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Sumário

1 Unidade 1. Teoria geral da tutela provisória ....................................................................................................................................... 2


1.1 Prolongamento dos efeitos da decisão judicial.............................................................. Erro! Indicador não definido.
1.2 Organização das técnicas de sumarização material na legislação processual .. Erro! Indicador não definido.
1.3 Conceito ........................................................................................................................................ Erro! Indicador não definido.
1.4 Fundamento constitucional................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
1.5 Características ............................................................................................................................ Erro! Indicador não definido.
1.6 Regras gerais aplicáveis à tutela provisória .................................................................... Erro! Indicador não definido.
2 Unidade 2. Classificação da tutela provisória ..................................................................................................................................... 4
2.1 Tutelas de urgência e de evidência ..................................................................................... Erro! Indicador não definido.
2.1.1 Tutela de urgência........................................................................................................ Erro! Indicador não definido.
2.1.2 Tutela de evidência ...................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
2.2 Tutelas antecipada e cautelar ............................................................................................... Erro! Indicador não definido.
2.2.1 Tutela antecipada ......................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
2.2.2 Tutela cautelar .............................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
2.3 Antecedentes e incidentais ............................................................................................................................................................. 5
2.3.1 Tutela provisória incidental ............................................................................................................................................... 5
2.3.2 Tutela provisória antecedente.......................................................................................................................................... 7
2.3.2.1 Tutela provisória de urgência, cautelar antecedente .............................................................................. 8
2.3.2.2 Tutela provisória de urgência, antecipada antecedente ..................................................................... 10
3 Unidade 3. Teoria geral da execução civil forçada ................................................................. Erro! Indicador não definido.
3.1 Conceito ........................................................................................................................................ Erro! Indicador não definido.
3.2 Técnicas executivas .................................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
3.3 Princípios da execução civil ................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.4 Responsabilidade patrimonial do devedor ...................................................................... Erro! Indicador não definido.
4 Unidade 4. Pressupostos à execução civil .................................................................................. Erro! Indicador não definido.
5 Unidade 5. Execução de títulos executivos extrajudiciais e judiciais .............................. Erro! Indicador não definido.
5.1 Naturezas...................................................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
5.2 Competência ............................................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
5.3 Legitimidade ................................................................................................................................ Erro! Indicador não definido.
6 Unidade 6. Procedimentos executivos ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.
7 Unidade 7. Resistência do devedor à execução ....................................................................... Erro! Indicador não definido.
7.1 Embargos à execução .............................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
7.2 Exceção de pré- executividade ............................................................................................ Erro! Indicador não definido.
7.3 Impugnação ao cumprimento de sentença ..................................................................... Erro! Indicador não definido.
1 Unidade 1. Teoria geral da tutela provisória

Ampla defesa

Contraditório
Direitos
fundamentais Devido processo
relativos à legal
segurança jurídica
Juiz natural

Processo justo
etc.

Direitos Acesso à justiça


fundamentais
relativos à
celeridade Razoável duração
processual do processo judicial

Técnicas de
sumarização

Formal Material

Formas do Cognição
processo judicial

Ex.: CPC, art. Plano


Plano vertical
332. horizontal

Cognição Cognição
Cognição plena
exauriente sumária

Cognição Efeitos Efeitos não


limitada definitivos definitivos

Contraditório
diferido
Técnicas de
sumarização
material vertical

Não violam o
contraditório, pois ele é
apenas diferido

Gerais Específicas

Casos identificados pelo


Tutela legislador em que a parte
não pode esperar a
provisória formação de uma
cognição exauriente

Procedimentos
especiais

Recursos

Concentração (Livro V do
CPC)

Residualidade (primeiro a
específica, depois a geral)

Motivação (é necessário
que o juiz motive a sua
decisão)

Deferimento por
provacação (não pode
ser deferida de ofício)
Regras gerais da tutela
provisória Revogabilidade (o juiz pode revogar ou
mofificar a qualquer tempo, com efeitos ex
tunc, sendo uma exceção ao deferimento por
provocação)

Execução (regras de
execução provisória)
In natura
Reversibilidade (revogada a decisão,
deve ser reestabelecido o status quo)
In pecunia
Restrição à fazenda
pública
Esgotamento do objeto da
ação
Qualquer pessoa
Regra Compensação de créditos
(PF/PJ)
Tutela provisória tributários ou
previdenciários
Restrição à Fazenda
Exceção
pública
Remuneração de
servidores públicos

Liberação de mercadorias
provenientes do exterior

2 Unidade 2. Classificação da tutela provisória

Além da
probabilidade
do direito Perigo de dano Parte
Urgência
Risco à
Processo
utilidade

Quanto ao abuso de direito de defesa (endoprocessual)ou


fundamento manifesto propósito protelatório da parte (fora do
Independe do
perido de dano processo)
ou risco à
utilidade Prova documental e tese firmada em julgamento
Evidência de casos repetitivos ou súmula vinculante
pedido reipersecutório com prova documental de
contrato de depósito
petição inicial com prova documentla sem oposição
com prova capaz de gerar dúvida razoável.
Classificação
Garantia da futura satisfação
Cautelar
Quanto à função (assecuratória)
(natureza). Há Satisfação antecipada
fungibilidade de Identidade total ou
antecipação é dos efeitos
mão dupla Antecipada parcial com os pedidos
práticos e de seus
da petição inicial
desdobramentos
Feito antes do pedido de tutela
Quanto ao Antecedente
final
momento de
obtenção (caráter) Feito junto ou após o pedido de
Incidental
tutela final
Cautelares típicas

Arresto Sequestro Arrolamento


Provável credor da parte Titular de direito patrimonial Titular de direito patrimonial
Bens penhoráveis Bens penhoráveis ou Bens penhoráveis ou
impenhoráveis impenhoráveis
Bens determinados ou Bens determinados Bens determinados e
indeterminados indeterminados
Objetivo é a futura execução Objetivo é garantir o seu O objetivo é conhecer e
patrimônio garantir o patrimônio

2.1 Antecedentes e incidentais

Tutela provisória
incidental

Petição inicial
Tutela final

Tutela provisória
antecedente

Petição inicial Tutela final


Tutela provisória

Resumindo: se a tutela for pedida juntamente ou após o pedido da tutela final, será tutela
incidental; se for pedida antes do pedido da tutela final, será antecedente.

2.1.1 Tutela provisória incidental

Tutela provisória de urgência

Citação
Petição inicial
Tutela final
Tutela provisória de evidência

Art. 311, II ou III Art. 311, I, II, III ou IV

Formas de pedir a tutela provisória incidental:


a) em um tópico na petição inicial
b) simples petição no curso da instrução.
A tutela provisória incidental não tem custas.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento
de custas.

A quem é dirigido o pedido de tutela provisória incidental?


Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente,
ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária
de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente
para apreciar o mérito.

Se houver apelação de sentença e no segundo grau o autor precisar de uma tutela


provisória, ele deverá ser requerida ao órgão de segundo grau. Se o relator monocraticamente
indeferir a tutela provisória, caberá agravo interno, a luz do art. 1.021 do CPC. Contudo, no TJRS
há decisões entendendo que não cabe agravo interno, sendo este cabível somente nos casos de
decisões monocráticas que julgam o mérito.
Na decisão final de mérito em que é deferida ou indeferida a tutela provisória. Caberia REsp
ou RE?

SÚMULA 735, do STF

Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.

O REsp ou RE são possíveis de decisões de última ou única instância.

CF
Art. 102 Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

Se em 1º e 2º grau não foi requerida a tutela provisória, mas, em sede de REsp ou de RE é


necessário esse pedido, o que fazer?

Súmula 634, do STF

Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito
suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de
admissibilidade na origem.
Súmula 635, do STF

Cabe ao presidente do tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em


recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade.

Se já ocorreu o juízo de admissibilidade no tribunal de origem, a competência para decidir


sobre a tutela provisória será do STJ ou do STF. Caso não tenha ocorrida essa admissibilidade, a
competência é do Presidente do tribunal de origem.
Admissibilidade no tribunal de origem

Presidente do tribunal de origem STJ ou STF

Se o juiz de primeiro grau, na sentença, deferir a tutela provisória, o recurso de apelação


NÃO terá efeito suspensivo.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

2.1.2 Tutela provisória antecedente

A tutela provisória antecedente somente é cabível para a tutela de urgência, não sendo
admissível para a tutela de evidência. Há casos em que não é possível fazer o pedido de tutela
final, neste caso faz-se o pedido de tutela provisória de urgência antecedente. Em outro processo
de conhecimento, faz-se o pedido de tutela final. Contudo, deve ser informado qual é o pedido de
tutela final que se pretende fazer.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente,
ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária
de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente
para apreciar o mérito.

Há dois procedimentos diferentes para a tutela de urgência antecedente: cautelar ou


antecipada.
Cautelar

Tutela provisória antecedente


de urgência

Antecipada

2.1.2.1 Tutela provisória de urgência de natureza cautelar em caráter antecedente

Na petição inicial não é pedida a tutela final, apenas a cautelar. P. ex.: ação ajuizada pedido
a tutela cautelar antecedente, prevendo o seu divórcio no prazo de 20 dias, pedindo o sequestro
de um bem que será partilhável. Também é possível pedir o arresto de bens do devedor,
informando que em breve será pedida a tutela final executiva.
Além dos requisitos dos arts. 319 e 320, é preciso atender ao art. 305.

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 .
A lide referida no caput do art. 305 diz respeito à futura lide principal. Não se trata de pedir
a tutela final, mas apenas de indicar o que se pretende fazer futuramente. O valor da causa será
o valor da causa final (da lide futura).
O parágrafo único do art. 305 apresenta o princípio da fungibilidade entre as tutelas
cautelar e antecipada.
O juiz poderá conceder liminarmente, inaudita altera pars, mas pode, se não se sentir
convencido, marcar uma audiência de justificação, conforme o 2º do art. 300.
Art. 300
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
O procedimento irá depender da decisão do juiz, de deferir ou indeferir a liminar.
Se a liminar for indeferida, cumpre-se o art. 306, citação do réu para contestar o pedido e
indicar as provas que pretende produzir, no prazo de 5 dias.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e
indicar as provas que pretende produzir.
Se não houver contestação do réu, aplica-se o art. 307, cabendo ao juiz decidir se defere ou
indefere a tutela cautelar.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-
ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
No caso de indeferimento da tutela cautelar, a parte poderá ou não fazer o pedido de tutela
final, contudo, há casos excepcionais em que o indeferimento da tutela cautelar impedirá que o
autor peça a tutela final. Um desses casos é quando o juiz indeferir por motivo de prescrição ou
decadência. Isso porque o indeferimento por prescrição ou decadência representa julgamento
de mérito, à luz do art. 487, II.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de decadência ou de prescrição.

Se o pedido de tutela cautelar for contestado, o processo seguirá o rito comum, na


discussão sobre a concessão, ou não, da tutela cautelar.
Se a tutela for deferida, em qualquer caso, liminarmente, à revelia ou no rito comum, o autor
terá 30 dias para efetivar a tutela cautelar concedida. Se a tutela não for efetivada no prazo de
30 dias, cessará a eficácia da tutela concedida, nos termos do art. 309, II.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é
vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
Neste caso a liminar pode ser revogada.
Após a efetivação da tutela provisória, o autor terá 30 dias para formular o pedido de tutela
final. Esse prazo é peremptório, conclusivo.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que
deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal
Se for deduzido o pedido principal no prazo legal, segue-se o rito comum.
Se a sentença for de improcedência ou de extinção do processo em relação à tutela final,
cessa a eficácia da tutela cautelar antecedente.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito.
Em suma, cessa a eficácia em quatro casos:

Se o autor não deduzir o pedido


principal no prazo legal

Não for efetivada dentro de 30


dias
Cessa a eficácia da tutela
antecedente
o juiz julgar improcedente o
pedido principal formulado pelo
autor

o juiz extinguir o processo sem


resolução de mérito
O argumento lógico-sistemático é que se a tutela final for julgada improcedente, significa
que em cognição exauriente o autor não tem o direito que alegava ter. Isso significa que
desaparece a probabilidade do direito suposto em cognição sumária.
O argumento normativo está no art. 309, III.

2.1.2.2 Tutela provisória de urgência de natureza antecipada em caráter antecedente

Na petição inicial não se pede a tutela final, somente a tutela antecipada, com observância
dos arts. 319 e 320.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do
risco ao resultado útil do processo.
O valor da causa será o da tutela final.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o
valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício
previsto no caput deste artigo.
É preciso deixar claro que se pretende apenas a tutela antecipada.
Ajuizada a petição inicial, o juiz poderá, com base no art. 300, § 2º, deferir ou indeferir a
liminar, antes ou depois da audiência de justificação prévia. Aplica-se a fungibilidade processual
(instrumental) de mão dupla (progressiva e regressiva) entre a cautelar e a antecipada (art. 305).
Se a liminar for indeferida o autor terá 5 (cinco) dias para fazer o pedido de tutela final, sob
pena de extinção sem resolução de mérito, conforme o art. 303, § 6º.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o
órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de
ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.
Se for feito do pedido de tutela final, o rito comum seguirá o seu trâmite.
Se a liminar for deferida, haverá dois procedimentos paralelos: para o autor e para o réu.
O autor (art. 303, § 1º) terá 15 (quinze) dias, no mínimo, para aditar a petição inicial:
a) confirmar o pedido de tutela final
b) complementar a sua argumentação
c) juntar novos documentos
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em
15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
Não cumprindo com seu dever, o processo será extinto sem resolução de mérito (art. 303,
§ 2º).
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o
processo será extinto sem resolução do mérito.
Se cumprir o seu dever, segue o rito comum (art. 303, § 3º).
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos
autos, sem incidência de novas custas processuais.
Para o réu, abre-se o prazo de 15 (quinze) dias para o agravo de instrumento (art. 1.015, I).
Se o réu não recorrer, ocorrerá um terceiro gênero de imutabilidade, diferente da coisa julgada e
da preclusão, denominada de estabilidade. O critério é diferente da coisa julgada e da preclusão,
passando a ser o critério da aceitação (a parte aceita a decisão judicial), conforme o art. 304.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se
da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
Recentemente o STJ decidiu que os prazos para autor e réu não correm em paralelo.
Primeiro deve ser observado o prazo do réu para o agravo de instrumento1, se não fizer,
estabiliza a decisão e o autor nem precisa fazer o pedido de tutela final. Se o réu fizer o agravo de
instrumento, inicia a contagem de prazo para o autor aditar a petição inicial

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM


CARÁTER ANTECEDENTE. PROCEDIMENTO. ARTS. 303 E 304 DO CPC/15.
ADITAMENTO DA INICIAL. INTIMAÇÃO ESPECÍFICA. PRINCÍPIOS DA PRIMAZIA DO
JULGAMENTO DE MÉRITO E DA ECONOMIA PROCESSUAL. ARTS. 4º, 139, IX, 321,
CAPUT, 304, CAPUT E § 1º, e 1.003, § 5º, do CPC/15. PETIÇÃO.
JUNTADA. CONTEÚDO. CONHECIMENTO INEQUÍVOCO. HIPÓTESE CONCRETA.
NÃO CARACTERIZAÇÃO.
1. Ação de tutela antecipada em caráter antecedente, na qual se pleiteia o cumprimento
de contrato de prestação de serviços, fornecimento e instalação de sistemas de controle
de acesso, provedor de internet, telefonia VOIP e de monitoramento digital de imagens.
2. Recurso especial interposto em 17/07/17 e concluso ao gabinete em 14/09/18.
Julgamento: CPC/15.
3. O propósito recursal consiste em determinar se a juntada de petição pelo autor após a
concessão da tutela antecipada antecedente é apta a: a) configurar a ciência inequívoca
da parte a respeito de seu conteúdo e; b) demarcar o início do prazo de 15 (quinze) dias
para o aditamento da petição inicial previsto no art. 303, § 1º, I, do CPC/15.
4. Nosso direito processual civil é instrumental e adota o sistema da legalidade das
formas, de modo que é preciso que seu rigorismo formal seja observado com vistas a se
oferecer segurança jurídica e previsibilidade à atuação do juiz e das partes, sendo
abrandado quando o ato atingir a finalidade que motiva sua vigência.
5. A intimação das partes acerca dos conteúdos decisórios é indispensável ao exercício da
ampla defesa e do contraditório, pois somente o conhecimento dos atos e dos termos do
processo permite a cada litigante encontrar os meios necessários e legítimos à proteção
de seus interesses.
6. No processo eletrônico, a ciência pessoal de todo o conteúdo do processo é presumida,
em regra, com a intimação formal. Precedente.
7. Excepciona-se essa regra na juntada superveniente de petição cujo conteúdo revele a
indispensável ciência de todo o conteúdo decisório, isto é, o inequívoco conhecimento da
decisão e a plena ciência da parte de que deve tomar alguma atitude processual.
Precedentes.
8. No CPC/15, a tutela provisória passa a ser uma técnica aplicada na relação processual
de conhecimento ou de execução, mas que, na forma do art. 303, pode ser também
requerida em caráter antecedente à própria formação da relação jurídica processual da
tutela definitiva.
9. O propósito da previsão dos arts. 303 e 304 do CPC é, especificamente, proporcionar
oportunidade à estabilização da medida provisória satisfativa, valorizando a economia
processual por evitar o desenvolvimento de um processo de cognição plena e exauriente,
quando as partes se contentarem com o provimento sumário para solucionar a lide.
10. O procedimento da tutela provisória é, portanto, eventualmente autônomo em
relação à tutela definitiva, pois, para a superação dessa autonomia, é preciso que o
requerido recorra da decisão que concede a antecipação da tutela, sob pena de a tutela
estabilizar-se e o processo ser extinto.

1
Ver decisão do STJ no REsp 1.797.365/RS
11. Como, na inicial da tutela antecipada antecedente, o autor somente faz a indicação do
pedido de tutela final, existe a previsão de que deve complementar sua argumentação,
com a confirmação do pedido de tutela final, no prazo de 15 (quinze) dias ou outro maior
fixado pelo juiz.
12. Os prazos do requerido, para recorrer, e do autor, para aditar a inicial, não são
concomitantes, mas subsequentes.
13. Solução diversa acarretaria vulnerar os princípios da economia processual e da
primazia do julgamento de mérito, porquanto poderia resultar na extinção do processo a
despeito da eventual ausência de contraposição por parte do adversário do autor,
suficiente para solucionar a lide trazida a juízo.
14. Como a interposição do agravo de instrumento é eventual e representa o marco
indispensável para a passagem do "procedimento provisório" para o da tutela definitiva,
impõe-se a intimação específica do autor para que tome conhecimento desta
circunstância, sendo indicada expressa e precisamente a necessidade de que
complemente sua argumentação e pedidos.
15. Na hipótese dos autos, o conteúdo da petição juntada pelo autor, na qual requer a
aplicação de multa em razão do descumprimento da tutela antecipada, não permite
concluir por seu conhecimento inequívoco da determinação de aditar a inicial.
16. Além disso, a intimação do autor para o aditamento da inicial e o início do prazo de 15
(quinze) dias para a prática desse ato, previstos no art. 303, § 1º, I, do CPC/15, exigem
intimação específica com indicação precisa da emenda necessária, como realizado pelo
juízo do primeiro grau de jurisdição.
17. Recurso especial desprovido.
(REsp 1766376/TO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
25/08/2020, DJe 28/08/2020)

Recentemente o STJ firmou entendimento de que não é qualquer resistência que impede a
estabilização, mas apenas a resistência qualificada. Nesse sentido, uma apelação não
representaria uma resistência qualificada, não tendo o condão de evitar estabilização.

PROCESSUAL CIVIL. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA EM


CARÁTER ANTECEDENTE. ARTS. 303 E 304 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE
2015. NÃO INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO.
APRESENTAÇÃO DE CONTESTAÇÃO. IRRELEVÂNCIA.
I - Nos termos do disposto no art. 304 do Código de Processo Civil de 2015, a tutela
antecipada, deferida em caráter antecedente (art. 303), estabilizar-se-á, quando não
interposto o respectivo recurso.
II - Os meios de defesa possuem finalidades específicas: a contestação demonstra
resistência em relação à tutela exauriente, enquanto o agravo de instrumento possibilita
a revisão da decisão proferida em cognição sumária. Institutos inconfundíveis.
III - A ausência de impugnação da decisão mediante a qual deferida a antecipação da
tutela em caráter antecedente, tornará, indubitavelmente, preclusa a possibilidade de
sua revisão.
IV - A apresentação de contestação não tem o condão de afastar a preclusão decorrente
da não utilização do instrumento processual adequado - o agravo de instrumento.
V - Recurso especial provido.
STJ. Primeira Turma. REsp 1.797.365/RS. Relator: Ministro Sérgio Kukina. Relator(a) p/
Acórdão: Ministra Regina Helena Costa, 03/10/2019. DJe 22/10/2019. RB vol. 662 p.
229.

Ocorrendo a estabilidade, o processo será extinto, sem resolução de mérito, sem fazer coisa
julgada, conforme art. 304, § 6º.

§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em
ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
Contudo, o legislador estabeleceu um período de estabilidade provisória de 2 (dois) anos,
por combinação do art. 304, §§ 5º e 6º.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º
deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o
processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em
ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

Será necessária uma ação autônoma dentro do período de 2 anos.

Estabilidade, coisa julgada pro judicato

Antecedente
Cautelar
Incidental
Urgência
Antecedente
Antecipada
Tutela Provisória
Incidental

Evidência Antecipada Incidental

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