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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DCET- DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO – LICENCIATURA EM QUÍMICA

ESTUDO DE PROPRIEDADES EXTENSIVAS E INTENSIVAS

Relatório solicitado pelo professor Paulo Neilson,


como cumprimento das atividades práticas da
disciplina de Físico-Química CET- 059.

Por: Gilmar Machado


Laís Moreira
Lucimara Magalhães

ILHÉUS - BA
Março – 2019
1. INTRODUÇÃO

As propriedades dos materiais são agrupadas em químicas e físicas. As


propriedades químicas descrevem uma transformação química, tal como a interação de
uma substância com outra, ou a transformação de uma substância em outra. As
propriedades físicas não envolvem qualquer mudança na composição ou identidade da
substância, isto é, são propriedades que podem ser observadas e medidas sem
modificação de sua composição. Uma das maneiras de se classificar as propriedades
físicas da matéria, isto é, aquelas propriedades que são analisadas e coletadas de modo
que a composição do material continue a mesma, é de acordo com a dependência da
massa na amostra. [1]
Existem dois tipos de propriedades nesse caso, as intensivas e as extensivas. As
propriedades intensivas são aquelas que não dependem da massa da amostra. Por
exemplo, como mostra a imagem mais acima, se temos uma solução e medimos a sua
temperatura, independente da sua quantidade, a temperatura será a mesma. Desse modo,
temos que a temperatura é uma propriedade intensiva da matéria. [1] [2]
Outros exemplos são os pontos de fusão e de ebulição, independente da
quantidade de material, eles permanecerão os mesmos. Como acontece, por exemplo,
com a água; não importa se temos 100 g ou 1 kg de água, ao nível do mar, o seu ponto
de fusão sempre será 0 ºC e seu ponto de ebulição sempre será 100 ºC. [1]
Isso distingue a água dos demais materiais, o que nos mostra que algumas
propriedades intensivas podem ser utilizadas para descobrir a constituição de uma
substância. [1]

As propriedades extensivas, por outro lado, são aquelas que dependem da massa
da amostra. O volume é um exemplo, podemos ver isso comparando 1 saco de 2 kg de
açúcar com 1 um saco de 5 kg. É obvio que o que possui maior massa ocupa um espaço
maior. [1]

Existem também algumas propriedades intensivas que são derivadas de


propriedades extensivas, como é o caso da densidade (densidade = massa/volume). A
densidade é uma propriedade intensiva, pois não depende da variação da massa. Por
exemplo, um cubo de gelo tem densidade igual a 0,92 g/cm3. A densidade de
um iceberg é a mesma. É por isso que tanto um cubo de gelo quanto
um iceberg flutuam na água, que possui densidade maior (1,0 g/cm3). [1] [2]
A massa e o volume, conforme já dito, são propriedades extensivas, mas a
densidade é intensiva porque à medida que a massa diminui o volume também diminui
e, portanto, a relação m/v permanece constante, isto é, a densidade permanece a mesma
independente da amostra. [2]

A densidade absoluta (ρ) de uma substância é definida como a relação entre a


sua massa e o seu volume:

m
ρ=
V

A densidade absoluta é também uma propriedade específica, isto é, cada


substância pura tem uma densidade própria, que a identifica e a diferencia das outras
substâncias. [2]

ρ
A densidade relativa d = de um material é a relação entre a sua densidade
ρ0
absoluta e a densidade absoluta de uma substância estabelecida como padrão. No
cálculo da densidade relativa de sólidos e líquidos, o padrão usualmente escolhido é a
densidade absoluta da água, que é igual a 1,000 kg dm-3 (equivalente a 1,000 g cm-3) a
4°C, dado por

ρ0 = ρ (H2O, 4ºC)

A densidade é uma propriedade física importante e pode ser utilizada para


distinguir um material puro de um impuro (ou de ligas desse metal), pois a densidade
dos materiais que não são puros (misturas) é uma função da sua composição. Ela
também pode ser utilizada na identificação e no controle de qualidade de um
determinado produto industrial, bem como ser relacionada com a concentração de
soluções. [2]

A densidade de um sólido pode ser determinada pesando-se cuidadosamente e


em seguida determinando seu volume. Se o sólido apresentar uma forma irregular (o
que torna impossível medir suas dimensões), o volume poderá ser determinado
utilizando um método de deslocamento. Basicamente, determina-se a massa de uma
amostra do sólido e então se transfere quantitativamente essa massa para um
instrumento volumétrico graduado apropriado (ex.: proveta ou bureta), parcialmente
cheio com água (ou em algum líquido no qual o sólido não flutue). O sólido deslocará
um volume de líquido igual ao seu volume. Assim, ao anotar a posição do menisco
antes e depois da adição do sólido, o volume poderá ser deduzido. [2] [3]

A densidade dos líquidos pode ser determinada analogamente à densidade dos


sólidos, medindo-se a sua massa e determinando-se o seu volume. Entretanto, no caso
dos líquidos, uma alteração relativamente pequena na temperatura pode afetar
consideravelmente o valor da densidade, enquanto que a alteração de pressão tem que
ser relativamente alta para que o valor da densidade seja afetado. [2]

A densidade apresenta variações periódicas com o número atômico, mas essas


variações não são regulares, já que a relação entre as propriedades físicas e a sua
configuração eletrônica não é direta. [2]

2. OBJETIVO

Estudar algumas propriedades físicas de substâncias líquidas, identificar quais são


extensivas e intensivas.

3. MATERIAIS E REAGENTESS

Béquer 50 mL;

Pipeta 10 mL;

Proveta

Pêra;

Balança;

Água;

Álcool

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1: Água

Pesou-se o Béquer vazio e anotou-se o valor. Com o auxílio da pipeta mediu-se


os volumes de água seguindo a tabela 1. Transferiu-se cada volume para a proveta e
anotou-se o valor medido na escala. Pesou-se a proveta com o líquido e anotou-se o
valor.

4.2: Álcool

Pesou-se o Béquer vazio e anotou-se o valor. Com o auxílio da pipeta mediu-se


os volumes do Álcool seguindo a tabela 2. Transferiu-se cada volume para a proveta e
anotou-se o valor medido na escala. Pesou-se a proveta com o líquido e anotou-se o
valor.

4.3: Água e Álcool

Pesou-se a proveta vazia e anotou-se o valor. Com o auxílio da pipeta mediu-se


os volumes de água e Álcool seguindo a tabela 3. Transferiu-se cada volume para a
proveta e anotou-se o valor medido na escala. Pesou-se a proveta com a mistura dos
líquidos e anotou-se o valor.

5. RESULTADO E DISCUSSÃO

Tabela 1: Valores de Volume e de massa de água.

Água
Mediçã (Proveta 1 ± 0,5) mL (Massa ± 0,1) g
o
2,5 2,5 2,4522
5,0 7,5 7,4302
7,5 15 14,9506
10,0 25 24,8974
Total 50 49,7304
Conforme se pode notar na tabela 1 existe pequena diferença para menos entre a
massa pesada e o volume observado na proveta. O crescimento é proporcional quanto
maior o volume maior a massa da água.

Gráfico 1: Relação entre a massa e o volume de água

Gráfico da água
30

25
f(x) = 0.997986086956522 x − 0.0422260869565232
R² = 0.999997251891162
20
Volume (mL)

15

10

0
0 5 10 15 20 25 30

massa (g)

Tabela 2: Valores de Volume e de massa de etanol.

Álcool
Mediçã (Proveta 2 ± 0,5) mL (Massa ± 0,1) g
o
2,5 2,5 1,9784
5,0 7,5 5,9474
7,5 15 11,8744
10,0 25 19,7687
Gráfico 2: Relação entre massa e volume do álcool

Gráfico do álcool
25

20
f(x) = 0.790517391304348 x + 0.010757608695652
R² = 0.999998916836467
15
Volume (mL)

10

0
0 5 10 15 20 25 30
Massa (g)

Água Álcool Mistura Volume da Mistura

Medição (Proveta ± 0,5) mL (Proveta ± 0,5) mL (Massa ± 0,1) g (Proveta ± 0,5) mL

1 2,5 12,5 12,2266 14,92


2 5,0 10,0 13,1891 14,90
3 7,5 7,5 13,1582 13,91
4 10,0 5,0 13,6313 14,60
5 12,5 2,5 14,3746 14,51
Tabela 3: Volume de etanol e água para preparação da mistura água-etanol.

Tabela 4: Valores obtidos para densidade da água, álcool e mistura de água e álcool.

Densidade (ρágua ± σ) g/mL (ρálcool ± σ) g/mL (ρágua + álcool ± σ) g/mL


1 0,98 ± 0,20 0,791 ± 0,21 0,82 ± 0,03
2 0,99 ± 0,10 0,792 ± 0,10 0,89 ± 0,03
3 0,99 ± 0,07 0,791± 0,07 0,95 ± 0,03
4 0,99 ± 0,05 0,790 ± 0,05 0,93 ± 0,03
5 - - 0,99 ± 0,03
Média 0,98 ± 0,01 0,80 ± 0,03 0,92 ± 0,02

Tabela 5: Valores obtidos para densidade através dos coeficientes do gráfico.

(ρágua ± σ) g/mL (ρálcool ± σ) g/mL


Densidade 0,96 ± 0,01 0,80±0,03

Realizando os procedimentos experimentais 4.1 e 4.2 foi possível encontrar a


densidade da água e do álcool através da equação (1):

ρ = massa
volume

Para o cálculo da propagação de erros, foi utilizar a equação (2):

A tabela 4 apresenta os valores de densidade por leitura direta de volume e


massa. A tabela 5 apresenta a densidade das substâncias, e comparando com os valores
da literatura foram identificados que os resultados encontrados, foram valores
aproximados ao valor real da literatura da densidade.

Gráfico 3: Relação entre massa e volume da mistura água- álcool


Chart Title
15
14.5
14 f(x) = 0.64136 x + 11.63365
R² = 0.885001539157808
13.5
13
Massa

12.5
12
11.5
11
14.92 14.9 13.91 14.6

Volume

Gráfico 4: Relação entre a densidade e a massa de água

Chart Title
1
f(x) = 0.0052 x + 0.9775
0.995 R² = 0.839751552795031

0.99
Densidade (mL)

0.985

0.98

0.975

0.97
2.4522 7.4302 14.9506 24.8974
Massa (g)

Gráfico 5: Relação entre densidade e o volume de água


Chart Title
1

0.995

0.99

0.985

0.98

0.975

0.97
2.5 5 7.5 10

Gráfico 6: Relação entre densidade e massa de álcool

Chart Title
0.7935
0.793
0.7925
0.792
0.7915
0.791
0.7905
0.79
0.7895
0.789
0.7885
1.9784 5.9474 11.8744 19.7687
Gráfico 7: Relação entre a densidade e o volume de álcool

Chart Title
0.7935
0.793
0.7925
0.792
f(x) = − 0.0004 x + 0.7925
Densidade (g/mL)

0.7915 R² = 0.159999999999991
0.791
0.7905
0.79
0.7895
0.789
0.7885
2.5 5 7.5 10
Volume(mL)

Com base na leitura dos gráficos pode-se observa que a experiência no


laboratório está de acordo com a literatura, pois para uma única substância (água ou
álcool) a reta mostrou-se linear e com o crescimento constante, mas quando se trata da
mistura dos dois líquidos ocorrem oscilações demonstrando assim os vários fatores que
estão envolvidos em cada um deles como: densidade, PF, PE etc.

O gráfico 1 e 2 refere-se a massa pesada e o volume de água e álcool


respectivamente. Observou-se que quando se fez a leitura do volume e depois se pesou
na balança esperávamos que o valor fosse igual no gráfico da água, por exemplo, a
massa obtida foi um pouco menor enquanto leu-se na proveta 2,5 mL de água a massa
correspondente foi de 2,4522 g. Já em relação ao álcool a diferença foi bem maior
enquanto leram-se 2,5 mL a massa correspondente foi de 1,9784g isso é justificado pelo
fato do álcool ser volátil e mais leve que a água. Enquanto a densidade da água é
aproximadamente 0,99 g/mL a do álcool é aproximadamente 0,79 g/mL.

O gráfico 3 corresponde a massa e o volume da mistura de água e álcool.


Observou-se que quando o volume da água foi menor que do álcool o volume final da
mistura ficou mais próximo do resultado ideal, que seria 15 mL, porém quando o
volume do álcool foi maior que o da água o volume final comparado ao anterior foi bem
menor, por exemplo, quando se adicionou 2,5 mL de água e 12,5 de álcool obteve-se
14,92 mL já quando se adicionou 12,5 mL de água e 2,5 mL de álcool o volume obtido
foi de 14,5 mL demonstrando assim que a massa sofreu variações a depender da
quantidade de água e álcool adicionado na mistura.

Na mistura de água e álcool observou-se que o volume diminuiu em alguns


pontos significamente, isso ocorre por causa das fortes ligações de hidrogênio entre as
moléculas da água e do álcool fazendo com que a distância entre elas fiquem menores.
Como as ligações de hidrogênio foram rompidas para estabelecer novas ligações com o
álcool, os espaços vazios entre as moléculas de água foram ocupados pelo álcool
diminuindo assim o volume da mistura.

Os gráficos 4 e 5 referem-se a relação entre densidade e massa da água e


densidade e volume da água, sabe-se que a densidade é proporcional a massa, quanto
maior a massa maior a densidade, e inversamente proporcional ao volume, quanto
menor o volume ocupado por determinada massa, maior será a densidade.Com base
nessa teoria observa-se que no gráfico 4 o aumento da massa é proporcional a
densidade, mostrando uma reta crescente.

Os gráficos 6 e 7 referem-se a relação entra a densidade e a massa do álcool e a


densidade e volume do álcool respectivamente, mesmo a análise. Observa-se que no
gráfico 6 não está obedecendo a regra de proporcionalidade, existe pontos em que a
massa é maior e a densidade é menor assim como no gráfico 7 ,só pode observar o
maior volume com a menor densidade a partir dos 5mL.

Podemos fazer o calculo da densidade dos líquidos puros a partir dos gráficos,
mas não podemos realiza-lo através do gráfico da mistura porque nos líquidos puros a
densidade é feita através da relação entre a massa e o volume, que podemos chamar
também de densidade absoluta, porém na mistura obtemos a densidade média.

As propriedades físicas podem ser extensivas e intensivas, podemos comprovar


que a massa e o volume são extensivos, ou seja, dependem da quantidade da amostra,
mas a densidade é invariável, sendo assim uma propriedade intensiva, pois não depende
da massa da amostra, mesmo se alterarmos a quantidade da amostra, porque o volume é
extensivo.

As propriedades extensivas podem ser aditivas ou não aditivas, a massa e o


volume são propriedades extensivas aditivas.

6. CONCLUSÃO

Os objetivos dessa prática foram atingidos, comparou-se o teórico com a prática.


Observou-se que se pode calcular a densidade de suas maneiras, para substâncias
liquidas e pura calcula-se a densidade absoluta da substância como também pode ser
feito através do gráfico, através do coeficiente angular de uma reta, porém em misturas
através do calculo obtêm-se densidade média. Pode-se compreender também a diferença
e quais são as propriedades extensivas e intensivas.

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
[1] FOGAÇA, J. R. V. Propriedades intensivas e extensivas. Disponível em:
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/propriedades-intensivas-
extensivas.htm>. Acessado em: 05/03/2019.
[2] CÉSAR. J.; PAOLI, M. A.; ANDRADE, J. C. A Determinação da Densidade de Sólidos
e Líquidos. Chemkeys - Liberdade para aprender. Campinas, 2004. Disponível em:
<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/11544/articleI.pdf?
sequence=3>. Acessado em: 07/03/2019.

[3] ATKINS, P.; PAULA, J. de.; Físico-química: v.1. Tradução e revisão técnica:
SILVA, E. C. da.; CARDOSO, M. J. E. M.; BARCIA, O. E. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2014.

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