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AS FASES DE DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA
Gustavo Santos Ribeiro¹
Juliane Gonçalves da Silva²
Keila Xavier Ayala3
Mariana Ribeiro de Carvalho Reis4
Wagner Marques de Souza5
Monica Celi e Silva Salustiano Luchner6
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar a importância da iniciação esportiva ser bem elaborada,
de maneira que o objetivo principal seja sempre voltado para a aprendizagem da criança, sem
que se ignore suas fases de desenvolvimento. As atividades desenvolvidas pelo professor
precisam ir de encontro às necessidades de desenvolvimento da criança, sem deixar que o
profissionalismo interfira na adoção de um ensino em que haja alegria e prazer. Fizemos um
recorte de pesquisa voltado para as metodologias de ensino adotas por alguns professores, a
fim de verificar o tipo de metodologia de ensino utilizada e se despertam ou não o interesse das
crianças pela prática esportiva visando a longo prazo, a captação de futuros atletas.
1. INTRODUÇÃO
O aprendizado das diversas modalidades esportivas deve frequentemente estimulado,
pois torna-se de fundamental importância que se desenvolvam atividades individuais e coletivas
em que a criança possa aprender a socializar-se de maneira efetiva. Sendo assim, as atividades
esportivas devem propiciar ao aluno, a maior gama de experiências esportivas possíveis, tendo
seu objetivo voltado para a iniciação e orientação esportiva, sem priorizar a especialização e
assim contribuir para o desenvolvimento das crianças durante seu processo de aprendizagem e
formação.
Podemos perceber através da citação acima que, a importância da inclusão de todos nas
atividades de Educação Física, pois ela deverá deve ser entendida como ligação entre o corpo e a
cultura, e contribuindo assim, para que os professores possam oferecer conteúdos relacionados à
realidade dos educandos e valorizando cada vez mais a prática do desporto. E ainda:
Desta forma, podemos entender que o professor, vislumbrando a importância que assume
o esporte como conteúdo das aulas dadas por ele, rotineiramente, precisa conscientizar-se sobre
a sua ação enquanto docente, buscar por métodos de ensino-aprendizagem que contribuam para
o desenvolvimento integral do aluno, para além de um objetivo de formação profissional, mas
também, emocional, social e cultural despertando assim interesse da criança quando da intenção
de fomentar esse fenômeno social, que nos últimos tempos tem assumido uma dimensão
bastante significativa em todo o mundo, despertando paixões, emoções e interesses diversos.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É importante ainda saber que, conforme discorre Bento (2004), no universo da cultura se
configuram construções de sentidos humanos da vida, com modificações da sua forma de
expressão em concordância com o contexto histórico-social e na dependência da força criativa de
pessoas e grupos, e assim, se faz necessário que todos tenham acesso à essa cultura.
Um ensino democrático proporciona a todos de maneira igualitária, uma gama de
oportunidades de aprendizado, não através de métodos compartimentalizados e imbuídos de
estereótipos e preconceitos, mas sim através de uma didática abrangente, que possa alcançar e
respeitar as diferenças sem descaracterizá-las, em que a busca pelo saber seja o objetivo
principal. De acordo com Mantoan (2009), precisamos entender que um ensino inclusivo é
aquele que se abre, acolhe e educa de forma integral a todos os alunos. Ao entender isso o
professor precisará constantemente buscar conhecimentos relativos à essa inclusão que deve
ocorrer de maneira eficaz e consciente sem pular as etapas atinentes a ela :
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Entende-se que todos os seres humanos estão constantemente envolvidos num processo
contínuo de desenvolvimento motor, que pode ser observado a partir de estudos sobre as
alterações que ocorrem no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida (GALLAHUE,
OZMUN, 2001). Ainda de acordo com estes autores, observamos que há quatro divisões
relativas às fases do desenvolvimento motor: A fase inicial é denominada de motora reflexiva, e
possui como característica movimentos realizados involuntariamente, se inicia no período fetal e
vai até os quatro meses de vida. A segunda é a chamada motora rudimentar, caraterizada pelo
início de movimentos voluntários, compreende-se do nascimento até dois anos de idade. A fase
motora fundamental é a que se segue nesse processo, ocorre entre dois e sete anos de idade e se
divide em três estágios: inicial, elementar e maduro. Representa ainda um período em as crianças
se envolvem na experimentação e na exploração de suas capacidades motoras. A quarta é
denominada motora especializada, é nesta fase que o movimento transforma-se em uma
ferramenta aplicável nas diversas atividades motoras complexas realizadas na vida diária, de
maneira recreativa e nas práticas esportivas. Neste período ocorre também, um refinamento
gradual das habilidades locomotoras, estabilizadoras e manipulativas fundamentais, que se
combinam de forma elaborada para uso em situações cotidianas em que são exigidas. Para
auxiliar nesse desenvolvimento motor, se faz necessário o entendimento de que as funções
motoras estão diretamente ligadas às perceptivas como sensação, percepção e percepção
cinestésica (Andrade, 2004). Segundo (Jobim, 2008), a percepção cinestésica se divide em:
Esquema corporal: Dá-se pela ciência que a criança adquire sobre seu corpo,
pois esse será o ponto central de vivência em sociedade ou tribo;
relacionamento com o mundo; o corpo é a expressão viva da mente. A criança
evolui dia a dia com seus passos, com suas descobertas, até que tenha seu
esquema corporal construído. Lateralidade: É o segundo ponto importante da
percepção cinestésica, pois é quando o indivíduo começa a diferenciar seus
lados (direito e esquerdo), tendo assim maior noção de onde se encontra. Após
isso surge a organização do espaço, na qual o indivíduo tem noção do espaço
em que encontra e logo o que tem ao seu redor, terminando assim o processo da
percepção cinestésica. Organização espacial: Está relacionada ao espaço que os
movimentos do corpo podem percorrer e ocupar. É o deslocamento do corpo
respeitando os espaços naturais (JOBIM, 2008 p.4 ).
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Percebemos então que, quanto mais estímulos a criança receber, maior será sua atuação
corporal em atividades, pois essas vivências permitirão que a criança adquira domínio e
conhecimento do seu próprio corpo obtendo assim consciência de seus limites. Desta forma,
poderá realizar movimentos de forma correta e evolutiva, que podem ajudar na resolução de
problemas futuros na aprendizagem.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi baseado em uma pesquisa quantitativa, sendo assim podemos
caracterizá-la como um estudo de caso, em que um grupo é delimitado dentro de um ambiente
amplo para ter suas características investigadas. Desta forma, se torna possível, uma maior
compreensão da realidade de uma sociedade. Como forma de coleta de dados, foi utilizada uma
entrevista semiestruturada realizada através de um questionário confeccionado na plataforma da
internet docs.google.com/forms e enviadas pelo aplicativo whatsapp para os respondentes. De
acordo com Manzini (2003), a entrevista semiestruturada é uma forma de coleta de dados
por meio da aplicação de um roteiro com perguntas ao participante referentes à temática
principal a ser investigada, as quais podem ser complementadas por outras questões
inerentes ao momento e ao contexto da entrevista.
O objetivo foi pesquisar qual o tipo de metodologia de ensino adotada pelos professores
de educação física das cidades de Ladário e Corumbá MS em relação à iniciação esportiva e as
fases de desenvolvimento da criança. Nesse contexto resolvemos focar na importância de
entender o porquê de haver um predomínio do conteúdo esporte e as problemáticas que são
geradas em virtude dessa prática tão presente nas aulas de educação física, pois, se faz
importante frizar que cada fase do desenvolvimento infantil tem características próprias, e que é
fundamental que todas as crianças experimentem as fases pertinentes ao desenvolvimento
4. RESULTADOS
infantil E DISCUSSÃO
em seu devido tempo. A supressão de etapas poderá ser prejudicial e irreversível,
ocasionando danos ao desenvolvimento integral de uma criança. Desta forma em razão do que já
foi pautado, buscaremos identificar e discutir como se dá dentro da educação física o trato do
conteúdo esporte.
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Figura 1 Figura 2
Figura 3 Figura 4
Figura 5 Figura 6
Figura 7 Figura 8
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Na primeira questão onde se pede o nível de formação acadêmica, (figura 1), podemos
perceber que 42,9% dos entrevistados cursados em educação física possuem especializações para
acrescentar experiência em suas carreiras, pois, é de extrema importância para o processo de
ensino que haja uma busca do professor pelo seu desenvolvimento profissional, caracterizado
pelo processo de crescimento individual, de aquisição e aperfeiçoamento de competência, de
eficácia no ensino-aprendizagem e de socialização profissional. Na segunda questão buscamos
saber sobre o tempo de atuação dos profissionais. Podemos observar que a maioria dos
profissionais (35,7%) possui tempo de atuação entre 1 e 3 anos (figura 2) e são considerados
como iniciantes no mercado de trabalho, porém isso também é reflexo de uma renovação neste
campo de atuação permitindo que novas metodologias sejam colocadas em pauta. Na terceira
questão (figura 3) em que é perguntado se educação física e esporte são considerados sinônimos,
57,1% acreditam que esporte e educação física não são sinônimos, entendendo que eles se
relacionam, porém de maneiras distintas, já que o esporte é apenas mais uma das formas de
ensino da educação física além dos vários outros conteúdos que ela usa como método de ensino
como a dança, ginástica e jogos lúdicos.
Na pergunta sobre a relação entre a prática esportiva e a escola (figura 4), 85,7%
acreditam que o esporte está ligado à integração, possibilitando aos alunos uma oportunidade de
socialização através da participação nas aulas de educação física. Na questão em relação ao
motivo da inserção do esporte no currículo escolar (figura 5), 78,6% acreditam que o principal
motivo seja o incentivo a prática esportiva, desta forma os professores não utilizam o esporte a
fim de formar atletas dentro da instituição de ensino, mas apenas incentivar os primeiros passos
do esporte e assim quem desejar praticá-lo em alto rendimento poderá praticá-lo em escolinhas
de treinamento. Na questão referente a prática esportiva durante as aulas de educação física
(figura 6), 78,6% trabalham o esporte 2x por semana nas aulas de educação física, nos dando a
entender que o ensino da modalidades esportivas não ocupa um lugar de destaque abrindo assim,
espaço para que sejam trabalhadas outras metodologias do ensino da educação física. Na questão
relacionada à que outros conteúdos são trabalhados de acordo com a proposta metodológica da
escola (figura 7), há uma igualdade em 64,3% nas respostas entre os conteúdos qualidade de vida
e atividades lúdicas, diversificando os métodos e ampliando a gama de conhecimentos a que a
criança será exposta.
Por fim, na questão sobre as metodologias utilizadas para trabalhar o esporte na escola
(figura 8), há também uma igualdade entre duas metodologias, fundamentos e atividades lúdicas
(71,4%), a maioria dos professores utiliza os fundamentos para trabalhar o esporte, porém a
ludicidade também está presente fazendo com que as aulas se tornem mais interessantes e
produtivas, proporcionando também a interação entre todos os alunos.
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5. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
BETTI, I. Esporte na Escola: Mas é só isso, Professor?. Rio Claro: Motriz, v.1, p.25-31, 1999.
JOBIM, Ana Paula; ASSIS, Ana Eleonora Sebrão. Psicomotricidade: Histórico e Conceitos. IX
Salão de iniciação científica e trabalhos acadêmicos. Guaíba: Universidade Luterana do Brasil,
2008.
MÜLLER, Antônio José (Org.), et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna,
2003.
__________________. O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.