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Organizadores
Bento D. Silva; Leandro S. Almeida; Alfonso Barca; Manuel Peralbo; Amanda Franco &
Ricardo Monginho
Editor
Centro de Investigação em Educação (CIEd) / Instituto de Educação
Universidade Minho
4710-057 Braga
1.000 exemplares
Design
ANACMYK
anacmyk@gmail.com
ISBN
978-989-8525-22-2
Setembro 2013
Apoio à edição:
FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Ministério da Educação e Ciência
Atas do XII Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2013
ISBN: 978-989-8525-22-2
finellipsi@yahoo.com.br
Introdução
A psicologia, no Brasil, é reconhecida como campo de formação e atuação
profissional em 1962, quando o então presidente sanciona em 27 de agosto a lei nº
4.119 (BRASIL, 1962). Tal legislação torna-se um marco nacional, pois, apesar do
prévio reconhecimento da psicologia como ciência, e sua educação em cursos e
disciplinas de formação em diversas faculdades não havia uma formalização sobre
como deveriam se dar tais cursos, e nem se podia falar da profissionalização do
psicólogo como um profissional da saúde.
A referida legislação prevê a que a formação em Psicologia se desse nas
Faculdades de Filosofia, considerando a graduação com ênfases em cursos de
bacharelado, licenciatura e Psicólogo (BRASIL, 1962). Prevê ainda aspectos formais
como a obrigatoriedade do registro dos diplomas no órgão competente do Ministério da
Educação e Cultura; as condições de funcionamento dos cursos; as formas de
revalidação de diplomas expedidos em Faculdades estrangeiras que mantenham cursos
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Método
O presente trabalho se valeu do delineamento de pesquisa documental,
quantitativo e exploratório (Marconi; LAKATOS, 2003; Gil, 2002). Assim busca
levantar a partir de documentos, no caso as matrizes curriculares, a oferta de disciplinas
de Testes Psicológicos ou Técnicas de Exames Psicológicos (ou nomes variantes das
mesmas) que são disponibilizadas nos cursos de graduação em Psicologia no Brasil.
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Objetivo
Reconhecer nas matrizes curriculares dos cursos de psicologia brasileiros a carga
horária alocada à formação na utilização de instrumentos de avaliação psicológica.
Amostra
A pesquisa assumiu caráter censitário quanto a busca das matrizes curriculares
dos cursos de psicologia reconhecidos pelo Ministério de Educação e Cultura.
Verificou-se que o Brasil conta com 767 cursos de psicologia distribuídos
aleatoriamente pelas 27 unidades federativas (26 estados e o distrito federal). Desses o
trabalho voltou-se para os 52 cursos presentes no estado de Minas Gerais.
Para a coleta das informações, considerou-se a oferta de disciplinas nomeadas
como Testes Psicológicos; Testagem Psicológica, Técnicas de Exame Psicológico
(TEP), Técnicas de Avaliação Psicológica (TEAP) e seus correlatos. Foram também
consideradas as disciplinas que apresentassem sequencia de formação como TEP I, e/ou
TEP II; ou TEP: Inteligência, e/ou TEP: Personalidade; ou ainda TEP: Psicometria;
TEP: Projetivos.
Instrumentos
A pesquisa valeu-se de busca de documentos relativos a matriz curricular e
distribuição de carga horária dos cursos de graduação em Psicologia que se
encontrassem disponíveis on line no site dos cursos investigados. Os que se
encontravam disponíveis, no período da pesquisa, foram reunidos e arquivados para
consultas e tabulação off line.
Procedimentos
Foram buscadas informações relativas aos cursos nos site http://emec.mec.gov.br/
do Ministério de Educação e Cultura. Este apresenta todos os cursos, cadastrados e
reconhecidos, contendo uma série de informações sobre os mesmos. Dentre elas ano de
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Resultados
Inicialmente verificou-se que dos 52 cursos de formação em Psicologia, situados
no estado de Minas Gerais, apenas dois (3,84%) não apresentaram um site institucional
disponível na plataforma de busca. Das 50 instituições que apresentam um site de
acesso, sete (14,00%) o site não funciona ou não tem o curso no estado de Minas
Gerais; 11 (22,00%) não apresentam a matriz curricular; duas (4,00%) apresentam
matriz, porém sem considerar a carga horária) e 30 (60,00%) apresentam a matriz com
carga horária para as disciplinas.
Considerando as 30 matrizes curriculares encontradas, os dados foram tabulados e
analisados indicando que as cargas horárias dos cursos variam de 3.860 horas à 4.880
horas. Tal dado se faz relevante ao se considerar a legislação (CFP, 1999; Feitosa e
cols., 1999) que considera a carga horária mínima de 3.000 horas para Bacharel (ou
Licenciado) em Psicologia, e pelo menos 4.050 horas para a formação de Psicólogo.
Considerando tal carga horária verificou-se que 14 (46,67%) dos cursos não oferece a
carga horária mínima para a formação de Psicólogo.
Analisando todos os cursos verificou-se ainda que as cargas horárias variam de
2.596 horas à 8.320 horas, indicando grande discrepância entre o tempo de formação.
Desses, 24 (46,15%) também não apresentam a carga horária mínima para a formação
de Psicólogo e ainda um (1,92%) não apresenta a carga horária mínima para a formação
em psicologia em qualquer nível de formação.
Retornando os 30 cursos que apresentam matrizes curriculares, a análise dessas
demonstrou uma variação de duas a quatro disciplinas que atendessem ao critério da
investigação; isto é, ser nomeada como Testes Psicológicos; Testagem Psicológica,
Técnicas de Exame Psicológico (TEP), Técnicas de Avaliação Psicológica (TEAP) e/ou
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seus correlatos. Tal limitação se deu por reconhecer que nessas a apresentação de testes
psicológicos far-se-á obrigatória, enquanto que é possível, mas não condição que tais
instrumentos sejam também vislumbrados em outras disciplinas.
Tais disciplinas contemplam de 120 à 240 horas previstas dos cursos, ocupando
cerca de 3,00% à 5,10% do número de horas aula de formação. Tal resultado parece
pequeno frente à demanda de utilização dos recursos ofertados pelas disciplinas, o que
leva a reflexão sobre a qualidade da formação.
Discussão e Conclusões
As informações disponíveis na plataforma do site do Ministério da Educação e
Cultura são de domínio público. Essas apresentam dados importantes sobre os cursos de
graduação reconhecidos como, por exemplo, a Carga Horária Total, IGC, CPC e CC.
Reconhece-se que esses indicadores podem auxiliar na tomada de decisão frente à
escolha do curso/instituição a se matricular. Assim, as instituições que apresentam
dados de cadastro incompletos, em especial o site institucional, podem estar sendo
prejudicados quanto a busca de maiores informações pelos candidatos ao curso. O
mesmo ocorre com as Instituições cujos sites não funcionam ou que não apresentam
matrizes curriculares.
Considerando as cargas horárias oferecidas pelos cursos é importante considerar
que quase metade dos cursos não apresentam a carga horária mínima para a formação
como Psicólogo. Não obstante, parece que o Conselho Regional de Psicologia não
reconhece sua própria legislação reconhecendo e credenciando todos os formados
nessas instituições atribuindo-lhes as responsabilidades e atribuições de Psicólogos.
Fica então a dúvida quanto a aprovação de alguma legislação posterior que não tenha
sido encontrada publicamente para se fazer tal credenciamento de profissionais.
Observou-se que as proporções não diferiram muito para cursos que apresentaram, ou
não, matrizes on line, quanto a oferta de carga horária mínima para a formação de
Psicólogo.
A revisão das legislações promove o entendimento de que apenas a formação com
grau de Psicólogo habilita o profissional ao completo e irrestrito exercício da profissão,
nos mais diversos âmbitos, para os quais o mesmo se capacitou. Vale relembrar que a
formação de caráter generalista assume uma série de particularidades e ênfases de
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Referências bibliográficas
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