Leonardo da Silva Borges de Souza - Nº USP: 11881220
Práticas de Leitura e Escrita Acadêmicas - PLEA Interdisciplinar
FICHAMENTO EXPRESSO do texto: CAPÍTULO II - Os percursos opostos da
soberania interna e da soberania externa na Era Liberal. In. FERRAJOLI, L. A soberania no mundo moderno. Martins Fontes, São Paulo , p. 27-38, 2002.
1º Bloco: “Introdução” [§§1]
No começo do segundo capítulo, o autor apresenta a segunda contradição [aporia] do estado moderno: a contradição entre soberania interna e externa. A soberania externa cresce ao mesmo tempo em que a interna diminui.
2º Bloco: A questão da Soberania Interna [§§2-7]
A soberania interna se limita à medida que o estado cumpre a função de balancear e organizar os interesses de diversos grupos conflitantes na sociedade. O estado de direito subordina todas as forças ao poder da lei, inclusive ele mesmo - e por isso nega o conceito de soberania no plano interno. Mesmo inexistente na realidade, no campo ideológico a ideia de soberania ganha novas concepções: as assim chamadas soberania nacional e soberania popular. O autor usa como exemplo Hegel e Rousseau, que defendem que o Estado é o corpo geral da sociedade à qual ele pertence. É o fim, então, da separação entre os conceitos de Estado e Indivíduo. O autor mostra que no século XIX a visão de Estado soberano como sujeito ativo e independente - e, de certa, forma antropomorfizado - é "cientificamente" legitimada. De acordo com esse pensamento, o Estado rege as leis e as forças da sociedade, e não é sujeito nem ao rei, nem à população civil - e por isso seria soberano. Essa ideia abre espaço para um pensamento idealista que reconhece o estado como única fonte de direito, o que nega a existência jurídica de tudo o que está fora de seu domínio. Porém o autor defende que essa tese é errada, já que, em verdade, o próprio estado não exerce poder soberano de fato, já que o seu rei, personificado na câmara legislativa, é também submetido à força da lei constitucional.
3º Bloco: “A questão da Soberania externa” [§§ 8-14]
A diminuição do estado de natureza no plano interno é inversamente
proporcional à do plano externo. A subordinação do estado ao direito nacional produz a insubordinação do estado a qualquer direito internacional. Os direitos que são dados aos grupos pertencentes a um determinado estado são negados aos demais. Esse modelo de estado é o que acaba por justificar juridicamente as guerras e a colonização. E é também o que é tomado de base para a filosofia de cunho idealista (principalmente hegeliana) surgida após esta forma de organização estatal que, em nome da soberania (ou do "Espírito"), tenta justificar o estado de natureza hobbesiano no plano externo.
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