0111 III tio du Ullvolvllll 11111111111111111

11 li It'l1Il II '1110 ptll I {'I ItOI (, cl •C nc rda r lutam 111nt , stab '1-' indo-
• rum S 'li íllho há multo p rdld ,já tendo completado seu aprendizado.
() plolng nista s m nom d Ralph Ellison no romance O homem invisível
II in ntcmente de uma faculdade de negros no Sul dos Estados Unidos
Idade adulta jovem I' 1111 S d senvolver em Nova York e acaba por se deparar com discriminação,
v .11 11 ia e traição tão selvagens que no final do livro está vivendo nos
II!>I rrâneos, como fugitivo no sistema de esgotos da cidade. Cada uma
construindo uma 11 lisas narrativas é um exemplo de bildungsroman - um romance de
II "mação de caráter que faz a crônica do crescimento de um indivíduo da
vida independente '111'ncia à maturidade." Essas tramas destacam a tarefa essencial do início
10ti senvolvimento adulto: sair do mundo conhecido da família, dos pais,
li I .omunidade e da escola - a crisálida dos primeiros 18 ou 20 anos de vida
( ir tentar fazer algo por conta própria em um mundo que impõe todo o
, po de restrições a essa necessidade de criar asas e voar.

É muito estranho para o jovem inexperiente sentir-se tão sozinho no mundo, t\

deriva, desligado de qualquer conexão, sem saber se conseguirá chegar ao port«
para onde ruma e impedido por muitos obstáculos de =v: àquele de 011(/1'
saiu.12 encanto da aventura adoça essa sensação, o brilho do orgulho a animo.
mas a palpitação do medo a perturQ.gJ
Charlotte Bronté, Jane Eyn:
A história é conhecida. Um jovem de olhar radiante sai de casa par I
conquistar fama, fortuna e romance no vasto mundo. A vida não colabor I
com seus planosWo caminho, ele encontra dificuldades muito imprevistas.
Por fim, depois de uma longa série de aventuras e desventuras, agora mah
velho e mais sábio, ele conclui que a vida não é o mar de rosasl que el '
imaginou em sua juventude e decide estabelecer uma existência mais sóbrio
e prátig/ Variações desse cenário básico sobre o início da vida adultn
abundam na literatura mundial. Jane Eyre, de Charlotte Bronté, sai de um
internato abusivo em busca de uma vida melhor e encontra emprego como
governanta, quando se apaixona por seu patrão, o Sr. Rochester. Mas tudo
se desfaz e ela tem de se contentar com muito menos como a esposa
-enfermeira de seu ex-amor aleijado. Wilhelm Meister, de Goethe, viaja pelu
Alemanha, supostamente para resolver assuntos de família, mas na verdad '
passa a maior parte do tempo com uma trupe de atores mambembes. EI '
enfrenta um conflito entre viver apaixonadamente como artista ou razoa-
•• velmente como empresário. Por fim, alguém em quem confia lhe diz que ele
geração perdida
Os pesquisadores dedicaram menos atenção a essa etapa da vida
("11 re os 20 e os 25 anos) do que a qualquer outro período do desenvol-
I
v mente humano. Isso é bastante surpreendente, considerando-se que o
lui .ío da vida adulta é a época em que a maioria das pessoas se casa e tem
lllhos (entre os 20 e os 35 anos) e quando se formam hábitos e atitudes
Il\ relação ao trabalho, que durarão a vida toda. Talvez essa n gligência
ncorra porque os jovens adultos não requerem o cuidado intenso d suas
lapas anteriores de desenvolvimento, e não estão passando pelos pro-
(', ssos de envelhecimento das etapas posteriores. Na verdade, es a a
mpa mais saudável da vida.' As pessoas dessa faixa etária têm m nos
I' sfríados, acidentes e alergias do que tinham na infância e as consultas
com médicos ainda são menos frequentes do que em etapas posterior s da
vida. Os adultos jovens estão no pico de sua força muscular entre as idad s
ti 25 e 30. Sua destreza manual é a mais eficiente e seus sentidos estão
mais aguçados do que jamais estarão."
Mas essa é definitivamente uma etapa da vida que tem seus próprios
I 1'0blemasL O psicólogo evolutivo Robert Havighurst caracterizou esse
p modo como o mais solitário e mais desorganizado da vicll!ls Em um
studo, mais da metade das mudanças feitas por jovens adultos até os 25
1I10S,da escola ao emprego, ou de emprego a emprego, envolveram tra-
i> ções e decisões não planejadas." Tal incerteza tem seu preço emocional.
 I I 111111111
""1111011
I': , 'X'lIpO 'I. rio rem li molN .dl.1 I IX I d( IIbllNO de lcool t' drogllN, Aqlll
'NuíV ' na 'as d vint an s.jogndo n rnundão c m muhas d '111111HI,
I' .aind s br i. Voc pod s ntír ímp lid a tab I r um 1.11,
nc I irar um parceiro, formar uma família ou achar um nich para i. M I
nã há muito apoio ou orientação do mundo sobre como se d v fil~"1
qualquer dessas coisas, nem um grande registro de experiências p s lIi.
julgamentos ou sabedoria para consultar quando tiver que fazer as esc 111"
c rtas.~crescente-se a isso o fato de que você provavelmente ainda HI I
lutando com problemas e conflitos malresolvidos de etapas anterior . dll
desenvolvimento e verá como tomar-se um adulto pode acabar sendo um I
luta e tantdMesmo a tremenda saúde física do início da idade adulta podt
acabar sendo uma espécie de obstáculo. Como são muito saudáveis fisi ' I
mente e não sentem o reflexo imediato dos maus hábitos de saúde, os jov I I
adultos podem forçar a barra e se alimentar mal, fumar, beber e trabalh \I
longas jornadas sem dormir muito, mas pagarão por essas infrações em lIllI
momento posterior da vida."
Parte da dificuldade é que ninguém definiu adequadamente o qUI
significa ser adulto ou quando isso deve realmente começar; Na mitologln
mundial, os heróis atingem a maturidade depois de matar dragões, casru
se com princesas ou depor impostores do trono. No mundo real, é lIll1
pouco mais complicado. Há definições legais para quando' uma pesso I
pode beber, dirigir, votar e se casar, mas esses requisitos podem variar d,'
lugar para lugar. Também há uma grande diversidade na maneira c 111
que as pessoas se tomam adultas. Algumas saem de casa aos 15 ou 1 ('
arrumam um emprego, uma esposa e filhos antes dos 20 anos. Outro
permanecem estudando até os 30 e poucos e só então começam a pensm
nesse tipo de compromisso. Como disse um sociólogo: "Uma pessoa de :1 j "' rtaram com suas profundezas espirituais no final da adolescência e que
anos pode ter um parceiro, mas não um emprego, pode ter filho, mas nt (I
um parceiro, ser estudante e morar com os pais, ser estudante e ser casado,
tem emprego, mas morar com os pais, pode não ter emprego, nem parceiro,
nem filho e morar com os pais, mas ainda assim se sentir adulto"."
Talvez a resposta interna mais satisfatória à questão de quando
começa a idade adulta seja pensar no momento em que você se sentiu
adulto pela primeira vezl,9 psicólogo da Universidade de Yale, Daniel J,
Levinson, expressou isso da seguinte forma: "Quando se consegue dize:
de forma significativa 'a vida é minha, e não dos meus pais', chegou-s
idade adulta psicológic;QlO Esse momento pode ocorrer até mesmo
durante os eventos mais banais da vida cotidiana. Uma mulher observou:
• "Eu me lembro do momento em que senti que não era mais criança,
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IllIlIUlo('li I nh I . :l I1ION,IIH'111l1t! N1
1" III!' 111V 'I. III uví a iclad rira Iun '1 nand ,s 'J1li I ti 'S'II' urna . Isa nu
I .111g I. E a minh lad ira, no meu apartam nt . Em algum morn nto
111pr lm -ira mana, I mbro-me de me levantar no meio da noite para ir
11 11:11 h iro e ficar muito entusiasmada porque era o meu próprio
1111111 -ir ".'! Um homem de 26 anos que morava em Chicago escreveu em
11diário sobre sua mudança, do Texas para Illinois, quatro anos antes:
11 oqu i tudo em um reboque de aluguel e fiquei triste de ver que tudo
qll' u tinha cabia naquela coisinha. Dirigi para o norte com a música
I "1' rfect Strangers" na cabeça e me senti adulto pela primeira vez na
111,1,Nenhum parente estava lá para me ajudar, nenhum emprego
1111fortável, nenhum apartamento espaçoso, nem eu tinha garantias de
I"dlquer espécie em Chicago. Também tive que fazer novos amigos"."
(Çomo a sociedade moderna não tem ritos de passagem bem elaborados
I 1111 os jovens, a linha entre a infância e a idade adulta é muito mais confusa
10 que costumava s~ O psiquiatra Kenneth Kenniston sugeriu uma etapa
tnn-rmediária entre a adolescência e a idade adulta, quando a pessoa é
IIIV('m"e tenta produzir uma conciliação entre seus velhos ideais e as
Ic mandas do mundo. Encontrar esse equilíbrio é difícil porque sempre há
IlIliI pressão para que nos tomemos uma engrenagem da máquina da
llei xíade ou, por outro lado, recusemo-nos completamente a ceder e ter
1111'recuar ao isolamento, como desajustados sociais.ltMuitas pessoas sim-
IIc smente necessitam de mais do que isso para se tomar adultas, prin-
Ip.rlmente indivíduos altamente criativos que descobrem que seus próprios
1011' e capacidades podem estar em conflito com os valores da cultura
'c/llptadora em tomo de~ Também se aplica a lembradores que se reco-
tno lutando para descobrir formas de integrar essas experiências às com-
pk-xidades da vida moderna no início da idade adulta.
Quando eu tinha 19 anos, depois de andar como mochileiro pela Europa
110. seis meses anteriores, passei por uma espécie de inferno astral quando
ult i aos meus estudos no Carleton College. Durante quatro meses - de jan i-
10 ti abril de 1971 - vivenciei um tipo de terror cósmico, no qual sentia t r
II Idido todas as minhas âncoras para qualquer coisa que eu considerasse
v Idadeira anteriormente. Aos poucos, vi a mim mesmo transformando, de
11111 agnóstico sombrio e inseguro em um ativista político e místico inspirado,
111assumia uma unidade de religiões. Durante os anos seguintes, depois de
II I' bandonado Carleton, enfrentei o problema de como transformar minhas
novas intuições sobre a vida em algum tipo de foco profissional. Aos 20 e
 11 H 111111111 AIII1 "OIlU I li 11 111 1111 111 I 11\11I1vh 11I 111111111111\11I1 I

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'011 'clu I) 1 m 'U d 'S ~ d mudun ':\ S '1111 ' 1 minha \ nsius p I UIII 1 vkl I
I I I' C I " '1>110 algum di 1 móst! 'O, um p LI d I rozac 'um f rmuls rio
t, pidllWJ. F i trabalho d Maria M DI SS ri qu ma' nd u rals '(l P 11 I I 11 1 1;(' xmdídutar 'l um mpr go.
voltu o~ uldad estudar p dagogia - não como prof s ar M nt ssorl, I
rim iom professor do ensino alternativo que assumia uma ampla garnn (li
f1I ' fias c estratégias educativas inovadoras. Depois de terminar a gradua' c 1 n ndo-se à vida
o m strado, com cerca de 2S anos, acabei lecionando em dois sistema du
ca .íonaís muito conservadores no Canadá e nos Estados Unidos, Assim )1110 I ara a maioria das pessoas, o processo de sair de casa não é tão
os personagens dos romances que abriram este capítulo, eu acabei chegando 111, rutco e se caracteriza por um processo mais lento rumo ao mundo-
fi minhas próprias conclusões sóbrias sobre os fatos inegáveis da vida, 01 S('I u lunçamento - em uma série de passos previsíveis. As mulheres saem de
vando como a educação como um todo não promovia transformação S 'ti 1 mais cedo do que os homens, geralmente para se casar, mas os
n m expansão espiritual, e sim servia para sustentar a doença social do sicll/l 1111'11 têm mais probabilidades de voltar para casa depois de um "falso
quo e suprimir a radiante vitalidade das crianças. IItIl o" de independência. Mais ou menos metade dos indivíduos retoma
L9 psicanalista Erik Erikson usou o termo moratória para descr 'VI'I 1,1 'asa depois de sair pela primeira vez, um fenômeno que tem sido
a natureza experimental e incerta dessa idade, empregando a palavr 1 11 unado pelos sociólogos de "filhos-bumerangue" e pelos humoristas de
para indicar um período em que um jovem pode não se comprometer Iurotada umbilical", As razões para voltar para casa podem ser a inca-
diretamente com a vid~e ainda assim estar produzindo internamente 1 c' dade de ganhar uma renda suficiente para estabelecer um domicílio,
condições que lhe permitirão fazê-lo. O conceito de Eriksqn é resultado di Ir ,I asso de um "primeiro casamento" (de curta duração, geralmente
sua própria experiência pessoal como jovem adulto. Nunca tendo 'id" lrtado aos vinte e poucos anos, que já tem problemas sérios desde o início)
bom aluno, ele terminou o ensino médio na Alemanha aos 18 anos e 11 111 \I mplesmente não se sentir psicologicamente pronto para viver a própria
sabia o que fazer com sua vida. Ele vagou pela Floresta Negra ê caminhou I \. Como explicou um homem de 23 anos que ainda morava em casa:
junto às margens do Lago Constance, onde passou muitos meses lendo, 1It1 mais eu vou ter aluguel de graça, comida caseira, TV a cabo e roupa
desenhando e anotando suas ideias em um caderno. Mais tarde, matriculou v Idn? Eu seria um trouxa de morar em qualquer outro lugar"."
se em um curso de artes, perdeu a paciência e abandonou, estudou tlll O padrão típico é sair de casa por um ou dois anos, voltar por dois ou
outra escolas de artes, expôs alguns de seus desenhos, águas-forte: I l depois sair de vez. Sendo assim, para se lançar à idade adulta é

gravuras, e depois desistiu completamente da arte e se mudou para VIII
rença, onde vagou pelas ruas e pelas colinas da Toscana. Por fim, ao 'I,
anos, recebeu uma carta de um amigo que o convidava para ir a Vien 1 I
dar aula aos filhos de uma mãe que estava sendo analisada por Sigmurul
Freud. Ele foi, formou-se como professor Montessori, começou a trabalh 11
com Anna Freud e acabou se tornando o principal psicólogo infantil do
mundo e criador da mais conhecida e muito admirada teoria sobre c I
desenvolvimento da vida no mundo ocidental."
No caso de Erikson, a cultura serviu como um importante apoio I
suas perambulações. Os alemães têm uma tradição popular que perm I1
que os jovens perambulem como artistas sem se comprometer com 11111
stilo de vida fixo (um período chamado de wanderjahr) e têm até UIIII
palavra para um jovem estudante criativo que tem dúvidas sobre as cai. 1
• (kiinstler ou "artista"). Se Erikson tivesse passado seus 20 e poucos a 1111
I C'S ária uma média de quatro anos e meio." Mas é perfeitamente normal
I I muitos jovens adultos - principalmente os de culturas afro-americanas
\I III íno-americanas - permanecer em casa até os 2S ou mais. Como disse
I I 1 mulher norte-americana de origem latino-americana,
(...) meu pai e minha mãe são peruanos. É comum sair de casa quando a
pessoa se casa, mas antes disso não tem sentido e não é aceito. Meus pais
moram perto da cidade, e eu sempre trabalhei na cidade ou próximo a ela,
então, financeiramente, não faz sentido sair de casa antes de me casar (...)
Acho que estou tomando uma decisão inteligente e responsável (...) Meus
pais sempre respeitaram minha decisão de ficar e economizar dinheiro e
honrar a nossa cultura e os desejos deles.!?
No caminho rumo à autos suficiência, muitos adultos jovens pro-
I IIn formas transitórias que os ajudem a completar a separação dos
1111 111111111 1\111111111111
p li.': 'nt rn I pura as for 'IIS nuu.ul u '~1I11 I11 ('111 out 1 I cldnd " '1111 ti P I1 1
I '0111" ohl'viv ucln ('111 UIII IlIlb('lIft' IIlt"lllI nu cuulm uuulu
os voluntári s n rt -arn ri .an .d P '11' 'I !,S, f-lz r tral olho mlsslOIl. 1IcI
para uma organização religio ,dar aula p rti ular u tr balhm 11 1
.asa d uma família. Mas em tomo dos 35 anos, só cerca d 10% do'
filhos ainda vivem com seus pais, e muitas vezes são indivídu '0111
d ficiências. Ao lutar para romper com o passado e avançar para 11111
futuro esperançoso, os jovens adultos, durante a época do lançam ntu,
com frequência são movidos por um desejo de realizar coisas grandi .'tI
Muitas vezes, eles têm uma imagem interna de si próprios como adulto
de sucesso, um fenômeno que Daniel Levinson chama de "o Sonho" '"
Esse sonho pode ser um sentimento vago de querer viver no futuro COIIIII
uma dona de casa ativa, uma mãe carinhosa, um pai cuidadoso, um '111
presário rico ou um pilar da comunidade. Ou pode envolver planos InUlt11
específicos e ambiciosos de se tomar um astro do rock ao redor dos' I,
anos ou conquistar o mundo literário aos 35. Às vezes, essa imagem de I
mesmo vem na forma de um "chamado" (a palavra vocação vem da palavi I
latina vocare, que significa "chamar"), O protagonista do romanc dc
Goethe se pergunta: "Que homem no mundo não ac,aria sua situaç c,
intolerável se escolhe um ofício, uma arte, na verdade, qualquer forma d,
vida, sem sentir um chamado interior?".'? Lembro-me de meu próp: 11
"chamado" para me tomar professor de crianças ao passar' caminhando
pelo Smithsonian Astrophysical Laboratory na rua Garden, em Carnbrid t'
Massachusetts, em 1972. Foi como uma sensação física de calor que /I 11
dos céus e se alojou no meu peito. Outro chamado celestial foi relauuln
por uma mulher citada no livro Quarterlife Crisis: The Unique Challeng'.~ II{
Life in Your Twenties, de Alexandra Robbins e Abby Wilner:
Foi um imenso clarão, corno urna mensagem no céu. Eu estava resfriad I ,
totalmente estressada porque vinha tentando procurar outro empreg 1'111
inforrnática, e fui para casa fazer urna sesta rápida. Quando acord I, "
pensamento que eu tinha na cabeça foi que, se fosse rica o suficiente p \I I
ser independente, eu simplesmente decoraria casas todo o tempo. E ("I
quando me dei conta de que decoração é urna profissão de verdade. 'li I'
sabia que aquilo era minha paixão, e tinha um sonho, pela primeira v 'I. II1
minha vida, então eu não abriria mão disso."
O chamado para uma carreira, contudo, não é algo que acontece I
todo mundo, e a situação das mulheres é particularmente problemát ( I
como observaram os pesquisadores Judy Levinson e Daniel Levinsou
"uma pessoa não se pode dar o luxo de um Sonho se estiver totalm 1111
tllll 111\ 1111 1111 IllVlllvllIllIIl1I 111111111111 1I t
, 'nótio dI' viclu qu nã d ixa 'PU' parn n S 'olho I 'ssoul
1111 I ('XP ri n '1. muito .ornum para mulheres jov ns"." Muita rnulh r s
C· ('111 111 atraídas por responsabilidades matrimoniais e familiares muito
clCI, 110 m smo tempo.em que sentem um desejo de explorar as opções
I 1 (,I ssi nais que se abriram à mulher nas últimas décadas. Mesmo assim,
I 1111 fru tradas com a falta de apoio em um mundo ainda muito orientado
(I homens. Ao mesmo tempo, homens e mulheres veem seus sonhos
I o.iis de realização adulta contaminados em algum grau pelas vozes de
\I p. is ("Meu filho vai ser advogado".) ou pela sociedade como um
ulo C'Eu quero ver é o dinheiro".). Como disse um dos sujeitos de
qllis dos Levinsons, "eu não tinha qualquer imagem de uma mulher
,IIl'lra de sucesso que tivesse conseguido colocar a profissão no centro de
111 vida e ser feliz. Minha imagem era de que ela tinha que ser fria, ela
1111101 que ser ávida, tinha que ser cruel, amargurada, frustrada e desejando
I 11'110 qualquer coisa para estar simplesmente sentada próximo à lareira,
11 c,t 11 ndo à noite com os filhos". 22
Mesmo assim, o Sonho serve para impulsionar muitos jovens adultos
Ir 10 mundo em busca de fama, felicidade e fortuna, e muitas vezes é no
1111<1 do trabalho que essas expectativas inicialmente se formam, para o
111 ou para o malL,t.Jo trabalho, um jovem adulto pode começar a ter
I I ~ nsação de realização, de ser alguém que faz uma verdadeira dife-
11.1 que cumpre um papel importante na vida adult!t Um homem
c I( veu seu trabalho para um partido político aos 19 anos:
Eu ganhava 600 dólares por mês e me sentia o cara mais rico do mundo. Eu
acordava todos os dias muito entusiasmado porque trabalhava para uma
coisa na qual acreditava muito. Eu me esforçava o máximo que podia para
I vantar o mais cedo possível e ir embora o mais tarde possível. Eu d rava
meu trabalho e a minha vida. Me lembro de receber meus contrach qu s
ter vontade de colocá-los em um quadro, de tanto orgulho que s ntía d
que alguém me considerasse tão valioso a ponto de me pagar,"
Muitas vezes, todavia, as primeiras experiências profissionais c\
IIS adultos não costumam render qualquer sensação de realizaçiQ\ Em
1I111'Irolugar, em geral, ninguém ajudou esses indivíduos a descobrir
II são seus talentos inatos, nem que tipo de caminho profissional s ria
I idequado a suas capacidades. Consequentemente, muitos jov n
IltoS começam sua vida de trabalho (e também a terminam, infelizmente)
mpregos que estão totalmente fora de sintonia com suas inclinações
 1n 111111111 Alll1 11011 J Odl I I I dll dI ti lli I 111111111111
I IIvlllvllI 11 1/1

11 11 til' tis/Pur 1 '1lI111 IHOI ti I '{''I>' 0, 1 111 I 01111 IIS I I illH'iI I. 'XIH'II IH' 1 I"" 1'01 11 1>1("11 I, :011I0 oh:,wlvo I M IIk 'Iwuin: "Outuulo 111 t IIIt I I.'
I' trabalho dos jov n adult S sa 1111'1' mal I a 'os .m m .lo l'XIII'
1 1111, , 111 'li J ai .ru tão i 'I) rant qu u mal p dtu o 'li mtur sI \I P 'I to tio
li nt ,qu envolv m trabalho d rotina para h [ qu pau s impu: lho, Mas quand u fiz 21, ficava impressionado com o quanto 1 tinha
t m m encaminhar jovens talentos a um futuro grandio o mo I t pu-nclid m 7 anos"."
ssa etapa da idade adulta jovem fizesse a maior parte do trabalho p 1>:111••
do mundo: trabalhar com computadores e arquivos, carregar, ergu r, "
rastar e o que quer que seja que as pessoas mais velhas possam vII 11 ontrando alguém para amar
fazer e deixar para esses infelizes jovens lacaios. Como descreveu um pl
quisador de 24 anos em uma empresa de consultaria econômica: UNI A seguir, há a questão da escolha do parceiro. Erik Erikson considerava
somos as crianças do andar de baixo. Não recebemos muitas resp IIS 1 I titarefa individual mais importante da idade adulta jovem: encontrar
bilidades porque somos todos considerados pessoas inferiores, em v 'l dI 1111 midade com outra pessoa ou desistir e viver isolado. O conceito de in-
colegas de trabalho em condições de igualdade". 24 uurd de de Erikson, contudo, era um pouco limitado. Em suas palavras,
Uma chave para a sobrevivência nesse tipo de ambiente é aproveita I ,1 nrlmidade queria dizer "mutualidade do orgasmo com um parceiro do sexo
oportunidades de treinamento e formaçãolEssa é a época para se apr 'li 'l"l.to com quem se consegue e se quer compartilhar confiança mútua,
derem novas habilidades, para adquirir novas competências e para conquist.n oucatenar ciclos de trabalho, procriação e recreação, de modo a garantir o
diplomas ou certificações avançadas que irão qualificar a pessoa para cargu I envolvimento satisfatório dos filhos"." Infelizmente, essa definição deixa
mais respeitados ou mais bem pag~ As escolas e centros de formação 1( fora homens e mulheres homossexuais, bissexuais e transgêneros, bem
secundários do país funcionam como importantes ínjermedíéríos n ...•1 011 H) casais heterossexuais que praticam formas não sexuais de intimidade
movimento em direção a mais estabilidade e satisfação no local de trabalho \I que não planejam ter filhos." Na verdade, essa etapa está relacionada
A educação superior - acima do ensino médio - para jovens adultos '.'I I ncontrar alguém para amalQs jovens adultos procuram romance ou
relacionada a renda mais alta, mais satisfação no trabalho e menos risc di mlzade em bares de solteiros, por meio de serviços de encontros na
ter o mal de A1zheimer em um momento posterior da vida." \11 1 net, em festas, anúncios pessoais, em clubes, aulas de ciências, even-
Ainda assim, ao mesmo tempo, os jovens adultos tendem a abnu I políticos ou em qualquer outro luga:t22..1

danar os formalismos da escola quando saem dela para entrar no mundo O' ,. da i de adulta é o momento ~Q.Qlra.r. al8}lé~ u seja
real do local de trabalho. Trabalhadores fazendo inventários de produto o ue nos estimule ou ue nos corn~ E é um projeto d risco.
em armazéns abandonam algoritmos escolares em favor de aproxima (I ns coisas não saem bem, podemos acabar com alguém que nos conta-
mais rápidas baseadas em características físicas. Os comerciantes fazem 111 , faça projeções sobre nós ou nos abandone. Se, por outro lado,
operações aritméticas precisas usando regras práticas informais. Até me '11 I mos as jogadas certas (e com um pouco de sorte), encontrar mo a
mo especialistas em radiologia interpretam raios X de maneiras mais gro 1m 1 gêmea de nossos sonhos. A maioria das pessoas acaba com alguém
seiras, mas eficazes, jamais imaginadas na faculdade de medicina." Par '('I 1111' stá situado entre esses dois extremos e se casa em algum mom nto
haver uma mudança no processo de pensamento dos jovens adult () , I sua idade adulta jovem. Nos Estados Unidos, aos 35 anos, 72% d
passando das polaridades certo/errado, nós/eles, bom/mau da adole 11111 ns e 83% das mulheres já se casaram pelo menos uma vez (média d
cência a um tipo de filosofia "o importante é que funcione". Os jov 'li 111<1 para primeiro casamento: mulheres: 25,0; homens: 26,7),31 A c ri-
adultos começam a ver que existem múltiplos pontos de vista sobre unt nla do casamento se torna um novo rito de passagem. Para algumas
problema e, no final das contas, nenhuma resposta correta, que tudo , as, é o primeiro marco real de idade adulta plena. Muitos dos rituais
depende do contexto no qual o problema está inserido. Sendo assim, h I ) l't samento praticados inconscientemente na sociedade moderna reve-
um novo tipo de pragmatismo que dá as cartas aos jovens adultos. Ch H I 111 mensagens de desenvolvimento mais profundas enraizadas em costu-
a ser um pouco divertido observar com que rapidez o idealismo e o cinisn H I crenças tradicionais. O véu do casamento foi colocado sobre a noiva
• joviais da adolescência cedem ao realismo cru quando é preciso sobrevivo: rlalmente para repelir espíritos malevolentes que poderiam atacar du-
 1/4 1lt011llH flllll 1101111 Iltll 111t IllIth 11IVlllvl1l11111111111111111111 11

I IIIH 'ss importuntc v 1110 .'plr ltu I!. ,)0' 11 III( 'I. 10 f II tl ti I . lllll 11 , d -sdobrum !10 (OIlgO do . '10 vlt.il, (.11110
simb lizava ~ rtilid d u b a S rt \ data <.I' I 1.1(.1 M lln agl.'1I " 111 dll I' I '\0 pus 'a<.l [uaru futur . D v -s l r m m nt «LI' S \
[uand s usavam s m ntes, milho ou trigo m lugar d arr r: A ,,11,1111 '!lI 11.11 I 'li u mã traz à tona os traumas de infância dos próprios pais ou
n casa nova, com o noivo pegando a noiva no colo, ra um import nu IIIIl 111 lfo, , o. quai , por sua vez, são visitados na geração seguinte. Ver seu
d passagem para uma nova vida, pois a soleira é o espaço limítrofe qu 1I 11 I" li d mparado ou irritado pode desencadear seus próprios medos ou
está na via antiga nem na nova. Como escreveu o etnógrafo Arnold VIIII I uv I.'. A observação de traços no bebê que o fazem lembrar de você ou de
Gennep, "cruzar a soleira é unir-se a um novo mundo(. ..)".32 I ueut s pode provocar agressividade ou ambivalência inconscientes. Dar
I 11 filho o que você nunca recebeu de seus pais pode ajudar a neutralizar

As promessas e as ciladas de ter filhos
Essa vida nova traz consigo todos os tipos de possibilidad s, I
nenhuma é mais importante nem mais fascinante do que ter filhos. S r p ti
ou mãe completa o ciclo da vida. Uma vez trazidas ao mundo, as crianç I
recomeçam todo o processo de crescimento e desenvolvimento, o qiu
pode representar um verdadeiro choque para os pais, porque agora ck
são as forças imensas que um dia contemplaram quando eram beb "
crianças pequenas. Agora, eles são Cila, Circe ou Post!don aos olhos ti I
criança cheia de admiração. E ser um arquétipo pode assustar. Saber qiu
seu filho de 3 anos pode vê-lo em um de seus maus dias como um monsu«
de seis cabeças andando pela casa de língua de fora pode ser muita n'
ponsabilidade para suportar. Entretanto, os pais geralmente não têm t 111
po para pensar sobre essas possibilidades mitológicas. Suas atividade
geralmente são direcionadas para preocupações mais básicas como levan
tar no meio da noite e alimentar o bebê, trocar fraldas sujas e dar beijinhc I
para conter lágrimas. Mais tarde, essas responsabilidades se tomam m I
complexas, à medida que os pais procuram as melhores maneiras (li
disciplinar, instruir e cuidar de seus filhos. É uma tarefa imensa, e a natu
reza provavelmente deu esse trabalho aos jovens porque eles não entend \11I
realmente como é difícil ser um bom pai ou mãe e se atiram de forru ,
acrítica a esses papeis, mantendo assim a espécie em evolução.
Foi dito antes, mas vale a pena repetir, que, neste caso, temos o qtlt
provavelmente é o papel mais importante que alguém pode cumprir 11 I
vida - ser pai ou mãe - e não se exige qualquer formação, educação, c rt
ficado ou diploma. Como observou um especialista, "viciados em dro ' I
destruídos ou psicóticos desorganizados que perderam o contato com ,
realidade podem ser pais biológicos"." Qualquer um pode se candidata: I
vaga. E mesmo assim, como vimos em capítulos anteriores, as consequêncín
•
"li disso, mas também pode aumentar suas patologias ao impor a ele
es que ele pode não querer ou não precisar.
Mesmo assim, a natureza também parece ter providenciado alguns
111 cnnísmos de proteção embutidos, que dão à maioria dos pais um novo
111 ido de abnegação, o que faz com que eles renunciem a muitos de seus
li ,'Iivos pessoais no interesse dos filhos." Já vimos alguns dos processos
1101, gicos que acontecem nas mães e as ajudam a estabelecer vínculos
11111 seus filhos. Algo em menor escala também pode acontecer nos pais.
11I 11mestudo, a maioria dos homens considerava a paternidade como o
, IIS importante fator individual para definir suas vidas. Alguns a viam
111110 uma "sacudida" positiva em seu rumo na vida, ao passo que outros
ronsideravam mais um delicado despertador de alguns de seus próprio
I I 'o latentes de personalidade, que os faz cuidar e se doar." Um pai
tk-tia sobre sua própria adolescência violenta e fazia a seguinte obser-
'/1 ,sobre a mudança que a paternidade fizera em sua vida: ''Antes, eu
I I muito durão na rua. Minha reputação ainda é conhecida no bairro.
u.mdo eu chegava perto dela [sua filha recém-nascida] eu ficava todo
\I 10 o. Tem muitas coisas que eu teria feito se não fosse por ela (. ..) eu
IlíI ido para a cadeia por assassinato, sem dúvida. Eu estaria morto, com
1I za (...) e a razão pela qual eu não levava adiante as coisas que eu
1"' ria fazer era porque eu pensava nela"."
ravessando a transformação dos 30
o final dos 20 anos traz consigo uma mudança definitiva de perspec-
[v para os jovens adultos. Você vem caminhando há muitos anos por
I
nutra própria, construindo com esforço uma estrutura de vida feita de
p riências profissionais, relações sociais, talvez um casamento e alguns
lho. De repente, aquele enorme 3.0 se apresenta diante de você. Agora
11I 1110111 \I 1\1111 IWIIU
n pr 'ssíio do L imp .om '<;11 ti ,'t' I 11. 'I' ('11111, O que 'U fi:t.!lt
I ugoru xnn I
n inha vida adulta? Foi boa? Aonde 'U vou a partfr daqui? Muitos III!!
víduos em seus vinte e tantos anos xp rimentam uma sp i I ('I 1
nesse momento, Daniel Levinson chama isso de "transição dos 30 ano: "
Ele diz que a maioria da pessoas nessa época olha para trás e vê que a v (I I
que montou em seus vinte anos é muito cheia de falhas e fica insatísfcit I
Suas observações são geradas a partir de dados. Cinquenta e set pOl
cento dos homens nessa pesquisa disseram que suas vidas eram opressiv I ,
incompletas, não levavam a lugar algum, ou estavam indo na dir ' fi
errada aos 20 e tantos anos"." Noventa por cento das mulheres pr 1i
sionais nessa amostra tinham crises entre graves e moderadas em t 11" I
dessa época." Da mesma forma, uma pesquisa da central sindical AI""
CIO revelou que jovens trabalhadores começam suas carreiras aos vinil' 1
poucos anos com grandes esperanças, mas em pouco tempo ficam d ('P
cionados e, quando chegam aos 30, acham que estão fazendo mau negó ' ti
em termos de economia." Segundo outra pesquisa, metade de todos 1 I
egressos do ensino médio ainda não encontrou um emprego estável 1111
30 anos." Também há um número crescente de divórcies quando se ai 111
ximam os 30.41
Olhando para trás e vendo o que fizeram até então, muitos adulto
se frustram por não ter colocado mais de si (seus eus autênticos m I
profundos) em suas vidas." No meu caso, passei por uma crise emoci 11 ti
entre os 28 e os 30, quando me decepcionei com os aspectos de culto d"
grupo espiritual com o qual passei envolvido toda a minha década dos 'lI!
(seguidores do místico indiano Meher Baba). Eu tinha perdido a con x 11
com a paixão espiritual vital que experimentara aos vinte e poucos ano
e vi como havia usado Meher Baba (uma palavra persa para "Pai COIII
passivo") e certos líderes do grupo como pais substitutos, os quais agoi I
estavam me sufocando e que precisavam ser deixados para trás." AI(~1I1
disso, eu estava frustrado com minha vida como professor de educa' Ii
especial, porque não estava desenvolvendo a criatividade das crianç I
como tinha esperado, mas fui forçado pela burocracia escolar a me '(I"
centrar na disciplina e na instrução baseada nos déficits das crianças ('111
vez de em suas capacidades, Em tomo dos 30 anos, eu tinha abandonrul«
o grupo espiritual e meu emprego de professor, mudado-me para Berk II'V
Califórnia, e recomeçado como escritor e professor de disciplinas unív 'I
sitárias de desenvolvimento humano.
Daniel Levinson sugere que a biologia pode estar por trás da Tr I11
sição dos 30 anos, já que a saúde e o bem-estar físicos que estavam 111'
Iltll 1IIIIIIIIh 1 1IIIIIIvlll 1111111
I 111111111111 111
I' f li dtu 1111(' () ~() ('()IIH'~' ti '!lI 101 li\) ti 'I I ("po(' I,
1111 ,'('U d '1(111,0 nruur
I unhém pod s 'r uma r a 'ã ~ ultura d
ntativa \ 'ITO ti li 10 HIlOS
t
111111,,101' S, qu faz com que muitas pessoas em seus 20 e tantos anos
I flllll' x-rn p nsar seriamente na vida, Foi com 28 que Vincent van Gogh
I I' dlu que tentar desenvolver uma carreira religiosa não era o melhor
11 (Iqu poderia dar a seus talentos e se tomou pintor, William Faulkner
f \l'V U seu primeiro romance aos 29. A poetisa e vencedora do prêmio
111 tz 'r, Anne Sexton, era uma dona de casa deprimida aos 28, que pen-
vu que seu único talento poderia ser a prostituição. Ela começou a traba-
Ih (I com um psiquiatra que sugeriu que ela começasse a escrever, depois
11 t stes diagnósticos revelaram que ela tinha uma grande quantidade
pot ncial não aproveitado." Essa é provavelmente a primeira época na
111 I em que as pessoas ouvem o tique-taque do relógio e se dão conta de
\11 não há tempo ilimitado para realizar seus objetivos. A Transição dos
) t limbém pode ser a época em que o lembrador ressurge depois de vários
1\11, de adaptação ao mundo convencional. Foi com 28 anos que William
ordsworth escreveu suas famosas linhas em "Tintern Abbey," chorando
flI Ida da juventude, mas afirmando uma nova perspectiva espiritual:
1/11 aprendi / A assistir a natureza, não qual via/Com juvenil descui-
, mas a ouvir repetidamente/ A inanimada, triste música da humanida-
... E senti/Uma presença a perturbar-me alegre/De elevados pen-
nu-ntos; sentindo o sublime/De algo muito mais fundamente infuso"."
com 29 que, segundo a lenda, Buda deixou seu palácio e os privi-
IIIS da realeza para buscar iluminação intelectual pela primeira vez.
'\0, de acordo com o novo testamento, Jesus deu início a seu ministé-
(l.ucas, 3:23).
Para a maioria dos jovens adultos no mundo moderno de hoj , a
11 110 ou o interesse espiritual, que tende a declinar na década dos vint
1'1'1 no caso de famílias preocupadas com proporcionar instrução religiosa
I I H us filhos), pode aumentar aos 20 e tantos, quando as pessoas c~m -
I I olhar para dentro em busca de pistas sobre seu propósito na vida. Aos
, I) extremamente racional Bertrand Russell, já famoso por suas contri-
I' t s acadêmicas a campos como filosofia e matemática, teve uma expe-
Idll espiritual profunda desencadeada pela doença de uma amiga.
Ela [a amiga] parecia isolada de tudo e de todos por muros de agonia, e a
s nsação de solidão de cada alma humana subitamente tomou conta de
mim (00') o chão parecia ceder sob meus pés (00') em cinco minutos, passei
por reflexões como as seguintes: a solidão da alma humana é insuportável;
111111111/11
I' 1\1111
110111
nnd I pod(l P 'IW11'Ó
I, '0111'X '( «;
11111Il'I('V 1<11 1I1('IlS d Id(' do I pOlI!
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amor que os 111 srr li '11/1111[11'
1111(...) no 'lho duqu ,I 'M I' 11111
r li 'Ios S 11111110,
minutos, LIm tornara uma p ssoa mpl u m nt dif r nt (...) '11'111111
buscado, durante anos, a exatidão e a anális , nc ntr i-rn h i de SI'III1
mentes semimísticos sobre a beleza e com um inter ss int nso m ri lll!; 1
e com um desejo quase tão profundo quanto o do Buda de ncontrru "
guma filosofia que tornasse a vida suportável."
Embora tenha acabado por retomar à sua postura analítica dimu
da vida, Russell disse que, a partir daquele momento, interessou-s 11111
questões humanitárias e em viver a vida em um nível mais profund ,
À medida que os jovens adultos saem da Transição dos 30 alio
muitas vezes há um sentido recém-descoberto de rumo e propósit til"
ajuda a guiá-los nos próximos anos, Confúcio disse que, aos 30 ano
"estava firme". Não se é mais Novato nem um inferior sofrendo abus di'
maiores, ou, no mínimo, já está definitivamente cheio desse tipo di
tratamento. Você quer ser levado a sério como pessoa integral e encon 1111
seu lugar como membro pleno da comunidade adulta .•
Ter um mentor - alguém que conheça a vida - ~ode ajudar mil ItI
em sua orientação para encontrar seu caminho nesse labirinto. A palnvi ,
mentor vem da Odisseia, de Homero. Quando Odisseu foi lutar na GU('II 1
de Troia, deixou seu bom amigo Mentor encarregado de seu filho, '1\'1
maco. Quando Odisseu voltou a Ítaca para lutar contra os pretend 1111
em sua casa, recebeu ajuda de Atena, que assumiu a forma de Ment I I I'
protegeu das flechas dos pretendentes à mão de sua esposa. No s (,111"
XVIII, a palavra começou a ser usada para qualquer pessoa que servi
como amigo, conselheiro ou guia de confiança. No contexto da id 111.
adulta jovem, os mentores têm geralmente entre 8 e 15 anos mais d qu
seus protegidos e cumprem a função de professores, patrocinadore
modelos de conduta a ser admirados e emulados. Eles conseguem 11111"
portas, oferecer encorajamento em momentos de desespero e dar valio 11
conselhos que geralmente não são encontrados nos guias "oficiais" pOI I I
sucesso. Uma mulher relatou sua própria experiência aos 23 anos: "l.tllI
era um bom mentor. Sua ideia era empurrar as pessoas de precipí 10
elas aprenderiam a voar (...) Ele assumia riscos para me promov J; 1111
apoiava, ia à luta em termos de salários e cargo, me mandava em viag 'li
de negócios ao exterior"." Daniel Levinson diz que o papel mais cruci ti ri
um mentor é apoiar a realização do Sonho daqueles que estão sob 11.
responsabilidade. Ele sugere que o papel do mentor é comparável ao d"
(11111IIIIIIIhl IIIVlllvllllllllllllllll1l UIII 11
P I "horu () sl11i 'i '111('"<lUI1111('/I inf 11 'In, O 111'11101 1(" d I I 110,lOV('1I1
('01111 artllhu SlIU vis o ti si próprt ajuda ti .rlar um spn 'o pura
!,llIduzl, uma strutura qu possa conter essa imagem."
A idad dultajovem chega ao fim quando os indivíduos completam
111 tpr ndizagem, encontram um nicho na sociedade e começam a
,"'<lltnr m seus sonhos ou, pelo menos, reconfiguram esses sonhos. Ou
uuln l rmina quando eles aceitam uma versão diluída de suas aspirações
[uv mtude, como os personagens dos romances citados no início deste
1'11111.Esses desdobramentos parecem anunciar os verdadeiros come-
I ti, maturidade, Infelizmente, há muitas pessoas na casa dos 30, per-
uklas pelas disfunções de etapas anteriores da vida, que ainda estão
li " Indo um lugar na sociedade; indivíduos que têm dificuldades de
1IIIIIItrar trabalhos estáveis, que lutam contra abuso de substâncias, que
I r-m no isolamento ou se arrastam de um relacionamento fracassado a
111,0, ou que são atormentados por problemas emocionais ou físicos que
hnp dem de funcionar no mundo. São os BiffLomans da vida, Na peça
I/Iorte de um caixeiro viajante, depois de sabotar suas próprias chances
11' sso ao se recusar a fazer um curso de verão para terminar o ensino
rlio, Biff foi vagar pelo país sem relação ou emprego estável, inclusive
10 para a cadeia por roubar um terno. Depois de voltar para casa e
1I1.tr enfrentar suas questões mal-resolvidas com seu pai, em um mo-
IItOele se volta a sua mãe e diz, "Eu simplesmente não consigo assumir,
'. u não consigo assumir algum tipo de vida", Biff fala por muitos
lultos na metade da casa dos 30, que enfrentam pobreza, doença, d _
IIIpr go e desespero, E a má notícia para eles é que, com os 40 s apro-
111 Indo, pode ser que não fique mais fácil. Trataremos da históri da
1I idade no próximo capítulo.
o dom da idade adulta jovem: Iniciativa
, necessário muito esforço para se orientar no caminho rumo à idad adulta
jovem. Esse projeto envolve sair de casa, estabelecer uma nova resid n ia
depois, possivelmente, ter filhos que precisam ser criados. Carambal É pr _
ciso ter espírito empreendedor para fazer esse tipo de coisa acontec r. S ndo
assim, a dádiva do adulto jovem é mais bem descrita como a qualídad do
mpreendimento 'Osjovens que iniciam a idade adulta estão montando um
novo negócio: o negócio de se tornar eles mesmos. Esse negócio requ r mui-
ta iniciativa e ambiç~É preciso ter urna disposição para experimentar coi-
sas novas, cometer erros e aprender com e~ Os jovens adultos têm que
lhO lliollll IIIIIIU
1\1111 ()III 11111111 111 ""Vlllvllllllllllllllllll"ll I I

I 'r o v nd 'I" 11 si Prt~1 dOIi 10 mundo /lI III "/I' v 'llIlt r", PI.'III 1>11111('11 1 VI
UI I' '11 Pura uml O I paren! I

m suas vidas, I s p ssu m maturidade flsl .n, mo Jounl (' W!-\l1IlvlI 1111
• 't~u O 111 inr r Informal de um jov .m adult pt r/odo ti
qu '/iL'J I 1\
ciente para causar impacto em seu morno. S o sp(rit d mpr \ mdhu '11111
"01 atóría", ou s [a, que ainda não esteja situado
m um mpr 8 ou
não corresse em suas veias, a sociedade provav 1m nt sofr ria Ul11ap('11I11
um r lacionamento adequado, mas que ainda busque encontrar um
considerável de produtividade na força de trabalho, careceria d Il1dlvl
duos saudáveis o suficiente para assumir o trabalho intensivo d ('1111 lugar para seus próprios dons únicos no mundo ao seu redor.
filhos e estaria sem energias joviais que injetassem nova vida em strut \11 11 • fereça apoio e orientação a um jovem casal que esteja enfrentando
sociais rígidas. dificuldades em seu relacionamento. Se necessário, encaminhe-os a um
A suspeita é uma qualidade à qual precisamos nos apegar em no 11 s rviço adequado de terapia de casal, treinamento de pais ou outro
quarenta, cinquenta e depois disso. À medida que envelhecemos, '011" s rviço relevante.
nuamos a encontrar novos problemas que requerem um espírito ('111 • Ofereça moradia provisória ou outro tipo de apoio a um jovem adulto
preendedor. Na meia-idade, a necessidade de uma nova carreira 0\.1 11111I que esteja buscando "se lançar" para longe da casa de sua família e em
nova vida pode nos forçar a ir ao mundo de forma aventureira. Mesmo 11I direção a uma vida própria.
aposentadoria, nosso trabalho de caridade e outros projetos ainda requer 1'111
esforço e vigor para ter um impacto maior. Na velhice, podemos estar 1111 Para a comunidade
cando sintetizar nossas vidas, estabelecer um legado ou criar art si 11I
• Contribua para um fundo educacional que ajude jovens adultos a receber
ficativa. Cada uma dessas tarefas envolve a necessidade de nos erguer
formação ou certificação que os qualifique para carreiras adequadas em
mobilizar energia diligente suficiente para fazer com que aconteçam CO 11
suas vidas.
boas. Para manter essa qualidade jovial do empreendimento quando 111I
• Ajude a criar um programa de orientação para jovens adultos em seu
mos adultos de mais idade, precisamos nos lembrar tia ambição e da lU I
local de trabalho, moradia ou culto, centro comunitário ou outra orga-
sistência que tínhamos no início da idade adulta: lembre-se da energia '1"
nização (se já existe, trabalhe como voluntário).
foi necessária para encontrar um parceiro, arranjar emprego, criar 11111I
família ou nos estabelecer de alguma forma durante essa época formi I VI I • Apóie organizações que ofereçam experiências profissionais significativas
de construção pessoal. Ao lembrar e honrar nossa exuberância no iní '111 11 I para jovens adultos durante seus anos de moratória, incluindo os Peace
idade adulta, aumentamos as chances de crescimento e expansão à m '(1111 I Corps, Job Corps e AmeriCorps.
que nos deparamos com novos desafios ao desenvolvimento em cada 111' I
subsequente da vida.
5

Formas de explorar e apoiar a idade adulta jovem I'hnrlotte Bronté, Jane Eyre (New York: Signet, 1997), p. 95.
Chnrlotte Brontê, Jane Eyre (New York: Signet, 1997); Wolfgang von Go th ,
Para você
"Wllhelm Meister's Apprenticeship", em Eric A. Blackall, ed., Goethe: The ollected
• Reúna um grupo de amigos e fale ~te-in.GiderU:~s em suas vida, 1111 Wo/'ks, vol. 9 (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1989); e Ralph Ellíson,
quais vocês tenham se dado conta de que já não era~çJltI 1111 I/lvisible Man (New York: Random House, 1980).
adolescentes, e sim adultos integrais. (,\intudo, essa avaliação animada da idade adulta jovem precisa ser mod rada p 10
• Anote.2- u a ue era o "Sonho" - sua imagem da realízaçãt I 11I1 111 ndimento de que na comunidade homossexual, a AlDS e o HlV tiv ram um
con_q~adu.l.ti futura - que esta eleceu para si na idade adulta jovem lelto devastador sobre o bem-estar e a longevidade dos jovens adultos. Um studo
• Pergunte-se se você realizou esse sonho na idade adulta (ou está fazerul« \1 1997 sugeriu que cerca de metade dos homens homossexuais e bissexuais
isso atualmente). vunadenses não chegaria aos 60 anos: Robert S. Hogg et al., "Modeling the Impact
• Faça uma lista de adultos gue serviram ~ mentores ou ipflu 111' I 111 HlV Disease on Mortality in Gay and Bisexual Men", International Journai of
importantes quando você era um jovem adulto. Se for possível, pro 111' U/,Idemiology 26, no. 3 (1997) 657-61.
uma ou mais dessas pessoas e fale sobre os velhos tempos e sobr 01111 111 me E. Papalia e Sally Wendkos Olds, Human Development (New York: McGrawHill,
você está agora em sua vida. (03), p. 369.