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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DCET- DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO – LICENCIATURA EM QUÍMICA

ESTUDO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM


SUBSTÂNCIAS PURAS

Relatório solicitado pelo professor Paulo Neilson,


como cumprimento das atividades práticas da
disciplina de Físico-Química CET- 059.

Por: Gilmar Machado


Laís Moreira
Lucimara Magalhães

ILHÉUS - BA
Março – 2019
1. INTRODUÇÃO

O calor é definido como energia que é transferida de uma região para


outra, sempre fluindo de uma área de temperatura mais alta para uma
temperatura mais baixa. A energia interna de um sistema pode também ser
alterada pela transferência de energia de ou para as vizinhanças como calor.
Calor é um termo comum na conversação cotidiana, mas tem um significado
especial em termodinâmica, calor é a energia transferida como resultado de
uma diferença de temperatura.
A energia flui como calor de uma região de temperatura alta a uma
região de temperatura baixa. Portanto, em um sistema com paredes sem
isolamento térmico, se o sistema está mais fluído que suas vizinhanças, a
energia flui das vizinhanças para o sistema e a energia interna do sistema
interno aumenta. O verbo aquecer significa transferir energia como calor; isto é,
fazendo uso da diferença de temperatura. Quando aquecemos a água, a
energia flui do aquecedor para a água mais fria e agita as moléculas de água a
um movimento vigoroso.
A quantidade de energia transferida como calor é medida em joules (J).
Mesmo não havendo o contato físico entre os corpos, em certas situações, é
possível sentir que algo está mais quente.  O fluxo de calor acontece no
sentido da maior para a menor temperatura.

A capacidade calorífica define a quantidade de calor que um corpo


precisa receber para alterar sua temperatura em 1º c. A capacidade térmica (C)
é a razão entre a quantidade de calor (q) recebida por um corpo e a variação
de temperatura (ΔT) sofrida por ele.
Onde C depende da temperatura e diminui à medida que a temperatura
se reduz.
Q
C = ∆T

A capacidade calorífica específica é definida como a variação térmica de


determinada substância ao receber determinada quantidade de calor, ou seja,
a quantidade de energia necessária para que 1g de uma substância sofra
aumento ou diminuição de temperatura de 1°c; em que C (em J/K) é a
capacidade calorífica e a massa (m) da amostra (em g).
C
C= m

O calor sensível é a quantidade de calor e tem como efeito a


alteração da temperatura de um corpo. Esse fenômeno é conhecido como a
equação fundamental da calorimetria em que, a quantidade de calor sensível
(Q) é igual ao produto de sua massa (m), da variação da temperatura ( Δt) e da
constante do calor específico (c).

Q = m.c.ΔT

A Transferência de calor por convecção ocorre com o movimento das


massas de temperaturas diferentes. Como por exemplo, quando a água está
sendo aquecida em uma panela. O recipiente transmite calor para a parte de
água que está no fundo da panela, esta parte se torna mais quente e menos
densa, por este motivo esta porção sobe e a água que está mais fria desce
para o fundo da panela. E vai se repetindo durante o tempo que a água estiver
sendo aquecida, transmitindo o calor por toda a panela.

1.1 OBJETIVO

Obter uma noção sobre a influência da variação de temperatura nas


propriedades de físicas das substâncias.

1.2 MATERIAIS E REAGENTES

Béquer 1000 mL;

Proveta 1000 mL;

Chapa de aquecimento;

Termômetro;

Suporte universal;
Garras e mufas;

Balança semi-analítica;

Água.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Pesou-se o Béquer vazio e anotou-se o valor. Mediu-se 1000 mL de


água na proveta e transferiu-se para o béquer. Colocou-se o béquer com água
em uma chapa de aquecimento e o suporte universal próximo, de modo que os
dois termômetros pôde ser colocados suspensos pelas garras ao centro do
béquer. Um termômetro encostou-se ao fundo do béquer e o outro abaixo um
pouco da superfície em aproximadamente 900 mL.

Anotaram-se as temperaturas dos dois termômetros, após ligou-se a


chapa de aquecimento no máximo, sem agitação e observou-se a variação de
temperatura no primeiro minuto e a cada três minutos por meia hora ou até os
termômetros se estabilizarem numa temperatura próxima.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

Tempo Termômetro 1 ΔT1 Termômetro 2 ΔT2 ΔT


(s) (K) (K) (K) (K) (K)
0 299,16 0,00 299,16 0,00 0,00
60 299,21 0,05 298,16 -1,00 1,21
180 301,21 2,00 301,16 3,00 0,05
360 307,56 6,35 307,16 6,00 0,40
540 312,06 4,50 311,36 4,20 0,70
720 316,06 4,00 315,86 4,50 0,20
900 320,16 4,10 319,16 3,30 1,00
1080 324,46 4,30 323,66 4,50 0,80
1260 328,16 3,70 327,16 3,50 1,00
1440 331,96 3,80 330,96 3,80 1,00
1620 334,16 2,20 332,86 1,90 1,30
1800 336,66 2,50 335,46 2,60 1,20
1980 339,06 2,40 337,86 2,40 1,20
2160 341,16 2,10 340,16 2,30 1,00
2340 343,16 2,00 342,16 2,00 1,00
2520 344,16 1,00 343,86 1,70 0,30
*Termômetro 1- fundo do béquer / *Termômetro 2- superfície do béquer. ΔT 1 variação da
temperatura no termômetro 1, ΔT2 variação da temperatura no termômetro 2 e ΔT variação da
temperatura no mesmo intervalo de tempo entre o termômetro 1 e 2.

ΔT 1 ( 6,35−0,05 ) K
Vm1= = =0,021 K . s-1
∆s ( 360−60 ) s

ΔT 2 ( 6,00−(−1,00) ) K
Vm2= = =0,023 K . s -1
∆s ( 360−60 ) s

Onde Vm é variação média, ΔT é a variação da temperatura em cada


termômetro e ∆s é variação do tempo.

Como podemos observar nos cálculos acima a taxa de variação entre o


termômetro 1 e 2 são muito próximas o que indica que a variação de
temperatura entre esses dois termômetros estão também muito próximo isso
nos dá uma ideia de que o gráfico entre a variação de temperatura estará
quase que sobreposta se não conseguirmos aumentar a escala. Outra coisa
que podemos perceber através da tabela acima é que a diferença da
temperatura é maior no meio das medidas e que no inicio e no final a variação
é pequena tanto para o termômetro 1 e 2 o que totalmente aceitável, pois, no
início a água tem uma massa maior onde a temperatura é menor a medida que
a temperatura a uma convergência a água quente sobe para a superfície e a
água fria desce até chegar a um equilíbrio nisso a densidade diminui e o
volume também e a temperatura do T1 e T2 tende a igualar.

Chart Title
350
340
330
Temperatura (K)

320
310
300
290
280
270
0 60 180 360 540 720 900 1080 1260 1440 1620 1800 1980 2160 2340 2520
Tempo (s)
Chart Title
350
340
330
320
Temperatura K

310
300
290
280
270
0 60 180 360 540 720 900 1080 1260 1440 1620 1800 1980 2160 2340 2520
Tempo (s)

Tempo X Variação da temperatura


3000

2500

2000
Tempo (s)

1500

1000

500

0
0 1.5 0.5 0.4 0.7 0.2 1 0.8 1 1 1.3 1.2 1.2 1 1 0.3
∆T (K)

Através da variação de energia da água com a temperatura é possível


relacioná-la como se ela fosse um gás ideal.

Sabendo-se que utilizamos 1000 mL de água, conclui-se que a mesma


possui massa de 1000 g. assim é possível encontrar sua densidade de vapor :

p= m/v p= 1 g/L-1

Relacionando a densidade com o volume molar temos:

Vm= M/p
Onde M é a massa molar, colocando esta relação na lei dos gases
perfeitos temos:

PVm= RT PM / p = RT

p = P x MM/ R x T 

Sabendo que a pressão de vapor da água a 25 °C, equivale a 23,76 torr,


temos 3,17 x 103 Pa e R= 62,36367 mmHg.L/mol.K , teremos:

1 g/L-1= 3,17 x 103 Pa x M/62,36367 mmHg.L/mol.K x 298 K

M = 6 g mol-1

Sabendo que a molécula da água possui 18 g mol -1, encontramos sua


fórmula molecular,

M= 6 g mol-1 / 18 g mol-1

M= 0,33

Sendo assim a fórmula molecular da água para essas condições será


H2O 0,33.

Ao se aquecer o béquer com água ocorre um movimento ascendente e


descendente da massa líquida, devido à propagação de calor por convecção.
Isso ocorre porque a porção do líquido mais próximo da chama, quando
aquecida, dilata-se e sobe, por ter sua densidade diminuída. As camadas mais
frias, que inicialmente se encontram na parte superior, são mais densas e se
deslocam para o fundo do recipiente, dando o processo de circulação. Essas
correntes de líquido são denominadas corrente de convecção.

Como a água quente fica boiando na água fria por ser menos densa do
que esta, as camadas mais profundas da água serão aquecidas muito
lentamente. A água é péssima condutora de calor, mas conduz por convecção
(água quente sobre e fria desce) quando o aquecimento se dá por baixo.
Temperatura x Tempo
400
350
300
Temperatura (K)

250
200
150
100
50
0
0 60 180 360 540 720 900 1080 1260 1440 1620 1800 1980 2160 2340 2520
Tempo (s)

Azul - termômetro 1 e vermelho - termômetro 2.

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que os objetivos da prática foram alcançados, bem como,


comparando-se os gráficos e o comportamento da água no béquer onde no
início a água tem uma massa maior e a temperatura é menor à medida que a
temperatura aumenta, a água quente sobe para a superfície e a água fria
desce até chegar a um equilíbrio assim a densidade diminui e o volume
também, assim sendo, comprova-se o que chamamos de corrente de
convecção. Conclui-se também que foi possível observar no experimento as
características físicas e químicas da água.

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ATKINS, P.; PAULA, J. de.; Físico-química: v.1. Tradução e revisão técnica:


SILVA, E. C. da.; CARDOSO, M. J. E. M.; BARCIA, O. E. 9. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2014.

Transferência de calor. Disponível em: <http://www.efeitojoule.com/2010/06/transferencia-


de-calor-transferencia.html>. Acessado em 18/03/2019.

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