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Atividades

Após o estudo desta unidade e a leitura dos textos indicados, responda às


seguintes questões:

a) Para avaliar o real risco biológico, deve-se considerar o material


biológico envolvido e a atividade desenvolvida. Aponte os principais
fatores (pelo menos 5) que afetam o risco biológico, apresentando
exemplos.

A importância da avaliação de risco dos agentes biológicos está, não somente


na estimativa do risco, mas também no dimensionamento da estrutura para a
contenção e a tomada de decisão para o gerenciamento dos riscos. Para isso,
consideram-se alguns critérios, entre os quais se destacam:

Virulência – é a capacidade patogênica de um agente biológico, medida pela


mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do
hospedeiro. A virulência pode ser avaliada por meio dos coeficientes de
letalidade e de gravidade. O coeficiente de letalidade indica o percentual de
casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, o percentual
dos casos considerados graves. O grau de virulência está diretamente
relacionado à capacidade do vírus causar doença a despeito dos mecanismos
de defesa do hospedeiro. A virulência é afetada por diversas variáveis tais
como a quantidade de unidades infectantes, a rota de entrada no corpo e
defesas não-específicas e específicas do hospedeiro. A virulência não depende
só do patógeno. Um vírus de baixa virulência em adultos sadios pode se
comportar como virulento em crianças, idosos e indivíduos imunossuprimidos
por deficiências imunológicas natas, infecção com HIV, terapias
imunossupressivas (quimioterapia anticâncer ou pós-transplantes),
queimaduras extensas, desnutrição severa, entre outros fatores. Segundo esse
critério, a tuberculose, as encefalites virais e a coriomeningite linfocítica (LCM)
são bons exemplos de doenças cujos agentes biológicos causadores possuem
alta virulência e, portanto, alto risco. O Staphilococcus aureus, que raramente
provoca uma doença grave ou fatal em um indivíduo contaminado, é
classificado como de risco baixo.

Modo de transmissão - O conhecimento do modo de transmissão do agente


biológico manipulado é de fundamental importância para a aplicação de
medidas que visem conter a disseminação de doenças, pois cada uma terá
uma forma diferente de controle. Assim quando possuímos o conhecimento do
perigo, ao desenvolvermos determinada atividade, certamente adotaremos os
equipamentos de proteção individual (EPI) adequados os quais são
desenvolvidos para proporcionar segurança ao trabalhador. Aliado a utilização
dos EPI faz-se necessária, também, a adoção das normas e dos
procedimentos de biossegurança elaboradas com o intuito de propiciar trabalho
seguro e minimizar a geração de riscos.

Estabilidade - É a capacidade de sobrevivência de um agente biológico no


meio ambiente. Informações sobre sua sobrevivência quando exposto à luz
solar ou ultravioleta, a determinadas temperaturas e teores de umidade,
exposições a desinfetantes químicos ou à dissecação devem ser consideradas.
Por exemplo o vírus da Hepatite B sobrevive por semanas em sangue seco; e
é estável em superfícies no ambiente por pelo menos 7 dias, a 25 °C.

Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes – estas incluem profilaxia


por vacinação, antissoros e globulinas eficazes. Inclui ainda, a adoção de
medidas sanitárias, controle de vetores e medidas de quarentena em
movimentos transfronteiriços. Quando estas estão disponíveis, o risco é
drasticamente reduzido. Assim há risco diferente entre estar exposto a um vírus
para o qual não há vacina, como o HIV e estar exposto ao vírus da febre
amarela, para o qual há vacinação eficaz.

Disponibilidade de tratamento eficaz – refere-se à disponibilidade de


tratamento eficaz, capaz de prover a contenção do agravamento e a cura da
doença causada pela exposição ao agente patogênico. Inclui a imunização e
vacinação pós-exposição, o uso de antibióticos e medicamentos terapêuticos,
levando em consideração a possibilidade de indução de resistência dos
agentes patogênicos. Por exemplo em caso de um acidente com perfuro
cortantes o PEP ( que significa Profilaxia Pós-Exposição), é uma forma de
prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do
coquetel utilizado no tratamento da Aids, para pessoas que possam ter entrado
em contato com o vírus recentemente. O ideal é que comece a tomar a
medicação em até 2 horas após a exposição ao vírus HIV e no máximo após
72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à medida que as horas passam.
Esses medicamentos, precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para
impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica.

Tipo de ensaio - O tipo de ensaio pode potencializar o risco, como, por


exemplo, a amplificação, sonificação ou centrifugação. Além disso, devemos
destacar os ensaios que envolvem inoculação experimental em animais, pois
os riscos irão variar de acordo com as espécies envolvidas e com a natureza
da pesquisa desenvolvida. Os próprios animais podem introduzir novos
agentes biológicos. Podemos nos defrontar com infecções latentes que são
mais comuns em animais capturados no campo ou em animais provenientes de
criações não selecionadas. Por exemplo, o vírus B do macaco é um risco aos
indivíduos que lidam com símios. A informação em relação de qual(is) é(são)
a(s) via(s) de eliminação do agente nos animais também deve ser considerada
na avaliação de risco. A eliminação em altos títulos por excreções ou
secreções de alguns agentes biológicos pelo animal e, em especial, os que são
transmitidos por via respiratória, podem exigir um nível de contingenciamento
acima do indicado na classificação do agente. As pessoas que lidam com
animais experimentais infectados com agentes biológicos patogênicos
apresentam um risco muito maior de exposição devido às mordidas, aos
arranhões e aos aerossóis provocados por eles.

Fatores referentes ao trabalhador - São aqueles fatores diretamente ligados


as pessoas: idade, sexo, fatores genéticos, susceptibilidade individual
(sensibilidade e resistência com relação aos agentes biológicos), estado
imunológico, exposição prévia, gravidez, lactação, consumo de álcool,
consumo de medicamentos, hábitos de higiene pessoal (como lavar as mãos) e
uso de equipamentos de proteção individual (como jalecos e luvas). Além do
que, devemos levar em consideração a análise da experiência e da
qualificação dos profissionais expostos.

b) Faça um resumo das classes de risco biológico, com exemplos, a partir


da literatura brasileira, da Anvisa. (A NR-32 do MTE utiliza classificação
semelhante, mas com diferenças de nomenclatura, assim como outros
textos indicados)

Classe de Risco 1 - Baixo risco individual e para a coletividade.

O risco individual e para a comunidade é baixo. Aplica-se a agentes biológicos


bem caracterizados, que têm probabilidade nula ou baixa de provocar
infecções no homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o
profissional do laboratório e para o ambiente. Exemplo: Lactobacillus.

Classe de Risco 2 - Moderado risco individual e limitado risco para a


Comunidade.

O risco individual é moderado e para a comunidade é limitado. Aplica-se a


agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo
risco de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é
limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula em condições de
contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes.
Exemplo: Schistosoma mansoni.

Classe de Risco 3 - Alto risco individual e risco moderado para a


comunidade.

O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. Aplica-se a agentes


biológicos que provocam infecções, graves ou potencialmente letais, no
homem e nos animais e representa um sério risco a quem os manipulam.
Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente,
podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas usualmente existem
medidas de tratamento e/ou de prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis.
Classe de Risco 4 - Alto risco individual e alto risco para a comunidade.

O risco individual e para a comunidade é elevado. Aplica-se a agentes


biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o homem, animais
e meio ambiente, representando grande risco a quem os manipula, com grande
poder de transmissibilidade via aerossol ou com risco de transmissão
desconhecido, não existindo medidas profi láticas ou terapêuticas. Exemplo:
Vírus Ebola.

Classe de Risco 5

O risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente é


alto. Aplica-se a agentes, de doença animal, não existentes no País e que,
embora não sejam patogênicos de importância para o homem, podem gerar
graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Os agentes dessa
classe devem ter sua importação proibida e, caso sejam identificados ou
suspeitada sua presença no país, devem ser manipulados em laboratórios de
contenção máxima. Ex: Vírus da febre aftosa

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