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A agora ofendido)
B
(ofendido)
(ofendido)
porque não se tem decisão definitiva e a exceção
anteciparia o mérito do outro processo) A
FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase
Durante uma reunião de condomínio, Paulo, com o animus de ofender a honra objetiva do
condômino Arthur, funcionário público, mesmo sabendo que o ofendido foi absolvido daquela
imputação por decisão transitada em julgado, afirmou que Artur não tem condições morais
para conviver naquele prédio, porquanto se apropriara de dinheiro do condomínio quando
exercia a função de síndico. Inconformado com a ofensa à sua honra, Arthur ofereceu queixa-
crime em face de Paulo, imputando-lhe a prática do crime de calúnia. Preocupado com as
consequências de seu ato, após ser regularmente citado, Paulo procura você, como
advogado(a), para assistência técnica. Considerando apenas as informações expostas, você
deverá esclarecer que a conduta de Paulo configura crime de
C de Paulo.
Não se admite a exceção da verdade em três hipóteses (art. 138, § 3º):
ii) nos crimes contra o Presidente da República ou Chefe de Governo
estrangeiro (inciso II); Conforme esclarecimentos de Cezar Roberto
Bitencourt: Aqui, com essa ressalva, pretende-se somente proteger o cargo
e a função do mais alto mandatário da Nação e dos chefes de governos
estrangeiros. A importância e a dignidade da função de chefe da Nação
asseguram-lhe uma espécie sui generis de ‘imunidade’, garantindo que
somente poderá ser acusado de ações criminosas pelas autoridades que
tenham atribuições para tanto e perante a autoridade competente.
Estende-se o mesmo tratamento ao chefe do governo estrangeiro,
DOS CRIMES abrangendo não apenas o chefe de Estado, mas também o chefe de
CONTRAA PESSOA governo (primeiro-ministro, presidente de conselho, presidente de governo
etc.). A imputação da prática de fato criminoso, mesmo verdadeiro,
vilipendiaria a autoridade que desempenha e exporia ao ridículo o
DOS CRIMES CONTRAAHONRA presidente da República, além de levá-lo a um vexame incompatível com a
grandeza de seu cargo. Na verdade, o chefe de Estado ou o chefe de
governo de um país, de certa forma, personifica o Estado que representa, e
as boas relações internacionais não admitem que qualquer cidadão de um
país possa impunemente atacar a honra de um chefe de governo
estrangeiro, mesmo que os fatos sejam verdadeiros, coisa que deve ser
resolvida nos altos escalões diplomáticos; em caso contrário, pode
sobrevir até mesmo o rompimento de relações diplomáticas.”
Não se admite a exceção da verdade em três hipóteses (art. 138, §
3º):
Observações
É concorrente a legitimidade do ofendido,
mediante queixa, e do ministério público, Importantes
condicionada à representação do ofendido,
para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de
suas funções (Súmula 714, STF).
FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 40º - Primeira Fase
Luís Vicente, secretário de fazenda do Município Alfa, foi ofendido por Iório,
secretário de fazenda do Estado Beta, que, durante discurso na tribuna da Câmara
dos Vereadores, afirmou que “Luís Vicente comete peculato, desviando recursos do
caixa municipal em proveito próprio e de seus familiares!” Luís Vicente procurou
você, como advogado(a), para que você o oriente sobre a medida cabível para
responsabilizar Iório pela ofensa à sua honra. Nesse contexto, é correto afirmar
que Luís Vicente
A) só pode ajuizar uma queixa-crime em face de Iório, pois o delito contra a honra
desafia ação penal privada.
B) pode oferecer representação contra Iório ao Ministério Público, pois sua qualidade
de servidor público impõe a ação penal pública na defesa de sua honra.
C) pode optar entre ajuizar queixa-crime em face de Iório ou oferecer representação ao
C Ministério Público.
D) não pode fazer nada a respeito, diante da imunidade material de Iório, pela sua
qualidade de ocupante de cargo político.
III – DIFAMAÇÃO (art. 139, CP)
Casuísticas: fato de que ela não pagou aos credores “A”, “B” e “C”,
quando as dívidas X, Y e Z venceram no dia tal do mês tal
do ano tal, configura difamação.” (Código Penal
Comentado).
iii) terceiros: é indispensável que o fato chegue o
conhecimento de terceiros.
(e) Elemento Subjetivo: é o dolo, consistente em difamar, ou seja,
deseja-se ofender ou denegrir a honra do ofendido (animus
difamandi). O simples animus narrandi exclui o crime.
(f) Consumação: ocorre quando o conhecimento da imputação
ofensiva chega a uma terceira pessoa (assim como na calúnia).
DOS CRIMES
(g) Tentativa: é possível (assim como na calúnia).
CONTRAA PESSOA
(h) Classificação: é crime formal (há previsão de resultado, mas
DOS CRIMES CONTRAAHONRA não há necessidade de que haja efetivamente dano significativo à
honra do ofendido), comum, instantâneo e comissivo (exige uma
conduta positiva: propalar ou divulgar).
(i) Causas de Aumento: estudo à parte.
(j) Exceção da verdade (exceptio veritatis): é inadmissível
(ninguém pode ter o direito de comprovar a desonra de outrem). Há
apenas uma exceção: quando cometido contra funcionário público
no exercício de suas funções, pois, neste caso, há interesse da
Administração Pública em averiguar a idoneidade moral de seu
funcionário. Segundo Nelson Hungria, “ao funcionário público não
basta ser honesto: é-lhe indispensável um conjunto de virtudes e
DOS CRIMES
aptidões que o tornem digno do cargo que ocupa.”
CONTRAA PESSOA
(k) Exceção de Notoriedade: parte da doutrina a admite. Assim, se
DOS CRIMES CONTRAAHONRA o fato ofensivo é de domínio público, ou seja, fato notório, não há
mais o que se preservar.
(l) Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano e multa.
(m) Ação Penal: em regra a ação penal é de natureza privada (art.
145, CP). Aplicam-se as mesmas regras estudas na calúnia.
IV – INJÚRIA (art. 140, CP)
ii) injúria mediata: quando há utilização de outro meio para propagá-la (ex.: criança).
(k)
Para incidir a qualificadora, o
Qualificadoras: animus injuriandi deve envolver
também a violência (o agente quer
através da violência humilhar a
vítima) - art. 140, § 2º, CP.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de
elementos referentes a religião ou à condição de
pessoa idosa ou com deficiência: Pena - reclusão,
de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Lei nº
14.532/2023). Excluiu-se a injúria preconceituosa
DOS CRIMES com viés racial.
CONTRAA PESSOA
Lei nº 7.716/89 – Lei de Racismo. “Art. 2º-
DOS CRIMES CONTRAAHONRA A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro, em razão de raça,
cor, etnia ou procedência nacional. Pena:
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa”.
HC 154248, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 28/10/2021, PUB. 23-02-2022
HABEAS CORPUS. MATÉRIA CRIMINAL. INJÚRIA RACIAL (ART. 140, § 3º, DO CÓDIGO PENAL). ESPÉCIE DO
GÊNERO RACISMO. IMPRESCRITIBILIDADE. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. Depreende-se das normas do texto
constitucional, de compromissos internacionais e de julgados do Supremo Tribunal Federal o reconhecimento objetivo do
racismo estrutural como dado da realidade brasileira ainda a ser superado por meio da soma de esforços do Poder Público e de
todo o conjunto da sociedade. 2. O crime de injúria racial reúne todos os elementos necessários à sua caracterização
como uma das espécies de racismo, seja diante da definição constante do voto condutor do julgamento do HC 82.424/RS,
seja diante do conceito de discriminação racial previsto na Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial. 3. A simples distinção topológica entre os crimes previstos na Lei 7.716/1989 e o art. 140, § 3º, do
Código Penal não tem o condão de fazer deste uma conduta delituosa diversa do racismo, até porque o rol previsto na
legislação extravagante não é exaustivo. 4. Por ser espécie do gênero racismo, o crime de injúria racial é imprescritível. 5.
Ordem de habeas corpus denegada.
DOS CRIMES (c) Retratação (art. 143, CP): é possível até a sentença, mas apenas nos
CONTRAA PESSOA crimes de calúnia e difamação, pois estes dizem respeito a “fatos”. É
também chamada de “declaração da verdade”. A retratação é causa
DOS CRIMES CONTRAAHONRA excludente de culpabilidade, excluindo os efeitos penais (os cíveis
permanecem). Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação
dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se
praticou a ofensa (Lei nº 13.188/2015)
(d) Interpelação Judicial (art. 144, CP): é o pedido de explicações
formulado em Juízo pelo ofendido.
(e) Divulgação de imagens depreciativas ou injuriosas à
pessoa do idoso: O art. 105 da Lei nº 10.741/03, que dispõe
sobre o Estatuto do Idoso, prevê uma pena de detenção de 1
DOS CRIMES
(um) a 3 (três) anos e multa para aquele que exibe ou veicula,
CONTRAA PESSOA
por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens
DOS CRIMES CONTRAAHONRA depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso, ou seja, aquele
que, de acordo com o art. 1º do mencionado estatuto, tem idade
igual ou superior a 60 anos.
GONÇALVES, Victor. Direito
Penal Esquematizado. Parte
Especial. São Paulo: Sarava,
2011.
FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase
Resposta: “e”. Apenas o enunciado I está correto. O enunciado II está errado porque a imputação de
jogo do bicho constitui difamação, pois se trata de imputação de fato contravencional. O enunciado III
está errado porque não existe exceção da verdade na injúria.
Fonte: Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Especial. São Paulo, Saraiva.
(Ministério Público/SP — 78º concurso) Assinale a alternativa correta em relação aos seguintes
enunciados:I. Os crimes de calúnia e difamação consumam-se no momento em que a ofensa chega ao
conhecimento de terceiro, enquanto o crime de injúria consuma-se no momento em que a ofensa chega
ao conhecimento da vítima.II. Imputar falsamente ao proprietário de uma casa lotérica a prática diária
de jogo do bicho em seu estabelecimento comercial configura o crime de calúnia.III. A exceção da
verdade nos crimes contra a honra somente é admitida nos crimes de calúnia e nos crimes de injúria
cometidos contra funcionários públicos.
Resposta: “e”. Apenas o enunciado I está correto. O enunciado II está errado porque a imputação de
jogo do bicho constitui difamação, pois se trata de imputação de fato contravencional. O enunciado III
está errado porque não existe exceção da verdade na injúria.
Fonte: Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Especial. São Paulo, Saraiva.
(Delegado de Polícia/SP — 2001) A retratação não é cabível,
nos crimes de:
a) calúnia.
b) injúria.
c) difamação.
d) calúnia e injúria.
Resposta: “a”. O enunciado II está errado porque a ação em andamento é pública e o art. 143 do Código Penal só admite a
retratação em crime de ação privada. O enunciado III está errado porque a excludente de ilicitude ali mencionada só existe para
os crimes de difamação e injúria (art. 142, III). Por fim, o enunciado IV contém erro porque a exceção da verdade só é possível
após o trânsito em julgado de sentença condenatória (art. 138, § 3º, I).
Fonte: Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Especial. São Paulo, Saraiva.
(Ministério Público/SP — 82º concurso) Leia atentamente os enunciados abaixo.
I. Admite-se exceção da verdade na difamação, se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
II. É admitido perdão judicial em caso de difamação.
III. Na difamação e na calúnia há ofensa à honra subjetiva e, na injúria, à honra objetiva.
IV. Não se possibilita arguição de exceção da verdade na hipótese de injúria.
V. A lei prevê que é punível a difamação da memória dos mortos.
Tendo em vista o que estabelece o Código Penal, pode-se afirmar que:
Resposta: “b”. A imputação de adultério, desde a Lei n. 11.0106/2005, não constitui imputação
de crime, pois referida lei revogou tal ilícito penal. Assim, inviável a tipificação como calúnia ou
denunciação caluniosa. O fato narrado, contudo, é ofensivo à reputação da vítima, configurando
crime de difamação.
Fonte: Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Especial. São Paulo, Saraiva.
(Magistratura/SP — 2013) A, perante várias pessoas, afirmou falsamente que B, funcionário público
aposentado, explorava a atividade ilícita do jogo do bicho, quando exercia as funções públicas. Ante a
imputação falsa, é correto afirmar que A cometeu o crime de
a) difamação, não se admitindo a exceção da verdade.
b) calúnia, admitindo-se a exceção da verdade.
c) calúnia, não se admitindo a exceção da verdade.
d) difamação, admitindo-se a exceção da verdade.
Resposta: “a”. A imputação de fato definido como contravenção penal configura difamação. Não
é cabível a exceção da verdade, pois a vítima não era mais funcionária pública no momento da
ofensa.
Fonte: Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Especial. São Paulo, Saraiva.