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Nos crimes contra a honra, dos quais são parte os crimes de calúnia(atribuir
falsamente fato definido como crime), injúria (onfensa à honra subjetiva da vítima) e
difamação (atribuição de fato que desabona a reputação de alguém), qualquer pessoa
pode ser sujeito ativo (quem faz) ou passivo (quem sofre) dos crimes, sobretudo na
calúnia e difamação. Portanto, se verificares naquele site algum conteúdo que
simplesmente malgrade a reputação da escola, aí já estaria concretizada a difamação.
Além disso, se captares ali a imputação de algum crime, por mais tênue que seja
o texto, principalmente ao se referir da moeda verde, igualmente estaria caracterizado
o crime de calúnia.
No crime de difamação, o núcleo do tipo é o verbo imputar, em que o sujeito
afirma a realização de uma conduta, por parte do sujeito passivo, capaz de macular a
sua honra objetiva (imputação) (Damásio, E. de Jesus. Direito Penal. Saraiva.27. ed. 2.
vol. São Paulo: Saraiva.2005. p.221). Não importa se o fato seja falso ou verdadeiro,
apenas que não seja crime. E pode ser contravenção também, como no caso de
Perturbar o sossego (Contravenção). O dolo deve ser o de dano, tanto direto como
eventual (assumir o risco - como ocorre em um site). A consumação se dá no momento
em que um terceiro toma conhecimento.
No caso de eventual calúnia, que é imputar, atribuir, fato tido como criminoso,
tanto faz que a imputação seja sobre a existência do fato ou sobre a autoria. Lembra-te
que chamar alguém de "ladrão" não é calúnia, porque calúnia exige que se atribua um
fato criminoso, precisando quando e como. Será difícil identificares a calúnia naquele
site, porque eles disfarçam bem. Todavia, será fácil identificares a injúria, quando
atribuem algum adjetivo pouco decoroso à dona.
O que vejo é que ocorre uma DIFAMAÇÃO em larga escala naquele site, onde a
maioria dos textos não imputam a prática de crimes, mas ao induzir algum
favorecimento e ensejarem uma conduta vil da proprietária/diretora difama a honra
objetiva (reputação) da escola, o que perfeitamente é passível de queixa-crime.
No caso de atribuírem algum crime (calúnia), há a chamada DIVULGAÇÃO, que exige
o dolo direto de produzir o dano à imagem do estabelecimento.
Bom, colaciono alguns julgados no E. Tribuno da Plebe catarinense:
Posição contrária ao aceite de pessoa jurídica no pólo passivo:
“Habeas corpus - Ação penal privada - Crime contra a honra - Pessoa jurídica como
sujeito passivo - Possibilidade.
Ordem denegada.
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação.” (Habeas Corpus n.
00.019103-5, da Capital. rel. Des. Souza Varella)
Desse HC: “Esta Câmara, por unanimidade, já se manifestou a respeito, dando as
razões de seu entendimento, no habeas corpus n. 96.008405-3, da comarca de
Chapecó, onde se lê: "Nos crimes contra a honra, a pessoa jurídica pode ser sujeito
passivo somente de difamação; não, porém, de injúria ou calúnia".” Aqui se entende
que apenas difamação pode figurar pessoa jurídica como sujeito passivo.