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Exercício e Diabetes 2017/2018

Objetivos gerais
Avaliação e Prescrição do • Conhecer as caraterísticas das populações com
diagnóstico de diabetes.
Exercício nas Populações Especiais • Conhecer os princípios, os pressupostos e os conceitos
Exercício e Diabetes associados à Avaliação e Prescrição do Exercício
Rita Santos Rocha aplicados às populações clínicas (diabetes) no contexto
Nuno Pimenta do Exercício e Saúde.
Fátima Ramalho
Xavier Melo • Desenvolver as bases da implementação de programas
Escola Superior de Desporto de Rio Maior de exercício físico e sua avaliação.
Instituto Politécnico de Santarém

Exercício Físico e Diabetes


• Conceito de diabetes
• Posição conjunta do ACSM e da ADA
• Efeitos agudos do exercício
• Efeitos crónicos do exercício
• Prescrição do exercício

O que é a Diabetes? O que é a Diabetes?


É uma doença metabólica que resulta de uma • Diabetes mellitus (ou simplesmente diabetes)
deficiente capacidade de utilização pelo organismo é uma condição quando:
da nossa principal fonte de energia – a glicose (APDP,
2001) • Existe uma desordem metabólica.
A diabetes pode ser entendida como um estado de • Níveis de insulina no sangue são insuficientes.
glicémia anormalmente elevada (hiperglicémia);
• As células corporais tornam-se insensíveis à
Deriva de um estado anormal de produção ou insulina.
sensibilidade à insulina (hormona); • Hiperglicemia.
Afeta cerca de 5% da população portuguesa (+500 mil
pessoas) (7% nos EUA)

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Exercício e Diabetes 2017/2018

Classificação da diabetes Tríade terapêutica da diabetes


• Diabetes tipo I – insulinodependentes (cerca de 5-10% dos diabéticos);
• Objetivo fundamental da gestão da DM: controlo da glicémia,
• Diabetes tipo II – não insulinodependentes (cerca de 90% dos
através de:
diabéticos);
• Diabetes gestacional (associada à gravidez); ▫ Dieta;

• Outras origens específicas (i.e., defeitos genéticos e induzido por ▫ Atividade física;
drogas);
▫ Insulina ou agentes hipoglicémicos orais (quando necessário).
• Pré-diabetes (obesidade e resistência à insulina):
▫ Glicémia elevada como resposta a dieta de HC – impaired glucose
tolerance - IGT).
▫ Glicémia elevada em jejum - impaired fasting glucose (IFG)

Complicações da diabetes Complicações da diabetes


 Retinopatia (cegueira)
• Muitas vezes o exercício físico é negligenciado em caso de
 Hipertensão
complicações associadas a diabetes;
• As complicações da diabetes, quando associadas à  Neuropatia (vegetativa e periférica) (amputação)
inatividade física pode levar à incapacidade.  Nefropatia
 Doenças cardiovasculares
 Outras (infeções, cancro, Alzheimer,…)

Sinais e sintomas da diabetes


Cuidados específicos
 Retinopatia – seguir conselhos específicos do oftalmologista;
evitar exercício intenso que leve à exaustão; evitar exercício
em apneia ou isométrico; evitar exercício que façam baixar a
cabeça; Devem ser escolhidas atividades que: sejam de baixo
impacto; não elevem muito a PA (>180mmHg); não envolva
muita força dos membros superiores; utilizem monitorização
da FC; evitem manobra de Valsalva; evitem a utilização de
pesos elevados.

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Exercício e Diabetes 2017/2018

Cuidados específicos Cuidados específicos


 Hipertensão – evitar levantamento de pesos e apneia;  Neuropatia vegetativa – cuidados específicos com
realizar exercícios dinâmicos com principais grupos desidratação e hipotermia; predisposição para
musculares (marcha, bicicleta); intensidade moderada; hipoglicémia e hipertensão; A neuropatia vegetativa é
Devem ser adicionados os cuidados a ter com hipertensos suscetível de provocar: hipoglicémia, hipertensão; FC de
aos cuidados já descritos para os diabéticos. repouso elevada; FCmáx reduzida; desidratação;
hipotermia. Recomenda-se a utilização da escala de
perceção de esforço.

Cuidados específicos Cuidados específicos


 Neuropatia periférica – cuidados com pé diabético e tipo de sapatos  Nefropatia - evitar exercício que provoque aumento da
(evitar exercício que causem traumas nos pés); atividades com peso do pressão arterial e apneia (levantamento de pesos,
corpo suportado mais aconselhadas (bicicleta, hidroginástica); evitar exercício aeróbio de alta intensidade).
atividades que exijam muito equilíbrio; evitar exercícios com muito  Outras – infeções.
impacto para os pés (jogging, caminhadas muito longas ou em
 Outras – hipoglicémia, i.e., <70 mg/dL (praticantes de
superfícies irregulares). Cuidados a ter com os pés: os pés devem ser
exercício físico).
analisados regularmente; manter os pés limpos e secos; escolher
calçado próprio e confortável.

Benefícios gerais do exercício Carga metabólica


Melhoria da sensibilidade à insulina
Diminui a glicemia durante e após o exercício • Equivalente metabólico (MET)
Aumenta a massa muscular • Atividade física moderada >3 MET
Diminui a massa gorda • Atividade física vigorosa 3-6 MET
Melhoria dos fatores de risco para doenças cardiovasculares:
• Controlo da intensidade: escala de esforço 10 pontos
• Diminuição do colesterol total
• Diminuição das LDL (0=sentado; 5-6 moderada; 7-8 vigorosa)
• Aumento das HDL
• Diminuição dos valores da PA

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Carga biomecânica Carga biomecânica


• Durante o exercício físico que implica forças de impacto ou de
• O exercício físico pode proporcionar um estímulo
contacto com a superfície de suporte sobre a qual o movimento
é executado (normalmente o solo), existe sempre uma força de mecânico saudável, se for corretamente executado;
reação provocada pelo mesmo.
• A carga mecânica que origina (FRA) situa-se entre os
• Essa reação tem a mesma direção e sentido oposto à força
gerada pelo peso do corpo e chama-se Força de Reação do valores encontrados para a marcha e para a corrida;
Apoio (GRF - Ground Reaction Forces).
• É possível quantificar esta força em “unidades de peso do • Este valor (FRA) aproxima-se do que é considerado
corpo” ou Body Weight (BW). osteogénico.
• Esta força é derivada da Lei de Newton do par Ação-Reação na
qual representa a reação do chão para as acelerações de todos
os segmentos de um corpo.

Carga biomecânica - marcha Carga biomecânica (FRA/PP)


• A pressão plantar e as forças de reação do apoio que
acontecem durante a execução dos exercícios são duas
variáveis biomecânicas que contribuem para a avaliação
da carga mecânica, além de permitirem a análise da
função do pé, do controlo do movimento, e do equilíbrio
BASIC STEP - ascending phase - Ground Reaction Force Fz
entre os dois pés.
• As palmilhas barométricas permitem a execução de
800.000
700.000
600.000

inúmeras tarefas desportivas, com bastante liberdade de


500.000 AMTI_Fz 125
Newton

400.000 AMTI_Fz 130


300.000 AMTI_Fz 135
200.000
100.000
AMTI_Fz 140
movimento. O tapete está mais associado à análise da
0.000
-100.000
tim e
marcha.

Análise da marcha (carga biomecânica) – pé


diabético
Carga biomecânica (FRA/PP)
1: Cerrahoglu L, Koşan U, Sirin TC, Ulusoy A. Range of Motion and Plantar Pressure Evaluation for the Effects of Self-
Care Foot Exercises on Diabetic Patients with and Without Neuropathy. J Am Podiatr Med Assoc. 2016
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Análise da marcha (carga biomecânica) – pé


diabético Prescrição do Exercício
6: Amemiya A, Noguchi H, Oe M, Takehara K, Yamada A, Ohashi Y, Ueki K, Kadowaki T, Mori T, Sanada H. Relationship between
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Avaliação da Avaliação da Avaliação Avaliação


Saúde Composição Corporal Nutricional Psicológica
Primeira abordagem:
Avaliação Subjectiva Avaliação Avaliação da Avaliação
• Avaliação preliminar:
e Objectivos Cardio-respiratória Condição Muscular Funcional e Postural
 PAR-Q & You (2017);
 Historial médico do sujeito (medicamentos);
PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO / TREINO
 Medição da PA e FC em repouso.

• Avaliação Condição cardiorrespiratória (teste submáximo + ecg) –

Estímulo Estímulo Estímulo atividade vigorosa.


Mecânico Metabólico Psicológico
• Possíveis complicações ou riscos – avaliação clínica.

Avaliação da Condição Física Avaliação da Condição Física


 Poderá requerer modificação dos protocolos ou ergometria de  A Avaliação da CF depende da idade, da duração da diabetes e da

braços; presença de complicações resultantes da doença;


 Os principais objetivos dos testes de esforço aplicados a diabéticos
 Neuropatia periférica pode estar associada a isquémia,
são:
hipotensão postural, e resposta da FC alterada.
 Identificar a presença ou extensão de doença coronária;
 Determinar a intensidade de treino cardiovascular apropriada.

(ACSM)

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Diabetes tipo I
Avaliação da Condição Física
 Geralmente utilizam-se os mesmos protocolos aplicados a pessoas com
risco de DCV, no caso em que se observa: • Diabetes mellitus insulinodependente;
 Diabetes tipo 1 e mais de 30 anos;
 Diabetes tipo 1 há mais de 15 anos; • A hormona (insulina) está ausente, ou quase, do plasma.
 Diabetes tipo 2 e mais de 35 anos;
• Terapia intravenosa (insulina) é essencial.
 Diabetes tipo 1 ou 2 e um ou mais factores de risco de DCV;
 Doença coronária ou suspeita, e/ou qualquer problema microvascular ou
neurológico;

 Pessoas com diabetes em que não se observam estes critérios podem


realizar protocolos aplicados a sujeitos saudáveis.

(ACSM)

Características da diabetes tipo I Exercício e Diabetes Tipo I


• Idade em que ocorre: normalmente cedo, mas pode ocorrer em
qualquer idade; Recomendações para o exercício aeróbio:
• Causas: vírus; doença autoimune; toxinas; ▫ Deve ser realizado sem muito impacto;
• Insulina endógena: inexistente, ou mínima; ▫ Deve ser privilegiado o treino em circuito;
• Insulina exógena: administração intravenosa sempre necessária; ▫ O sujeito deve ter sempre consigo a sua identificação e
• Sintomas: polidipsia; fadiga;↑urina;↑glicosúria
informação sobre a sua diabetes.
• Aparência: magros.

Exercício e Diabetes Tipo I Exercício e Diabetes Tipo I


Benefícios:
Prescrição de exercício aeróbio:
▫ Tipo: marcha, corrida, bicicleta, etc.; ▫ Aumento da sensibilidade à insulina;
▫ Intensidade: 40-60% VO2R; 60-90% FCmáx ; 50-85% VO2máx; ▫ Redução da necessidade de insulina (10%);
(>60% VO2R = melhor controlo da glicémia); ▫ Diminuição dos fatores de risco de doenças cardiovasculares:
▫ Duração: 150 min/sem; sessões de 20 a 60 min ou intervalos de 10
 Melhoria do perfil sanguíneo de lípidos e lipoproteínas;
min (300 min/sem = melhores resultados);
▫ Frequência: diariamente (3-7 d/sem);
 Diminuição da % massa gorda;
▫ Progressão: duração do exercício;  Diminuição da PA em hipertensos;
▫ Timing: evitar pico da insulina; devem ser considerados os níveis  Melhoria da capacidade funcional;
de insulina e glicose; ▫ Melhoria do bem-estar e da qualidade de vida.

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Exercício e Diabetes 2017/2018

Exercício e Diabetes Tipo I Exercício e Diabetes Tipo I


Controlo da glicose:
Recomendações para o treino de força: ▫ Deve-se ter o cuidado de evitar situações de:
▫ Deve ser privilegiado o treino em circuito;  Hiperglicémia;
 Hipoglicémia.
▫ Deve ser realizado numa perspetiva de saúde (baixa
▫ Indicação médica (determinação da resposta ao esforço);
intensidade) e não de performance;
▫ Diabético deve aprender qual a reação da sua glicémia a
▫ O sujeito deve ter sempre consigo a sua identificação e diferentes tipos de exercício;
informação sobre a sua diabetes.

Exercício e Diabetes Tipo I Exercício e Diabetes Tipo I


Controlo da glicose: (monitorizar a glicémia)
Administração da insulina:
 Antes do exercício
▫ Diminuir dose de insulina no dia do treino (20 a 40%);
(adiar exercício se glicémia > 250 mg/dl)
(consumir hidratos de carbono se glicémia <100 ▫ Não exercitar-se durante o pico da insulina;
mg/dl); ▫ Auto-aprendizagem do diabético no controlo das doses de
 Durante o exercício (se possível de 30 em 30 min);
insulina.
 Depois do exercício (15 min);

Diabetes tipo II
Exercício e Diabetes Tipo I
Prescrição de treino de força: • Diabetes mellitus não insulino-dependente;
▫ Intensidade: pesos leves; • A hormona (insulina) está presente em níveis normais no
▫ Repetições: 10 a 15 /série;
plasma.
▫ Séries: 1 a 3 /exercício;
▫ Frequência: diariamente; • Doença civilizacional derivada do estilo de vida das
▫ Timing: evitar pico da insulina; devem ser considerados os
pessoas.
níveis de insulina e glicose.

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Características da Diabetes Tipo II Exercício e Diabetes Tipo II


• Idade em que ocorre: normalmente depois dos 30 anos, mas Benefícios:
pode ocorrer em qualquer idade; ▫ Diminuição da glicémia (melhor tolerância à glicose);
▫ Aumento da sensibilidade à insulina;
• Causas: obesidade; genética; nutrição; outras;
▫ Diminuição da hemoglobina glicosilada (HbA1C)
• Insulina endógena: normal, ou quase; verifica-se resistência à ▫ Diminuição dos fatores de risco de doenças cardiovasculares:
insulina;  Melhoria do perfil sanguíneo de lípidos e lipoproteínas;
• Insulina exógena: necessária p/ 20 ou 30% dos diabéticos;  Diminuição da % massa gorda;
 Diminuição da PA em hipertensos;
• Sintomas: poucos ou nenhuns;
 Melhoria da capacidade funcional;
• Aparência: obesos ou normais.
▫ Melhoria do bem-estar e da qualidade de vida.

Exercício e Diabetes Tipo II Exercício e Diabetes Tipo II


Prescrição de exercício aeróbio:
▫ Tipo: marcha, corrida, bicicleta, etc.; Recomendações para o exercício aeróbio:
▫ Intensidade: 40-60% VO2R; 60-90% FCmáx ; 50-85% VO2máx;
▫ Deve ser realizado sem muito impacto (pé diabético);
(>60% VO2R = melhor controlo da glicémia);
▫ Duração: 150 min/sem; sessões de 20 a 60 min ou intervalos de 10 ▫ Se obeso, o diabético deve privilegiar o dispêndio calórico;
min (300 min/sem = melhores resultados); ▫ Deve ser privilegiado o treino em circuito;
▫ Frequência: diariamente (3-7 d/sem);
▫ O sujeito deve ter sempre consigo a sua identificação e
▫ Progressão: duração do exercício;
▫ Timing: evitar pico da insulina; devem ser considerados os níveis informação sobre a sua diabetes.
de insulina e glicose;

Exercício e Diabetes Tipo II Exercício e Diabetes Tipo II


Prescrição de treino de força:
• Tipo: treino de resistência de nível moderado (treino em Cuidados a ter:
circuito); ▫ O técnico de exercício físico deve ter conhecimento sobre os
• Intensidade: pesos leves (60%); fármacos que o praticante está a tomar:
• Repetições: 10 a 15 /série;  Indicação terapêutica;
• Séries: 1 a 3 /exercício;
 Contraindicações;
• Duração: 20 a 60 min (não contando com aquecimento e
 Relação com a atividade física.
cooldown);
• Frequência: 3 a 5 /semana.

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Diabetes gestacional
Exercício e Diabetes Tipo II
• Insulino-resistente;
Recomendações para o treino de força:
• Depende de três fatores:
▫ Deve ser privilegiado o treino em circuito;
 Predisposição genética;
▫ Deve ser realizado numa perspetiva de saúde e não de
 Ação da insulina diminuída (resistência à insulina);
performance;
▫ O sujeito deve ter sempre consigo a sua identificação e  Funcionamento débil das células beta do pâncreas.

informação sobre a sua diabetes.

Características da diabetes gestacional


Exercício e Diabetes gestacional
Benefícios:
• Quando ocorre: durante a gravidez;
▫ Aumento da sensibilidade à insulina;
• Causas: ambiente hormonal, predisposição genética, idade,
peso corporal excessivo, nível de condição física; ▫ Diminuição dos fatores de risco de doenças cardiovasculares:

• Insulina endógena: existente;  Melhoria do perfil sanguíneo de lípidos e lipoproteínas;

• Insulina exógena: pode ser evitada.  Diminuição da % massa gorda;


 Diminuição da PA em hipertensas;
▫ Pode ser suficiente para evitar outro tipo de terapia (insulina
exógena e dieta cuidada).

Exercício e Diabetes gestacional Exercise & gestational diabetes


1: Wang C, Zhu W, Wei Y, Feng H, Su R, Yang H. Exercise intervention during pregnancy can be
Prescrição do exercício aeróbio: used to manage weight gain and improve pregnancy outcomes in women with gestational
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3: Sanabria-Martínez G, García-Hermoso A, Poyatos-León R, Álvarez-Bueno C, Sánchez-López
para grávidas aparentemente saudáveis (ex.: ACOG, 2015). M, Martínez-Vizcaíno V. Effectiveness of physical activity interventions on preventing
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Exercício e Diabetes 2017/2018

Exercise & gestational diabetes Cuidados gerais


6: Zhang C, Tobias DK, Chavarro JE, Bao W, Wang D, Ley SH, Hu FB.  Glicemia idealmente entre 100 e 160 mg/dL (APDP, 2001);
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PMC4180295.  Não fazer exercício se a glucose no sangue for 250 mg/dL
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Cuidados gerais Exercício e Diabetes


 As crianças e jovens têm maior propensão para hipoglicemias;
 Devem ser evitadas atividades de risco;
 A insulina de absorção rápida não deve ser administrada antes
do exercício;
Prescrição do
 O diabético deve trazer sempre consigo informações sobre a sua exercício em
Avaliação dos
Adaptação do Programas
riscos e
doença; função do Exercício específicos
complicações
tipo de DM
 Exercício acompanhado;
 Hidratação constante (antes, durante e depois do exercício).

Bibliografia consultada
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Prescription (9th ed.). Philadelphia: Wolters Kluwer/ Lippincott,
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Testing and Prescription (7th ed.). Baltimore: Williams & Wilkins.
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