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Líderes
competentes não precisam deles
• Published on January 26, 2016
De fato, é muito interessante que líderes possuam bons indicadores, objetivos e metas para
alcançar. Para isto, em geral, as empresas dividem o seu mapa estratégico nas 4 perspectivas
padrão, que são: "financeira", "processos internos", "clientes" e "aprendizado e crescimento".
Aqui vai uma pergunta "difícil": destas 4, qual delas é realmente valorizada pela maioria das
empresas? Complementando: entre um conflito de metas de uma perspectiva e outra, qual é a
perspectiva que tem maior prioridade?
Acertou quem responde financeira. Tudo bem que os autores Kaplan e Norton argumentam que
o BSC surgiu para ter um equilíbrio de perspectivas e não ter só a visão financeira...
Mas, Você ainda tem dúvidas? Consulte os indicadores de sua empresa. Aposto que
encontrarás indicadores financeiros (faturamento) sendo medidos mensalmente, ou em menor
periodicidade. Já àqueles de relativos à satisfação dos colaboradores, às vezes, são
mensurados anualmente, através de instrumentos como pesquisa de clima, não é mesmo?
Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta mas, quando atingirmos a meta, vamos
dobrar a meta.
O que acontece se os gestores perceberem que não estão conseguindo atingir as metas?
Para resolver este problema, soube de gestores que mudavam a fórmula de cálculo dos
indicadores, para seu benefício. Um exemplo típico foi a alteração realizada no indicador de nível
de desemprego no Brasil.
Também soube, casos onde se alterou o período de apuração dos indicadores, para poder
maquiá-los.
Um destes, foi o de uma empresa, de cosméticos, que não estava atingindo os indicadores de
satisfação dos colaboradores. A pesquisa era aplicada sempre em dezembro. Um belo ano, a
empresa resolveu mudar o período de aplicação para março, após fazer a "limpa" anual de
demissões, antes do dissídio, de empregados que não estavam "alinhados" com seus gestores.
Só com este "plano de ação", conseguiram aumentar em 20% a satisfação dos colaboradores.
Eu acho que era só para enfeitar, a palavra "ética" encontrada, em um dos quadrinhos de
"missão, visão e valores", na sala de recepção.
Se as metas são S.M.A.R.T e os gestores forem bons líderes, eles alcançarão bons resultados.
E se não chegarem, conseguirão de fato, apurar as reais causas e trazer um desempenho
superior à média do mercado para suas empresas. Se entretanto, não possuírem competência
gerencial desenvolvida, precisam encontrar outra forma de sobreviverem corporativamente. Uma
forma, é fazer uso de bajuladores. Ou "puxa-sacos", como preferirem.
Qual o problema para a empresa, já que ele é o gestor, certo? O problema é este:
Sem dados, você é apenas mais uma pessoa com uma opinião.
A bajulação, de certa forma, é utilizada para aumentar o poder do chefe. Se na reunião citada,
ninguém se opusesse, ao ser criticado, o gestor teria sido obrigado a se posicionar claramente
para defender o seu ponto de vista. Algo extremamente benéfico para a empresa. Com a ajuda
do bajulador, o gestor não precisará se expor.
O maior perigo da bajulação, para o gestor, é que ela cega a visão da realidade. Um conjunto
permanente e periódico de elogios, pode proporcionar ao elogiado, uma falsa sensação de
segurança e inteligência, já que as pessoas parecem concordar sempre com o seu ponto de
vista. Desta forma, este será sempre agraciado com informações distorcidas, que muitas vezes,
não refletem a gravidade ou a urgência dos problemas. A primeira coisa que eu aconselho aos
novos gestores é o seguinte:
Lembre-se que quem bajula, busca benefícios. Líderes que trabalham com meritocracia não
toleram bajuladores. Além da questão ética, e de prejudicar o desempenho da equipe,
bajuladores não são confiáveis, pois procuram ascensão no poder de qualquer forma. Se puxam
o saco, também podem puxar o tapete do chefe, quando este não o for mais útil.
Entretanto, se somos colegas de mesma hierarquia no trabalho? Não é fácil responder esta
pergunta. Acredito que um comportamento que pode ser eficiente ao ter colegas com este perfil,
é realização do seu trabalho sempre com foco nos resultados para a empresa, e ter dedicação,
ética e conduta ilibada.
A escolha está entre conviver até cair, ou procurar outro emprego, e não ser prejudicado na
carreira. Os melhores profissionais tendem a escolher a segunda opção.