após o controle da queimada é fundamental fazer
monitoramento da área atingida para eliminar o ressurgimento de focos em troncos de árvores,
tocos, estrume seco etc.
Sabendo que a prevenção é a medida mais eficaz contra as queimadas vale salientar a importância
das campanhas massivas e continuadas de educação ambiental, de âmbito das comunidades
camponesas , envolvendo todos.
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8 Conclusão
Considerando todas as informações postas temos a concluir que, já se tem base científica para
afirmar que a poluição do ar tem efeitos negativos para a saúde publica. Os impactos decorrentes
dos gases emitidos pela combustão de biomassa ainda não foram bem avaliados, mas afetam um
número significativo de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde a queimada
constitui uma prática agrícola bastante difundida.
Contudo, a educação Ambiental parece ser um instrumento que poderá dar suporte as
comunidades camponesas na sensibilização da população urbana e rural quanto à redução dos
alarmantes números de queimas realizadas.
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9 Referencias
CHAN, N.Y.; EBI, K.L.; SMITH, F.; WILSON, T.F. & SMITH, A.E. (5 May 1999) An
integrated assessment framework for climate change and infectious diseases. Environmental
THE AMERICAN THORACIC SOCIETY. Health effects of outdoor air pollution: state of the
art. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 153, p. 3-50; 477-498.
DUBOS, R. (1961). Man adapting. New Haven, United State of America: Yale University Press.
RIBEIRO, H. (2001). Fossil fuel energy impacts on health. Encyclopedia of Life Support
Systems. UNESCO.
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