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Universidade Federal de Pernambuco

Professora: Jamille Oliveira

Por :Lucas Martins Verçosa

Graduando em licenciatura em matemática (2021.2)

1. EDUCAÇÃO E SOCIOLOGIA – ÉMILE DURKHEIM

Durkheim , em sua obra “Educação e sociologia”, argumenta que toda educação


consiste em um esforço contínuo para impor às crianças maneiras de viver, de sentir e
de agir, as quais elas não chegariam espontaneamente. Nessa lógica, o ser individual é
constantemente influenciado a seguir um padrão de educação imposto por uma
organização social, logo, o conceito de educação é evidentemente subjetivo, variando de
acordo com o tempo e com o meio no qual o sujeito está presente, ou seja, não existe
uma educação perfeita e apropriada a todos os homens. É possível, também, que
determinada geração adulta exerça uma ação sobre as gerações mais jovens, as quais
não estão preparadas para conviver, especificamente, no meio social que estão contidos,
uma vez que, ao perpetuar seus costumes, culturas e objetivos, a geração adulta
conseguirá impor tudo isso aos “leigos”. Portanto, é possível afirmar que a construção
do ser social, baseando-se na educação, é o entendimento à respeito de diversas normas
e princípios, a fim de produzir indivíduos capazes de suprir as necessidades presentes no
meio coletivo, assim como na sociedade apresentada por Platão no livro “A república”.
Ademais, ao observar a sociedade contemporânea, nota-se um alto nível de
heterogeneidade social no que se refere às especificações de cada sujeito. Isso acontece
porque a educação também desperta o lado individual do ser, pois cada um possui
aptidões específicas e conhecimentos especiais, desse modo, cada criança é preparada
para determinada função.

Paralelamente, é válido ressaltar o ponto de vista de outros pensadores à respeito


da educação. Nesse contexto, Stuart Mill e Immanuel Kant possuem a visão semelhante
sobre educação: ambos argumentam que o objetivo dela é alcançar ou aproximar-se da
perfeição, no sentido de desenvolver todas as faculdades humanas. A priori, tal
perspectiva é válida quando o indivíduo dedica-se integralmente à buscar essa
“perfeição”, conquanto, como argumenta Durkheim, umas das regras da conduta
humana propõe que o sujeito especialize-se à “tarefas” específicas, pois o ser humano
possui aptidões particulares e funções no meio social. Dessa forma, ao observar o
contexto social contemporâneo, essa concepção de educação torna-se utópica, uma vez
que a coletividade é extremamente heterogeneidade, assim, os indivíduos presentes nela
têm finalidades específicas, aptidões para determinada área, além de trajetórias lineares,
com a finalidade de alcançar o objetivo final. Por outro lado, James Will define
educação como um instrumento utilitarista, o qual tem como finalidade tornar o sujeito
um objeto de felicidade tanto para ele mesmo, quando para os indivíduos que o cerca.
Contudo, seguindo a linha de raciocínio de Durkheim, a felicidade é um sentimento
subjetivo, assim, obviamente, algo que faz o indivíduo se sentir feliz não trará felicidade
para as pessoas ao seu redor obrigatoriamente. Ou seja, tal perspectiva sobre educação é
“vaga” e, consequentemente, sem finalidade objetiva, pois cada ser tenta buscar sua
felicidade de forma individual.

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