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001 - Livro Didactica de Lingua - Bantu by Lucerio Gundane
001 - Livro Didactica de Lingua - Bantu by Lucerio Gundane
Universidade Pedagógica
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Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
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eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Índice
Visão Geral do Módulo i
Lição n° 1 3
Didáctica: conceitualização .............................................................................................. 3
1. Didáctica: conceitualização ........................................................................... 4
Lição n° 2 9
Língua materna (L1), língua segunda (L2) e língua estrangeira (LE) .............................. 9
2. Língua materna (L1), língua segunda (L2) e língua estrangeira (LE) ............... 10
Lição n° 3 15
O processo de aprendizagem de línguas: teorias de aprendizagem ................................ 15
3. O processo de aprendizagem de línguas ............................................................ 16
3.1. Teorias de aprendizagem ................................................................................ 18
1.1.1. Teoria de aprendizagem mentalista .......................................................... 18
3.1.2. Perspectiva behaviorista .............................................................................. 20
Lição n° 4 25
Aquisição e aprendizagem da L1 em contexto escolar ................................................... 25
4. Aquisição e aprendizagem da L1 ...................................................................... 26
4.1. Princípios metodológicos da didáctica da L1 ................................................. 28
Lição n° 5 35
Classificação das línguas bantu ...................................................................................... 35
5. Classificação das línguas bantu ......................................................................... 36
5.1. Situação linguística de Moçambique .............................................................. 38
Lição n° 6 43
Sistema fonético, fonológico e morfossintáctico das línguas bantu ............................... 43
6. Sistema fonético, fonológico, morfológico e sintáctico das línguas bantu ....... 44
Unidade 3: O Currículo das línguas bantu no ensino primário em Moçambique 55
Lição n° 7 57
O Currículo das línguas bantu no ensino primário em Moçambique ............................. 57
Motivações da introdução das línguas bantu no ensino primário em
Moçambique .......................................................................................................... 58
7.1. Razões linguístico-pedagógicas ..................................................................... 60
7.2. Razões culturais e identitárias ........................................................................ 61
7.3. A língua como direito ..................................................................................... 62
Lição n° 8 66
Educação bilingue: breve contextualização .................................................................... 66
8. Educação bilingue: breve contextualização ................................................. 67
8.1. Modelos de educação bilingue ....................................................................... 69
8.1.1. Modelo transicional (assimilacionista) ........................................................ 71
8.1.2. Modelo de manutenção (pluralístico) .......................................................... 73
8.2. Uma reflexão sobre o modelo de educação bilingue adoptado em
Moçambique .......................................................................................................... 74
8.3. Noção de diglossia.......................................................................................... 79
Lição n° 9 85
Planificação, organização e avaliação do processo de ensino e aprendizagem .............. 85
9. Planificação do processo de ensino e aprendizagem: definição dos objectivos
educacionais .......................................................................................................... 86
9.1. Planificação do processo de ensino e aprendizagem ...................................... 88
9.2. Avaliação do processo de ensino e aprendizagem ......................................... 91
9.3. Organização do processo de ensino e aprendizagem ..................................... 95
Lição n° 10 101
Princípios metodológicos da didáctica de línguas: método de ensino baseado em tarefas,
em conteúdos e abordagem cooperativa ....................................................................... 101
10. Ensino de línguas baseado em tarefas ........................................................... 102
10.1. Aprendizagem cooperativa ......................................................................... 105
10.1.1. Vantagens do método de aprendizagem cooperativa .............................. 106
10.2. Método de ensino baseado em conteúdos .................................................. 108
Unidade 6: Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do processo de ensino e
aprendizagem de línguas bantu em Moçambique 113
Lição n° 11 115
Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do processo de ensino e aprendizagem de
línguas bantu em Moçambique ..................................................................................... 115
11. Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do processo de ensino e
aprendizagem de línguas bantu em Moçambique ............................................... 116
Lição n° 12 127
Aprendizagem da leitura e escrita no ensino básico: modelos, estratégias e técnicas .. 127
12. Aprendizagem da leitura e escrita: modelos, estratégias e técnicas .............. 128
Lição n° 13 136
Ambiente linguístico familiar, escolar e dos pares ....................................................... 136
13. Ambiente linguístico familiar, escolar e dos pares........................................ 137
Nota preliminar
i
Assim, este módulo surge no contexto do plano curricular de
Licenciatura para o Ensino Básico, vigente na Universidade
Pedagógica de Moçambique e visa proporcionar aos estudantes a
aquisição de conhecimentos que lhes permitam conduzir o processo
de ensino-aprendizagem, envolvendo uma língua materna (língua
bantu).
O autor
Lucério Gundane
Março de 2017
ii
Competências do módulo
Objectivos do Módulo
Caro estudante, quando terminar o estudo do Módulo de Didáctica
das Línguas Bantu, você deve:
iii
Usar métodos, estratégias, técnicas e materiais de ensino,
aprendizagem e avaliação adequados para uma L1;
Adquirir capacidades de auto-formação e actualização
contínuas, no âmbito da didáctica de uma L1;
Desenvolver capacidades científico-pedagógicas que
visem à intervenção activa no ensino e aprendizagem de
uma Língua Bantu em Moçambique.
Objectivos específicos
iv
Quem deve estudar este Módulo?
Particularmente, este Módulo foi concebido para todos aqueles que
estão inscritos no Curso de Licenciatura em Ensino Básico à
Distância (EBA). Na eventualidade, o Módulo poderá interessar a
todos os estudantes de Linguística, estudantes de cursos de línguas,
em face dos seus objectivos que se cingem, na reflexão sobre os
procedimentos didáctico-metodológicos atinentes ao ensino e
aprendizagem de línguas bantu em Moçambique.
v
condições de ensino e aprendizagem da L1; a seguir, na segunda
unidade, não só são classificadas e descritas as línguas bantu: seu
aspecto fonético, fonológico, morfológico e sintáctico, assim como
se faz alusão à situação linguística de Moçambique; a terceira
unidade descreve o currículo de língua bantu no ensino básico em
Moçambique: educação bilingue, o conceito ‘diglossia’; tipos de
bilinguismo, motivações da introdução das línguas bantu em
Moçambique; na quarta unidade propõem-se conteúdos atinentes
à planificação, avaliação; organização do processo de ensino e
aprendizagem e objectivos educacionais; A quinta unidade
centra-se nalgumas abordagens sobre L1, L2, LE; e métodos e/ou
técnicas no âmbito do processo de ensino e aprendizagem da L1;
A sexta unidade está virada essencialmente a algumas propostas
didáctico-metodológicas concernentes ao processo de ensino e
aprendizagem em Moçambique; por fim, é na sétima unidade
onde se discute o processo de aprendizagem de leitura e escrita no
ensino básico, com enfoque às técnicas e estratégias, bem como ao
desenvolvimento da língua em contexto familiar e social e aos
pares.
Habilidades de estudo
Caro estudante!
Para tirar maior proveito deste Módulo, você terá de buscar, através
de uma leitura cuidadosa das fontes de consulta, a maior parte da
informação ligada ao assunto abordado.
vi
Precisa de apoio?
Naturalmente, dúvidas são frequentes e comuns ao longo de
qualquer outro tipo de estudo. Em face desta situação, você deverá
consultar as obras e/ou manuais sugeridos no fim de cada lição pois,
alguns, na eventualidade, podem estar disponíveis nos Centros de
Ensino à Distância (centro de recursos) mais próximos. Caso
enfrente dificuldades na resolução de exercícios, estude os exemplos
semelhantes apresentados no Módulo. Caso a dúvida persistir,
consulte a orientação que aparece no fim dos exercícios. Em caso de
uma necessidade de explicação pormenorizada, recorra ao
Departamento de Línguas, da Universidade Pedagógica, devendo,
sempre que possível, contactar o autor do Módulo.
vii
As avaliações constam do calendário académico do CEAD e sempre
são marcadas pelo Chefe do Departamento em consonância com as
avaliações dos cursos regulares.
Ícones de Actividades
vii
i
diversidade cultural Moçambicana. Encontre, a seguir, a lista de ícones, o
que a figura representa e a descrição do que cada um deles indica no
módulo:
[peneira]
[colher de pau com
[enxada em actividade] alimento para provar]
4. Exemplo/estudo de 5. Debate 6. Trabalho em grupo
caso
[Jogo Ntxuva]
[fogueira] [mãos unidas]
7. Tome nota/Atenção 8. Objectivos 9. Leitura
[sol]
[embondeiro]
ix
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário
[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]
x
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo para
ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na plataforma
digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar a
verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.
xi
Conteúdos
Aquisição e
desenvolvimento da língua
Lição n° 1 3
Didáctica: conceitualização ......................................... 3
(gem): pressupostos
1. Didáctica: conceitualização ............... 4 teóricos
Lição n° 2 9
UNIDADE
Língua materna (L1), língua segunda (L2) e língua
estrangeira (LE) ............................................................... 9
2. Língua materna (L1), língua segunda (L2)
1
e língua estrangeira (LE) ............................... 10
Lição n° 3 15
O processo de aprendizagem de línguas: teorias
de aprendizagem.............................................................15
3. O processo de aprendizagem de
línguas ................................................................... 16
3.1. Teorias de aprendizagem ....................... 18
1.1.1. Teoria de aprendizagem
mentalista ............................................................ 18
3.1.2. Perspectiva behaviorista .................. 20
Lição n° 4 25
Aquisição e aprendizagem da L1 em contexto
escolar .............................................................................. 25
4. Aquisição e aprendizagem da L1............ 26
4.1. Princípios metodológicos da didáctica
da L1....................................................................... 28
Pág. 2 - 32
1
Introdução
Nesta unidade, espera-se que você reflicta sobre o conceito
Didáctica, como arte e como ciência. Aqui você irá discutir e
diferenciar os processos de aquisição e aprendizagem de línguas.
Esta unidade apresenta também as principais diferenças entre estes
dois processos. Ainda nesta unidade, você irá aprender algumas
teorias que explicam os processos de aquisição e a aprendizagem
de línguas, bem como alguns princípios metodológicos atinentes à
didáctica da L1.
Objectivos da unidade
Assim, ao terminar esta unidade você será capaz de:
2
Lição n° 1
Didáctica: conceitualização
Introdução
Nesta lição, você irá aprender os pressupostos teóricos da ‘didáctica’
– seu objecto de estudo, bem como os aspectos sobre os quais ela se
interessa. Irá, também, relacionar o conceito didáctica com outras
áreas, como, por exemplo, a pedagogia, assim como os seus vínculos
com outras ciências.
Objectivos
Tempo
Terminologia
3
1. Didáctica: conceitualização
Caro estudante, no âmbito da disciplina Didáctica Geral você
definiu, na óptica de vários autores, didáctica e o seu objecto de
estudo. Chamamos, desde já, a sua atenção à seguinte questão:
1) Para Barba & Silva (s/d: 6/8) apud Masetto (1977: 32),
enquanto a pedagogia2 é reconhecida tradicionalmente como
arte e ciência de ensinar, a didáctica é o estudo do processo
de ensino e aprendizagem em sala de aula e de seus
resultados. Até ao final do século XIX, a didáctica
encontrava seus fundamentos quase que exclusivamente na
Filosofia.
2De acordo com Gil (1997, cit: 16), pedagogia provém do grego, paidós =
criança e gogein = conduzir. A pedagogia referir-se-ia apenas à educação
das crianças. Por essa razão, alguns autores preferem falar de
androgogia, para se referir aos esforços sistemáticos destinados à
formação de adultos. Para este autor, esta distinção não é necessária,
pois, pedagogia é o conjunto de doutrinas, princípios e métodos de
educação tanto para crianças quanto para adultos.
4
2) Em conformidade com Libâneo (2013: 67), a Didáctica, na
pedagogia tradicional, é uma disciplina normativa, um
conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. A
actividade de ensinar é centrada no professor, que expõe e
interpreta a matéria. Na abordagem de Rodrigues et al.
(2011: 1/2)3, como arte, a Didáctica não objectiva apenas o
conhecimento pelo conhecimento, mas procura aplicar os
seus próprios princípios à finalidade concreta que é a
instrução educativa. Enquanto arte de ensinar, ela é tão antiga
como o próprio ensino, pois, em todos os tempos houve
exímios educadores que, guiados por uma fina observação e
por um grande talento, conseguiram os melhores resultados
no domínio do ensino e da educação
Cf. Rodrigues et al. (2011 : 1) apud Otão et al. (1965). In Revista Científica
do ITPAC, Araguaína. V.4. N°.3. 2011.
5
5) A Didáctica e as metodologias específicas das matérias de
ensino formam uma unidade, mantendo, entre si, relações
recíprocas. A Didáctica trata da teoria geral de ensino. As
metodologias específicas, integrando o campo da didáctica,
ocupam-se dos conteúdos e métodos próprios de cada
matéria na sua relação com fins educacionais. A Didáctica,
com base em seus vínculos com a pedagogia, generaliza
processos e procedimentos obtidos na investigação das
matérias específicas, das ciências que dão embasamento ao
ensino e à aprendizagem e das situações concretas da prática
corrente, (Libâneo, 2013, p. 25/6).
Resumo da lição
A Didáctica é, pois, uma das disciplinas da Pedagogia que estuda
o processo de ensino por meio dos seus componentes – conteúdos
escolares, o ensino e aprendizagem, para, com o embasamento na
teoria da educação, formular directrizes orientadoras da
actividade profissional dos professores. O seu objecto de estudo é
o processo de ensino, campo principal da educação escolar. A
didáctica investiga as condições e formas que vigoram no ensino.
6
Auto-avaliação
Depois de ter aprendido esta lição, você deve resolver as seguintes
actividades de auto-avaliação. Comece por ler atentamente todas
as questões que lhe são apresentadas. Redija com clareza e
objectividade, cingindo-se ao que lhe é solicitado.
Responda pela ordem que mais lhe convier, identificando,
correctamente, cada uma das respostas.
1. Defina didáctica, primeiro como arte e depois como
ciência.
2. Quais são as relações entre a pedagogia e a Didáctica?
3. Explique os vínculos entre a didáctica e outras ciências;
4. Explique por que existe uma unidade entre a didáctica e
as metodologias específicas das matérias de ensino.
Bibliográfia Básica
1. Althaus, Maiza T. Margraf. (2004). “Acção Didáctica no
Ensino Superior: A Docência em Discussão”. In Revista
Teoria e Prática da Educação. V.7. N.°1; (S/L);
2. Barbosa, Jane R. (2011). A Didáctica do Ensino
Superior. 2.ª Edição. Curitiba: IESDE Brasil;
3. Gil, António. (1997). Metodologia do Ensino Superior.
3ª Edição. São Paulo: Atlas;
4. Libâneo, José. (2011). Didáctica. 2.ª Edição. Cortez:
São Paulo;
5. Rodrigues, Leude Pereira et al. (2011). “O Tradicional
e o Moderno Quanto à Didáctica no Ensino Superior”.
In Revista Científica do ITPAC. Araguaína. V.4. N.° 3;
7
6. Santo, Eniel do Espírito & Luz, Luiz C. S. (2013).
“Didáctica no Ensino Superior: Perspectivas e
Desafios”. (s/l). In Revista Natal – RN. V. 1. N.º 8;
7. Silva, Regina Nogueira da & Borba, Ernesto Oliveira.
(s/d). A Importância da Didáctica no Ensino Superior.
(s/l);
8. Tochon, François V. (1995). A Língua como Projecto
Didáctico. [Trad. Maria Vidal]. Porto: Porto Editor.
8
Lição n° 2
Língua materna (L1), língua segunda (L2) e língua
estrangeira (LE)
Introdução
Depois de você ter cenceitualizado didáctica na óptica de alguns
autores na lição anterior, tratando-se de um Módulo cujo foco é o
processo de ensino e aprendizagem nas línguas bantu, que
constituem L1 para a maior parte da população moçambicana, se lhe
perguntássemos, por exemplo, qual é diferença entre L1 e L2, ou
entre L2 e LE? Obviamente que enfrentaria algumas dificuldades. É
nesta lição onde você vai poder distinguir estes conceitos, visto que,
ao longo do Módulo, serão retomados em diversas unidades.
Distinguir L1 da L2 e da LE;
Descrever as características das L1, da L2 e da LE;
Estabelecer a relação entre a aprendizagem da L2 e a da LE.
Objectivos
Terminologia
9
2. Língua materna (L1), língua segunda (L2) e língua
estrangeira (LE)
Antes de você continuar com a leitura, tente reflectir sobre os
conceitos: L1, L2 e LE. Será que a L1 é a língua da mãe? Ou língua
do pai? A L2 é sempre o português? A língua inglesa pode ser L2? Ou
Reflexao é sempre LE?
10
que adquire como línguas maternas), ao passo que uma língua
estrangeira é aprendida sob as condições formais, geralmente em
contexto escolar.
11
que ele melhor domina, língua com a qual ele se sente mais à
vontade, (Spinassé, 2006, p. 4/5).
12
diferenciação entre L1, L2 e LE. O status de uma língua também
pode variar com o tempo, é necessário apenas estabelecer uma outra
relação com ela.
Resumo da lição
L1, L2 e LE
Auto-avaliação
Para você poder testar o seu nível de leitura e compreensão dos
conteúdos, deve resolver as actividades de auto-avaliação. Leia
atentamente as questões que lhe são apresentadas. Redija com clareza
e objectividade, cingindo-se ao que lhe é solicitado. Responda pela
ordem que mais lhe convier, identificando, correctamente, cada uma
das respostas.
13
Bibliográfia Básica
1. Molina, G. T. et al. (s/d). Corrent approaches and
teaching methods. Bilingual Progammes. Faculty of
Humanities and Education. University of Jaen;
14
Lição n° 3
O processo de aprendizagem de línguas: teorias de
aprendizagem
Introdução
Esta lição aborda o processo de aprendizagem, com enfoque às
teorias de aprendizagem (mentalista e behaviorista). Você terá a
oportunidade de distinguir as duas teorias de aprendizagem de
línguas, tentando relacioná-las com a lição que viu anteriormente.
Terminologia
15
3. O processo de aprendizagem de línguas
Caro estudante, você na lição anterior falou sobre a didáctica e viu que
Se se lembra,
o seu foco é o processo de ensino e aprendizagem. Nesta lição você
o que é Didáctica?
terá mais abordagens teóricas para diferenciar estes dois processos.
Mas antes disso, comecemos com a seguinte questão:
16
adquiridos ou modificados, como resultado de estudo,
experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo
pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma
que há diferentes teorias de aprendizagem.
NB: Caro estudante, aqui você pôde ver várias visões e abordagens
em torno do conceito aprendizagem. Na Didáctica Geral,
naturalmente, você estudou este conceito, caso queira aprofundar
mais a sua definição, pode recorrer às páginas de internet ou mesmo
consultar manuais ligados à didáctica, certamente que lá você
encontre conteúdos que abordam o processo de aprendizagem.
17
3.1. Teorias de aprendizagem
Depois te ter falado sobre o processo de aprendizagem na lição
anterior, agora você vai concentrar-se nas duas teorias de
aprendizagem que se seguem.
18
interessante salientar que a teoria cognitivista/mentalista
apresenta algumas semelhanças com a inatista. Veja os pontos
em que estas duas teorias convergem e divergem:
É o seguinte:
Em forma de conclusão,
19
3.1.2. Perspectiva behaviorista
Para finalizar esta lição, você agora irá focalizar a sua atenção na
teoria behaviorista ou comportamentalista, tendo em conta as
questões que se seguem:
20
21
Skinner (1957), como um dos mentores desta teoria, refere que a
criança possui capacidades gerais de aprendizagem, que não são
apenas para a linguagem (comportamento de cariz verbal),
modeladas e reforçadas pelos falantes adultos, que privam com a
criança e a quem ela imita, neste caso, destaca-se a aprendizagem e
a influência do meio empírico.
22
Resumo da lição
Se prestou atenção, concluirá que o processo de aprendizagem de uma
língua é complexo, se se partir da asserção segundo a qual a língua
(gem) é um facto puramente social e cultural.
Auto-avaliação
Depois de ter aprendido esta lição, você deve resolver as seguintes
actividades de auto-avaliação. Comece por ler atentamente todas as
questões que lhe são apresentadas. Redija com clareza e objectividade,
cingindo-se ao que lhe é solicitado.
23
Bibliográfia Básica
1. Gonçalves, Perpétua & Uamusse, Luis. (1997).
Proposta da Adequação de programas e métodos de
Ensino e Aprendizagem da Leitura para a 1.ª Classe
ao Contexto das Zonas suburbanas de Maputo.
Maputo: UME;
2. Krashen, Stephen. (s/d). Language acquisition and
education, University Southern California;
3. Maciel, Carla A. (1998). Texto de apoio. Maputo:
UEM;
4. Mussalim, Fernanda & Bentes, Anna Christina.
(2001). Introdução à Linguística: domínios e
fronteiras. São Paulo: Cortez;
5. Stern, H. H. (1970). Perspectives on Second Language
Teaching. Toronto: Ontario Institute for studies in
education;
6. Xavier, M.S. & Mateus, M.H. (1992). Dicionário de
termos linguísticos. Vol.2. Lisboa: Edição Cosmos;
7. Saussure, Ferdinand de. (1999). Curso de Linguística
Geral. 2.ª Edição. [Trad: José Victor]. Lisboa:
Publicações Dom Quixote.
24
Lição n° 4
Aquisição e aprendizagem da L1 em contexto escolar
Introdução
Depois de termos falado sobre o processo de aprendizagem e
desenvolvimento da língua, bem como das teorias de aprendizagem
na lição anterior, essencialmente, nesta, pretende-se que você
discuta, de forma minuciosa, os dois processos, aquisição e
aprendizagem da L1 em contexto escolar. Ainda nesta lição, além
das teorias subjacentes a cada processo, você irá aprender alguns
princípios metodológicos da didáctica da L1.
Terminologia
25
4. Aquisição e aprendizagem da L1
26
como um processo inconsciente (como um desenvolvimento da
língua que o indivíduo atinge num contexto social através da
interacção) se difere da aquisição da L2 (que é um processo mais
consciente da língua), particularmente em situação escolar, onde o
ensino da língua é concebido como uma série de actividades, que
visam levar a efeito uma aprendizagem, tendo em conta as
capacidades, os interesses e as faculdades de atenção e assimilação
do aprendente.
Pronto!
27
NB: Veja as teorias: de (i) universais linguísticos e (ii) do
discurso no âmbito da aprendizagem da L1!
28
obedecendo às estruturas gramaticais, enquanto o ensino virado para
o conteúdo se preocupa pela mensagem veiculada pelos enunciados.
29
pluralidade de hipóteses, não obstante, a convergência de muitos
teóricos no postulado segundo o qual, na aprendizagem da L2
há uma interferência da L1.
30
Resumo da lição
De forma resumida, depois de ter aprendido os conteúdos que
fazem a lição, você pode concluir que:
Auto-avaliação
Depois de você ter aprendido os princípios metodológicos da didáctica
da L1, bem como algumas teorias atinentes ao ensino e aprendizagem
da L1, a seguir propomos algumas actividades para você avaliar as
suas leituras. Lembre-se, comece por ler atentamente todas as questões
que lhe são apresentadas. Redija com clareza e objectividade,
cingindo-se ao que lhe é solicitado. Responda pela ordem que mais lhe
convier, identificando, correctamente, cada uma das respostas.
31
Bibliográfia Básica
1. Krashen, Stephen. (s/d). Language acquisition and
education. California: University Southern California;
2. Maciel, Carla A. (1998). Texto de apoio. Maputo:
UEM;
3. Mussalim, Fernanda & BENTES, Anna Christina.
(2001). Introdução à Linguística: domínios e
fronteiras. São Paulo: Cortez.
32
Conteúdos
Línguas bantu de
Lição n° 5 35
Classificação das línguas bantu .............................. 35
Moçambique
5. Classificação das línguas bantu............ 36
5.1. Situação linguística de Moçambique . 38
UNIDADE
Lição n° 6 43
Sistema fonético, fonológico e morfossintáctico
2
das línguas bantu .......................................................... 43
6. Sistema fonético, fonológico,
morfológico e sintáctico das línguas
bantu ..................................................................... 44
Pág. 34 - 53
33
Introdução
Continuamos a chamar a sua atenção, pois, nesta unidade, você irá
encontrar conteúdos que abordam aspectos ligados às línguas bantu,
concretamente as faladas em Moçambique. Nela, irá conhecer a
estrutura e funcionamento destas línguas, facto que lhe irá permitir
uma maior abordagem e descrição sobretudo da sua língua materna.
Além destes conteúdos, no geral, você irá conhecer a situação
linguística de Moçambique.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de:
34
Lição n° 5
Classificação das línguas bantu
Introdução
Para você conduzir o processo de ensino e aprendizagem na sua L1
precisa, antes de tudo, de conhecer o funcionamento da língua em
questão. Tente, na medida do possível, concentra-se, uma vez que os
conteúdos desta lição envolvem conhecimentos profundos da
linguística teórica e africana, todos eles aprofundados em cursos de
linguística.
Terminologia
35
5. Classificação das línguas bantu
Caro estudante! Antes de você ver a classificação das línguas
africanas, veja o que alguns estudiosos sistematizaram no início do
século XIX.
a) Método genealógico:
36
a família Níger-Kordofaniano a que o grupo Bantu pertence, que se
estende desde a África Central l, Oriental até à Meridional.
Família Congo-Kordofaniana
Sub-família Níger-Congo
Grupo de línguas Bantu
Língua Citshwa
Dialecto Xikhambani
b) Método tipológico:
37
Nsenga-Sena, Shona, Copi e Tswa-Ronga e o número de línguas
varia de grupo para grupo, uma vez que nem todas línguas
moçambicanas foram inventariadas por Guthrie.
38
português como língua materna e (0.23%) falam línguas estrangeiras
que não são especificadas. Porém, INE (2010)12 ilustra que além do
Português, de línguas Bantu, de línguas de origem estrangeira,
línguas ‘não conhecidas’, as línguas de Sinais são usadas como
línguas maternas por pessoas de 5 ou mais anos de idade. Veja-se a
tabela a seguir:
39
21 Shona 35.878 0.2 Manica
22 Swahili 15.255 01. Cabo Delgado
23 Língs. 7.503 0.0 Todas as províncias
de 5
sinais
24 Outras 310.259 2.0 Todas as províncias
língs.
Total 15.670.424 10 Todas as províncias
0
Fonte: Cf. Ngunga et al. (op. cit)
40
Resumo da lição
Moçambique é um país plurilingue, visto que apresenta uma
diversidade linguística, onde coexistem várias línguas. As línguas bantu
faladas em Moçambique são codificadas por Guthrie (1967-71) tendo
em conta as respectivas zonas, grupos e sub-grupos. Por seu turno, estas
línguas pertencem à família Congo-Kordofaniano, sub-família Níger-
Congo e grupo bantu.
Auto-avaliação
Depois de você ter aprendido os métodos usados para a classificação
das línguas bantu, situação linguística de Moçambique, resolva as
actividades que se seguem para avaliar as suas leituras. Lembre-se,
comece por ler atentamente todas as questões que lhe são apresentadas.
Redija com clareza e objectividade, cingindo-se ao que lhe é
solicitado. Responda pela ordem que mais lhe convier, identificando,
correctamente, cada uma das respostas.
41
Bibliográfia Básica
1. Angenot, Geralda & Amaral, Gustavo (s/d).
Classificação tipológica e genealógica das línguas
africanas. Universidade Federal de Randónia;
2. Cole, Desmond. (1971). “The history of African linguisti
cs to 1945”. In: Current trends in linguistic: linguistic in
sub-saharan Africa. (Ed: Thomas Sebeok). Paris: Mouto
n;
3. Greenberg, J. H. (s/d). Classificação das línguas da
África. Parte I. (s/l).
4. Guthrie, M. (1967/71). The Classification of the Bantu L
anguages. London: IAI;
5. Ngunga, A. (2004). Introdução à Linguística Bantu.
Maputo: UEM - Imprensa Universitária;
6. Ngunga, A. & Bavo, Názia. (2011). Práticas linguísticas
em Moçambique: avaliação da vitalidade linguística em
seis distritos. Maputo: CEA. Colecção as Nossas Línguas
IV;
7. Firmino, Gregório. (2002). A Questão Linguística na
África Pós-Colonial: O caso do Português e das Línguas
Autóctones em Moçambique. Maputo: Promédia.
42
Lição n° 6
Sistema fonético, fonológico e morfossintáctico
das línguas bantu
Introdução
Nesta lição, você vai aprender conteúdos concernentes ao sistema
fonético, fonológico e morfossintáctico das línguas bantu faladas em
Moçambique, bem como o sistema da sua ortografia padronizada.
Durante a disciplina Introdução aos Estudos Linguísticos,
certamente que você teve noções básicas de fonética (estudo dos
sons da fala humana), fonologia (estudo particular do sistema e/ou
função dos sons), morfologia (estudo da palavra) e sintaxe (estudo
da estrutura da frase). A partir dessas noções, aqui você irá descrever
essas áreas da gramática com base na sua L1.
Terminologia
43
6. Sistema fonético, fonológico, morfológico e sintáctico
das línguas bantu
Antes de se avançar ao estudo do sistema fonético, fonológico,
morfológico e sintáctico das línguas bantu, veja algumas
características destas línguas:
44
a) Sistema fonético-fonológico
45
/u/ (iv kùkùmà
[kùkù:mà] ‘encontrar’
/e/ (v) khálé
[kálé:] ‘ adv. tempo’
46
desempenhar a função gramatical, ao estabelecer certos aspectos
gramaticais (posse/tempo verbal/negação/afirmação, etc.).
47
b) Sistema morfológico
48
7 Ki- ci- Cimanga ‘massaroca’
8 Vi- Zi/vi Vimanga ‘massarocas’
9 Ni- N- Ndewu ‘luta’
10 li- N- Ndewu ‘luta’
11 Lu
12 ka- Katunji ‘sombra (pequena)’
13 tu- Tunji ‘sombra’
14 Vu- u- Utsi ‘fumo’
15 Ku- Kuyenda ‘andar’
16 Pa- Pamunda ‘na machamba’
17 Ku- Kunyumba ‘ir para casa’
18 Mu- Musukulo ‘dentro da escola’
19 Pi- - -
49
Ngunga (2000: 87), a partir da proposta de Meeussen (1967),
apresenta uma estrutura complexa, mostrando todos os elementos
que constituem o verbo, como se pode ver no esquema a seguir:
Verbo
Pré-tema Macro-Tema
Tema F
Tema D
c) Sistema sintáctico
50
Em relação à ortografia,
Resumo da lição
Quer as vogais, quer as consoantes, estes sons sofrem vários processos
fonológicos em diversos contextos da sua ocorrência.
51
Auto-avaliação
Você aprendeu o funcionamento do sistema fonético, fonológico,
morfológico e sintáctico das línguas bantu, no geral. Teste as suas
leituras, resolvendo as actividades que lhe propomos abaixo. Leia
atentamente todas as questões que lhe são apresentadas. Redija com
clareza e objectividade, cingindo-se ao que lhe é solicitado. Responda
pela ordem que mais lhe convier, identificando, correctamente, cada
uma das respostas.
Bibliográfia Básica
1. Gundane, Lucério (2015). Morfologia e Fonologia
Lexical em Citshwa. Nampula: UP [dissertação de
mestrado não publicada];
2. Guthrie, Malcolm (1956). “Observações sobre classes
nominais nas línguas Bantu”. In Boletim da Escola
Oriental e Estudos Africanos. Vol. 18. N. 3.
Universidade de Londres. pp. 545-555;
3. Guthrie, Malcolm (1967/71). The Classification of the
Bantu Languages. London: IAI;
52
4. Hyman, Larry (2007). “Reconstructing the Proto-
Bantu Verbal Unit: Internal Evidence”. In Workshop
Papers in Linguistics. Berkeley: Califórnia. Vol. 15;
5. Macalane, Geraldo L. (2013). A variação paramétrica
das interrogativas parciais em Cinyanja. Maputo:
UEM – CEA;
6. Miti, Lazarus. (2006). Comparative Bantu phonology
and morphology: a study of the sound system and
vowel structure of the indigenous languages os
Southern Africa. Cape Town: CASAS;
7. Mutaka, Ngessimo & Tamanji, Pius. (2000). An
Introduction to African Linguistics. (S/l): Lincom
Europa;
8. Ngunga, Armindo & Faquir, Osvaldo. (2011).
Padronização da ortografia de línguas moçambicanas:
relatório do III seminário. Maputo: CEA – UEM;
9. Ngunga, Armindo & Faquir, Osvaldo. (2011).
Padronização da ortografia de línguas
moçambicanas: relatório do III seminário. Maputo:
CEA – UEM;
10. Ngunga, Armindo (2000). Phonology and morphology
of the ciyao verb. Califórnia: CSLI;
11. Ngunga, Armindo (2004). Introdução à linguística
bantu. Maputo: Impressa Universitária;
12. Ugembe, Zeferino. (2011). O tom verbal em Xitshwa.
UEM: Maputo. [dissertação de mestrado não
publicada].
53
Conteúdos
O Currículo das línguas
Lição n° 7 57 bantu no ensino
O Currículo das línguas bantu no ensino primário primário em
em Moçambique ............................................................. 57
Motivações da introdução das línguas Moçambique
bantu no ensino primário em
UNIDADE
Moçambique ....................................................... 58
7.1. Razões linguístico-pedagógicas.......... 60
7.2. Razões culturais e identitárias ........... 61
3
7.3. A língua como direito ............................. 62
Lição n° 8 66
Educação bilingue: breve contextualização ........ 66
8. Educação bilingue: breve
contextualização .............................................. 67
8.1. Modelos de educação bilingue............. 69
8.1.1. Modelo transicional
(assimilacionista) ..............................................71
8.1.2. Modelo de manutenção
(pluralístico) ...................................................... 73
8.2. Uma reflexão sobre o modelo de
educação bilingue adoptado em
Moçambique ........................................................74
8.3. Noção de diglossia.................................. 79
Pág. 56 - 82
55
Introdução
Na unidade anterior você aprendeu conteúdos ligados não só à
classificação das línguas africanas, como também à estrutura das
línguas bantu, desde o sistema fonético até ao sintáctico. Pôde,
igualmente, conhecer a situação linguística de Moçambique. Nesta
unidade, essencialmente, você vai poder descrever o currículo da
língua bantu vigente em Moçambique, com vista a ter uma visão
ampla sobre o programa de educação bilingue adoptado em
Moçambique com a reforma curricular do ensino básico de 2003. É,
ainda, nesta unidade, onde você irá adquirir conhecimentos para uma
melhor discussão sobre as políticas de educação bilingue.
Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
56
Lição n° 7
O Currículo das línguas bantu no ensino primário em
Moçambique
Introdução
Caro estudante, por um lado, nesta lição você vai conhecer os
principiais motivos que estão por detrás da introdução das línguas
bantu no sistema nacional de educação. Por outro lado, através de
um quadro sistemático, você irá descrever o currículo da língua
bantu vigente em Moçambique.
Terminologia
57
Motivações da introdução das línguas bantu no ensino
primário em Moçambique
Antes de você proceder à leitura, concentre-se nas seguintes questões
e tente encontrar as possíveis respostas:
58
Neste modelo de transição ‘precoce’16, confirma MINED (op. cit:
133/4) que, no primeiro ciclo (1.ª e 2.ª classes), a L1 é o único meio
de instrução até 3.ª classe. A L2 é ensinada como disciplina para o
desenvolvimento de habilidades como oralidade. No segundo ciclo
(3.ª, 4.ª e 5.ª classes), inicia-se o processo gradual de transição do
meio de instrução de L1 para L2, através de transferência de
habilidades adquiridas na L1. Todavia, a partir da 4.ª classe, a L2
passa a desempenhar o papel de meio de instrução e a L1 apenas
como auxiliar em disciplinas como Matemática, Ciências Naturais,
Ciências Sociais. Finalmente, no terceiro ciclo, (6.ª e 7.ª classes),
a L2 é o único meio de instrução e espera-se que os alunos já
possuam um bom nível de desempenho. Neste ciclo, a L1 será
leccionada apenas como disciplina, mas servirá como auxiliar do
processo de ensino-aprendizagem, à semelhança do que acontece
no 2º ciclo.
Tome nota:
59
das línguas moçambicanas contribua para a melhoria da
qualidade de educação, afirmação cultural e respeito pelo
direito das crianças de aprenderem numa língua que
conheçam e dominem.
A introdução das línguas moçambicanas no ensino básico
assenta em razões de natureza linguístico-pedagógica,
cultura e identitária e de direitos humanos. Do ponto de
vista estratégico, observando-se o factor diversidade
linguística, a educação bilingue em Moçambique reside nas
três modalidades, nomeadamente: línguas locais como
meio de ensino e aprendizagem; como disciplina opcional
em programas monolingues em que o Português é o meio
de ensino; e como língua de recurso (MINED, 2003, p.
126/7).
60
que é falante nativo e os alunos podem entender. Neste processo de
ensino e aprendizagem, o professor funciona como mediador
cultural, e facilitador, usando o seu entendimento da língua e cultura
da comunidade para encorajar os alunos e ajudá-los a aprender a
língua segunda.
61
7.3. A língua como direito
A aprendizagem inicial na língua materna é, também, vista como um
direito do indivíduo, neste caso particular, da criança, (UNESCO,
1953). Nesta perspectiva, o pressuposto para a educação bilingue é
de que se o indivíduo não tem a possibilidade de comunicar na sua
língua, está, então, excluído do processo de ensino-aprendizagem
que se baseia, essencialmente, na comunicação. O dia-a-dia da
criança na escola torna-se penoso, contribuindo para o
desenvolvimento de um sentimento de baixa auto-estima.
62
Leitura/Escrita Introdução à Leitura/Escrita
Comunicação Instruções rotineiras e controlo da turma
Meio de ensino: muitas disciplinas. Meio de ensino: algumas disciplinas.
40% 60%
Leitura/Escrita Oralidade (comunicação)
Comunicação Desenvolvimento da leitura/escrita
63
Resumo da lição
Três motivos contribuíram para a introdução das línguas bantu no
currículo do ensino primário em Moçambique: razões linguístico-
pedagógicos, razões culturais e identitárias e razões que envolvem a
língua como direito.
Auto-avaliação
Você já conhece os principiais motivos que estão por detrás da
introdução das línguas bantu no sistema nacional de educação, assim
como o currículo da língua bantu, no geral. Teste as suas leituras,
resolvendo as actividades que lhe propomos abaixo.
64
Bibliográfia Básica
1. Benson, Carol. (1998). “Alguns resultados da avaliação
externa da experiência de escolarização bilingue em
Moçambique”. In Stround, C. & Tuzine, A. (Orgs). Uso
das línguas africanas no ensino: problemas e
perspectivas. Caderno de Pesquisa n.º 26. Maputo: INDE.
pp. 279-301;
2. Blank, Michel & Hamers, Josiane (1988). Bilinguality and
bilinguism. Cambridge: Cambridge University Press;
3. Chimbutane, Feliciano & Stround Christopher. (2011).
(Orgs). Educação bilingue em Moçambique: reflectindo
criticamente sobre políticas e práticas. Maputo: Textos
Editores;
4. Chimbutane, Feliciano. (2003). “Sub-projecto de
monitoria e avaliação da introdução do ensino bilingue em
Maputo e Gaza”. In Projecto de avaliação educacional:
Relatório anual. Maputo: INDE;
5. Heugh, Kathleen (2011). “Da língua materna ao uso de
uma língua internacional no processo de ensino e
aprendizagem: as limitações do modelo de transição no
sistema escolar em África”. In Chimbutane, F. & Stround
C. (Orgs). Educação bilingue em Moçambique:
reflectindo criticamente sobre políticas e práticas.
Maputo: Textos Editores. pp. 53-74;
6. Megale, A. Heyden (2005). “Bilinguismo e educação
bilingue: discutindo conceitos”. In Revista Virtual de
estudos da Linguagem. V. 3. Nº. 5. pp. 1-12;
7. MINED. (2003). Programa de educação bilingue para o
IIº ciclo do ensino básico. Maputo: INDE.
65
Lição n° 8
Educação bilingue: breve contextualização
Introdução
Você já sabe o porquê de Moçambique ter introduzido as línguas
bantu na educação. De igual modo, já sabe descrever o currículo da
língua bantu adoptado em Moçambique. Mas se perguntássemos o
que entende por educação bilingue, certamente que iria enfrentar
algumas dificuldades. É nesta ordem de ideias que se insere a
presente lição em que vai poder aprofundar seus conhecimentos
concernentes ao ensino bilingue. Ainda nesta lição, chamamos a sua
atenção a uma reflexão sobre o modelo de educação bilingue
adoptado em Moçambique.
Objectivos
Terminologia
66
8. Educação bilingue: breve contextualização
Caro estudante, no início de cada lição, sempre lhe propomos
algumas questões de reflexão.
67
fase inicial da escolarização, como ocorre nos programas do tipo
transicional, (Hornberger, 1991) apud (Mello, op. cit. p. 121/2).
68
Tome nota:
18 Cf. UNESCO (1953: 11) apud Appel & Muysken (op. cit: 62).
69
educação monolingue na língua da população de minoria
linguística à educação bilingue em ambas línguas, e, também, a
educação monolingue na língua da população dominante.
Hornberger (1991) apud Mello (op. cit: 123/4) faz a distinção
entre modelos e tipos de programas de educação bilingue,
incluindo os primeiros numa categoria mais ampla e num nível
de abstracção maior do que os segundos. Os modelos são
definidos em termos dos objectivos dos planeamentos
linguísticos e educacionais e das orientações ideológicas em
relação à diversidade linguística e cultural na sociedade. Em
contrapartida, os tipos de programas são norteados pelas
características contextuais e estruturais específicas.
A educação bilingue é dividida em dois grandes domínios:
educação bilingue para crianças do grupo dominante e educação
bilingue para crianças de grupos minoritários. Fishman & Lovas
(1970) apud Megale (op. cit: 7/9) baseiam-se em três grandes
categorias para a definição de educação bilingue. Trata-se de
intensidade, objectivo e status19. Fazendo uma reflexão sobre
esta tipologia, Blanc & Hamers (op. cit: 190) chamam atenção
ao facto de estes modelos terem que estar em consonância com
os factores sociais, históricos, socioestruturais, culturais,
ideológicos e sociopsicológicos.
Em conformidade com Mocinic (2011: 177), um dos primeiros
estudos sobre a classificação dos modelos de educação bilingue
foi feita por Mackey (1970). Sublinhe-se que este autor
70
descreveu 90 modelos para diversas escolas de ensino bilingue,
respeitando as seguintes variedades: língua materna do aluno,
língua do currículo escolar, língua da comunidade face à sua
condição social, região, bem como no mundo. Na vertente de
Mocinic (op. cit: 176), os modelos de educação bilingue
dependem, principalmente, de factores como, p. e., a forma como
ambas línguas são usadas; motivação intrínseca ao seu uso;
motivação por parte dos professores; os métodos de ensino
adoptados; tipo de aluno; tipo de Estado; tipo de política
educacional; atitude linguística dos envolvidos.
71
modelo ser assimilacionista, fomentando um bilinguismo
subtractivo. Aliado a este argumento, Hornberger (1991) apud
Mello (op. cit: 129) refere que os objectivos do modelo
transicional encorajam aos alunos das minorias linguísticas a
assimilarem a língua e as normas culturais da sociedade
maioritária em detrimento das suas línguas étnicas. Os
programas educacionais que adoptam esse modelo valorizam a
proficiência das crianças na língua dominante da escola (L2)
para que elas possam funcionar linguística e academicamente nas
salas de ensino regular. A L1 é usada como meio de instrução
durante uma fase temporária da escolarização, até que as crianças
possam fazer a transição para a L2.
Lambert (1975) apud Roberts (1995: 371/2) identificou dois
tipos de bilinguismo: bilinguismo aditivo, em que os alunos
iniciam o ensino com a sua L1 e, ao decorrer do tempo, adquirem
a L2; e subtractivo, em que os alunos perdem a sua L1 e o
processo de ensino-aprendizagem é conduzido pela L2. Para
Garcia (1996), o desenvolvimento do bilinguismo aditivo ou
subtractivo depende da relação entre as línguas que são usadas
no sistema educativo.
Realça Mocinic (op. cit: 177) que o modelo transicional pode ser
dividido em dois tipos: inicial (dois anos do uso da língua
materna) e posterior (40% dos conteúdos na sala de aula são
administrados na língua materna até à 6ª classe). Em face destes
anos, naturalmente que este modelo, como confere Garcia (op.
cit), requer uma boa planificação e recursos. Note-se que,
inicialmente, o ensino é conduzido na L1 enquanto a L2 é
ensinada como disciplina, muitas vezes pelo mesmo professor.
De acordo com Schimitt (1985), com este método, os professores
ensinam os alunos nas duas línguas, principalmente na língua
nativa, primeiro, e depois progressivamente em Inglês, à medida
que a proficiência linguística dos alunos vai aumentando nesta
72
língua. May (2008)20 salienta que o objectivo deste modelo é
deixar para trás as capacidades adquiridas na L1 e desenvolver
apenas a sua proficiência linguística e académica na L2.
20 Este modelo privilegia a L2 assumindo que: os alunos não podem aprender de forma
suficientemente rápida se continuarem a ser ensinados na sua L1; os alunos vão sofrer em termos
académicos, bem como na literacia da língua dominante (May, 2008) apud (PPRS, 2010).
21Mello (op. cit: 132) refere-se ao facto de o modelo de manutenção também ter seus opositores,
que alegam que nos contextos multilingues nem sempre se pode proporcionar instrução em todas
as línguas faladas como L1 pela população de alunos, em virtude da falta de professores
qualificados na língua minoritária, da falta de material didáctico adequado, da grande diversidade
étnica numa mesma sala de aula, etc.
22 A educação bilingue é o emponderamento pedagógico que permite a incorporação da língua e
cultura de casa na escola, a participação da comunidade, o uso da língua de casa para acesso ao
conhecimento e o desenvolvimento do currículo interactivo recíproco. Por outro lado, Clegg (2005),
ainda que de forma generalizada, refere-se às vantagens do ensino bilingue como, por exemplo, o
aumento cognitivo que, por conseguinte, garante o sucesso escolar. É um modelo que aumenta a
capacidade de os aprendentes desenvolverem habilidades tanto na L1 como na L2. Note-se,
contudo, que o ensino bilingue aumenta o sucesso da L2 como meio de instrução, ou seja,
aprendendo as habilidades adquiridas na L1 pode-se proceder melhor à transferência destas para
a L2. Para este autor, o ensino bilingue surge como uma ferramenta em prol da revitalização
linguística e da promoção do património sociocultural.
73
Como nos lembra Garcia (op. cit), este programa usa a língua
maioritária e minoritária no sistema educativo. O principal
objectivo é promover a manutenção e desenvolvimento da língua
minoritária e um conhecimento acrescido da história e cultura
desta língua, bem como o desenvolvimento global da língua
maioritária e consequente conhecimento de sua história e cultura.
A título ilustrativo, na abordagem de Schimitt (op. cit), com este
método, nos EUA, o professor bilingue ensina aos alunos a
matemática básica e habilidades de leitura na sua língua nativa,
primeiro, e depois inicia o mesmo currículo em Inglês, usando a
língua nativa, sempre que necessário, para esclarecimento de
certos tópicos.
Relacionando as vantagens do ensino bilingue que são
apresentadas por Garcia (1996) e Clegg (2005), importa referir
que, por um lado, Garcia faz menção (i) às razões cognitivas que
se resumem no pensamento diversificado e criativo por parte dos
alunos bilingues, no alto grau de atenção metalinguística e no
controlo cognitivo de processos linguísticos (p. ex: competência
comunicativa), (ii) às razões sociais em face do elevado grau de
intercompreensão entre diversos grupos e no aumento do nível
de conhecimento de uns em relação aos outros (educação
multicultural), etc; (iii) e razões psicológicas, que resultam do
aumento de auto-estima.
74
sobre o modelo adoptado em Moçambique. Ao reflectir sobre os
problemas de escolha deste modelo, Guirrugo (2010) mostra que este
modelo traz alguns problemas para o português porque, uma vez
implementado globalmente, não daria igual oportunidade ao uso
deste como língua de ensino para o número crescente de crianças que
a falam como língua materna (cf. Lopes, 1997, 2004). Para além de
que se se tomar como base que o português vai ser utilizado como
meio de ensino nas classes mais avançadas, o modelo de ‘transição
gradual’ pode vir a gerar competência empobrecida nessa língua e
criar dificuldades às crianças que não têm o português como L1,
quando forem confrontadas com outras para quem o português é L1.
Outra desvantagem deste modelo prende-se com a impossibilidade
de mobilidade das crianças de uma província para a outra, antes de
atingirem o tempo do uso do português.
75
Para esta autora, a mudança da língua materna para a língua segunda
como veículo de ensino, o que acontece na 4.ª classe, é precoce.
Nesta altura, o aluno começa a aprender a ler e a escrever a L2. O
ideal seria ir até a 5.ª classe com a L1 como veículo de ensino, para
permitir que o aluno tenha maturidade linguística e intelectual sólida
para facilitar a transferência das habilidades já aprendidas, até ao
final da transição, (Meneses, 2011).
Não obstante, nos últimos anos, estes problemas parece não terem
maior foco, face (i) ao desenvolvimento crescente de estudos
científicos concernentes à descrição das línguas maternas das escolas
envolvidas; (ii) à produção contínua de compêndios, prontuários,
gramáticas descritivas e dicionários ilustrativos de línguas
moçambicanas; (iii) à expansão e publicação de materiais de ensino
em línguas moçambicanas, etc.
76
feito na língua portuguesa em todos níveis subsequentes. Por outro
lado, este modelo pode não ser tão subtractivo como se imagina. Pelo
contrário, ele visa desenvolver o bilinguismo aditivo, pois é misto
(transição e manutenção). A promoção do bilinguismo torna-se
fundamental à promoção de benefícios e/ou valores cognitivos,
sociais e psicológicos do aluno. Naturalmente, os programas que se
enquadram nesta categoria são considerados ‘fracos’ e têm recebido
o maior número de críticas na literatura da área.
77
Numa situação em que pais e encarregados de educação de uma
determinada localidade se recusam que os seus filhos sejam
ensinados na L1 nos primeiros níveis de escolaridade, considerando
que este modelo de ensino retarda a realização escolar dos seus
educandos, há que se observar várias estratégias, como, p. e:
78
8.3. Noção de diglossia
Antes de proceder à leitura deste sub-tópico, dê-se um mínimo de
concentração nas seguintes questões de orientação:
O que é diglossia?
Em que é que se fundamenta este conceito atendendo à
realidade linguística de Moçambique?
Diglossia seria o uso de português com uma língua bantu
num determinado contexto?
Diglossia seria o uso de duas variedades da mesma língua,
por exemplo, duas variedades do português?
79
controla e/ou comanda duas línguas, sendo funcionalmente
distinguidas em termos de (H) e (L). Segundo Appel & Muysken
(1987: 22), em comunidades em que se fala mais do que uma língua,
o bilinguismo é a norma de “funcionamento de duas línguas que
requer uma série de normas particulares para os falantes, e uma
especialização funcional das línguas envolvidas, sendo nalgumas
situações mais do que duas línguas envolvidas e a consequente
dificuldade de escolha de língua entre as várias disponíveis.
Tome nota:
Resumo da lição
Em relação aos tipos e/ou modelos de ensino bilingue, estes podem ser
classificados em relação à aprendizagem da L1/L2, podendo ser
subtractivos e aditivos; quanto aos métodos de ensino e/ou mecanismos
pelos quais se deve conduzir o ensino e aprendizagem: manutenção,
transição, LWC como L2, imersão da LWC; em relação aos objectivos
preconizados: enriquecimento, hereditário, manutenção e transição,
etc. Moçambique optou pelo modelo de transição com algumas
características de manutenção.
80
Auto-avaliação
Você deve testar as suas leituras, resolvendo as actividades que lhe
propomos abaixo.
Bibliográfia Básica
1. Appel René & Muysken, Pieter (1987). Language Contact and
Bilingualism. London: Edward Arnold;
2. Benson, Carol. (1998). “Alguns resultados da avaliação externa
da experiência de escolarização bilingue em Moçambique”. In
Stround, C. & Tuzine, A. (Orgs). Uso das línguas africanas no
ensino: problemas e perspectivas. Caderno de Pesquisa n.º 26.
Maputo: INDE. pp. 279-301;
3. Blank, Michel & Hamers, Josiane (1988). Bilinguality and
bilinguism. Cambridge: Cambridge University Press;
4. Chimbutane, Feliciano & Stround Christopher. (2011). (Orgs).
Educação bilingue em Moçambique: reflectindo criticamente
sobre políticas e práticas. Maputo: Textos Editores;
5. Chimbutane, Feliciano. (2003). “Sub-projecto de monitoria e
avaliação da introdução do ensino bilingue em Maputo e Gaza”.
In Projecto de avaliação educacional: Relatório anual. Maputo:
INDE;
6. Garcia, O. (1996). “Bilingual Education”. In Coulmas, Florian
(ed). The Handbook of Sociolinguistics. Oxford: Blackwell
Publishers;
7. Heugh, Kathleen (2011). “Da língua materna ao uso de uma
língua internacional no processo de ensino e aprendizagem: as
81
limitações do modelo de transição no sistema escolar em
África”. In Chimbutane, F. & Stround C. (Orgs). Educação
bilingue em Moçambique: reflectindo criticamente sobre
políticas e práticas. Maputo: Textos Editores. pp. 53-74;
9. Lindholm-Leary, Kathryn & Genesee, Fred (2010). “Alternative
Educational Programs for English Learners Alternative
Educational Programs for English Learners”. In Improving
Education for English Learners: Research-Based Approaches.
California Department of Education: Sacramento. pp. 323-335;
10. Megale, A. Heyden (2005). “Bilinguismo e educação bilingue:
discutindo conceitos”. In Revista Virtual de estudos da
Linguagem. V. 3. Nº. 5. pp. 1-12;
11. Mello, H. A. Brito de. (2010). “Educação bilingue: uma breve
discussão”. In Horizontes de Linguística Aplicada. Goiás: UFG.
V. 9. Nº.1. pp. 118-140;
12. MINED. (2003). Programa de educação bilingue para o IIº
ciclo do ensino básico. Maputo: INDE;
13. Mocinic, Andrea. (2011). “Bilingual education”. In: Metodicki
obzori. Croatia. Nº.13. V. 6³. pp. 175-182;
14. Ngunga, Armindo et al. (2010). Educação bilingue na província
de Gaza: avaliação de um modelo de ensino. Maputo: CEA.
Colecção as Nossas Línguas II;
15. PPRS. (2010). “Successful bilingual and immersion education
models/programs”. In Research and Evaluation;
16. Roberts, Cheryl A. (1995). “Bilingual education program
models: a framework for understanding”. In Bilingual Research
Journal. University of Northern Iowa: Summer/Fall. V. 19, Nºs.
3 & 4. pp. 369-378;
17. Schimitt, E.C. (1985). “The 3 teaching methods in bilingual
classes”. In The New York Times. November 10.
82
Conteúdos
Planificação, organização
Lição n° 9 85
e avaliação do processo
Planificação, organização e avaliação do
processo de ensino e aprendizagem .................... 85 de ensino e aprendizagem
9. Planificação do processo de ensino e
aprendizagem: definição dos objectivos
educacionais ...................................................... 86
UNIDADE
9.1. Planificação do processo de ensino e
aprendizagem .................................................... 88
9.2. Avaliação do processo de ensino e
4
aprendizagem ..................................................... 91
9.3. Organização do processo de ensino e
aprendizagem .................................................... 95
Pág. 84 - 98
83
Introdução
Nesta unidade você vai revistar conceitos que viu no âmbito da
Didáctica Geral, de entre eles, alguns relativos às metodologias,
estratégias, bem como técnicas que conduzem o processo de ensino
e aprendizagem. Nela, iremos, inicialmente, discutir o conceito
planificação, com enfoque à definição dos objectivos educacionais,
tipos; de seguida faremos uma abordagem sobre o processo de
organização da prática educativa escolar e, por fim, o processo de
avaliação, tipos e procedimentos.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de:
Descrever as metodologias, estratégias, técnicas que conduzem
o processo de ensino e aprendizagem;
Classificar os vários tipos de avaliação, sobretudo para o ensino
básico;
Conhecer a importância dos objectivos educacionais e seus
tipos;
Desenvolver habilidades na compreensão dos processos
didácticos básicos: ensino e aprendizagem;
Conhecer a estrutura, componentes do processo de ensino e
aprendizagem.
84
Lição n° 9
Planificação, organização e avaliação do processo
de ensino e aprendizagem
Introdução
Tal como dissemos na introdução desta unidade, nesta lição você vai
revisitar alguns conteúdos ligados à didáctica, nomeadamente,
planificação do processo de ensino e aprendizagem, com enfoque,
primeiro, aos objectivos educacionais, planificação e organização da
acção didáctica e, por fim, o processo de avaliação.
Terminologia
85
9. Planificação do processo de ensino e aprendizagem:
definição dos objectivos educacionais
Se voce não sabia, fique sabendo que a acção didáctica deve centrar-
se fundamentalmente na formulação dos objectivos educacionais.
Formular objectivos parece ser simples, pois não? Claro que não
o é! Esta actividade requer uma série de critérios para que eles sejam
verdadeiros orientadores da aprendizagem e do conhecimento que
você como professor deve construir com os seus alunos.
23Por um lado, confere Parreiras (op. cit) que os objectivos gerais são
objectivos chamados de mediatos, porque só se consegue alcançar a
longo prazo. O ensino tem carácter mais amplo e essa amplitude se dá
pela natureza do conteúdo a dominar e o tempo necessário para o
completo aprendizado. Sempre são formulados, visando o que se
espera que seja aprendido ao término de um conteúdo ou de uma
unidade didáctica programática.
Por outro lado, os objectivos específicos são próprios de uma aula.
Chamados também de imediatos porque são muito pontuais em relação
aos conteúdos tratados aula em aula. Estes devem envolver acções
comportamentais, que demonstrem claramente que o aluno aprendeu o
conhecimento que se pretendeu construir. Como se constata, os
objectivos encontram-se articulados e conectados com os processos de
avaliação que serão empregues pelo professor com referência aos
conteúdos ministrados, (Parreiras, 2008).
86
específicos24 (são aqueles definidos especificamente para uma
disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Consistem no
desdobramento e na operacionalização dos objectivos gerais).
87
acção educativa: comportamentos individuais e sociais, perfis
institucionais, tendências estruturais.
Nesse sentido, diz Libâneo (op. cit) apud Targino (op. cit) que os
objectivos de ensino são importantes no desenvolvimento do
trabalho docente, pois, o facto de que a prática educativa é
socialmente determinada, respondendo às exigências e expectativas
dos grupos e classes sociais existentes na sociedade, cujos propósitos
são antagónicos em relação ao tipo de homem a educar e às tarefas
que este deva desempenhar nas diversas esferas da vida prática.
Entretanto, os objectivos de ensino estão contidos em planos de
cursos, planos de unidades programáticas e planos de aulas.
Obedecem às categorias de diversas naturezas e classificação.
Objectivos considerados quanto ao nível de abrangência podem ser:
gerais e específicos; quanto ao tempo: mediato e imediato; quanto à
natureza dos conteúdos: cognitivos, afectivos e psicomotores,
(Bloom, 1963) apud (Targino, op. cit).
88
Lembre-se!
89
generalidade, conteúdos, estratégias de ensino e aprendizagem,
estratégias de avaliação, estratégias de gestão do tempo e do
espaço, estratégias de recursos/materiais e, finalmente, um espaço
para observações.
90
Especifica os itens e sub-itens do conteúdo que serão
trabalhados durante a aula;
Define procedimentos de ensino e organiza as actividades de
aprendizagem de seus alunos (individuais e em grupo);
Indica os recursos (cartazes, mapas, jornais, livros, objectos
variados) que vão ser usados durante a aula para despertar o
interesse, facilitar a compreensão e estimular a participação
dos alunos, e estabelece como será feita a avaliação das
actividades.
91
Segundo INDE (1987: 1) apud MINED (2003: 47), a avaliação é um
instrumento do processo de ensino, através do qual se pode
comprovar como estão a ser cumpridos os objectivos e as finalidades
da educação. Ela permite melhorar ou adaptar as estratégias de
ensino face aos objectivos propostos, os conteúdos e às condições
concretas existentes. Deve, pois, ser concebida como um processo
dinâmico, contínuo e sistemático, que acompanha todo o processo
de ensino e aprendizagem.
92
Adeqúe os métodos e materiais de ensino e aprendizagem,
utilizando a informação recolhida sobre o desempenho dos
alunos;
Informe, regularmente, aos pais sobre o progresso
(quantitativo e qualitativo) dos seus educandos.
93
aprendizagem dos alunos como pré-requisito para o
desenvolvimento de uma determinada aptidão e capacidade,
(MINED, 2003).
94
9.3. Organização do processo de ensino e
aprendizagem
Depois de você ter visto os objectivos educacionais, planificação do
PEA, bem como o processo de avaliação, este é o ultimo tópico que
lhe propomos nesta unidade. Você deve saber que para que o
processo de ensino e aprendizagem seja proveitoso e produza os
frutos esperados, cabe adoptar técnicas adequadas. Veja algumas
técnicas e métodos:
95
Na óptica de Schmitz (1993: 128), qualquer actividade necessita de
um método e, consequentemente, uma técnica. Método é um
roteiro geral para a actividade. Situa-se na linha de pensamento, da
orientação, indicando as grandes linhas de acção, sem se deter em
operacionalizá-las.
27 Weinstein & Mayer (1985) apud Litto & Formiga (2008: 274)
identificaram cinco tipos de estratégias de aprendizagem, que foram
posteriormente organizados por Good & Brophy (1986).
96
Resumo da lição
No âmbito do processo de ensino e aprendizagem é importante que
sejam consideradas várias estratégias que se adeqúem à aprendizagem.
O professor deve conhecer as técnicas mais comuns, além de possuir
uma noção bastante clara e ampla da variedade de técnicas que se
podem adoptar. Assim, a planificação determina o que deve ser
ensinado e de que modo deve ser feito, dependendo sobretudo da
situação de cada professor. Em termos de funções, a avaliação
desenvolve-se nos diferentes momentos do processo de ensino e
aprendizagem, com objectivos distintos, podendo ser diagnóstica,
assim como formativa, ou ainda sumativa.
Auto-avaliação
Nesta lição você revisitou alguns conceitos ligados à acção didáctica:
objectivos educacionais, planificação, organização e avaliação do
processo de ensino e aprendizagem. Como viu, a lição parece ser
complexa, mas no concreto não é, pois, são conteúdos que você
estudou na Didáctica Geral. Teste as suas leituras, resolvendo as
actividades que lhe propomos abaixo. Leia atentamente todas as
questões que lhe são apresentadas. Redija com clareza e objectividade,
cingindo-se ao que lhe é solicitado. Responda pela ordem que mais lhe
convier, identificando, correctamente, cada uma das respostas.
97
7. Apresente alguns métodos e técnicas que devem conduzir o
processo de ensino e aprendizagem.
8. Com base num tópico qualquer, tente elaborar um plano diário
de aulas.
Bibliográfia Básica
1. Libâneo, José Carlos. (2013). Didáctica. 2ª Edição. São Paulo:
Cortez;
2. Litto, Fredric & Formiga, Marcos. (orgs). (2008). Educação à
distância: o estado da arte. São Paulo: ABED;
3. Ministério da Educação e Cultura. (2003). Plano curricular do
ensino básico: objectivos, política, estrutura, plano de estudos
e estratégias de implementação. Maputo: INDE;
4. Nova, Maria Laura Ribeiro. (s/d). Didáctica de língua
portuguesa: metodologia. Maputo: Instituto Camões;
5. Parreiras, Maria Celita. (2008). Objectivos educacionais: sua
importância para a acção pedagógica. Minas Gerais:
Universidade de Itaúna.
6. Pessôa, Candido V. et al. (orgs). (2012). Comportamento em
foco. São Paulo: Associação Brasileira de Psicologia e
Medicina;
7. Piletti, Claudino. (2007). Didáctica geral. 23.ª Edição. São
Paulo: Editora Ática;
8. Schmitz, Egídio Francisco. (1993). Fundamentos da
didáctica. 7ª Edição. UNISINOS: Leopoldo Editora;
9. Targino, Regina Rodriguez. (2011). Objectivos de ensino.
Brasília: UFPB.
10. Tochon, François V. (1995). A Língua como Projecto
Didáctico. [Trad. Maria Vidal]. Porto: Porto Editora.
98
Conteúdos
Princípios metodológicos
Lição n° 10 101 da didáctica de línguas:
Princípios metodológicos da didáctica de métodos
línguas: método de ensino baseado em tarefas,
em conteúdos e abordagem cooperativa............ 101
10. Ensino de línguas baseado em
UNIDADE
tarefas.................................................................102
10.1. Aprendizagem cooperativa ................105
10.1.1. Vantagens do método de
5
aprendizagem cooperativa .........................106
10.2. Método de ensino baseado em
conteúdos ......................................................... 108
Pág. 99 - 112
99
Introdução
Caro estudante, lembra-se do que vimos na unidade anterior?
Trouxemos várias abordagens que incidem sobre a planificação,
organização e avaliação do processo de ensino e aprendizagem.
Nesta unidade você vai estudar os métodos que devem conduzir o
processo de ensino e aprendizagem da L1, nomeadamente,
abordagem cooperativa, método de ensino baseado nos conteúdos e
método de ensino baseado em tarefas.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de:
100
Lição n° 10
Princípios metodológicos da didáctica de línguas:
método de ensino baseado em tarefas, em
conteúdos e abordagem cooperativa
Introdução
Tal como você viu na unidade anterior, para poder conduzir uma
acção didáctica, precisa, antes de mais, de definir alguns métodos
e/ou estratégias pelos quais se vão operacionalizar os processos, quer
de ensino, quer de aprendizagem. Nesta lição, você vai estudar
alguns métodos que podem ser usados no âmbito de ensino de
línguas, designadamente, abordagem cooperativa, método de ensino
baseado nos conteúdos e método de ensino baseado em tarefas.
Objectivos tarefas;
Conhecer os princípios da abordagem cooperativa;
Descrever os princípios que regem o método de ensino
baseado em conteúdos.
Terminologia
101
10. Ensino de línguas baseado em tarefas
Ao ler este tópico, você deve procurar responder às questões que lhe
propomos a seguir: o que é uma tarefa? Qual é a importância deste
método no âmbito de ensino de línguas? Quais são os princípios
deste método?
102
colectiva de objectivos previstos ou emergentes em um
contexto social.
d) Ellis (2003a: 16)28 apresenta uma definição mais abrangente.
Segundo ele, tarefa é um plano de trabalho que requer que
os alunos processem a língua pragmaticamente a fim de
atingir um resultado que possa ser avaliado em termos de
saber se o correcto ou adequado conteúdo proposicional foi
veiculado. Para isso, o aluno precisa de dar atenção primária
ao significado e fazer uso de suas próprias fontes linguísticas,
embora o design da tarefa possa induzi-lo à escolha de
formas particulares. A tarefa é destinada a resultar no uso da
língua que tenha uma semelhança, directa ou indirectamente,
com a língua que é usada no mundo real. Assim como outras
actividades, uma tarefa pode envolver habilidades produtivas
ou receptivas, orais ou escritas, e vários processos
cognitivos.
Ellis (2003b: 65) apud Haupt (2010) refere que um ensino apoiado
em tarefas é aquele que faz uso de tarefas focadas no final de uma
sequência de actividades de aprendizagem que começam com a
apresentação da forma seguida de prática. As tarefas são vistas como
meio de fornecer prática comunicativa com itens da língua que foram
introduzidos de forma tradicional. O ensino baseado em tarefas, por
outro lado, trata-as como unidades de ensino em si e como base para
o design de um curso completo. Não haverá, então, nesse tipo de
ensino, uma lista de conteúdos a serem ensinados. Ao elaborar-se um
103
programa de ensino ou um material didáctico, a escolha de um
ensino por produto ou baseado em tarefas (por processo) está
vinculada a bases psicolinguísticas, ou seja, teorias que tentam
explicar como se dá o processo de aquisição/aprendizagem de uma
LE, que dão suporte a essas escolhas.
104
Veja alguns princípios do método de ensino baseado em tarefas:
Preste atenção à tabela seguinte:
105
abordagens tradicionais: fala menos, age como facilitador da
aprendizagem e é responsável pela criação de um ambiente de
aprendizagem altamente estruturado e bem organizado que promove
uma aprendizagem em grupos,, orientada para o sucesso30.
106
motivador, comunicativo, referencial, adequado em termos de
desenvolvimento, o feedback é rico, todas as variáveis críticas estão
asseguradas para estimular a aquisição da língua.
107
Os alunos mais competentes podem obter menos benefícios
deste método do que os alunos fracos, que melhoram apenas
de forma marginal.
108
pode facilitar a aprendizagem e torná-la mais agradável. Por isso
mesmo, não deve ser o professor que escolhe o modo de trabalhar,
mas ele deverá fazer a sua escolha em acordo e com a colaboração
dos alunos.
109
A apresentação da informação de forma coerente e
significativa leva a um processamento profundo, que, por seu
turno, resulta numa melhor aprendizagem;
Promove o desenvolvimento da língua de forma mais natural,
em condições similares às de aquisição da L1;
Ao enfatizar a ligação entre a vida real e as habilidades reais
do mundo, faz com que a aprendizagem da língua se torne
mais interessante e motivadora;
Incorpora uma variedade de habilidades de pensamento e
estratégias de aprendizagem que favorecem o
desenvolvimento da língua.
Problemas do método de instruções baseadas no conteúdo:
Para os aprendentes, o método de instruções baseadas no
conteúdo pode constituir um elevado desafio cognitivo.
Podem sentir-se confusos, humilhados, ou até frustrados. O
tempo disponível pode não ser suficiente para alcançar um
nível de proficiência adequado.
Este método também impõe desafios aos professores: eles
precisam de não só dominar a língua alvo, mas também
dispor de conhecimentos sobre os sujeitos;
A colaboração e coordenação dos professores que leccionam
os conteúdos em L1 e os que leccionam o método de
instruções baseadas no conteúdo na língua alvo é essencial,
bem como mudanças intelectuais, de atitudes e
organizacionais por parte das instituições e professores
envolvidos no ensino baseado no conteúdo.
O uso abusivo da língua materna do aluno, particularmente
em turmas monolingues, é um perigo potencial;
No mercado, existe pouco material adaptado ao nível dos
alunos;
110
Resumo da lição
No ensino de língua baseado em tarefa, o aprendente aplica sua
competência comunicativa para realizar tarefas seleccionadas. A
aprendizagem cooperativa é uma abordagem em torno da qual os
aprendentes trabalham em conjunto, em grupos estruturados, para o
alcance de uma meta comum. As instruções baseadas no conteúdo estão
também orientadas para as necessidades dos alunos e constroem-se na
base da experiência prévia dos aprendentes, associando-a à nova
informação que recebem.
Auto-avaliação
Nesta unidade você aprendeu alguns métodos que podem ser usados
no âmbito do ensino de línguas. Teste as suas leituras, resolvendo as
actividades que lhe propomos abaixo. Redija com clareza e
objectividade, cingindo-se ao que lhe é solicitado.
111
Bibliográfia Básica
1. Molina, G. T. et al. (s/d). Corrent approaches and teaching
methods. Bilingual Progammes. Faculty of Humanities and
Education. University of Jaen;
2. Silva, Maria Cristina da (s/d). “A aquisição de uma Língua
Segunda: muitas questões e algumas respostas”. In: Saber e
Educar. Lisboa: Centro de Linguística da Universidade Nova de
Lisboa;
3. Spinassé, Karen Pupp. (2006). “Os conceitos Língua Materna,
Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas
alóctones minoritárias no Sul do Brasil”. In: Revista
Contingentia. UF do Rio Grande do Sul. Vol. 1.
112
Conteúdos
Propostas didáctico-
metodológicas no âmbito do
Lição n° 11 115 processo de ensino e
Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do aprendizagem de línguas bantu
processo de ensino e aprendizagem de línguas em Moçambique
bantu em Moçambique ................................................ 115
11. Propostas didáctico-metodológicas no
UNIDADE
âmbito do processo de ensino e
aprendizagem de línguas bantu em
Moçambique ....................................................... 116
6
Pág. 114 - 124
Unidade 6: Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do processo de ensino
e aprendizagem de línguas bantu em Moçambique
113
Introdução
Depois de você ter visto, na unidade anterior, alguns métodos que
podem ser usados durante o ensino de línguas, essencialmente, nesta
unidade, trazemos, para si, abordagens didáctico-metodológicas a ter
em conta durante o processo de ensino e aprendizagem de línguas
em Moçambique, em especial atenção às línguas bantu. É, também,
nesta unidade, onde lhe propomos dois modelos de planos de aula,
um semanal, e outro de diário.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de:
114
Lição n° 11
Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do processo de
ensino e aprendizagem de línguas bantu em Moçambique
Introdução
Nesta lição serão apresentadas algumas propostas didáctico-
metodológicas no âmbito do processo de ensino e aprendizagem em
Moçambique.
Terminologia
115
11. Propostas didáctico-metodológicas no âmbito do
processo de ensino e aprendizagem de línguas bantu
em Moçambique
O processo de ensino e aprendizagem nas escolas moçambicanas,
pelo facto de se tratar de um país multilingue e pluricultural deve
espelhar a realidade sociocultural do estudante. A título de
exemplo, o material usado (p. e., textos e outros materiais didácticos)
deve reflectir a realidade do estudante. É extremamente importante
que se evidencie um material que aborde o seu mundo envolvente.
Naturalmente, isto permite que haja uma comunicação entre o
estudante e a sua comunidade/cultura. Contudo, não nos devemos
esquecer de focalizar as nossas atenções à questão crucial, relativa
aos recursos e/ou meios adequados para a eficácia de todo o
processo.
116
compreensíveis. De referir que o sucesso do aluno incide
intrinsecamente na sua própria motivação, quer dizer, a sua atitude
linguística deve espelhar a vontade e a necessidade de uma educação
linguística inclusiva centrada não só na sua L1, como também na L2.
Outras razões a destacar atinentes ao sucesso do aluno em programas
de ensino bilingue estão relacionadas com a consciencialização de
todos os intervenientes na prática educativa escolar. É importante
realçar que além da L1 e L2, há outros factores imprescindíveis ao
sucesso do aluno, no geral: factores económicos, políticos, saúde,
etc.
117
didácticos (como ensinar?), quer na definição específica dos
objectivos (para quê ensinar?) ou das competências, quer na reflexão
sobre os mecanismos de avaliação (acompanhamento de todo
processo).
118
Porém, chamamos a sua atenção ao facto de este plano:
119
indicações precisas, pois não podem ser objecto de dupla
interpretação).
CURRÍCULO
CONTEXTO
SOCIOCULTURAL
120
As necessidades ou práticas educativas devem atender às
necessidades socioculturais do estudante, o processo de ensino-
aprendizagem deve, obviamente, espelhar a teoria sociocultural de
Vygotsky, segundo a qual, a inteligência humana provém da cultura
e da sociedade, isto é, o desenvolvimento cognitivo requer uma
interacção social.
121
Propomos, igualmente, que o modelo sistemático de ensino seja
voltado ao desenvolvimento de competências do estudante31 e não
meramente nos conteúdos. Este modelo linear de análise por
objectivos32 permite verificar se, de facto, as capacidades se
traduzem em factos pela observação das performances dos
estudantes, por isso, sustentamos a seguinte proposição: para que o
ensino-aprendizagem seja funcional, eficaz e viável, a organização
do processo educativo deve priorizar a criatividade e participação do
estudante, orientação para resolução de problemas e para o método,
bem como a adaptação da universidade às necessidades básicas do
estudante.
Resumo da lição
Há uma necessidade da redefinição dos pressupostos da didáctica
tradicional, que está centrada sobretudo no ensino, e reflectir-se,
profundamente, sobre a didáctica moderna, cuja ênfase incide no
processo de aprendizagem. Urge a necessidade da redefinição de alguns
componentes psico-didácticos, nomeadamente, o professor, o aluno, os
métodos de ensino, os conteúdos e os objectivos, de tal forma que se
assegure a eficiência e qualidade do processo de ensino e
aprendizagem.
122
Por outro lado, uma vez que a didáctica se preocupa pelo ensino e suas
relações com a pedagogia, defendemos, quer a introdução do plano de
unidade e de um modelo fixo de plano de aula, quer a implementação
da perspectiva moderna, que harmonize as necessidades individuais do
aluno; i. e., a centralização da aprendizagem nos modelos teóricos da
teoria sociocultural de Vygotsky.
Auto-avaliação
Nesta unidade você aprendeu alguns métodos que podem ser usados
no âmbito do ensino de línguas. Teste as suas leituras, resolvendo as
actividades que lhe propomos abaixo. Redija com clareza e
objectividade, cingindo-se ao que lhe é solicitado.
123
Bibliográfia Básica
1. Althaus, Maiza T. Margraf. (2004). “Acção Didáctica no
Ensino Superior: A Docência em Discussão”. (s/l. In Revista
Teoria e Prática da Educação. V.7. N.°1;
2. Barbosa, Jane R. (2011). A. Didáctica do Ensino Superior. 2.ª
Edição. Curitiba: IESDE Brasil;
3. Gil, António. (2003). Metodologia do Ensino Superior. 3.ª
Edição. São Paulo: Atlas;
4. Ribeiro, António & Ribeiro, Lucie C. (2003). Planificação e
Avaliação do Ensino- aprendizagem. Lisboa: Universidade
Aberta;
5. Rodrigues, Leude Pereira et al. (2011). “O Tradicional e o
Moderno Quanto à Didáctica no Ensino Superior”. Araguaína.
In Revista Científica do ITPAC. Araguaína. V.4. N.°.3;
6. Santo, Eniel do Espírito & Luz, Luiz C. S. da Luz. (2013).
“Didáctica no Ensino Superior: Perspectivas e Desafios”. (s/l).
In Revista Natal – RN. V. 1. N.º 8;
7. Silva, Regina Nogueira da & Borba, Ernesto Oliveira. (s/d). A
Importância da Didáctica no Ensino Superior. (s/l);
8. Tochon, François V. (1995). A Língua como Projecto
Didáctico. [Trad. Maria Vidal]. Porto: Porto Editora.
124
Conteúdos
Aprendizagem da leitura e
Lição n° 12 127 escrita no ensino básico:
Aprendizagem da leitura e escrita no ensino modelos, estratégias e
básico: modelos, estratégias e técnicas ............ 127
12. Aprendizagem da leitura e escrita: técnicas
modelos, estratégias e técnicas...............128
UNIDADE
Lição n° 13 136
Ambiente linguístico familiar, escolar e dos
7
pares .................................................................................136
13. Ambiente linguístico familiar, escolar e
dos pares ........................................................... 137
125
Introdução
Depois de você ter visto algumas abordagens sobre o processo de ensino e
aprendizagem de línguas para o contexto moçambicano, nesta, que é a
última unidade, você vai poder descrever os modelos, estratégias e técnicas
de leitura e escrita no ensino básico, no âmbito do processo de ensino e
aprendizagem de línguas. Por um lado, você vai descrever as estratégias,
modelos e algumas técnicas a observar durante a aprendizagem destas duas
habilidades; e, por outro lado, explicar o papel do ambiente linguístico
familiar, escolar e dos pares, no âmbito de ensino e aprendizagem de
línguas.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de:
126
Lição n° 12
Aprendizagem da leitura e escrita no ensino básico:
modelos, estratégias e técnicas
Introdução
No âmbito do processo de ensino e aprendizagem de línguas, nesta lição
você vai descrever os modelos, estratégias e técnicas de leitura e escrita.
Você já deve saber que na aprendizagem de línguas não só se olha para as
componentes da oralidade e compreensão (audição), mas também é preciso
que estas duas habilidades sejam associadas a outras, como é o caso da
escrita e leitura, de tal forma que o aluno seja linguisticamente competente
na sua L1 ou na sua L2. Por essa razão, trazemos, para si, estes conteúdos,
na expectativa de você poder aprofundar algumas técnicas, recomendações,
cuidados a ter em conta como professor de ensino básico, com vista a
distinguir claramente os procedimentos (sejam de leitura, sejam de escrita)
usados no ensino básico dos usados no ensino secundário.
127
Leitura, escrita, estratégias, modelos e técnicas.
Terminologia
O que é leitura?
O que é escrita?
Será que os métodos de escrita e leitura usados no ensino secundário
coincidem com os usados no ensino básico?
128
Na asserção de Costa (1992: 81), no que tange à compreensão e objectivos
da leitura, ler o mesmo texto, orientado pelos mesmos objectivos e com a
mesma tarefa pós-leitura, é uma sucessão de actividades que permite
controlar capacidades de compreensão e fazer a definição de perfis de
leitores. A leitura, como um procedimento estratégico, i., e., como um
comportamento controlável e alterável pelo próprio indivíduo, tem sido
analisado sob o escopo mais vasto da metacognição. As estratégias
cognitivas, apoiadas na competência linguística, ocorrem de forma não
acessível para o leitor, são inconscientes e estão ao serviço do tratamento
automático da informação.
129
Estratégias de controlo (permitem controlar e planear o
processamento, detectar erros, ajustar a velocidade de leitura,
proceder à segmentação das unidades de significado, (Costa, 1992:
80/5).
Conforme Brito (2007: 2/4), a escrita, então, não deve ser considerada
como mero instrumento de aprendizagem escolar, mas como produto
cultural. Assim entendida, possibilita a exploração, no contexto da sala de
aula, de diferentes portadores de textos, explicitando os variados usos e
funções que lhes são inerentes numa sociedade letrada. Apesar dos avanços
significativos dos estudos sobre o processo de alfabetização, observa-se,
em alguns casos, que a prática da escola parece distanciada da
funcionalidade da escrita no contexto da sociedade, limitando-se aos usos
mecânicos e descontextualizados. A aprendizagem da escrita é, portanto,
processual e constrói-se em ritmo diferente em cada indivíduo.
130
Para Teberosky & Colomer (2003: 83/7), na educação infantil, existem
eixos fundamentais atinentes à aprendizagem da leitura e escrita34,
designadamente: i) entrar no mundo da escrita (trata-se de uma dimensão
relacionada ao contacto com o material gráfico impresso, que serve para
explorar a descoberta dos princípios básicos de organização da escrita, suas
convenções e suas funções); ii) apropriar-se no mundo da escrita (esta
dimensão está relacionada à frequência com que as crianças se comunicam
com os leitores e escritores. É importante que, na escola, o mundo da escrita
se complete com o mundo dos livros); iii) escrever e ler (esta dimensão faz
menção ao processo de compreensão da escrita, assim como compreensão
das relações entre oralidade e escrita, e entre escrever e ler): iv) produzir e
compreender textos escritos (esta dimensão faz referência ao facto de que
o acesso à linguagem escrita é, prioritariamente, um acesso aos textos.
131
A tabela abaixo sistematiza algumas recomendações a ter em conta durante
a escrita e a leitura no processo de ensino e aprendizagem, na visão de
Teberosky & Colomer (2003: 91). Observe-a e leia com atenção:
132
representação gráfica de palavras, a segmentação da escrita e, ainda, a
organização espacial da grafia. Quanto à representação gráfica das
palavras, a criança, a partir de hipóteses construídas na escola sobre a
relação fala/ escrita, principalmente no início da escolarização, tende a
escrever como fala, fazendo uma transcrição fonética, (cf. Brito, 2007, p.
4).
133
de governo, mudanças na liderança do sistema educacional (e da própria
política educacional), má remuneração e má formação dos professores;
classes superlotadas e outros problemas mais, fazendo com que a educação
seja, de certa forma, banalizada, (cf. Monteiro et al., 2011, p. 6)
Resumo da lição
Leitura
Escrita
Estratégias e técnicas
Auto-avaliação
Você deve testar as suas leituras, resolvendo as actividades que lhe
propomos abaixo.
134
Bibliográfia Básica
1. Martins, Maria, et al. (1992). Para a didáctica do português: seis estudos de
linguística. Colibri: Lisboa;
2. Lopes, Juarez. (2012). “Aprendizagem baseada em tarefas: uma proposta
complexa para um método de ensino de língua estrangeira”. in: Anais do X
Encontro do Celsul. Universidade estadual do oeste do Paraná;
3. Haupt, Carine. (2010). “Abordagem por tarefas no ensino de Le: as
actividades do themen aktuell”. In: Revista Odisseia;
4. Menezes, Leonarda (2011). “O letramento bilingue em Moçambique:
considerações Preliminares”. In: XI Congresso Luso Afro Brasileiro de
Ciências Sociais: diversidade e (des) Igualdades. Bahia: Universidade
Federal da Bahia;
5. Monteiro, Adriana; Mastelini, Marcela & Pacheco, Silva. (2011). “A
aprendizagem da leitura e da escrita no 1.° Ano do ensino fundamental”. In:
III.° Encontro Científico e Simpósio de Educação. Lins: Unisalesiano;
6. Brito, Antónia Edna. (2007). “Prática pedagógica alfabetizadora: aquisição
da língua escrita como processo sociocultural”. In: Revista Iberoamericana
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político-estratégico”. In: Notícias. Maputo;
8. Schmitz, Egídio Francisco. (1993). Fundamentos da didáctica. 7ª Edição.
UNISINOS: Leopoldo Editora;
9. Pereira, Dília, R. (1992). “O papel dos diferentes ambientes da língua de
‘imput’ no processo de aquisição, desenvolvimento e aprendizagem da língua
materna”. In: Martins, Maria, et al. Para a didáctica do português: seis estudos
de linguística. Colibri: Lisboa;
10. Costa, M. Armanda. (1992). “O processo de compreensão na leitura e o
conhecimento linguístico”. In: Martins, Maria, et al. Para a didáctica do
português: seis estudos de linguística. Colibri: Lisboa;
11. Teberosky, Ana & Colomer, Teresa. (2003). Aprender a ler e a escrever: uma
perspectiva construtivista. Porto Alegre: Artmed. [trad. Ana Maria Neto
Machado];
12. Haydt, Regina. (1998). Curso de didáctica geral. 5.ª Edição. São Paulo: Ática.
135
Lição n° 13
Ambiente linguístico familiar, escolar e dos pares
Introdução
Uma vez estudados os processos de ensino e aprendizagem de leitura no
ensino básico, reservamos-lhe esta última lição, em que você irá descrever
e explicar o papel do ambiente linguístico familiar, escolar e dos pares, no
âmbito do processo de ensino e aprendizagem de línguas.
Terminologia
136
13. Ambiente linguístico familiar, escolar e dos pares
Você sabia que os diferentes ambientes linguísticos, de entre eles, família,
escola, espaços privilegiados, entre outros, contribuem para uma
aprendizagem efectiva de línguas?
Na óptica de Pereira (1992: 27), na nossa cultura e na maior parte dos casos,
o primeiro ambiente linguístico com o qual o sujeito é confrontado é o
familiar, particularmente o ambiente linguístico criado pelos seus pais. Os
primeiros anos de vida são cruciais tanto para o desenvolvimento
linguístico como para o desenvolvimento global do sujeito e a sua
importância tem sido salientada por diversas áreas de investigação.
137
Um exemplo do desenvolvimento da competência linguística
proporcionada pela escola é o progressivo domínio consciente da
linguagem figurada. O ambiente linguístico familiar é certo, já terá
confrontado a criança com este tipo de linguagem. Por exemplo, nas
interacções mãe/criança é frequente ocorrerem hipérboles ou ironias,
(Pereira, op. cit., p. 34/6).
Por fim, importa destacar o ambiente linguístico dos pares. É óbvio que o
ambiente criado por outras crianças ou jovens é fundamental no
desenvolvimento linguístico e psicológico do sujeito. Contudo, a
linguagem utilizada entre sujeitos da mesma idade também apresenta
diferenças em função da composição sexualmente homogénea ou
heterogénea do grupo, (Pereira, op. cit., p. 38).
Resumo da lição
Os diferentes ambientes linguísticos, de entre eles, família, escola,
espaços privilegiados, entre outros, contribuem para uma aprendizagem
efectiva de línguas. Note-se que os primeiros anos de vida da criança
são cruciais tanto para o desenvolvimento linguístico como para o
desenvolvimento global do sujeito e a sua importância tem sido
salientada por diversas áreas de investigação.
138
Auto-avaliação
1. Explique o papel do ambiente linguístico familiar, escolar, e
dos pares no âmbito do processo de ensino-aprendizagem.
2. Por que os primeiros anos de vida são cruciais para o
desenvolvimento linguístico da criança?
Bibliográfia Básica
1. Martins, Maria, et al. (1992). Para a didáctica do português:
seis estudos de linguística. Colibri: Lisboa;
2. Lopes, Juarez. (2012). “Aprendizagem baseada em tarefas:
uma proposta complexa para um método de ensino de língua
estrangeira”. in: Anais do X Encontro do Celsul. Universidade
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Le: as actividades do themen aktuell”. In: Revista Odisseia;
4. Menezes, Leonarda (2011). “O letramento bilingue em
Moçambique: considerações Preliminares”. In: XI Congresso
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5. Monteiro, Adriana; Mastelini, Marcela & Pacheco, Silva.
(2011). “A aprendizagem da leitura e da escrita no 1.° Ano do
ensino fundamental”. In: III.° Encontro Científico e Simpósio
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