O documento discute os principais fatores que afetam o risco biológico, incluindo a virulência, modo de transmissão, estabilidade, disponibilidade de medidas profiláticas e tratamentos efetivos, tipo de ensaio e fatores do trabalhador. Ele também resume as cinco classes de risco biológico de acordo com a literatura brasileira, com exemplos para cada classe.
O documento discute os principais fatores que afetam o risco biológico, incluindo a virulência, modo de transmissão, estabilidade, disponibilidade de medidas profiláticas e tratamentos efetivos, tipo de ensaio e fatores do trabalhador. Ele também resume as cinco classes de risco biológico de acordo com a literatura brasileira, com exemplos para cada classe.
O documento discute os principais fatores que afetam o risco biológico, incluindo a virulência, modo de transmissão, estabilidade, disponibilidade de medidas profiláticas e tratamentos efetivos, tipo de ensaio e fatores do trabalhador. Ele também resume as cinco classes de risco biológico de acordo com a literatura brasileira, com exemplos para cada classe.
Após o estudo desta unidade e a leitura dos textos indicados, responda às
seguintes questões:
a) Para avaliar o real risco biológico, deve-se considerar o material
biológico envolvido e a atividade desenvolvida. Aponte os principais fatores (pelo menos 5) que afetam o risco biológico, apresentando exemplos.
A importância da avaliação de risco dos agentes biológicos está, não somente
na estimativa do risco, mas também no dimensionamento da estrutura para a contenção e a tomada de decisão para o gerenciamento dos riscos. Para isso, consideram-se alguns critérios, entre os quais se destacam:
Virulência – é a capacidade patogênica de um agente biológico, medida pela
mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro. A virulência pode ser avaliada por meio dos coeficientes de letalidade e de gravidade. O coeficiente de letalidade indica o percentual de casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, o percentual dos casos considerados graves. O grau de virulência está diretamente relacionado à capacidade do vírus causar doença a despeito dos mecanismos de defesa do hospedeiro. A virulência é afetada por diversas variáveis tais como a quantidade de unidades infectantes, a rota de entrada no corpo e defesas não-específicas e específicas do hospedeiro. A virulência não depende só do patógeno. Um vírus de baixa virulência em adultos sadios pode se comportar como virulento em crianças, idosos e indivíduos imunossuprimidos por deficiências imunológicas natas, infecção com HIV, terapias imunossupressivas (quimioterapia anticâncer ou pós-transplantes), queimaduras extensas, desnutrição severa, entre outros fatores. Segundo esse critério, a tuberculose, as encefalites virais e a coriomeningite linfocítica (LCM) são bons exemplos de doenças cujos agentes biológicos causadores possuem alta virulência e, portanto, alto risco. O Staphilococcus aureus, que raramente provoca uma doença grave ou fatal em um indivíduo contaminado, é classificado como de risco baixo.
Modo de transmissão - O conhecimento do modo de transmissão do agente
biológico manipulado é de fundamental importância para a aplicação de medidas que visem conter a disseminação de doenças, pois cada uma terá uma forma diferente de controle. Assim quando possuímos o conhecimento do perigo, ao desenvolvermos determinada atividade, certamente adotaremos os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados os quais são desenvolvidos para proporcionar segurança ao trabalhador. Aliado a utilização dos EPI faz-se necessária, também, a adoção das normas e dos procedimentos de biossegurança elaboradas com o intuito de propiciar trabalho seguro e minimizar a geração de riscos.
Estabilidade - É a capacidade de sobrevivência de um agente biológico no
meio ambiente. Informações sobre sua sobrevivência quando exposto à luz solar ou ultravioleta, a determinadas temperaturas e teores de umidade, exposições a desinfetantes químicos ou à dissecação devem ser consideradas. Por exemplo o vírus da Hepatite B sobrevive por semanas em sangue seco; e é estável em superfícies no ambiente por pelo menos 7 dias, a 25 °C.
Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes – estas incluem profilaxia
por vacinação, antissoros e globulinas eficazes. Inclui ainda, a adoção de medidas sanitárias, controle de vetores e medidas de quarentena em movimentos transfronteiriços. Quando estas estão disponíveis, o risco é drasticamente reduzido. Assim há risco diferente entre estar exposto a um vírus para o qual não há vacina, como o HIV e estar exposto ao vírus da febre amarela, para o qual há vacinação eficaz.
Disponibilidade de tratamento eficaz – refere-se à disponibilidade de
tratamento eficaz, capaz de prover a contenção do agravamento e a cura da doença causada pela exposição ao agente patogênico. Inclui a imunização e vacinação pós-exposição, o uso de antibióticos e medicamentos terapêuticos, levando em consideração a possibilidade de indução de resistência dos agentes patogênicos. Por exemplo em caso de um acidente com perfuro cortantes o PEP ( que significa Profilaxia Pós-Exposição), é uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids, para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente. O ideal é que comece a tomar a medicação em até 2 horas após a exposição ao vírus HIV e no máximo após 72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à medida que as horas passam. Esses medicamentos, precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica.
Tipo de ensaio - O tipo de ensaio pode potencializar o risco, como, por
exemplo, a amplificação, sonificação ou centrifugação. Além disso, devemos destacar os ensaios que envolvem inoculação experimental em animais, pois os riscos irão variar de acordo com as espécies envolvidas e com a natureza da pesquisa desenvolvida. Os próprios animais podem introduzir novos agentes biológicos. Podemos nos defrontar com infecções latentes que são mais comuns em animais capturados no campo ou em animais provenientes de criações não selecionadas. Por exemplo, o vírus B do macaco é um risco aos indivíduos que lidam com símios. A informação em relação de qual(is) é(são) a(s) via(s) de eliminação do agente nos animais também deve ser considerada na avaliação de risco. A eliminação em altos títulos por excreções ou secreções de alguns agentes biológicos pelo animal e, em especial, os que são transmitidos por via respiratória, podem exigir um nível de contingenciamento acima do indicado na classificação do agente. As pessoas que lidam com animais experimentais infectados com agentes biológicos patogênicos apresentam um risco muito maior de exposição devido às mordidas, aos arranhões e aos aerossóis provocados por eles.
Fatores referentes ao trabalhador - São aqueles fatores diretamente ligados
as pessoas: idade, sexo, fatores genéticos, susceptibilidade individual (sensibilidade e resistência com relação aos agentes biológicos), estado imunológico, exposição prévia, gravidez, lactação, consumo de álcool, consumo de medicamentos, hábitos de higiene pessoal (como lavar as mãos) e uso de equipamentos de proteção individual (como jalecos e luvas). Além do que, devemos levar em consideração a análise da experiência e da qualificação dos profissionais expostos.
b) Faça um resumo das classes de risco biológico, com exemplos, a partir
da literatura brasileira, da Anvisa. (A NR-32 do MTE utiliza classificação semelhante, mas com diferenças de nomenclatura, assim como outros textos indicados)
Classe de Risco 1 - Baixo risco individual e para a coletividade.
O risco individual e para a comunidade é baixo. Aplica-se a agentes biológicos
bem caracterizados, que têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o profissional do laboratório e para o ambiente. Exemplo: Lactobacillus.
Classe de Risco 2 - Moderado risco individual e limitado risco para a
Comunidade.
O risco individual é moderado e para a comunidade é limitado. Aplica-se a
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo risco de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula em condições de contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes. Exemplo: Schistosoma mansoni.
Classe de Risco 3 - Alto risco individual e risco moderado para a
comunidade.
O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. Aplica-se a agentes
biológicos que provocam infecções, graves ou potencialmente letais, no homem e nos animais e representa um sério risco a quem os manipulam. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas usualmente existem medidas de tratamento e/ou de prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis. Classe de Risco 4 - Alto risco individual e alto risco para a comunidade.
O risco individual e para a comunidade é elevado. Aplica-se a agentes
biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, representando grande risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade via aerossol ou com risco de transmissão desconhecido, não existindo medidas profi láticas ou terapêuticas. Exemplo: Vírus Ebola.
Classe de Risco 5
O risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente é
alto. Aplica-se a agentes, de doença animal, não existentes no País e que, embora não sejam patogênicos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Os agentes dessa classe devem ter sua importação proibida e, caso sejam identificados ou suspeitada sua presença no país, devem ser manipulados em laboratórios de contenção máxima. Ex: Vírus da febre aftosa
Prevenção e controle de infecção hospitalar: cuidados prestados pelos profissionais da enfermagem em pacientes oncológicos com multirresistência bacteriana