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FICHAMENTO

TAVOLARI, Bianca. Economias do compartilhamento e o direito.

● Introdução e capítulos 1 e 2.

A locação de um imóvel não é algo simples de ser feito e segue uma série de regras
estabelecidas pelo sistema jurídico de um país, no entanto, a plataforma digital Airbnb
permite que ‘hóspedes’ e ‘anfitriões’ se conectem e combinem entre si o aluguel de
quartos ou cômodos destacados em imóveis ou esse último por inteiro, sem a
necessidade de comprovação do título de propriedade ou direito de sublocação.
A ideia do Airbnb é corrigir falhas existentes no mercado hoteleiro, por meio de conexão
entre pessoas e informações, atendimento de oferta e demanda de maneira eficiente,
oferecimento de preços mais baixos e geração de confiança por meio de feedbacks dos
usuários. Frente ao mercado, as funções e papéis da plataforma são muito bem
esclarecidos mas do ponto de vista jurídico, precisam ser melhor estabelecidos para não
contrariar normas jurídicas ou tributárias.

O código administrativo de Nova York prevê que imóveis são divididos em classes, que
estabelecem qual a finalidade desses. A “classe A” compreende imóveis de uso
exclusivamente residencial, sem qualquer finalidade comercial e de uso para famílias,
com a exceção de que pensionistas e hóspedes de confiança podem morar nas unidades
por menos de 30 dias, com a presença de um morador permanente. Cabe ao Judiciário
da cidade julgar e avaliar casos em que tais normas foram desrespeitadas.

O estudo “Airbnb in the city” foi realizado pelo procurador-geral do estado de Nova York
Eric Schneiderman, a fim de analisar os impactos jurídicos do uso em larga escala da
plataforma, resultado em duas conclusões. A primeira diz respeito à diferenciação entre
usuários pessoa física, que estão em maior número utilizam o Airbnb para locação de
imóveis próprios e obtenção de renda extra, e usuários comerciais, que apesar de serem
menor quantidade, são os donos da maior parte de unidades ofertadas pela plataforma,
fato que fez a cidade perder cerca de U$ 33 milhões em 4 anos, em razão das taxas de
hotel não pagas nos aluguéis, o que constituía um atalho para a construção de hotéis
ilegais. A segunda remete à produção de desigualdades urbanas e impacto das locações
de curto prazo no direito à moradia, uma vez que apenas três bairros foram responsáveis
por um terço de toda a hospedagem via Airbnb de Nova York; houve uma elevação dos
valores de aluguel, o que resulta gentrificação de determinados bairros, com os
moradores sendo ‘expulsos’ por não poderem arcar com custos tão altos; foi expressivo o
aumento do número de rescisões contratuais, com moradores sendo despejados para
que os imóveis onde moram de maneira permanente sejam alugados por meio da
plataforma; e por fim houve uma diminuição do número de unidades habitacionais
disponíveis para locação de longo prazo em bairros centrais, o que limita o acesso de
pessoas com menor renda a essas, que são acessíveis somente via propriedade.
HANDOUT
1. Locação.
1.1. Segue normas jurídicas e tributárias estabelecidas pelo sistema jurídico de um
país.
1.2. Airbnb permite que ‘hóspedes’ e ‘anfitriões’ se conectem e combinem entre si a
locação de quartos ou cômodos destacados em imóveis, até mesmo esse último
por inteiro, sem comprovação do título de propriedade ou direito de sublocação.
1.3. Plataforma digital não tem aspectos como normas jurídicas e financeiras bem
estabelecidas perante aos sistemas jurídicos de diferentes países.
2. Funções da plataforma.
2.1. Correção de falhas existentes no mercado hoteleiro.
2.2. Conexão de pessoas e informações.
2.3. Atendimento de oferta e demanda.
2.4. Oferecimento de preços mais baixos.
2.5. Possibilidade de negociação.
2.6. Geração de confiança por meio de feedbacks.
3. Imóveis “classe A”
3.1. Aqueles que, com base no Código Administrativo de Nova York, são de uso
exclusivamente residencial e sem finalidade comercial.
3.2. Podem ser habitados permanentemente por famílias e há uma exceção que
permite a moradia de pensionistas e hóspedes de confiança na família, com livre
acesso a todos os cômodos, por menos de 30 dias e com a presença de um
morador permanente.
3.3. Os usos estabelecidos pelo Código devem ser respeitados e a finalidade
habitacional dos imóveis protegida.
3.4. Cabe ao Judiciário da cidade avaliar e julgar casos em que há desrespeito de
tais leis.
4. Estudo “Airbnb in the city”
4.1. Resultado de uma ampla investigação sobre os impactos jurídicos do uso em
larga escala da plataforma de locações, realizada por Eric Schneiderman,
procurador-geral do estado de Nova York.
4.2. Tal estudo aponta duas tendências sobre o funcionamento do Airbnb em Nova
York.
4.2.1. Diferença entre usuários pessoas físicas e usuários comerciais.
4.2.1.1. Os usuários comerciais apesar de serem menor quantidade, são os donos da
maior parte de unidades ofertadas pela plataforma, fato que fez a cidade
perder cerca de U$ 33 milhões em 4 anos, em razão das taxas de hotel não
pagas nos aluguéis, o que constituía um atalho para a construção de hotéis
ilegais.
4.2.2. Produção de desigualdades urbanas e impacto das locações de curto prazo no
direito à moradia.
4.2.2.1. Apenas três bairros foram responsáveis por um terço de toda a hospedagem
via Airbnb de Nova York.
4.2.2.2. Elevação dos valores de aluguel, o que resulta gentrificação de determinados
bairros, com os moradores sendo ‘expulsos’ por não poderem arcar com
custos tão altos.
4.2.2.3. Aumento do número de rescisões contratuais, com moradores sendo
despejados para que os imóveis onde moram de maneira permanente sejam
alugados por meio da plataforma.
4.2.2.4. Diminuição do número de unidades habitacionais disponíveis para locação
de longo prazo em bairros centrais, o que limita o acesso de pessoas com
menor renda a essas, que são acessíveis somente via propriedade.

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