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1.5. UNICIDADE
Sim, no singular, pois cada uma das hoje ditas ciências
sociais é como um gomo de uma laranja. A unidade está no conjunto, formado por
elementos homogêneos, ligeiramente diferenciados entre si. Todas as ciências
sociais formam um conjunto teórico amplo, cuja imensa área de investigação e
cuja metodologia coincidem para cada uma delas. O nome de ciência social é mais
correto e adequado ao universo dos conhecimentos sociais. A realidade social, a
vida concreta é una e indivisível; e o conhecimento que a retrata só é partilhado
por razões compreensíveis, entre as quais apontamos as seguintes: a)
impossibilidade de se abarcar hoje todos os conhecimentos de tantos novos
campos de investigação conquistados há mais de cem anos; b) a partilha da
ciência social em várias novas disciplinas atende à ampliação do quadro
profissional, do mercado de trabalho que se especializa cada vez mais, cuja causa
é a seguinte; c) partilha, na vida acadêmica e nos centros de pesquisa teórica e
aplicada, de cada uma das disciplinas já desmembradas e com certa autonomia.
Os temas tornam-se cada vez mais específicos, mais fechados e pormenorizados.
Por razões didáticas e para fins de exercício profissional repartimos a laranja em
gomos unitários. Só compreendo a laranja quando completa de seus gomos. Daí a
primeira advertência: cada cientista social deve ter conhecimento de todos os
demais ramos de saber que pertencem a uma mesma área, que passa a ser seu
mundo acadêmico, seu universo profissional, seu ganha-pão. É sempre válida a
imagem da árvore e da floresta, sobretudo nesta matéria introdutória às ciências
sociais. Nada de especialização prematura (MEGALE, 1989, p. 56).
[...] É bastante artificial a partilha da ciência do homem ou da ciência
social, una e indivisível, pois esta retrata a unidade da vida social. Repito que para
ser um bom economista, um bom antropólogo, geógrafo, historiador ou sociólogo,
deve-se ser, antes de tudo, um bom cientista social, isto é, ter certo domínio de
cada uma destas ciências, pois cada qual nada mais é que uma árvore do bosque,
cuja visão total não pode ser prejudicada pela proximidade exagerada de uma só
árvore (MEGALE, 1989, p. 85).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS