Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CAMPUS SOROCABA

LABORATÓRIO DE FÍSICA 1
RELATÓRIO: AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO
Prof.ª Drª. Adriana de Oliveira Delgado Silva

Emanuele Vitória da Silva RA:805808


Graziele Almeida Alves RA:792373
Paloma Alves de Souza RA:802795
Tamara Laísa Silva Rocha RA:792627

Sorocaba-SP
06/02/2023

1
RESUMO
Neste experimento foi realizado um estudo de termologia, mas especificamente
calorimetria, aprofundando-se nas análises das curvas de aquecimento e resfriamento,
analisou-se o comportamento dos seus gráficos e consequentemente foi possível obter
suas equações e coeficientes, por exemplo um determinado líquido quando é aquecido
sua temperatura pode variar gradativamente dependendo da sua fonte de energia,
chegando a sua temperatura maxima. Já o processo de resfriamento é mais lento, e pode
ser também influenciado com alguns fatores externos como a temperatura ambiente, já a
corrente de ar que estava no momento do experimento influencia grandemente, a
superfície de contato do líquido poderia facilitar tanto no processo de resfriamento com
também no aquecimento, uma vez que propicia o equilíbrio térmico.

2
INTRODUÇÃO
A termologia é uma área de estudo para analisar os fenômenos relacionados ao
calor e a temperatura, como na transferência de calor, equilíbrio térmico, subdividindo-se
em três áreas, que são, termometria, calorimetria e termodinâmica. Divisão essa, que
permite observar e organizar a forma como os sistemas se comportam, em relação a
variação da temperatura, das trocas de calor e da aplicação das leis da Termodinâmica
A partir desse conceito conseguimos nos aprofundar no estudo de comportamento
e assim as suas curvas. As curvas de aquecimento e resfriamento são obtidas a partir da
construção de gráficos que mostram as variações da temperatura de um objeto quando
ganha energia ou perde, incluindo mudanças de estado físico. As curvas em função da
quantidade de energia (calor) trocada pelo corpo ou do tempo percorrido.
O aquecimento de um objeto de estudo, onde é determinada uma quantidade de
energia (calor) é feita por uma fonte de energia térmica, essa troca de calor consiste na
agitação das moléculas, ou seja há um aumento de temperatura.
Ao receber uma troca de calor alta, as moléculas da água começam a oscilar cada
vez mais rapidamente, causando um aumento linear na temperatura, que é determinado
pela equação abaixo (1)

𝑄 = 𝑚𝑐∆θ (1)

𝑄: calor sensível, 𝑚: massa, ∆θ: variação de temperatura e 𝑐 é uma constante,


chamada calor específico, representa a quantidade de energia necessária para variar. A
constante calor específico pode variar conforme a constituição molecular, mas também
varia com a temperatura. As moléculas da água vibram mais rapidamente até atingirem a
temperatura de ebulição, o que permite que a temperatura continue constante .
Já no resfriamento de um objeto, ele verifica que a temperatura do corpo que
estava em aquecimento apresenta uma taxa proporcional à diferença da temperatura
entre a sua temperatura e a temperatura ambiente onde se encontra.
Essa definição para o resfriamento, tem uma limitação, poderá valer apenas
quando a temperatura do corpo não estiver tão alta quando a temperatura do ambiente.
Quando colocamos um objeto em alta temperatura ele tende a ter efeitos significativos
com radiativos. Outra limitação é que não se pode considerar a temperatura ambiente
constante durante todo o experimento, pois não ocorre muitas vezes, seja pelas
correntes de ar ou por mudanças climáticas.

3
O gráfico do aquecimento apresenta uma reta, onde podemos observar o
coeficiente angular, podemos utilizar o modelo empírico para testar as teorias dos
gráficos. O modelo empírico ou método empírico, é um modelo criado para testar a
variedade de teorias e hipóteses. A hipótese em questão é de que o aquecimento possui
uma função linear que pode ser determinada. Já a curva de resfriamento pode ser
determinada por um polinômio de quarto grau.

4
ARRANJO EXPERIMENTAL
● Um becker de 900 mL;
● Uma resistência aquecedora de 1000w;
● Um bastão de vidro;
● Haste metálica com suporte;
● Termômetro;
● Cronômetro.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Inicialmente, encheu-se o becker com uma quantidade de água suficiente para que
o termômetro ficasse submerso. O termômetro já estava posicionado, preso por um
barbante à haste metálica com suporte. Após encher o becker com água em temperatura
ambiente, posicionou-se o recipiente embaixo do suporte e colocou-se o termômetro em
contato com a água.
Depois desse procedimento, esperou-se alguns minutos, a fim de que o
termômetro estabilizasse e aferisse a temperatura inicial da água, que apontou em 25 ºC.
Em seguida, os membros do grupo arrumaram-se para os próximos passos do
experimento e a professora ligou a resistência aquecedora, dentro do recipiente.
Conforme a água esquentava, um membro do grupo filmou o aquecimento com auxílio do
celular.
Quando a água atingiu por volta de 90 ºC, encerrou-se a filmagem e observou-se o
declínio de temperatura durante os demais minutos da aula. No mesmo momento, um
membro observava o termômetro e informava a temperatura de 1 em 1°C, já um outro
membro do grupo, com ajuda do cronômetro, marcava o tempo em que o valor da
temperatura caia. Seguiu-se assim até a água atingir 45 ºC e, então, zerar o cronômetro.

5
RESULTADOS E ANÁLISES
A partir dos dados obtidos na tabela 1, analisou-se as temperaturas em função do
tempo para o aquecimento da água (figura 1).

Aquecimento

𝑡 (𝑚𝑖𝑛: 𝑠𝑒𝑔) 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠) 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (°𝐶)

0 0 25

00:19 19 30

00:28 28 35

00:37 37 40

00:46 46 45

00:55 55 50

01:05 65 55

01:19 79 60

01:30 90 65

01:42 102 70

01:52 112 75

02:07 127 80

02:22 142 85

02:32 152 90
Tabela 1: Período de aquecimento.

6
Figura 1: Gráfico da curva de aquecimento.

Obteve-se os seguintes dados, a partir da análise da equação da reta:

𝐵 (𝑦 − 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑝𝑡) = 24, 3602081132887 + / − 0, 768436474434224


𝐴 (𝑠𝑙𝑜𝑝𝑒) = 0, 44018698900755 + / − 0, 00872619814288086
2
𝐶ℎ𝑖 = 26, 6953213629073
2
𝑅 = 0, 99948638150335

A equação que satisfaz os dados que experimentamos é:


𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (2)

Analisou-se, a partir de outros dados (tabela 2), as temperaturas em função do


tempo para o resfriamento da água (figura 2).

Resfriamento

𝑡 (𝑚𝑖𝑛: 𝑠𝑒𝑔) 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠) 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (°𝐶)


00:00 0 89

7
00:21 21 88
00:55 55 87
01:12 72 86
01:33 93 85
02:10 130 84
02:36 156 83
02:56 176 82
03:33 213 81
04:08 248 80
04:45 285 79
05:15 315 78
05:45 345 77
06:28 385 76
07:18 438 75
07:59 479 74
08:41 521 73
09:11 551 72
10:00 600 71
11:09 669 70
11:38 698 69
12:49 769 68
13:36 816 67
14:37 877 66
15:52 952 65
17:01 1021 64
18:04 1084 63
19:07 1147 62
20:24 1224 61
22:51 1371 60
23:09 1389 59
24:39:00 1479 58
25:55:00 1555 57
27:50:00 1670 56
29:34:00 1774 55

8
31:15:00 1875 54
33:36:00 2016 53
35:43:00 2143 52
38:33:00 2313 51
40:48:00 2448 50
43:04:00 2584 49
45:05:00 2705 48
48:10:00 2890 47
50:26:00 3026 46
53:40:00 3220 45
Tabela 2: Período de resfriamento.

Figura 2: Gráfico da curva do resfriamento.

Efetuou ajustes da equação para adequar os gráficos de aquecimento e


resfriamento e observou-se algumas alterações necessárias. Para o gráfico de
aquecimento, a curva manteve-se a mesma, seguindo escala linear e obedecendo a
função da reta 𝑦 = 𝑎 𝑥 + 𝑏 (figura 3). Entretanto, para o gráfico de resfriamento, apesar
da curva manter-se a mesma, observou-se que o ajuste mais ideal seria de uma função
de quarto grau e não de segundo, como mostra a figura 4, fazendo com que a curva
obedeça a seguinte função:

9
𝑎0 + 𝑎1 * 𝑥 + 𝑎2 * 𝑥^2 + 𝑎3 * 𝑥^3 + 𝑎4 * 𝑥^4 (3)

Figura 3: O gráfico de aquecimento em função do tempo, a função 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏.

Figura 4: O gráfico de resfriamento sofre uma alteração na função, que passa a ser de
quarto grau.

10
A partir do ajuste, obtivemos os seguintes dados:
2 3 4
𝑦 = 𝑎0 + 𝑎1𝑥 + 𝑎2𝑥 + 𝑎3𝑥 + 𝑎4𝑥

Y standard errors: Unknown


𝐹𝑟𝑜𝑚 𝑥 = 0 𝑡𝑜 𝑥 = 3, 220
𝑎0 = 88, 6413336635749 + / − 0, 113845638610525
𝑎1 = − 0, 0385621397673421 + / − 0, 000596297125399168
𝑎2 = 1, 85734420755711𝑒 − 05 + / − 8, 43148512952645𝑒 − 07
𝑎3 = − 5, 22612301683695𝑒 − 09 + / − 4, 21464288430719𝑒 − 10
𝑎4 = 5, 82343531284224𝑒 − 13 + / − 6, 78421395780416𝑒 − 14
--------------------------------------------------------------------------------------
2
𝐶ℎ𝑖 = 2, 46911975604658
2
𝑅 = 0, 99998821956747

Para determinar alguns parâmetros dos ajustes, utilizamos:

Primeiro Gráfico:
𝐵 (𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑝çã𝑜 𝑦) = 24, 13
𝐴 (𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 ) = 0, 44

Segundo Gráfico:
𝑎0 = 88, 64
𝑎1 = − 0, 038
𝑎2 = 1, 85

11
DISCUSSÃO
De acordo com os gráficos presentes no tópico “Resultados e análises” e auxílio de
ferramentas como Excel e Desmos podemos observar que o aquecimento segue uma
função do tipo linear, enquanto o resfriamento segue uma função polinomial de 4º grau.
No gráfico de resfriamento esse resultado já era esperado, pois quando a água está no
processo de resfriamento significa que ela está se aproximando da temperatura ambiente,
e quanto mais próxima desta temperatura, mais devagar irá perder calor para o ambiente.
Já no gráfico de aquecimento, como a forma de calor era constante, já era esperado que
o gráfico assumisse uma reta (determinado pela equação 𝑄 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑡).
A partir da experiência é possível criarmos um modelo empírico no qual, através
da análise dos gráficos e uso das ferramentas citadas anteriormente, foi desenvolvido
equações que na nossa visão iria satisfazer os resultados obtidos. Com isso temos que o
aquecimento da água é regido por uma equação linear 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, e o resfriamento por
2 3 4
um polinômio de 𝑦 = 𝑎0 + 𝑎1𝑥 + 𝑎2𝑥 + 𝑎3𝑥 + 𝑎4𝑥 .
Ao pesquisar encontramos o modelo teórico do resfriamento de Newton, no qual
diz que “A taxa de variação da temperatura de um corpo (sem fonte interna) é
proporcional à diferença entre sua temperatura e a do meio ambiente” (BASSANEZI;
FERREIRA JR., 1988, p. 43). Ou seja, a taxa de resfriamento no início será mais rápida e
no final será mais lenta devido ao equilíbrio termodinâmico.
Na linguagem matemática, podemos colocar a Lei de Resfriamento de Newton na
𝑑∆𝑇 𝑑∆𝑇
seguinte equação 𝑑𝑡
=− 𝑘∆𝑇 , no qual 𝑑𝑡
é a taxa de variação de temperatura no

tempo, k é a constante de proporcionalidade e ∆𝑇 é a variação de temperatura. Com isso,


−𝑘𝑡
é possível obter a expressão 𝑇 = 𝑇𝑎 + ∆𝑇𝑜 𝑒 , onde 𝑇𝑎 é a temperatura ambiente.

Portanto, a lei nos diz que o resfriamento segue uma curva exponencial, enquanto
no experimento chegamos a uma função polinomial. Acredita-se que tal diferença deve-se
ao fato de que os programas utilizados consideram a função exponencial se aproximando
do 0 no eixo x, e não a temperatura ambiente como a lei determina. A função polinomial
pode ter descrito aquela curva naquele intervalo de tempo, mas acreditamos que se
prolongasse o experimento, ela não seria mais verdadeira.

CONCLUSÃO

12
O experimento proporcionou aos discentes uma forma diferente de realizar tarefas
experimentais, diferentes das já vistas e pré-estabelecidas, onde, direciona os alunos a
maneira correta de se obter resultados desejados, de maneira investigativa e não tanto
reprodutivista, com maior participação dos discentes, onde os mesmo podem expor suas
ideias e raciocínio. Foi construído gráficos, mostrando de uma forma clara e objetiva o
que ocorre com a temperatura da água, durante um intervalo de tempo, tanto no
aquecimento, como no resfriamento.
Essa atividade envolvendo o resfriamento e o aquecimento da água, acrescentou
um imenso conhecimento prático a vida do acadêmico, futuro professor. Onde os
mesmos enxergaram a possibilidade de ministrar Matemática ou Física de uma maneira
mais prática e dinâmica, com dados reais. E o fato de não termos conseguido alcançar o
objetivo de encontrar as funções exponenciais relacionando-as com o Modelo do
Resfriamento de Newton, nos propiciou a curiosidade de realizar estudos futuros para a
obtenção desses resultados e também a pesquisa com outros líquidos ou misturas.
Contudo, foi possível concluir que, após obter os dados e realizar manipulações
algébricas, foi possível construir gráficos lineares e polinomiais e sabemos exatamente os
valores das curvas.

REFERÊNCIAS
PEREIRA, Ivaneide Magali; BARBOSA, Claudemir Miranda. Teoria e prática na lei
de resfriamento de Newton. Ensino da Matemática em Debate,v. 5, n. 1, p. 45-53, 2018.
SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Universo da Física 2. Hidrostática,
Termologia, Óptica. 2ª edição. São Paulo. Editora Atual. 2005.
YAMAMOTO, Kazuhito; FUKE, Luiz Felipe. Física para o Ensino Médio. Termologia,
Óptica e ondulatória. 4ª Edição. São Paulo. Editora Saraiva. 2016.
OLIVEIRA,Anderson Luiz Pinheiro de; ALMEIDA,Carlos Alexandre Barros de ;
Lima, Geógenes Melo de. Termologia em Questão. – Natal/RN, 2014.
Só Física, Termologia, Disponível em: https://www.sofisica.com.br. acesso em 28
de janeiro de 2023.

13

Você também pode gostar