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EDUCAÇÃO E SOCOLOGIA

DURKHEIM
Profª Dra. Jaqueline Daniela Basso
Émile Durkheim
• Nascido na França, 1858-1917

• Sociólogo e pedagogo- Século XIX

• Estudou direito e economia

• Fundador da Sociologia como disciplina científica- Escola Sociológica


Francesa

• Estabeleceu o objeto e o método de uma ciência da sociedade;

• Formador de outros educadores, nunca se desvinculou das práticas


pedagógicas;

• Obra, no geral, resultante de aulas dadas, registros dos alunos e


compilações.
Introdução
Para Durkheim, o objeto de estudo da sociologia são os fatos
sociais, isto é, as maneiras de agir, de sentir, de pensar que
existem fora das consciências individuais, como as instituições
políticas, econômicas e religiosas, as ideias morais, o direito, a
família e a educação. Todos esses componentes da sociedade
possuem em comum, para Durkheim, as características da
exterioridade-coercitividade face aos indivíduos, impondo-se
como realidades anteriores, independentes e que exercem uma
coerção à conduta e ao pensamento de cada um dos seus
membros (Introdução Weligton Paz, p. 10).

Sociedade anterior ao indivíduo- determina aquilo que


consideramos criações individuais- modo de vestir, falar, morar,
dogmas e todos os demais fenômenos.
Introdução
Fato social, coletivamente produzido, que ultrapassa as
escolhas e preferências pessoais;

A realidade como se apresenta, socialmente construída


não pode ser mudada por vontade de um indivíduo;

O método de análise positivista, proposto por Durkheim,


implica adotar uma postura de objetividade e neutralidade,
a exemplo das ciências naturais.

(Introdução Weligton Paz, p. 11).


Introdução
• Ao sociólogo cabe exprimir a realidade, não julgá-la
concepção positivista sobre a sociedade;

• Durkheim constata que nos equivocamos ao considerar a


educação desvinculada das características sociais gerais de
cada sociedade;

• Não era concebível uma educação que ameaçasse a


existência da sociedade que a pratica;

• As necessidades da reprodução social condicionam os


sistemas educativos.
(Introdução Weligton Paz, p. 11-13).
Introdução
• Educação: processo de aprendizado das regras e normas
sociais- desenvolver nas crianças as aptidões físicas, intelectuais
e morais exigidas para perpetuação da sociedade e adaptação
dos indivíduos ao meio;

• Não se trata da educação ideal, mas a educação real/ histórica;

• Educação: principal forma de socialização das novas gerações;

• Realizar no indivíduo o ser social;

• O homem se humaniza em sociedade. (Introdução Weligton


Paz, p. 11).
Introdução
• Em Durkheim, não há oposição entre os interesses individuais e
os sociais- são aspectos dependentes;

• Ao desejar melhorar a sociedade, o indivíduo melhora a si próprio;

• Educação; enobrece, melhora o que há de melhor no indivíduo.

Humanizar o homem pela sua constituição como ser social através


do aprendizado dos deveres e imperativos exigidos coletivamente,
pela ação educativa, asseguram a integração e o equilíbrio sociais
pelo ajustamento do ser individual a essa “entidade moral
duradoura”, que é a sociedade, condição para a existência humana
e o progresso social (Introdução Weligton Paz, p. 14-15).
Introdução
Educação determinada por um princípio social e coletivo;

Papel do Estado- direitos e deveres em relação à educação;

Educação- papel fundamental no equilíbrio e harmonia entre as


diversas funções sociais;

Educação extrapola os limites familiares e seus interesses


individuais e conflituosos, que ameaçam a estabilidade social;

Estado- órgão cuja função é garantir a integração harmônica e


complementar entre as diferentes instâncias do todo social.
(Introdução Weligton Paz, p. 15).
Introdução
Função do Estado quanto à Educação: aprendizado da razão, ciência,
normas e valores sociais;

Indivíduos com funções diferentes na obra coletiva comum (sociedade);

Durkheim atribui espaço para as escolas particulares, mas com a


supervisão do Estado;

Crítica ao inatismo- determinações genéticas;

O homem não nasce pronto e acabado;

Somos seres formados não apenas pela natureza, mas pela sociedade
através da educação e de todos os processos coletivos de socialização;
Educação: Natureza e papel
• Educação- termo empregado em sentido bastante amplo-
conjunto de influências que a natureza e os sujeitos podem
exercer sobre nós;

• Várias definições de educação partem da premissa de que


existe uma educação ideal, perfeita, válida para todo homem;

• Entretanto, a educação tem variado segundo a época e país;

• Cada sociedade tem um sistema de educação que se impõe


aos indivíduos- conjunto de costumes;
Educação: Natureza e papel
• Costumes: produtos do movimento histórico;

• Ação das geração adultas sobre as gerações jovens;

• Educação responde às necessidades de seu tempo;

• Sistema de educação é único e múltiplo: dentro de um mesmo


sistema, múltiplos tipos de educação;

• Educação ligada às funções laborais/ diferenças por castas,


classes;

• Tendência de especialização do conhecimento.


Educação: Natureza e papel
• Educação homogênea e igualitária seria possível apenas
se voltássemos às comunidades primitivas;

• Diferentes educações pousam sobre uma base comum;

• Base parte de um ideal de homem- intelectual e moral;

• A partir de um certo ponto ele se diferencia;

• A sociedade só sobrevive enquanto existir entre seus


membros certa homogeneidade- similitudes essenciais
para a vida coletiva (conjunto básico de normas).
Educação: Natureza e papel

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas


sobre as que ainda não estão maduras para a vida social.
Tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo
número de estados físicos, intelectuais e morais dela
exigidos tanto pela sociedade política em seu conjunto
quanto pelo meio especial ao qual está particularmente
destinada (DURKHEIM, 2010, p. 36-37).
Caráter social da educação
• Educação: socialização metódica da nova geração;

• Indivíduo-2 seres: ser individual (acontecimentos/ ideias


pessoais) + Ser social (conjunto das influências sociais);

• Educação- formação do ser social- não espontânea-


submissão, disciplina, moral...

• Educação criano homem um ser novo- privilégio da


educação humana;

• Aprendizado da língua- todo um sistema de ideias


organizadas e classificadas- a linguagem permitiu nos
elevarmos acima da sensação- ela é uma coisa social.
O papel do Estado na área da Educação
• Estado- disponibilizar escolas às famílias;

• Proibirações destinadas a imprimir uma orientação


determinada ao espírito da juventude;

• Vigiar e obrigar que ação pedagógica seja social, não individual


(fragmentada e dogmática);

• Educação deve garantir aos cidadãos uma comunhão de


ideias e de sentimentos, sem o qual a sociedade é impossível;

• Contradições sociais tornam o dever do Estado ainda mais


delicado.
O papel do Estado na área da Educação
• Não reconhecer à maioria o direito de impor suas ideias à
minoria- liberdades individuais;

• Escola não deve estar ligada a partidos;

• Mestre não pode conduzir os alunos de acordo com suas


convicções;

• Estado tem o papel de garantir a “neutralidade” da


educação;

• Neutralidade e objetividade: características da ciência.


Poder da educação. Meios de ação
• Predisposições inatas são muito vagas e gerais- instinto;

• Instinto: Sistema de movimentos invariáveis que, uma vez


desencadeados pela sensação, se ordenam automaticamente até
atingir seu termo natural, sem que a reflexão intervenha;

• Instinto de sobrevivência não é um instinto- pressupõe reflexão;

• O futuro não é predeterminado por nossa constituição congênita;

• Exemplo: indivíduo não nasce pronto para ser um maratonista

• O ser humano se forma a partir de múltiplas determinações.


Contribuições de Durkheim
• Percepção de que a educação e a escola são frutos do processo social;

• Defesa da isenção ideológica do Estado na educação;

• Inserção da ciência na Educação- busca por elevar a educação à um ramo


da ciência;

• Passagem de arte para ciência;

• Visão positivista em relação ao método científico: neutralidade e


objetividade;

• Embasamento teórico da pedagogia- várias áreas.

• Superação do inatismo- ser social enquanto produto da sociedade.


REFERÊNCIA

DURKHEIM, E. Educação e Sociologia. Trad. Maria de


Fátima Oliva do Coutto. Introdução de Weligton Paz. São
Paulo: Hedra, 2010. 136 p.

ANDRADE E SOUZA, Karoline Coelho de. A Sociologia


Positivista de Émile Durkheim. REVISTA ALAMEDAS Vol.
6, n. 1, 2018. Disponível em:
http://e-revista.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/
18397/12706
Acesso em: 23 nov. 2020.

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