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FACULDADE DE DIREITO

Curso de Licenciatura em Direito


Disciplina: Introdução ao Estudo do Direito
1º Ano -1º Semestre

Ficha de Exercícios II

1. Comente as afirmações, justificando, onde necessário, com base na lei.

a) Fontes do Direito compreendem o processo de criação das normas jurídicas,


isto é, o procedimento legislativo.
b) Todos os órgãos de soberania possuem competência legislativa.
c) Fontes imediatas distinguem-se das fontes mediatas.
d) A principal fonte imediata é a lei.
e) A Constituição é a lei suprema de qualquer ordem jurídica à qual devem
obediência as demais leis.
f) A CRM foi aprovada em 2004 e revista pelo Regimento da Assembleia da
República, através da Lei nº 17/2013, de 12 de Agosto.
g) Qualquer lei pode ser constituída por partes, capítulos, secções, subsecções,
artigos, números e alíneas.
h) O processo de elaboração da lei compreende, sempre, um debate na
generalidade e na especialidade.
i) A doutrina é sempre fonte de Direito, pois, trata da opinião de jurisconsultos.
j) O constume só é fonte de Direito quando se tratar de uma prática reiterada
acompanhada da convicção de obrigatoriedade.
k) Todas as decisões dos Tribunais Superiores constituem jurisprudência.
l) A distinção entre o Direito Público e o Direito Público é feita com recurso
a determinados critérios, nomeadamente o critério do interesse e o critério
dos sujeitos da relação jurídica, este último, o mais preferível por apontar o
lugar das normas no sistema jurídico.
m) Relativamente ao Direito Comercial, o Direito Civil é um direito especial.
n) O Direito do Trabalho é subsidiário relativamente ao Direito Civil.
o) A classificação germânica do Direito Civil aponta nos seguintes sub-ramos:
o Direito das Obrigações, o Direito das Coisas, Direitos Reais, Direito da
Família e Direito de Sucessões.
p) A principal fonte do Direito Civil Moçambicano é o Código Penal.
q) O Direito das Coisas regula o regime da repartição das coisas e da sua
atribuição a determinada pessoa, reconhecendo a esta o poder jurídico de,
mediante o aproveitamento das suas utilidades, satisfazer necessidades
próprias e prosseguir certos interesses.
r) O Direito da Família regula as relações juridicas de carácter obrigacional ou
de crédito.

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s) O Direito das Sucessões tem que ver com a morte de uma pessoa,
procurando-se saber sobre todos os aspectos ligados especialmente ao
casamento do malogrado.
t) A relação entre o Direito Civil e o Direito Constitucional é de
complementaridade: um completa o outro; um não existe sem o outro.
u) Interpretar uma lei é fixar o seu sentido e alcance.
v) Ao interpretar uma lei devemos sempre partir do pressuposto de que o
legislador não comete erros.
w) O elemento literal da interpretação relaciona-se à letra da lei, isto é, todas as
circunstâncias que nortearam a elaboração da lei.
x) A interpretação sistemática tem que ver com a occasio legis.
y) A ratio legis enquadra-se na interpretação histórica.
z) O juiz pode recusar-se a aplicar a lei, quando entenda que a mesma é
ininteligível.
aa) A integração das lacunas faz-se sempre com recurso à analogia em todos os
ramos do direito.
bb) O juiz pode, sempre, recusar-se a julgar com fundamento na falta ou
obscuridade da lei.
cc) O elemento literal compreende todas as possibilidades de análise do texto
legal, para se determinar a razão de ser (ratio legis) das normas, o espírito
da lei enquanto o elemento lógico atende à letra da lei, ao sentido das
palavras que a compõem.
dd) Par se interpretar bem uma norma, deve considerar-se o contexto histórico
em que a mesma foi adoptada, sendo para isso importante a consulta dos
documentos que fazem parte dos trabalhos preparatórios do diploma – nisto
consiste o elemento sistemático que se traduz, também, na necessidade de
ter-se em conta a norma não numa perspectiva isolada, mas sim, no âmbito
do sistema em que a norma está inserida.
ee) Quanto ao critério da fonte ou da origem, a interpretação pode ser autêntica
ou doutrinal; aquela é feita por especialistas e técnicos de Direito, ao passo
que, esta é feita pelo próprio órgão que criou a norma.
ff) No que à finalidade diz respeito, a interpretação pode ser subjectivista
(busca apurar o sentido da norma, abstraindo-se de quem foi o legislador ou
de quem produzi essa norma), objectivista (procura reconstituir o
pensamento concreto do legislador), histórica (busca alcançar o sentido que
a norma tinha no momento da sua aprovação e entrada em vigor) ou
actualista (método de interpretação em que se busca alcançar o sentido que
a norma tinha no momento de sua aplicação ou execução).

2. Atendendo-se ao resultado da interpretação, distinguem-se, essencialmente, o


seguintes métodos de interpretação, designadamente, declarativa, extensiva,
restritiva, enunciativa e ab-rogante. Desenvolva a afirmação, fundamentando
com base a lei e apontando exemplos, onde necessário.

3. Preste atenção à norma do art. 8 da Família, que se segue, e interprete-a.


“O casamento é a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher,
com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida”.

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4. A lei dispõe sempre para o futuro, mas, em determinadas circunstâncias, pode
ser aplicada retroactivamente. Desenvolva afirmação, ilustrando com exemplos.

5. Relativamente ao direito adjectivo, a aplicação da lei no tempo é sempre


imediata. Concorda? Justifique.

6. Diz-se que uma lei caducou quando tiver sido revogada. Pronuncie-se.

7. Por mais previdente que seja, o legislador não pode prever todas as situações
carentes de regulamentação; há-de haver, sempre, alguma lacuna por integrar.
Desenvolva a afirmação, fundamentando com base a lei e apontando exemplos,
onde necessário.

8. Preste atenção à hipótese prática que se segue:

a) A Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, preocupada


com a situação das reclusas em cumprimento da pena de prisão no
Estabelecimento Penitenciário de Lhavela, após relatos de suspeita de
exploração sexual naquela instituição, decidiu avançar com uma proposta
de lei. A proposta em causa, assinada pela própria Ministra, estabelece, nos
termos gerais que os agentes penitenciários sobre os quais recaia forte
suspeita de envolvimento em actos de exploração sexual contra as reclusas
devem ser afastados imediatamente, sendo expulsos do Aprelho de Estado
sem espaço para qualquer possível defesa. Ademais, tais agentes devem ser
julgados no fórum criminal, devendo aplicar-se-lhes a moldura penal
absctracta de 24 a 30 anos de prisão. A proposta em causa foi apresentada
na Assembleia da República (AR), tendo sido discutida, na generalidade e
na especialidade, em sessão que contou com a presença de 124 deputados,
maioritariamente de sexo feminino. Na votação final, 120 deputados
votaram a favor da proposta. Remetida ao Presidente (PR), este, duvidando
da sua constitucionalidade, remeteu ao Conselho Constitucional (CC) para
que se pronunciasse. O CC pronunciou-se pela inconstitucionalidade da lei
em causa, porém, o PR decidiu promulgar e mandar publicar, alegando que
o assunto era sensível e urgente. A lei em causa estabelecia que devia entrar
imediatamente em vigor, pois, não havia qualquer necessidade de fixar-se
uma vacatio legis.

Quid iuris?

FIM

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