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Lei n. 8.245/1991 e suas alterações - Locação de Imóveis Urbanos
Gustavo Deitos
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Apresentação
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Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
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prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Nesta aula, abordaremos as ações específicas previstas na Lei n. 8.245/1991 (Lei de Lo-
cações ou Lei do Inquilinato). A partir dos artigos que tratam do procedimento judicial e das
ações locatícias, estudaremos cada uma de forma sistematizada, mediante comentários in-
dividualizados a cada dispositivo, com as devidas associações e considerações necessárias.
1.1. Introdução
Cada uma destas ações possui conjunto normativo próprio, reunido em capítulo próprio
destinado a cada uma delas na Lei de Locações. Nosso estudo dará especial valor aos pontos
específicos de cada ação.
É imprescindível assimilar, desde já, que as quatro ações específicas têm dois grandes
pontos em comum:
• 1) Todas se sujeitam a um conjunto de regras gerais estabelecidas na Lei de Locações
(Título II, Capítulo I);
• 2) Todas devem observar, no que couber, o procedimento comum do CPC de 2015.
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O caput traz o segmento “Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º”
de modo a esclarecer que as ações em espécie instituídas pela Lei de Locações não podem ter
como objeto os direitos materiais descritos no art. 1º, parágrafo único, que são os seguintes:
• Locações de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas
autarquias e fundações públicas;
• Locações de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de
veículos;
• Locações de espaços destinados à publicidade;
• Locações em apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim considerados
aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autoriza-
dos a funcionar;
• Arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.
Todas as relações jurídicas listadas acima são relações não regidas pela Lei de Locações,
em razão de se submeterem a regramentos diferenciados e próprios. Logo, as ações previs-
tas nesta lei não podem ter como objeto o arrendamento mercantil e as locações dos tipos
mencionados acima.
Agora, analisemos os incisos, que efetivamente estabelecem regras gerais de cunho processual:
I – os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência delas;
As férias forenses foram extintas pela Emenda Constitucional n. 45/2004. Ademais, elas
não podem ser confundidas com o período de suspensão processual que perdura de 20/12 a
20/01, conforme o art. 220 do CPC.
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Portanto, tendo em vista que férias forenses não são a mesma coisa que o período de
suspensão processual previsto no CPC, as ações previstas na Lei de Locações também são
suspensas entre 20/12 e 20/01.
II – é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se
outro houver sido eleito no contrato;
Eis aqui a regra de competência territorial (em razão do lugar) aplicável às ações desta lei:
local do imóvel locado.
As relações jurídicas de locação têm por objeto direito pessoal, e não de direito real. Afinal
de contas, o locatário, só por esta condição, não tem direito – nem expectativa de direito – a
reivindicar a propriedade do bem locado.
Em razão do caráter pessoal dessa relação jurídica, a competência do local do imóvel
pode ser derrogada por convenção das partes, mediante estabelecimento de cláusula de elei-
ção de foro.
Nesta cláusula, as partes, de mútuo acordo, convencionam a escolha de outro foro para
processar e julgar eventuais ações cujas causas de pedir refiram-se à relação jurídica objeto
do contrato.
Exemplo prático:
João e Flávio celebram contrato de locação em que João alugará seu imóvel a Flávio, por dois
anos. O imóvel situa-se em Blumenau (SC), mas, no contrato, as partes convencionaram que
eventual lide seria dirimida no foro de Balneário Camboriú (SC). Flávio deixa de pagar os alugu-
éis seguidamente, o que motiva João a ajuizar ação de despejo. O foro competente será o de
Balneário Camboriú, convencionado pelas partes, muito embora o imóvel se situe em Blumenau.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressa-
mente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.
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Exemplo: contrato de locação de imóvel urbano celebrado entre uma pessoa de Chapecó (SC)
e outra de Passo Fundo (RS) tendo em cláusula de eleição o foro de Macapá (AP). O juiz
poderá entender que a parte redatora do contrato buscava prejudicar o acesso da outra à jus-
tiça, pelo distanciamento do foro competente.
Resumindo:
• Antes da citação, a abusividade pode ser declarada de ofício pelo juiz.
• Após a citação, somente a requerimento do réu, em preliminar de contestação, é que a
abusividade da cláusula poderá ser declarada.
III – o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47,
a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento;
Toda causa cível precisa, necessariamente, ter um valor certo, ainda que não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível (art. 291 do CPC). O inciso III estabelece regra especial para
balizamento do valor. Logo, as regras do art. 292 do CPC são inaplicáveis às ações desta lei.
Portanto, deve-se levar em conta o seguinte:
• 1) Como regra geral, o valor da causa deve ser equivalente à soma de 12 (doze) meses
de aluguel.
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• 2) Em caso de ação de despejo cujo locatário (réu) esteja sendo despejado em razão da
extinção de contrato de trabalho havido com o locador (empregador), em face de a lo-
cação ser motivada pela relação de trabalho (Ex: caseiros de sítios e pousadas), o valor
da causa equivalerá à soma de três salários do locatário (ex-empregado).
IV – desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far-se-á mediante cor-
respondência com aviso de recebimento, ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
também mediante telex ou fac-símile, ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas
no Código de Processo Civil;
A citação por meio dos Correios (carta com aviso de recebimento) é justamente a regra
geral do CPC. Ademais, a intimação por “telex ou fac-símile” encontra-se em desuso. Portanto,
na prática, são observadas diretamente as formas de citação e intimação previstas no CPC.
De qualquer forma, para fins de provas, você precisa saber que o texto literal do inciso IV
condiciona a intimação por Correios à convenção contratual, valendo a mesma lógica para a
intimação da pessoa jurídica por “telex ou fac-símile”.
DICA
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de dano
grave ou de difícil reparação
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2. Ação de Despejo
As ações que objetivem o despejo do locatário seguirão os ritos abaixo transcritos. Para
entendê-los de maneira integral e detalhada, comentarei cada dispositivo legal pertinente ao
procedimento.
CAPÍTULO II
Das Ações de Despejo
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário.
A partir do CPC de 2015, não há mais rito ordinário ou sumário: há o procedimento comum
e os procedimentos especiais. Portanto, as ações de despejo seguirão o procedimento co-
mum, com as modificações trazidas pelo capítulo ora em estudo.
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O § 1º cria as condições imprescindíveis para que o juiz possa conceder medida liminar
em favor do autor (locador), antes mesmo de o réu seu ouvido. É uma hipótese de decisão que
torna o contraditório diferido, isto é, postergado. Tratá-las-emos em partes:
• 1) Autor tenha depositado em juízo uma garantia (caução) de valor igual a três meses
de aluguel;
• 2) A ação deve ter como sua causa de pedir, pelo menos, uma das circunstâncias des-
critas nos incisos abaixo.
I – o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas
partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para
desocupação, contado da assinatura do instrumento;
II – o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou
sendo ela demonstrada em audiência prévia;
III – o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até
trinta dias após o vencimento do contrato;
IV – a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no
inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei;
V – a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário.
VI – o disposto no inciso IV do art. 9º, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes
no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a
permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las;
VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de
nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato;
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta)
dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada;
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato
desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso
de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo.
Preenchidos os dois requisitos, o juiz concederá liminar para que o locatário e/ou sublo-
catário desocupem o imóvel, ou, conforme o caso, para que todos os pertences do locatário
e/ou do sublocatário sejam de lá retirados, no caso de um ou ambos não mais residirem no
local (Ex: inciso IV).
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A ordem liminarmente expedida deverá ser cumprida em 15 dias pelo réu. Ademais, esta é
uma medida liminar que posterga o exercício do contraditório pelo réu.
Obs.: Esta liminar não depende de demonstração de fumus boni juris e periculum in mora,
exigidos das tutelas provisórias em geral (art. 300 do CPC). Trata-se de verdadei-
ra tutela antecipatória condicionada somente aos requisitos que lhe são associados
nesta lei.
§ 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar-se-á ciência do pedido aos sublocatários, que
poderão intervir no processo como assistentes.
Art. 60. Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47 e inciso II do art.
53, a petição inicial deverá ser instruída com prova da propriedade do imóvel ou do compromisso
registrado.
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Listo para você, abaixo, as hipóteses em que a petição inicial deverá ser acompanhada
de prova da propriedade do imóvel locado (registro no Cartório de Registro de Imóveis) ou do
respectivo compromisso:
• 1) Despejo motivado pela realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder
Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário
no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las (art. 9º, IV);
• 2) Despejo motivado pela demolição e edificação licenciada ou para a realização de
obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo,
vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cin-
quenta por cento (art. 47, IV);
• 3) Despejo motivado pelo fato de o proprietário, promissário comprador ou promissário
cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja
quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietá-
rio, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resul-
tar em aumento mínimo de cinquenta por cento da área útil (art. 53, II).
Art. 61. Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do art. 47, se o locatário, no pra-
zo da contestação, manifestar sua concordância com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o
pedido fixando prazo de seis meses para a desocupação, contados da citação, impondo ao vencido
a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dado à
causa. Se a desocupação ocorrer dentro do prazo fixado, o réu ficará isento dessa responsabilida-
de; caso contrário, será expedido mandado de despejo.
Primeiramente, listo para você quais são as restritas hipóteses de locação sujeitas à dis-
posição deste artigo:
• 1) Locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses (+30),
prorrogadas, quando o locador opta por denunciar (terminar) o contrato, e o locatário
não desocupa o imóvel no prazo de 30 dias (art. 46, § 2º);
• 2) Locações ajustadas de forma verbal ou escrita por prazo inferior a trinta meses (-30),
quando o locador pretende despejar o locatário para:
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Nestas hipóteses, pode o locatário (réu), em sua contestação, concordar com a desocu-
pação do imóvel. Neste caso, ele terá o prazo de 6 (seis) meses para desocupá-lo, a contar de
sua citação efetiva. A este instituto dá-se o nome de sanção premiativa.
Se o réu cumprir este dever no prazo conferido pela lei, ele não terá o ônus de pagar as
custas e honorários advocatícios de 20% sobre o valor da causa.
Se, todavia, o prazo for descumprido e ele for vencido no processo, deverá arcar com tal
ônus (custas e honorários de 20%), e ainda será expedido mandado de despejo.
Obs.: Nada impede que as partes, em transação processual, combinem um prazo diferente
para desocupação e/ou um valor distinto de honorários. A regra do art. 61 aplica-se
quando as partes não transigirem no mesmo ponto, o que é mais comum.
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação,
de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da loca-
ção, observar-se-á o seguinte:
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e
acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão
e o locatário e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com
a inicial, cálculo discriminado do valor do débito;
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Este inciso trata da chamada purgação da mora, que constitui impedimento ao despejo
(causa juridicamente impeditiva).
Muito embora os fiadores não respondam pelo término do contrato, eles, da mesma
forma que o locatário (devedor principal), poderão evitar a resolução contratual pagando
o valor atualizado da dívida com os aluguéis e os acessórios, mediante simples depósito
em conta judicial.
O valor do depósito deverá contemplar, além do valor cobrado pelo locador, os aluguéis e
acessórios devidos até a data do pagamento, eventuais cláusulas penais fixadas no contrato,
juros, custas processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor total, ou outro per-
centual fixado em contrato.
III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferen-
ça, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação,
que poderá ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no
órgão oficial, a requerimento do locador;
Quando o pagamento descrito anteriormente não for integral, o réu/locatário será autori-
zado a complementar o valor em 10 dias. Este ônus dependerá, naturalmente, de requerimen-
to do locador, no qual deverá ser apontado o valor correto e integral.
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V – os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depositados à disposição do juízo,
nos respectivos vencimentos, podendo o locador levantá-los desde que incontroversos;
VI – havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução
desta pode ter início antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.
Você já sabe de que é possível cumular, na ação de despejo, os pedidos de rescisão (reso-
lução) contratual e de cobrança dos aluguéis atrasados. Agora, apresento a você a condição
para a execução provisória dos aluguéis atrasados.
A execução provisória dos valores de aluguéis atrasados poderá ocorrer se forem de-
feridos, conjuntamente, na sentença condenatória, os pedidos de resolução contratual e de
pagamento de parcelas não pagas.
É possível que os valores não pagos sejam objeto de execução provisória logo após a publi-
cação da sentença de primeiro grau, porque a apelação, nas ações locatícias, não suspende
os efeitos da sentença de primeiro grau (art. 58, inciso V).
Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa faculda-
de nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente anteriores à propositura da ação.
A purgação da mora, que estudamos no comentário ao inciso II, não poderá beneficiar o
locatário por mais de uma vez dentro do período de 24 meses imediatamente anteriores à
data de propositura da ação locatícia.
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Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de mandado de des-
pejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto
nos parágrafos seguintes.
§ 1º O prazo será de quinze dias se:
a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido mais de quatro meses; ou
b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9º ou no § 2º do art. 46.
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4) Locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses (+30), pror-
rogadas, quando o locador opta por denunciar (terminar) o contrato, e o locatário não deso-
cupa o imóvel no prazo de 30 dias (art. 46, § 2º)
Em todas as hipóteses acima, o prazo para a desocupação voluntária será de 15 DIAS.
Há outras hipóteses em que o despejo voluntário terá prazo diferenciado. Elas serão citadas
nos comentários aos §§ 2º e 3º, logo abaixo.
Quando o despejo for ordenado em desfavor de uma instituição de ensino, o prazo para
desocupação voluntária será fixado pelo juiz, livremente, desde que respeitado o limite míni-
mo de 6 meses e máximo de um ano.
Ademais, a época do despejo deverá coincidir com o período de férias escolares, a fim de
que o serviço público não seja interrompido.
Listo, abaixo, as hipóteses em que o despejo voluntário poderá ocorrer no prazo fixo de
um ano:
• 1) Despejo de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, asilos, esta-
belecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem
como por entidades religiosas devidamente registradas, ordenado para a realização
de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser nor-
malmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se
recuse a consenti-las (art. 9º, IV).
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Mesmo nestas hipóteses, o prazo, que continuará fixo, será reduzido a 6 (seis) meses se
já tiver decorrido um ano entre a citação do réu e a sentença condenatória.
§ 4º A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada pro-
visoriamente.
O valor da caução, que deverá ser fixado na sentença condenatória de despejo, será fixado
pelo juiz, com base nos parâmetros do art. 64, adiante comentado.
Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9º, a execução provisória do despejo de-
penderá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atua-
lizado até a data da prestação da caução.
Nas hipóteses abaixo, a caução é dispensada pela lei, não podendo o juiz exigi-la:
• Desfazimento da locação por mútuo acordo (normalmente não chega a ser objeto de
ação judicial);
• Despejo em decorrência da prática de infração legal ou contratual;
• Despejo em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;
• Despejo para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público,
que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imó-
vel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las.
Com exceção dos casos listados acima, o juiz deve fixar, na sentença condenatória de
despejo, o valor da caução que o autor (locador) deverá pagar para que possa promover a
execução provisória do despejo.
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O valor poderá ser fixado livremente, desde que respeite o limite mínimo de seis aluguéis
e máximo de doze aluguéis, cujos valores deverão ser atualizados no momento da fixação do
valor da caução.
§ 1º A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da execução provisória.
Caução real é aquela que recai sobre bens imóveis, mediante gravame por direito real de
garantia (hipoteca, anticrese, alienação fiduciária etc.).
Já a caução fidejussória é a que recai sobre direitos e bens pessoais, mediante fiança de
terceira pessoa, por exemplo.
O valor pago pelo autor (locador) a título de caução para a execução provisória do despejo
será revertido ao réu (locatário), se o Tribunal, em instância recursal, der provimento ao recur-
so do réu para tornar indevido o despejo.
Este parágrafo determina que o valor pago pelo autor a título de caução servirá como
indenização mínima por perdas e danos decorrentes do despejo. Ademais, é perfeitamente
possível que o réu demonstre, em ação própria, a existência de perdas e danos em escala
ainda maior.
A execução provisória, portanto, sempre é uma medida arriscada de que o autor poderá
se valer.
Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado
o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento.
§ 1º Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o
despejado.
§ 2º O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônju-
ge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel.
O prazo a que se refere este artigo é o da desocupação voluntária, que estudamos ante-
riormente. Quanto este prazo findar, ocorrerá o despejo (forçado), a ser cumprido por oficial de
justiça, com emprego de força policial, se se mostrar imprescindível (art. 846, § 2º).
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Se houver necessidade de arrombamento, o mandado deverá ser cumprido por dois ofi-
ciais de justiça (art. 846, § 1º, CPC).
Quanto aos móveis e utensílios domésticos do locatário despejado, serão tomadas, su-
cessivamente, as seguintes medidas:
• 1) Serão devolvidas ao próprio locatário despejado, para que as leve consigo para onde
for morar.
• 2) Serão entregues a um depositário nomeado no ato, caso o locatário despejado não
queira levar consigo seus bens.
Mesmo que tenha decorrido o prazo para desocupação voluntária, o despejo não poderá ser
levado a efeito no período de 30 dias após o falecimento das seguintes pessoas:
Cônjuge de alguém que more no imóvel que deva ser desocupado;
Ascendente de alguém que more no imóvel que deva ser desocupado;
Descendente de alguém que more no imóvel que deva ser desocupado.
Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na posse
do imóvel.
Imissão na posse nada mais é que a possibilidade de o locador voltar a exercer a posse
direta sobre o imóvel locado. Sua imissão na posse do imóvel não interferirá na ação em an-
damento, na qual o locador poderá prosseguir com a cobrança de eventuais aluguéis atrasa-
dos ou outros direitos.
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Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante con-
signação, será observado o seguinte:
I – a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá
especificar os aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores;
Registro, logo de início, que no CPC de 2015 o dispositivo orientador dos requisitos da
petição inicial é o art. 319. Portanto, o art. 319 do CPC deve ser observado na formulação da
petição inicial.
Na petição, haverá um requisito a mais: especificação do valor dos aluguéis e das coisas
eventualmente depositadas. No caso dos aluguéis, deve haver especificação exata de qual é
o mês de aluguel a que se refere o valor consignado (meses de março, abril, maio etc.).
II – determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de vinte e quatro horas, efetuar
o depósito judicial da importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo;
O CPC prevê um prazo maior para que o autor (consignante) deposite em conta judicial o
valor consignado. Todavia, em face do caráter especial da regra desta lei, deverá o autor, em
24 horas, a contar de sua intimação, para depositar em conta judicial o valor cuja consigna-
ção pretenda.
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Se não houver o depósito do valor consignado no prazo de 24 horas, o processo será ex-
tinto sem resolução do mérito, e o valor será devolvido ao consignante. Haverá retenção do
valor devido a título de custas processuais eventualmente fixadas.
III – o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e
até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos
respectivos vencimentos;
Existe um pressuposto estrutural para o pedido de consignação dos aluguéis: devem ser
depositados, ao longo do processo, os aluguéis que se forem vencendo, até a sentença. De-
verão ser observadas as datas de vencimento.
Obs.:
Naturalmente, a necessidade de depósito de aluguéis vencidos ao longo do proces-
so somente existe quando o contrato de locação perdurar ao longo do processo. Se o
locatário não mais ocupar o imóvel do locador, esses valores serão por óbvio indevidos.
IV – não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores depositados, o juiz aco-
lherá o pedido, declarando quitadas as obrigações, condenando o réu ao pagamento das custas e
honorários de vinte por cento do valor dos depósitos;
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V – a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à
matéria de fato, a:
a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;
b) ter sido justa a recusa;
c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
d} não ter sido o depósito integral;
A resposta do réu (contestação), para justificar a continuidade do processo, deve ter razão
notoriamente contenciosa, isto é, de conflito de interesses. Portanto, as matérias fáticas de
defesa que o réu poderá levantar são restritas, e são as mesmas definidas no CPC:
• 1) Não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida: um dos fundamentos
para a consignação em pagamento é a recusa ou mora do devedor (réu) a receber a
prestação devida. Portanto, poderá o réu comprovar que não se recusou a receber o
pagamento, caso em que a consignação em pagamento ficará desprovida de interesse
processual (desnecessidade da ação).
• 2) Ter sido justa a recusa: embora tenha recusado o recebimento do pagamento, a re-
cusa fundou-se em motivo justo, como, por exemplo, pelo fato de a condição de paga-
mento ser diferente da pactuada, ou por motivo de força maior, dentre outros.
• 3) Não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento: caso o depó-
sito tenha sido feito após o vencimento da obrigação, sem que o consignado tenha tido
culpa pela ausência de pagamento anterior, deverão ser computados juros, e o réu po-
derá requerer a inclusão dos juros ao valor do depósito. Ademais, a consignação deve
ser realizada no lugar do pagamento, que nestas ações coincide com o local determi-
nado em contrato ou no local de situação do imóvel.
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• 4) Não ter sido o depósito integral: vencida a obrigação e não sendo integral o depósito,
o réu pode postular o pagamento do valor faltante com juros e correção monetária.
Obs.: As restrições acima são apenas quanto à matéria de fato. Eventuais questões pre-
liminares de cunho processual, como inépcia da petição inicial ou ilegitimidade ad
causam, poderão, sim, ser levantadas pelo réu.
VI – além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores
objeto da consignatória ou da diferença do depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser
o mesmo integral;
Quando o valor depositado não for integral, o réu-consignado poderá alegar que alguns
aluguéis não foram pagos. Neste caso, ele poderá deduzir uma pretensão autônoma no pro-
cesso, conhecida como reconvenção.
A Reconvenção é um instituto processual estruturado no CPC (art. 343 e seguintes) que
possui o dom de ser, ao mesmo tempo, uma resposta do réu e uma ação nova.
Isso quer dizer que o oferecimento de Reconvenção só se mostra possível quando outra
pessoa (parte autora e, em seguida, reconvinda) ajuíza uma ação contra o reconvinte (que
oferece a reconvenção). A reconvenção é oferecida na oportunidade de resposta/contesta-
ção, mas tem natureza de ação nova, que tramita nos mesmos autos do processo principal,
em que foi protocolada a petição inicial.
Em razão de a reconvenção ter natureza de ação nova, a cobrança do valor faltante segui-
rá o rito da ação de despejo, nos próprios autos da ação de consignação de aluguéis.
VII – o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cinco dias contados da ciência
do oferecimento da resposta, com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se tal
ocorrer, o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao au-
tor-reconvindo a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre
o valor dos depósitos;
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A doutrina aponta que a penalidade de 10% sobre a diferença não depositada somente seria
aplicável caso o réu-consignado apresente reconvenção.
Se não houver apresentação de reconvenção, mas apenas contestação, os 10% não deverão
ser acrescidos. Neste sentido, teorizam Marinoni, Arenhart e Mitidiero.
VIII – havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos
valores objeto da consignatória, a execução desta somente poderá ter início após obtida a desocu-
pação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.
Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as importâncias depositadas sobre as
quais não penda controvérsia.
Ao apresentar contestação, o réu pode criar litígio efetivo sobre apenas uma parte dos va-
lores. Imagine que o locatário afirme dever o valor de R$ 2.000,00 e o locador afirme ser credor
do valor de R$ 2.500,00. Neste caso, o valor de R$ 2.000,00 já depositado constitui um crédito
incontroverso, que independe de prova.
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Nesta situação, poderá o consignado requerer a imediata liberação dos R$ 2.000,00 incon-
troversos. O litígio processual prosseguirá somente com relação ao restante, isto é, R$ 500,00.
Para finalizar o tema da ação de consignação específica da Lei de Locações, registro que,
ao contrário da ação de consignação em pagamento prevista no CPC, a improcedência da
ação de consignação de aluguéis e acessórios não constitui título executivo.
No procedimento do CPC, eventual improcedência da ação de consignação em pagamen-
to por insuficiência de depósito constitui título executivo em favor do credor, que poderá pro-
mover a execução dos valores adicionais tidos como devidos na sentença de improcedência.
No procedimento da Lei de Locações, não se constitui tal título, e o locador-credor não poderá
executar valores adicionais reconhecidos como devidos em sentença que declare a insufici-
ência do depósito (que ele não seria integral).
Primeiro ponto importante: o procedimento “sumário” não foi contemplado pelo CPC de
2015, que impõe a observância do procedimento comum sempre que as legislações extrava-
gantes, como a Lei de Locações, fizerem referência ao sumário. Confira o que dispõe o art.
1.049, parágrafo único, do CPC: “Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será
observado o procedimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na
própria lei especial, se houver.”.
I – além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial
deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida;
Registro, logo de início, que no CPC de 2015 o dispositivo orientador dos requisitos da
petição inicial é o art. 319. Portanto, o art. 319 do CPC deve ser observado na formulação da
petição inicial.
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Não é possível que o autor deixe ao puro arbítrio do juiz a fixação do novo valor dos aluguéis.
Ele deve, no mínimo, indicar o valor que entende justo e devido. Trata-se de pressuposto pro-
cessual específico da ação revisional de aluguel, que, se não preenchido, ocasiona a extinção
do processo sem resolução do mérito (a menos que haja emenda da inicial).
II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos
fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que
será devido desde a citação, nos seguintes moldes:
a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% (oitenta por
cento) do pedido;
b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a 80% (oitenta por
cento) do aluguel vigente;
Exemplo: Se o pedido for de R$ 2.000,00 mensais, o valor máximo a ser fixado pelo juiz será
de R$ 1.600,00 mensais. Nada mais que isso.
− Se o autor da ação revisional for o locatário (devedor), o valor a ser fixado pelo juiz
não poderá ser menor que 80% do valor que já vinha sendo pago a título de aluguel.
Exemplo: Se o valor que vinha sendo pago era de R$ 2.400,00 mensais, o aluguel provisório,
em caso de pedido de revisão do locatário, não poderá ser menor que R$ 1.920,00.
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• 2) Na mesma decisão interlocutória que fixar o aluguel provisório, o juiz designará data
e horário para audiência de conciliação. Afinal, se o objeto principal da lide é a fixação
de um valor a ser pago de forma sucessiva, há grande probabilidade de a conciliação
ser frutífera.
Obs.: O aluguel provisório somente será fixado se o autor da ação requerer, eis que ao juiz é
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da
parte (art. 141, CPC). Ademais, o valor não poderá ser arbitrariamente definido: deverá
observar os elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário.
III – sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel provi-
sório, fornecendo os elementos para tanto;
Imagine que o autor tenha requerido a fixação de aluguel provisório e o juiz tenha de-
ferido, fixando um determinado montante. O réu, caso não concorde com o valor fixado
pelo juiz na mesma decisão que designou a audiência conciliatória, poderá suscitar sua
discordância e solicitar a revisão do valor estipulado pelo juiz, com base em um ou mais
destes dois parâmetros:
• 1) O critério utilizado não observou os elementos dos autos;
• 2) O critério utilizado não respeitou a limitação legal (inciso II – 80%).
No inciso V do artigo ora em comento, consta a regra de que o pedido de revisão feito
pelo réu, nos moldes do inciso III, interrompe o prazo para eventual interposição de agravo
de instrumento. Logo, os 15 dias, contados da publicação da decisão interlocutória que fixa o
aluguel provisório, não correrão até que o pedido de revisão do réu seja apreciado.
Somente após a apreciação do pedido de revisão do réu é que será contado o prazo de 15
dias para interposição de agravo de instrumento ao TJ.
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A lei impõe um limite temporal para a juntada da contestação aos autos: até a data da conci-
liação.
O juiz fará vezes de conciliador. Caso as partes não cheguem a um consenso, o processo
prosseguirá para a fase instrutória. Se for necessário algum exame ou vistoria pericial para a
deliberação sobre a quantia que deva corresponder ao valor revisado de aluguéis, o juiz de-
terminará a realização de perícia, nomeando perito (contabilidade, avaliação de imóvel etc.).
Sendo desnecessária a perícia, o juiz designará, de imediato, audiência de instrução e
julgamento.
V – o pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o prazo para interposição de
recurso contra a decisão que fixar o aluguel provisório.
§ 1º Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação do imóvel (arts. 46, pa-
rágrafo 2º e 57), ou quando tenha sido este estipulado amigável ou judicialmente.
Regra praticamente autoexplicativa: sempre que estiver correndo prazo para que o loca-
tário deixe o imóvel, seja este prazo fixado de forma judicial ou extrajudicial, a ação revisional
de aluguel carecerá de interesse processual (condição da ação), e deverá ser extinta sem
resolução do mérito.
O aluguel provisório, fixado pelo juiz com base nos elementos apresentados pelas
partes e no parâmetro mínimo da lei (inciso II do art. 68 – 80%), poderá ser reajustado a
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qualquer tempo, desde que o seja dentro da periodicidade pactuada entre as partes, ou
fixada por legislação.
Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças devidas durante a ação de
revisão, descontados os alugueres provisórios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir
do trânsito em julgado da decisão que fixar o novo aluguel.
A sentença que declarar o valor atualmente devido a título de aluguéis, por característica
própria das sentenças declaratórias, retroagirá (efeitos ex tunc). A retroatividade alcançará
todo o tempo pelo que tramitou o processo, isto é, até a citação do réu.
Imagine que o juiz tenha fixado aluguel provisório no valor de R$ 1.600,00, e, na sen-
tença definitiva, tenha resultado, como aluguel definitivo, o valor de R$ 2.000,00. Neste
caso, o devedor (locatário) deverá pagar a diferença, desde o dia de sua citação, até o
seu momento presente.
A diferença a ser paga deverá ser corrigida, e será passível de execução após o trânsito
em julgado da sentença que tiver fixado o novo valor.
Você já sabe que o valor a ser fixado pelo juiz deve considerar os elementos de baliza-
mento apresentados pelas partes, e o principal deles consiste em eventual periodicidade de
reajuste prevista em contrato, que pode ser mensal, semestral, anual etc.
Se o credor (locador ou sublocador) pedir a fixação do novo valor com base em critério
distinto, poderá o juiz utilizá-lo em sua decisão, se entender justo.
Art. 70. Na ação de revisão do aluguel, o juiz poderá homologar acordo de desocupação, que será
executado mediante expedição de mandado de despejo.
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te caso, mediante término da locação com desocupação do imóvel) do que em sua continui-
5. Ação Renovatória
A ação renovatória serve às sociedades com fins lucrativos que pretendam renovar
comerciais.
Tais aspectos, unidos, conferem à atividade empresarial uma considerável potência, dis-
Portanto, a ação renovatória destina-se a proteger o empresário e sua atividade, eis que a
troca do ponto comercial, em certas situações, pode bloquear o crescimento da empresa ou,
Com a ação renovatória, o empresário buscará manter seu ponto comercial, renovando o
contrato de locação que mantenha com o locador do imóvel onde o estabelecimento empre-
CAPÍTULO V
Da Ação Renovatória
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petição
inicial da ação renovatória deverá ser instruída com:
I – prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51;
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DICA!
Contrato escrito, de prazo determinado de no mínimo 5
anos, sendo o comércio exercido por no mínimo três anos
ininterruptos.
III – prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe
incumbia;
IV – indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação;
A locação renovada pode ter novas condições, como de valor, prazo para pagamento, ou
outros deveres acessórios relacionados à locação. Deverá o locatário (autor da ação renova-
tória) demonstrar as condições do pretendido novo contrato de locação.
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com in-
dicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda,
endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número
da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a
atual idoneidade financeira;
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Obs.: A indicação de fiador na petição inicial da ação renovatória somente será necessária
se o contrato a ser renovado já tiver um fiador. Não o tendo, será desnecessária tal
indicação, tornando-se o fiador uma mera faculdade das partes.
O art. 51, § 1º, permite que a ação renovatória seja ajuizada por alguém que seja cessioná-
rio ou sucessor da atividade empresarial, que, por consequência, seria cessionário/sucessor
da locação. Nesta situação, deverá o autor da ação comprovar sua condição de cessionário/
sucessor.
Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão citados o su-
blocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária ou renovada, o
sublocador dispuser de prazo que admita renovar a sublocação; na primeira hipótese, procedente
a ação, o proprietário ficará diretamente obrigado à renovação.
Antes de entendermos o parágrafo único, é necessário assimilar uma regra de direito ma-
terial: a renovação do contrato de locação pode ser pleiteada por:
• 1) LOCATÁRIO PRINCIPAL: quando não houver sublocação ou, havendo sublocação,
somente se a sublocação for parcial.
• 2) SUBLOCATÁRIO: quando houver sublocação parcial ou total.
− Se a sublocação for total, somente o sublocatário poderá pleitear a renovação da
locação, e não o locatário.
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que a figura do sublocador (locatário) desaparecerá, e a relação jurídica passará a ser direta
entre o então sublocatário (agora locatário principal) e o locador do imóvel.
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto
à matéria de fato, ao seguinte:
I – não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;
Caberá ao réu, na contestação, apontar que o autor não preenche os requisitos do art. 51:
contrato escrito, de prazo determinado de no mínimo 5 anos, sendo o comércio exercido por
no mínimo três anos ininterruptos.
II – não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação,
excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar;
Nesta hipótese, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subs-
crita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo comercial a ser explora-
do, que não poderá ser o mesmo do locatário.
O locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições (melhores para o locador) a fim
de obter a renovação pretendida. Dá-se, portanto, preferência ao atual locatário, que po-
derá se submeter às condições melhores que o terceiro houver proposto ao locador. São
as regras do § 2º.
De acordo com o art. 52, caput, O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:
• I – por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que impor-
tarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que
aumente o valor do negócio ou da propriedade;
− Nesta hipótese, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Públi-
co ou relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valo-
rização que sofrerá o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado (§ 3º).
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• II – o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comér-
cio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu
cônjuge, ascendente ou descendente.
Obs.: As restrições acima são apenas quanto à matéria de fato. Eventuais questões pre-
liminares de cunho processual, como inépcia da petição inicial ou ilegitimidade ad
causam, poderão, sim, ser levantadas pelo réu.
Art. 73. Renovada a locação, as diferenças dos aluguéis vencidos serão executadas nos próprios
autos da ação e pagas de uma só vez.
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Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição de mandado de des-
pejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, se houver pedido
na contestação.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 75. Na hipótese do inciso III do art. 72, a sentença fixará desde logo a indenização devida ao
locatário em consequência da não prorrogação da locação, solidariamente devida pelo locador e o
proponente.
Imagine que o locador, réu, tenha se oposto à renovação por ter recebido oferta mais
vantajosa de terceira pessoa, que não seja do mesmo ramo que o atual locatário. Neste caso,
embora o réu possa aceitar a oferta do terceiro e rejeitar a renovação, o autor (atual locatário)
terá direito a uma indenização compensatória pela ausência de renovação.
Esta indenização deverá ser fixada pelo juiz, na sentença definitiva, e será de res-
ponsabilidade solidária do locador (réu) e do terceiro que tiver feito a proposta mais
vantajosa.
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EXERCÍCIOS
Questão 1 (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) José ajuizou ação de despejo cumu-
lada com cobrança de aluguéis atrasados em desfavor de Paulo, tendo o magistrado julgado
procedentes os pedidos, declarando rescindido o contrato de locação, determinando a deso-
cupação do imóvel e condenando Paulo ao pagamento dos valores atrasados. Paulo interpôs
recurso de apelação, pedindo a reforma integral da sentença. Durante o trâmite recursal, José
iniciou a execução provisória apenas em relação à cobrança dos aluguéis, pois Paulo, após
interpor apelação, desocupou voluntariamente o imóvel. Intimado para pagamento da parte
líquida da condenação, Paulo agravou da decisão, sustentando ser necessário aguardar o
julgamento da apelação antes de se dar andamento à execução provisória.
Nessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STJ.
a) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, uma vez que, ficando a ação limita-
da à cobrança dos aluguéis, seria autorizado o recebimento da apelação no efeito suspensivo,
visto que a ação passaria a ter natureza exclusivamente condenatória.
b) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, pois a Lei n. 8.245/1991 não prevê
regramento específico em relação aos efeitos do recebimento do recurso de apelação; por-
tanto, o apelo deveria ter sido recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo, atendendo à regra
geral no CPC.
c) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, porque a apelação que ataca
sentença proferida em ação de despejo, ainda que cumulada com ação de cobrança de débi-
tos atrasados, deve ser recebida somente no efeito devolutivo, em razão de regramento espe-
cífico da Lei n. 8.245/1991 em relação aos efeitos do recebimento da apelação.
d) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, já que, embora não haja regra-
mento específico acerca dos efeitos do recebimento da apelação na Lei n. 8.245/1991, a de-
socupação voluntária implicou em desistência do recurso de apelação.
e) O recurso de agravo de instrumento não deverá ser conhecido, por ausência de pressupos-
to objetivo de admissibilidade recursal, pois, além de existir regramento específico acerca dos
efeitos do recebimento da apelação na Lei n. 8.245/1991, a desocupação voluntária implicou
desistência do recurso de apelação.
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GABARITO
1. c
2. e
3. d
4. C
5. C
6. b
7. c
8. E
9. a
10. b
11. a
12. C
13. C
14. E
15. E
16. C
17. E
18. E
19. E
20. E
21. E
22. C
23. E
24. E
25. E
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) José ajuizou ação de despejo cumu-
lada com cobrança de aluguéis atrasados em desfavor de Paulo, tendo o magistrado julgado
procedentes os pedidos, declarando rescindido o contrato de locação, determinando a deso-
cupação do imóvel e condenando Paulo ao pagamento dos valores atrasados. Paulo interpôs
recurso de apelação, pedindo a reforma integral da sentença. Durante o trâmite recursal, José
iniciou a execução provisória apenas em relação à cobrança dos aluguéis, pois Paulo, após
interpor apelação, desocupou voluntariamente o imóvel. Intimado para pagamento da parte
líquida da condenação, Paulo agravou da decisão, sustentando ser necessário aguardar o
julgamento da apelação antes de se dar andamento à execução provisória.
Nessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STJ.
a) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, uma vez que, ficando a ação limita-
da à cobrança dos aluguéis, seria autorizado o recebimento da apelação no efeito suspensivo,
visto que a ação passaria a ter natureza exclusivamente condenatória.
b) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, pois a Lei n. 8.245/1991 não prevê
regramento específico em relação aos efeitos do recebimento do recurso de apelação; por-
tanto, o apelo deveria ter sido recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo, atendendo à regra
geral no CPC.
c) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, porque a apelação que ataca
sentença proferida em ação de despejo, ainda que cumulada com ação de cobrança de débi-
tos atrasados, deve ser recebida somente no efeito devolutivo, em razão de regramento espe-
cífico da Lei n. 8.245/1991 em relação aos efeitos do recebimento da apelação.
d) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, já que, embora não haja regra-
mento específico acerca dos efeitos do recebimento da apelação na Lei n. 8.245/1991, a de-
socupação voluntária implicou em desistência do recurso de apelação.
e) O recurso de agravo de instrumento não deverá ser conhecido, por ausência de pressupos-
to objetivo de admissibilidade recursal, pois, além de existir regramento específico acerca dos
efeitos do recebimento da apelação na Lei n. 8.245/1991, a desocupação voluntária implicou
desistência do recurso de apelação.
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Letra c.
De acordo com o art. 58, inciso V, que estabelece regra geral a todas as ações locatícias,
“os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo.”. Portanto,
há regramento específico na Lei de Locações. Por isso, a cobrança dos aluguéis pode, sim,
ser objeto de execução provisória, porque a apelação, nas ações locatícias, não suspende os
efeitos da sentença de primeiro grau. Ademais, conforme o art. 62, VI, “havendo cumulação
dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter início
antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.”. O acolhimento das
duas pretensões foi justamente o que ocorreu no caso retratado pelo enunciado.
Letra e.
Primeiramente, confira a regra do art. 59, § 2º: “Qualquer que seja o fundamento da ação dar-
-se-á ciência do pedido aos sublocatários, que poderão intervir no processo como assisten-
tes.”. Essa atuação do sublocatário poderá ocorrer como assistente simples, que não obsta a
que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito
sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos (art. 122 do CPC).
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Letra d.
a) Errada. A concessão de liminar em caso de falta de pagamento será cabível quando
o contrato não tiver nenhuma das garantias do art. 37 da Lei de Locações, isto é, nem
mesmo fiança.
b) Errada. A caução, embora devida como regra, possui exceções à sua exigência. Confira o
que dispõe o art. 64, caput: “Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9º, a execução
provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem superior a 12
(doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da caução.”.
c) Errada. A prova da propriedade ou do compromisso é devida apenas nos seguintes casos:
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d) Certa. É a regra de competência territorial fixada no art. 58, inciso II, para todas as ações
locatícias.
Certo.
Trata-se da regra literal do art. 58, inciso I.
Certo.
Trata-se da correta regra do art. 70: “Na ação de revisão do aluguel, o juiz poderá homologar
acordo de desocupação, que será executado mediante expedição de mandado de despejo.”.
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Letra b.
a) Errada. De acordo com o art. 62, parágrafo único, “não se admitirá a emenda da mora se
o locatário já houver utilizado essa faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente
anteriores à propositura da ação.”.
b) Certa. O art. 59, § 1º, permite a concessão de liminar independentemente de oitiva da par-
te contrária, desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas
ações que tiverem por fundamento exclusivo um dos mencionados no rol do dispositivo.
c) Errada. Sempre que a ação de despejo se fundar na falta de pagamento de aluguel e aces-
sórios da locação no vencimento e não existir garantia do locatário para com o locador no
contrato (inciso IX), é possível que o réu evite a necessidade de desocupação (purga da mora).
Para evitá-la, o réu deverá depositar em conta judicial todo o valor devido a título de aluguéis
e acessórios atrasados. É a regra do art. 59, § 3º.
d) Errada. O art. 66 assegura que “quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o
locador poderá imitir-se na posse do imóvel.”.
e) Errada. A purga da mora (eliminação dos efeitos da mora) é admitida, conforme o art.
62, inciso III.
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e) O locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, em vinte dias, conta-
dos da citação, o pagamento do débito integral atualizado, independentemente de cálculo e
mediante depósito judicial.
Letra c.
a) Errada. A execução do julgado será possível antes da desocupação, desde que providos os
pedidos de rescisão e cobrança.
b) Errada. Antes do despejo, o locatário terá o prazo de 10 dias para complementar o depósito.
c) Certa. É a regra do art. 62, parágrafo único.
d) Errada. Cuidado: somente o locatário será citado para responder ao pedido de rescisão,
enquanto o locatário e o fiador deverão responder ao pedido de cobrança (art. 62, inciso I).
e) Errada. O prazo é de 15 dias (art. 62, inciso II).
Errado.
Confira o que enuncia a Súmula n. 268 do STJ: “O fiador que não integrou a relação proces-
sual na ação de despejo não responde pela execução do julgado.”. Como a ação só teria tra-
mitado entre o locador e o locatário, o fiador não poderá ser parte passiva (executado) pelos
valores apurados na sentença condenatória.
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Letra a.
a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta, na visão da banca, peca ao gene-
ralizar o prazo de 30 dias. O prazo para desocupação voluntária nem sempre será de 30 dias,
embora seja este o prazo da regra geral. Os parágrafos do art. 63 estabelecem exceções (de
15 dias, seis meses e um ano).
b) Errada. Trata-se da regra literal do art. 39, caput.
c) Errada. Trata-se da regra literal do art. 52, inciso II.
d) Errada. Trata-se da regra do art. 59, § 1º, inciso II.
e) Errada. Trata-se da regra literal do art. 62, inciso III.
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Letra b.
a) Errada. O art. 59, § 1º, inciso IX permite a concessão de liminar quando o fundamento da
ação de despejo for falta de pagamento.
b) Certa. O réu da ação de despejo é aquele que figura como parte da relação jurídica objeto
da ação: o contrato de locação. Se o locatário deixar que pessoa diversa ocupe o imóvel, será
ele próprio (o locatário) o réu de eventual ação de despejo, caso haja fundamento para tanto.
É este, inclusive, o entendimento dos Tribunais Superiores (RT 724/385).
c) Errada. O art. 62, inciso VI, dispõe: “havendo cumulação dos pedidos de rescisão da lo-
cação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do
imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.”.
d) Errada. Em tal hipótese, a petição inicial deverá ser instruída comprova da propriedade do
imóvel ou do compromisso registrado (art. 60).
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Letra a
a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 70, caput.
b) Errada. Na verdade, a retroatividade do valor do aluguel fixado na sentença atinge a data da
citação, e não a data mencionada na alternativa. É a regra do art. 69, caput.
c) Errada. O art. 69, § 1º, assegura que “Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença
poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no
contrato revisando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel.”.
d) Errada. Conforme o art. 68, § 2º, “no curso da ação de revisão, o aluguel provisório será
reajustado na periodicidade pactuada ou na fixada em lei.”.
e) Errada. Na verdade, em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser
inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente (art. 68, inciso II, alínea b).
Certo.
De fato, a execução provisória da sentença é possibilitada pelo efeito meramente devolutivo
da apelação interposta nas ações de despejo. É a regra geral aplicável a todas as ações loca-
tícias (art. 58, inciso V).
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Certo.
Trata-se da regra constante do art. 62, inciso I, sem pegadinhas.
Errado.
Na verdade, o valor do aluguel, fixado em sentença, retroage à data da citação (art. 69, caput). A
diferença devida no curso da ação revisional de aluguel, por sua vez, embora devida desde a data
da citação, além de corrigida, será exigível (executável) somente a partir do trânsito em julgado.
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Errado.
Na verdade, o prazo mínimo a renovar é de 5 anos. O prazo de três anos ininterruptos consiste
no prazo mínimo de exercício da mesma atividade econômica (art. 51, incisos II e III).
Certo.
Trata-se das regras do art. 46, caput e § 1º.
Errado.
Conforme o art. 68, inciso II, alínea b, “em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório
não poderá ser inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente;”.
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Errado.
O art. 68, inciso II, alínea “a” dispõe que “em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório
não poderá ser excedente a 80% (oitenta por cento) do pedido;”.
Errado.
O ramo da atividade empresarial a ser explorado pelo terceiro que oferta condições mais van-
tajosas ao locador não pode ser o mesmo do locatário (art. 72, § 2º).
Errado.
O mandado de despejo, com opção de desocupação voluntária, somente será expedido se o
réu, em contestação, pedi-lo (art. 74).
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Errado.
O prazo para a efetivação do depósito do valor consignado em conta judicial é diferente no
procedimento especial da Lei de Locações: 24 horas (art. 67, inciso II).
Certo.
É a regra do art. 67, inciso IV.
Errado.
O art. 67, inciso V, elenca um rol que é taxativo somente no que tange às matérias de fato, não
excluindo eventuais preliminares de direito que possam ser levantadas, como a inépcia da
inicial. Por esta razão, o texto do inciso V é restritivo ao limitar sua referência somente sobre
as matérias de fato, nada dispondo sobre as matérias de direito.
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LEGISLAÇÃO
Lei n. 8.245/1991 e suas alterações - Locação de Imóveis Urbanos
Gustavo Deitos
Errado.
O art. 67, inciso VI, assegura ao réu a possibilidade de reconvir, nos seguintes termos: “além
de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto
da consignatória ou da diferença do depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser
o mesmo integral;”.
Errado.
O art. 72, § 4º, estende a possibilidade de fixação de aluguel provisório também à ação reno-
vatória, nos seguintes termos: “Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda,
a fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a
ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde que apresentados elemen-
tos hábeis para aferição do justo valor do aluguel.”.
Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e
48° lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.
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