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DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

FIXOS ICA
TEXTUALIDADE
São aqueles em que o REMISSIVO deve concordar com o
REFERENTE

A Linguística Textual tem como objeto particular de João saiu. Ele é meu primo.
investigação não mais a palavra ou a frase isolada, mas o
texto, considerado a unidade básica de manifestação da
linguagem, visto que o homem se comunica por meio de Ref. Rem.
textos e que existem diversos fenômenos linguísticos que
só podem ser explicados no interior do texto. O texto é
muito mais que a simples soma das frases (e palavras) que João saiu. Eu o vi.
o compõem: a diferença entre frase e texto não é
meramente de ordem quantitativa; é, sim, de ordem
qualitativa. Ref. Rem.
(INGEDORE VILLAÇA KOCH)
Observação: Utilização dos pronomes demonstrativos
como mecanismos fixos:

COESÃO TEXTUAL ESTE - elemento de coesão anafórico e fixo. IMEDIATO.

AQUELE - elemento de coesão anafórico e fixo. MEDIATO.


Trata-se da organização textual, por meio de mecanismos
ESTE e AQUELE retomam substantivos com os quais eles
linguísticos.
podem concordar, por serem fixos.
Divide-se em dois grupos: referencial e sequencial.
João e Lucas saíram. Este é meu primo; aquele, meu
sobrinho.
Imediato Mediato
COESÃO REFERENCIAL Lucas. João

Lucas saiu. Este é meu primo.


Trata-se da organização textual, que se estabelece por
meio da relação remissivo-referente.
LIVRES
Divide-se em dois grupos: anafórica e catafórica.
São aqueles em que o remissivo não concorda com o
referente.

ANAFÓRICA Observação: Utilização dos pronomes demonstrativos como


mecanismos livres:

ISTO - elemento de coesão catafórico livre.


É aquela em que o remissivo retoma o referente
Direi isto: que João esteve aqui.
João saiu. Ele é meu primo.

ISSO - elemento de coesão anafórico livre.


Referente Remissivo
João esteve aqui. Isso me deixou feliz.

CATAFÓRICA ISSO retoma a ideia, logo deve ser usado em períodos


curtos.
CATAFÓRICA
CATAFÓRICA
É aquela em que o remissivo projeta o referente.
ADJUNTOS
Direi isto: que vocês são ótimos.

São aqueles formados por um grupo de que fazem parte


Remissivo Referente
um elemento de função adjetiva e um núcleo substantivo.

Observação: Utilização dos pronomes demonstrativos


como mecanismos adjuntos:

ESTE + SUBSTANTIVO
elemento de coesão catafórico adjunto
MECANISMOS LINGUÍSTICOS
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

ESSE + SUBSTANTIVO ICA


Trata-se da organização textual por meio de marcadores
elemento de coesão anafórico adjunto argumentativos ou expositivos
(preposição, conjunção, pontuação etc)

Observação: a coesão sequencial possui o objetivo de


Vou falar este assunto: religião. clareza.
PARALELISMO

remissivo referente Trata-se da relação de continuidade harmônico-


organizacional entre sintagmas de funções sintáticas
Religião, esse assunto é polêmico. semelhantes; da relação de isonomia existente entre
termos em sequência e de semelhantes funções sintáticas.

referente remissivo Exemplo: trabalharei das 10h às 11h.

Observação: note que os sintagmas indicativos de tempo


LEXICAIS são formados pela mesma estrutura morfossintática.

São aqueles em que o remissivo consta de um NOME e não


DÊIXIS
de um PRONOME.

Dividem-se nos seguintes grupos: sinonímia, por repetição, É a propriedade que remissivos possuem de fazer referência
hiperonímia e hiponímia. a elementos extratextuais.

Sinonímia Os recursos dêiticos indicam basicamente os seguintes


referentes:
Ocorre quando o remissivo é sinônimo do referente.
• Lugar – dêitico espacial
Exemplo: • Tempo – dêitico temporal

O juiz julgou procedente a ação. O magistrado entendeu


que... DÊITICOS ESPACIAIS
referente remissivo
Essa tipologia se tornou canônica no estudo de
Por repetição processos, desse fenômeno. Vejamos alguns exemplos de
pequenos e diferentes textos nos quais podemos verificar o
Ocorre quando o remissivo é o mesmo nome de que se uso desses tipos de dêixis.
constitui o referente. A dêixis espacial demonstra o lugar de onde se enuncia ou
sobre o que se enuncia. Esse tipo é geralmente
Exemplo: representado por advérbios de lugar, através dos quais o
enunciador aponta para o espaço referido sem citar o seu
O reclamante argumentou X. O reclamante entendeu Y. nome. O famoso poema romântico “Canção do exílio” é um
referente remissivo exemplo em que a ocorrência dos dêiticos de lugar é
fundamental para a constituição de sentido do texto.
Hiperonímia

Ocorre quando o campo semântico do remissivo abrange o


do referente. Vejamos:

O ML350 é da Mercedes. O automóvel é muito luxuoso. Canção do exílio


referente remissivo (Gonçalves Dias)
Hiponímia
Minha terra tem palmeiras,
Ocorre quando o campo semântico do remissivo é mais Onde canta o Sabiá;
específico do que o do referente. As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Exemplo: Nosso céu tem mais estrelas,
Compre um automóvel: o ML350. Nossas várzeas têm mais flores,
referente remissivo Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
COESÃO SEQUENCIAL Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Trata-se da organização textual por meio de elementos de Minha terra tem primores,
continuidade textual (preposição, conjunção, pontuação Que tais não encontro eu cá;
etc) Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
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Minha terra tem palmeiras, ICA


A coerência está diretamente ligada à possibilidade de
Onde canta o Sabiá. estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que
Não permita Deus que eu morra, faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo,
Sem que eu volte para lá; portanto, ser entendida como um princípio de
Sem que disfrute os primores interpretabilidade, ligada à intelegibilidade do texto numa
Que não encontro por cá; situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem
Sem qu'inda aviste as palmeiras, para calcular o sentido deste texto. Este (SIC) sentido,
Onde canta o Sabiá. evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global.

(INGEDORE VILLAÇA KOCH)


Nesse poema a relação entre “lá” e “cá” é muito pertinente
para a sua proposta estética. Como se trata de um poema Observação 1: os elementos da coerência são a
que reflete o nacionalismo desenvolvido no início do inteligibilidade e o cálculo lógico ou inferência.
Romantismo brasileiro, o jogo “lá” e “cá” denota a
comparação feita entre as terras brasileiras, de onde é o Observação 2: a clareza pode ser definida como a
eu-lírico, e as terras estrangeiras, onde esse “eu” está interpretabilidade imediata por parte do interlocutor.
exilado. Se considerarmos tal contexto, sabemos que esse
jogo entre os dois operadores dêiticos é importante, pois Observação 3: os vícios geradores de incoerência
revela a superioridade de “lá” em relação à “cá”. são: obscuridade e contradição.
O poema deixa entrever que o leitor deve conhecer os
lugares que estão sendo mencionados, pois os nomes dos
espaços não são revelados, sendo substituídos por “lá” e
“cá”. Mas, por estes estarem conjugados a algumas
características — a diferença entre os gorjeios das aves, o
prazer e os primores que são apenas privilégios do "lá" e CORREÇÃO GRAMATICAL
não do "cá" —, é possível compreendê-los, mesmo que seus
nomes não sejam ditos. Assim, essa forma de se É a característica textual que indica obediência à gramática
referir/apontar para um espaço no momento da enunciação normativa.
consiste na dêixis espacial.
Observação: Tal conceito é ligado aos aspectos de
OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS morfossintaxe, de grafia, de acentuação e de escolha
lexical.
Este – indica a posse ou a proximidade de quem fala.
Exemplo: este lápis é meu.

Esse – indica a posse ou a proximidade daquele a quem se


fala.
Exemplo: esse lápis é seu.

Aquele – indica a posse ou a proximidade daquele de quem REVISÃO DE CONTEÚDO


se fala.
Exemplo: aquele lápis é dele.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS COMO ELEMENTOS DE
COESÃO E COMO RECURSOS DÊITICOS
DÊITICOS TEMPORAIS
ISTO Elemento de coesão referencial catafórico e
livre.
A dêixis temporal - como o próprio nome deixa antever -
Exemplo: Direi isto: você é especial.
é uma forma de apontar o tempo. O recurso mais comum
são os advérbios de temporalidade. Por exemplo:
ISSO Elemento de coesão referencial anafórico e
livre.
a) Ontem choveu muito;
Exemplo: Você é especial. Disse isso ao
b) Daqui a pouco vai amanhecer e eu ainda não dormi;
entrar.
c) Pensei em você agora mesmo;
ESTE Elemento de coesão referencial anafórico e
OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
fixo.
(imediato)
Este – indica o tempo presente
Exemplo: João e Lucas saíram. Este é
Exemplo: este ano de 2016 será ótimo.
meu primo;
aquele, meu sobrinho.
Esse – indica o tempo pretérito recente
Elemento de coesão referencial catafórico
Exemplo: esse ano de 2015 foi ótimo.
adjunto.
Aquele – indica o tempo pretérito remoto
Exemplo: Vou estudar este conteúdo: coesão.
Exemplo: aquele ano de 1977 foi ótimo.
Elemento dêitico (recurso
dêitico).

COERÊNCIA TEXTUAL Exemplo: Este lápis é meu. (espacial)

Este ano de
2016 será ótimo. (temporal)
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

ICA
ESSE Elemento de coesão referencial anafórico EXERCÍCIOS
adjunto.
Exemplo: Coesão textual, esse conteúdo é QUESTÃO 01
bem Sobre o período abaixo, responda a questão:
complexo.
Elemento dêitico (recurso dêitico). No caso do Brasil, o poderio econômico dos meios é
Exemplo: inseparável da forma oligárquica do poder do Estado,
Esse lápis é seu. (espacial) produzindo um dos fenômenos mais contrários à
democracia, qual seja, o que Alberto Dines chamou de
Esse ano de 2015 foi “coronelismo eletrônico”, isto é, a forma privatizada das
ótimo. (temporal) concessões públicas de canais de rádio e televisão,
concedidos a parlamentares e lobbies privados, de tal
AQUELE Elemento de coesão referencial maneira que aqueles que deveriam fiscalizar as
anafórico concessões públicas se tornam concessionários privados,
e fixo. (mediato) apropriando-se de um bem público para manter
Exemplo: João e Lucas saíram. privilégios, monopolizando a comunicação e a
Este é meu informação:
primo; aquele, meu
sobrinho. a)O termo isto é é um elemento remissivo que promove
Elemento dêitico. uma referência catafórica a poderio econômico dos
meios.
Exemplo: Aquele lápis é dele. b)O termo isto é é um elemento remissivo que promove
(espacial) uma referência anafórica a poderio econômico dos
Aquele ano de 1977 foi meios.
ótimo. c)O termo isto é é um elemento remissivo que promove
(temporal) uma referência anafórica a coronelismo eletrônico.
d)O termo isto é é um elemento remissivo que promove
uma referência catafórica a coronelismo eletrônico.
e)O termo isto é é um elemento remissivo que promove
uma referência endofórica a poderio econômico dos
meios.

QUESTÃO 02
As coisas mudaram muito em termos do que achamos
necessário fazer para manter nossos filhos seguros. Um
exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a
escola sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão de ônibus,
são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a
ponto de colocarem à venda vagas que dão o direito de o
pai parar o carro bem em frente à porta na hora de levar e
buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque gastam
algumas centenas de dólares na segurança das crianças.
Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho
está numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em
frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos
portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu
filho saudável a chance de ser tratado como um inválido.
Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em
dia. (IstoÉ , 22/07/2009)

A palavra “isso” , na última linha do texto, retoma o


fato de

a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.


b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como
inválidos.
c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para
a escola.
d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente
à porta da escola.
e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do
ônibus que os leva à escola.

QUESTÃO 03
Em todas as frases a seguir há um pronome pessoal
sublinhado em função anafórica, ou seja, estabelecendo
uma relação de coesão com um referente anterior.
Assinale a opção que indica a frase em que a
identificação do referente foi feita adequadamente.
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

ICA
a)“Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de
conta que é, para ver como seria se ela fosse”. / coisa
b)“A última função da razão é reconhecer que há uma
infinidade de coisas que a ultrapassam”. / infinidade
c)“Uma pessoa inteligente resolve um problema, um
sábio o previne”. / uma pessoa inteligente
d)“Fatos são o ar dos cientistas. Sem eles o cientista nunca
poderia voar”. / o ar
e)“Se o conhecimento pode criar problemas, não é através
da ignorância que podemos solucioná-los”. / problemas
QUESTÃO 04
Na frase “Algumas poucas dessas instituições se
preocuparam com a qualidade da alimentação das
crianças e assumiram a responsabilidade de educar seus
alunos também nesse quesito”, a expressão destacada
refere-se

a) a “poucas dessas instituições”.


b) à “qualidade da alimentação”.
c) à “responsabilidade de educar”.
d) aos “seus alunos”

QUESTÃO 05

No texto III, o pronome isso, em “A partir disso” (l.11),


refere-se

a)ao contexto histórico brasileiro na década de 70 do século


XX.
b)a “arte transgressora” (l.8).
c)às características do grafite.
d)a “paredes da cidade” (l.9).
e)à história do surgimento do grafite no Brasil.

O advérbio “Aqui” tem referência:


QUESTÃO 07
a)anafórica
b)catafórica.
c)dêitica. A essência da infância
d)elíptica.
Como a convivência íntima com os filhos é capaz de
QUESTÃO 06 transformar a relação das crianças consigo mesmas e com
o mundo

Crianças permanentemente distraídas com o celular ou o


tablet. Agenda cheia de tarefas e aulas depois da escola.
Pais que não conseguem impor limites e falar “não". Os
momentos de lazer que ficaram restritos ao shopping
Center, em vez de descobertas ao ar livre. Quais as
implicações desse conjunto de hábitos e comportamentos
para nossos filhos? Para o pediatra Daniel Becker, esses
têm sido verdadeiros pecados cometidos à infância, que
prejudicarão as crianças até a vida adulta. Pioneiro da
Pediatria Integral, prática que amplia o olhar e o cuidado
para promover o desenvolvimento pleno e o bem-estar da
criança e da família, Daniel defende que devemos estar
próximos dos pequenos – esse, sim, é o melhor presente a
ser oferecido. E que desenvolver intimidade com as
crianças, além de um tempo reservado ao lazer com elas,
faz a diferença. Para o bem-estar delas e para toda a
família.
Revista Vida Simples. Dezembro de 2015).
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No excerto: “... esses têm sido verdadeiros pecados ICA


Estive em um hotel do Nordeste amplamente servido
cometidos à infância ...". O pronome em destaque pela agradável brisa do mar e cuja propaganda é ser
refere-se a: “ecológico”. No entanto, é ar condicionado dia e noite, pois
a arquitetura não permite a circulação natural do ar. Pior,
a)Celular e tablet. como na maioria das nossas edificações, o isolamento é
b)Agenda. péssimo. Um minuto desligado, e quase sufocamos de
c)Aulas depois da escola. calor. Uma parede comum de alvenaria tem um décimo da
d)Visitas ao shopping Center. resistência térmica recomendada pela Comunidade
e)Conjunto de hábitos. Europeia. E do excesso de vidros, nem falar!
A terceira é uma birra pessoal, já que minha profissão
QUESTÃO 08 me leva a falar em público. Os arquitetos não descobriram
“Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas que o PowerPoint requer uma sala que escureça e uma
vão ter morrido nas ruas e nas estradas. Não podemos iluminação que não vaze na tela. Sem isso, ou a projeção
mais tolerar esses números e, para que isso mude fica esmaecida ou, se é apagada a luz, do professor só se
realmente, é preciso que você e cada um de nós sejamos vê o vulto. A solução é ridiculamente simples: um spot no
de fato os agentes da mudança na direção de um trânsito conferencista.
mais seguro. Com certeza você pode contribuir para isso, E assim vamos, aos encontrões com o desconforto, em
aproveite esta semana para refletir e conversar sobre o recorrente zigue-zague.
(CASTRO, Cláudio de Moura. Veja,
tema com seus entes queridos e amigos, afinal, quem 11/02/2015,p.18,fragmento)
morre no trânsito é amigo ou parente de alguém.Ninguém O pronome isso (5º§) é usado para
está livre disso".
a)referir a “birra pessoal” do autor.
Nesse parágrafo do texto 2, há um conjunto de b)retomar a informação presente no segmento anterior.
demonstrativos empregados de forma correta. O c)estabelecer uma condição para o funcionamento eficiente
comentário inadequado sobre seu emprego é: do powerPoint.
d)introduzir a alternativa apontada na oração “ou a
a) “nesta semana" / a forma “esta" se refere ao momento projeção fica esmaecida”.
presente da enunciação; e)substituir o termo “PowerPoint”.
b) “tolerar esses números" / a forma “esses" se refere ao
número de mortos citado anteriormente; QUESTÃO 10
c) “para que isso mude" / a forma “isso" se refere ao alto
número de acidentes fatais;
d) “você pode contribuir para isso" / a forma “isso" se
refere à mudança do número de mortos;
e) “ninguém está livre disso" / a forma “disso" se refere à
possibilidade de ter um amigo ou parente morto no
trânsito.

QUESTÃO 09
Os zigue-zagues do conforto

Hoje, a ideologia do conforto varreu nossa sociedade. É


um grande motor da publicidade e do consumismo.
Contudo, o avanço não é linear, havendo atrasos técnicos e
retrocessos. Em três áreas enguiçadas, o conforto e
desconforto se embaralham.
A primeira é o conforto acústico. Raras salas de aula Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto
oferecem um mínimo de condições. Padecem os acima, julgue o item que se segue.
professores, pois só berrando podem ser ouvidos. Uma
conversa tranquila é impossível na maioria dos A expressão “essas coleções” (l.5) retoma, por coesão, o
restaurantes. Em muitos, não pode haver conversa de termo “Bibliotecas” (l.1).
espécie alguma. O bê-á-bá do tratamento acústico é trivial.
Por que temos de ser torturados por tantos decibéis
malvados? QUESTÃO 11
A segunda é o conforto térmico. Quem gosta de sentir Violência e favelas
frio ou calor? Na verdade, não se trata de gostar, mas de
ser atropelado por imperativos culturais. Por não O crescimento dos índices de violência e a dramática
precisarem se impor pela vestimenta, oficiais britânicos transformação do crime manifestados nas grandes
usavam bermudas e camisas de mangas curtas nos metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do Rio de
trópicos. Mas no Rio de Janeiro, a aristocracia do Segundo Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.
Império não saía de casa sem terno, colete e sobrecasaca, “A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é?
todos de espessa casimira inglesa. E mais: gravata, camisa É geral, não tem, não está distinguindo raça, cor, dinheiro,
de peito duro, cartola e luvas. E se assim fazia a nobreza, o com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa para pessoa, não
povaréu tentava imitar. Até o meio século passado, as interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me
elegantes usavam casaco de pele na capital. Hoje, a moda irritou na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e
deu cambalhota, o chique é sentir frio. Quanto mais é irritante, o ser humano está em um estado de nervos que
importante, mais gélido será o gabinete da autoridade. Mas ele não está mais se controlando, aí junta a falta de
a maneira de conquistar esse conforto térmico tende a ser dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo
equivocada. mais, e quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai
descontar em cima de quem tem mais, e tá uma rivalidade,
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uma violência que não tem mais tamanho, tá uma coisa ICA
Considerando o texto acima e a maneira como ele é
insuportável.” (moradora da Rocinha) estruturado, podemos afirmar que:
A recente escalada da violência no país está relacionada
ao processo de globalização que se verifica, inclusive, ao a) O uso encadeado de “Boas coisas” e “As melhores
nível das redes de criminalidade. A comunicação entre as coisas” possibilita a valorização do primeiro enunciado e a
redes internacionais ligadas ao crime organizado são desvalorização do segundo.
realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, b) A repetição do termo “coisas” garante que “boas coisas”
verifica-se hoje, com as CPIs (Comissão Parlamentar de e as “melhores coisas” remetem ao mesmo referente.
Inquérito) instaladas, ligações entre atores presentes em c) Entre as expressões “para quem espera” e “para quem
instituições estatais e redes do narcotráfico. se levanta e faz” estabelece uma relação de temporalidade.
Nesse contexto, as camadas populares e seus d) A sequenciação desse texto ocorre por meio da
bairros/favelas são crescentemente objeto de recorrência de expressões e de estruturas sintáticas.
estigmatização, percebidos como causa da desordem social
o que contribui para aprofundar a segregação nesses TEXTO PARA QUESTÃO 14
espaços. No outro polo, verifica-se um crescimento da
autossegregação, especialmente por parte das elites que se Por que é tão difícil entender? A crise que o país atravessa
encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das
proteger da violência. passagens de ônibus têm três componentes articulados:
(Maria de Fátima Cabral Marques 1– A sociedade quer transporte, saúde e educação de
Gomes, Scripta Nova) qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio de impostos, e
não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim.
“Nesse contexto, as camadas populares A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito
e seus bairros/favelas são crescentemente objeto de para eliminar suplente de senador.
estigmatização, percebidos como causa da desordem 2 – A sociedade quer o fim da impunidade, pois está cansada
de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses
depois de condenados. Acrescentar o adjetivo hediondo à
espaços”.
corrupção de pouco adianta se deputados e ministros
continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos
Nesse segmento do texto 2, o componente textual que NÃO estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou
se refere ou substitui um elemento anterior do texto é: participando de comissões no Congresso.
3 – A sociedade quer estabilidade econômica: para a
a)Nesse contexto; percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como
b)seus; mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A
c)desordem social; percepção do aumento da inflação é crescente em todas as
d)que; classes sociais; em última análise, este será o fator
e)nesses espaços. determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há
discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de
QUESTÃO 12 compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente
incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade
exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem
está no poder é que compreenda que a melhor maneira de
reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e
rápidas às demandas feitas nas ruas (e não às questões que
ninguém fez).
(Adaptado. Luciano Trigo, O Globo, 11-7-2013)

QUESTÃO 14
“ A sociedade quer transporte, saúde e educação de
qualidade, pois ela paga caro por isso...”; “em última
análise, este será o fator determinante dos rumos da crise o
médio prazo...”. Observando o emprego dos
demonstrativos sublinhados, podemos constatar, segundo o
emprego no texto, que
a) isso e empregado em referência a termos anteriores e
este em referência a termos seguintes.
b) isso e este são empregados em relação a termos
No primeiro quadrinho, o termo aqui representa uma das anteriormente citados.
categorias da enunciação que indica espaço: c) isso tem valor depreciativo.
d) este se refere a um entre dois termos citados
a)exterior à enunciação de primeira pessoa. anteriormente, de preferência o mais próximo.
b)de enunciação de segunda pessoa. e) isso se prende a um tempo distante, enquanto este se
c)de enunciação de terceira pessoa. liga ao tempo presente.
d)de enunciação de primeira pessoa.
e)exterior à enunciação de terceira pessoa.
LEIA O TEXTO ABAIXO E RESPONDA A QUESTÃO 15
QUESTÃO 13
Leia o texto abaixo: Entrevistador: Segundo seu livro, a “storyteling”
“Boas coisas acontecem para quem espera. As (narração de história) passou a ser adotada do marketing
melhores coisas acontecem para quem se levanta e de produtos à comunicação política. Por que a política hoje
faz.” (Domínio público) se volta para a emoção mais do que pra o intelecto ou a
razão?
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Christian Salmon: Apresentadas sob a forma de um QUESTÃO 17 ICA


enredo fácil de compreender, as implicações da política “Nas unidades de internação de menores infratores
mobilizam emoções como o medo, a solidão, a necessidade reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para
de proteção. Os cidadãos são jogados em um universo adultos”; a frase abaixo em que se repete o mesmo sentido
narrativo (a cruzada contra o eixo do Mal etc,) e convidados do vocábulo sublinhado é:
a escolher entre os “bons” e os “maus”.
Entrevistador: O senhor escreve que à realidade de uma (A) Os menores têm mesmo que pagar por seus crimes. (B)
concorrência cada vez mais feroz o neogerenciamento opõe Os crimes são punidos pela mesma lei de antigamente.
a ficção de que , no trabalho em equipe moderno, os (C) É mesmo verdade que as leis irão mudar?
empregados não estão verdadeiramente em concorrência (D) Os dois presídios têm as mesmas condições.
uns com os outros. A essa ficção soma-se outra, ainda mais (E) As celas são abertas pela mesma chave.
importante, a saber, que os operários e os portões não são
antagônicos. O padrão gera apenas um processo de grupo. QUESTÃO 18
Isso seria um novo modelo de capitalismo e de controle? “Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de
Cristian Salmon: No livro Vigia e Punir, Michel Foucault uma reforma geral da política penitenciária, aí incluída a
mencionava a constituição de um “poder de escrita” como melhoria das condições socioeducativas para os menores de
uma peça essencial no encadeamento da disciplina militar, idade”. A afirmação correta sobre o termo “aí” é:
sanitária, escolar etc. Pode-se ver no triunfo da
“storyteling” o nascimento de um “poder de narrativa” (A) indica o local da reforma geral onde deve ser incluída a
capaz de assegurar o controle de indivíduos, uma “máquina melhoria pretendida;
de contar” e formatar bem mais eficaz que todas as (B) refere-se ao termo “reforma geral da política
imagens orwelianas da sociedade totalitária. penitenciária”, de forma a retomá-lo na frase seguinte;
O assunto dessa nova ordem narrativa não é nem o (C) é um termo anafórico, substituindo o termo “questão”,
consumidor alienado, nem o trabalhador explorado, nem citado anteriormente no mesmo segmento;
mesmo o cidadão doutrinado, mas um individuo enfeitiçado, (D) funciona como um conectivo de forma coloquial,
imerso num universo, preso a uma rede narrativa que filtra correspondendo à conjunção aditiva E;
as percepções, estimula os efeitos e conduz as condutas. (E) mostra uma indicação de tempo, referindo-se ao
Entrevista de Christian Salmon a Leneide Duan-Pion Internet.
momento da produção da reforma geral.
QUESTÃO 15
Na linha 18, a palavra “Isso” retoma o significado de “um
TEXTO PARA QUESTÃO 19
processo de grupo” e poderia de modo igualmente correto
ter sido grifado Isto.
BEM TRATADA, FAZ BEM

O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória:


QUESTÃO 16 “O carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a
reversão cultural que se deu no consumo do tabaco?
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente.
Este jornal, em uma série de reportagens, nestes dias,
mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do carro e
o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente,
houve entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando
Los Angeles – um caso típico de cidade rodoviária e
dispersa.
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta
geração com o futuro da humanidade e contra o
aquecimento global – para o qual a emissão de CO2 do
rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar
estudo advertindo que a poluição em São Paulo mata o
dobro do que o trânsito.)
O transporte também esteve no centro dos protestos de
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam
razões para o debate do tema.
Sérgio Magalhães, O Globo

QUESTÃO 19
Observe o emprego do demonstrativo “este” nos
segmentos a seguir:
I – “O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase
premonitória”;
II – “Este jornal, em uma série de reportagens,...”;
III – “... nestes dias, mostrou o privilégio que os
governos dão ao uso do carro e o desprezo ao
transporte coletivo”;
IV – “a ONU reafirmou o compromisso desta geração
com o futuro da humanidade”.

As frases acima que apresentam exatamente o mesmo


motivo da utilização desse demonstrativo são:
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

a) I - II; ICA
sobra na minha própria cidade, Mariana, a uma légua dali.
b) I - III; O espantoso em Ouro Preto era o Grande Hotel - um prédio
c) II - IV; limpo, reto, liso, um monólito branco que contrastava com
d) III - IV; o barroco sem violentá-lo. Era “o Hotel do Niemeyer”,
e) II - III - IV. diziam. Deslumbrado com a construção, eu acreditava que
seu criador (que supunha chamar-se “Nei Maia”) fosse
mineiro - um marianense, quem sabe?
A suspeita aumentou quando, ainda de calças curtas,
TEXTO PARA A QUESTÃO 20
mudei-me para Belo Horizonte. Era tanto Niemeyer que ele
UMA HISTÓRIA EM COMUM só podia mesmo ser mineiro. No bairro de Santo Antônio
ficava o Colégio Estadual (a caixa d’água era o lápis, o
Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de prédio das classes tinha a forma de uma régua, o auditório
terras que vai do Amapá ao norte do Pará possuem uma era um mata- borrão). Numa das pontas da vetusta Praça
história comum de relações comerciais, políticas, da Liberdade, Niemeyer fez pousar suavemente uma
matrimoniais e rituais que remonta a pelo menos três escultura de vinte andares de discos brancos superpostos,
séculos. Essas relações até hoje não deixaram de existir um edifício de apartamentos cujo nome não me vem à
nem se deixaram restringir aos limites das fronteiras memória. E, claro, tinha a Pampulha: o cassino, a casa do
nacionais, estendendo-se à Guiana-Francesa e ao baile, mas principalmente a igreja.
Suriname. Com o tempo cresceram as calças e a barba, e saí batendo
perna pelo mundo. E não parei de ver Niemeyer. Vi na
Essa amplitude das redes de relações regionais faz
França, na Itália, em Israel, na Argélia, nos Estados Unidos,
da história desses povos uma história rica em ganhos e
na Alemanha. Tanto Niemeyer espalhado pelo planeta
não em perdas culturais, como muitas vezes divulgam
aumentou minha confusão sobre sua verdadeira origem. E
os livros didáticos que retratam a história dos índios no hoje, quase meio século depois do alumbramento produzido
Brasil. No caso específico desta região do Amapá e norte pela visão do “Hotel do Nei Maia”, continuo sem saber onde
do Pará, são séculos de acúmulo de experiências de ele nasceu. Mesmo tendo visto um papel que prova que foi
contato entre si que redundaram em inúmeros na Rua Passos Manuel número 26, no Rio de Janeiro, estou
processos, ora de separação, ora de fusão grupal, ora convencido de que lá pode ter nascido o corpo dele. A alma
de substituição, ora de aquisição de novos itens de Oscar Niemeyer, não tenham dúvidas, é mineira.
culturais. Processos estes que se somam às diferentes (Adaptado de: MORAIS, Fernando. Depoimento. In: SCHARLACH, Cecília (coord.).
Niemeyer 90 anos: poemas testemunhos cartas. São Paulo: Fundação Memorial da
experiências de contato vividas pelos distintos grupos América Latina, 1998. p. 29)
indígenas com cada um dos agentes e agências que
No contexto do texto, o autor utiliza os pronomes seu
entre eles chegaram, dos quais existem registros a
(no primeiro parágrafo) e sua (no último) para se
partir do século XVII.
referir, respectivamente, a:
É assim que, enquanto pressupomos que nós
descobrimos os índios e achamos que, por esse motivo, a) Nei Maia e Oscar Niemeyer.
eles dependem de nosso apoio para sobreviver, com b) Grande Hotel e Oscar Niemeyer.
um pouco mais de conhecimento sobre a história da c) Ouro Preto e Hotel do Nei Maia.
região podemos constatar que os povos indígenas dessa d) Mariana e Rua Passos Manuel.
parte da Amazônia nunca viveram isolados entre si. E, e) Hotel do Niemeyer e Rio de Janeiro.
também, que o avanço de frentes de colonização em TEXTO PARA QUESTÕES 22 E 23
suas terras não resulta necessariamente num processo
de submissão crescente aos novos conhecimentos,
tecnologias e bens a que passaram a ter acesso, como à
primeira vista pode nos parecer. Ao contrário disso,
tudo o que esses povos aprenderam e adquiriram em
suas novas experiências de relacionamento com os não-
índios insere-se num processo de ampliação de suas
redes de intercâmbio, que não apaga - apenas redefine
- a importância das relações que esses povos mantêm
entre si, há muitos séculos, “apesar” de nossa
interferência.
(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas
no Amapá e Norte do Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que
pensam? São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9)
QUESTÃO 22
Com base na análise das falas do quadrinho, a lógica do
QUESTÃO 20
peixe se perdeu
Os pronomes destacados no último parágrafo - nós,
nosso, nos, nossa - fazem referência:
a) no primeiro quadrinho.
b) no terceiro quadrinho.
a) aos povos indígenas da Amazônia.
c) no quinto quadrinho.
b) a todos os indígenas brasileiros.
d) no quarto quadrinho.
c) às redes de intercâmbio indígenas.
e) no segundo quadrinho.
d) aos representantes da cultura hegemônica.
e) a todos os habitantes das zonas urbanas do Brasil.
QUESTÃO 23
No segundo quadrinho, o pronome essa tem valor
TEXTO PARA A QUESTÃO 21

DEPOIMENTO a) anafórico.
Fernando Morais (jornalista) b) catafórico.
c) dêitico.
O que mais me surpreendia, na Ouro Preto da infância,
d) relativo.
não era o ouro dos altares das igrejas. Nem o casario
e) expletivo.
português recortado contra a montanha. Isso eu tinha de
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

TEXTO PARA QUESTÃO 24 ICA


que são submetidos nos âmbitos familiar, escolar e na
convivência com subgrupos desviantes. Consequentemente,
Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma propostas de controle da criminalidade passam inevitavelmente
potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto tanto por reformas sociais de profundidade como por reformas
marítimo que enche sua história do século XV não resultara individuais voltadas a reeducar e ressocializar criminosos para o
do extravasamento de nenhum excesso de população, mas convívio em sociedade. A par das políticas convencionais de
fora apenas provocado por uma burguesia comercial geração de empregos e combate à fome e à miséria, ações de
sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido cunho assistencialista visariam minimizar os efeitos mais
território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A imediatos da carência, além de incutir em jovens candidatos
ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português potenciais ao crime novos valores através da educação, da
trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela prática de esportes, do ensino profissionalizante e do
quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da aprendizado de artes e na convivência pacífica e harmoniosa
com seus semelhantes. Quando isto já não é mais possível, que
nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o
se reformem então aqueles indivíduos que caíram no mundo do
Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto,
crime através do trabalho e da reeducação nas prisões.
quem devia merecer do novo rei o melhor das suas (Cláudio C. Beato Filho)
atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as
pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da QUESTÃO 26
expansão externa para contentar os insaciáveis
As frases a seguir mostram alguns elementos sublinhados,
companheiros de D. João I.
com a identificação de seus referentes no texto.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

QUESTÃO 24 I. “Parece que uma das razões do fracasso e da inexistência


O pronome "ela" da frase "Era ela, portanto, quem devia de
merecer do novo rei o melhor das suas atenções", refere-se políticas nessa área...” – área das políticas públicas de
a segurança.
II. “ Esta deterioração das condições de vida traduz-se no
a) “desmedida ambição”. acesso restrito de alguns setores da população a
b) “Casa de Avis”. oportunidades no mercado de trabalho e de bens e
c) “esta burguesia”. serviços...” – bloqueio do acesso a meios legítimos de se
d) “ameaça castelhana”. ganhar a vida.
e) “Rainha Leonor Teles”. III. “...que se reformem então aqueles indivíduos...” –
jovens candidatos potenciais ao crime.
TEXTO PARA QUESTÃO 25
Assinale:
O roteiro tem se repetido com variações pontuais: das
redes sociais emerge um movimento que, quase a) se apenas as frases I e II estiverem corretas.
imperceptível a princípio, ganha corpo, invade as ruas, b) se apenas as frases I e III estiverem corretas.
monopoliza a mídia e assusta os governos. Um frenesi de c) se apenas as frases II e III estiverem corretas.
reuniões de emergência e de medidas mais ou menos d) se apenas a frase II estiver correta.
improvisadas e seguem, ao mesmo tempo que se e) se todas as frases estiverem corretas.
multiplicam as avaliações de que agora, de fato, o País
acordou. Passada a efervescência, entretanto, a impressão TEXTO PARA QUESTÕES 27
que fica é de que a energia da manifestação coletiva se
dispersou antes de amadurecer e de frutificar em mudanças
capazes de fazer jus à esperança que geraram. Por meio de
promessas e paliativos, o ímpeto inicial é incorporado ao
sistema antigo, e, pouco a pouco, a vida volta à rotina, até
que a manifestação seguinte faça lembrar as anteriores e
reinstale a ideia de um novo ciclo.
José G. Ghirardi, O Estado de S. Paulo, 19/01/2014.
QUESTÃO 25
A palavra “País” encontrasse grafada com inicial maiúscula
em virtude de

a) substituir nome próprio.


b) exigência legal (constitucional)
c) manifestar patriotismo.
d) referir-se à totalidade do território nacional.
e) retomar termo anterior.

TEXTO PARA QUESTÃO 26


Políticas Públicas de Segurança no Brasil Parece que uma das
razões do fracasso e da inexistência de políticas nessa área
reside num plano puramente cognitivo. A proposição de
políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste num
movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a
dissuasão individual. A ideia da reforma decorre da crença de
que o crime resulta de fatores socioeconômicos que bloqueiam
o acesso a meios legítimos de se ganhar a vida. Esta
deterioração das condições de vida traduz-se no acesso restrito
de alguns setores da população a oportunidades no mercado de
QUESTÃO 27
trabalho e de bens e serviços, assim como na má socialização a
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

Que mecanismo de sequenciarão do tema predomina na ICA


à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro
composição textual? tomando café.
Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um
a) A ambiguidade, como se observa na frase “Milton ainda pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que
não começou a viver”. uma das
b) A oposição, configurada no contraste positivo/negativo. delícias do gênio carioca é exatamente esta frase: – Ele foi
c) A sinonímia, presente em pares como esposa e tomar café.
companheira. A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar
d) A metonímia, base da descrição do concorrente e de com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir
Milton. tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente,
esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.
QUESTÃO 28 Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:
– Bem, cavalheiro, eu me retiro.
Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no
cafezinho. Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no
cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado
simples e vago:
– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.
Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e
perguntar:
– Ele está? – alguém dará o nosso recado sem
endereço.
Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier
o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier,
o recado será o mesmo:
– Ele disse que ia tomar um cafezinho...
Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar
um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão: – Ele
foi
tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está
aí...
Ah! Fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos
assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito
pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é
A referência espacial sugerida no título é recuperada com não estar.
base Quando vier a grande hora de nosso destino nós
teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café.
a) na posição enunciativa do leitor. Vamos, vamos tomar um cafezinho.
b) nas informações não-verbais. Rio, 1939.
c) no conteúdo do texto. (Rubem Braga. O Conde e o passarinho & Morro do isolamento. Rio de Janeiro:
d) nas expressões indicadoras de lugar. Record, 2002. p.156-7)
e) no espaço de circulação do texto.
QUESTÃO 30
QUESTÃO 29 Com base no texto e em pressupostos linguísticos, pode-se
O pronome (n)este, no primeiro parágrafo (l.2), e o afirmar que a sentença “este recado simples e vago”:
pronome (n)esse, no sétimo parágrafo (l.48), exercem,
respectivamente, papel a) É anafórica e representa ideia contida no 1° parágrafo
b) É catafórica, formada por mecanismo pronominal fixo e
“ Em dois continentes de importância para o mundo remissivo ao referente: – Ele saiu para tomar um café e
desdobram-se neste momento crises virtualmente disse que volta já.
existenciais no que diz respeito a seus modelos econômico- c) É catafórica, formada por mecanismo pronominal
sociais. adjunto e remissivo ao referente: – Ele saiu para tomar um
café e disse que volta já.
Na Europa, supostamente mais organizado, falhou a d) É catafórica, formada por mecanismo pronominal livre e
regulamentação financeira, o que convergiu com a crise de remissivo ao referente: – Ele saiu para tomar um café e
2008 nos EUA para dar origem à presente situação. Nesse disse que volta já.
erro se encontram o capitalismo neoliberal americano e a e) É catafórica, formada por mecanismo pronominal pró-
“economia social de mercado” dos alemães. verbal e remissivo ao referente: – Ele saiu para tomar um
Roberto Abdonur e o futuro da história.
café e disse que volta já.
a) Anafórico e catafórico
b) Catafórico e anafórico QUESTÃO 31
c) Dêitico e catafórico Com base no texto e em pressupostos linguísticos, pode-se
d) Catafórico e dêitico. afirmar que na a sentença “Ele esperou longamente”, o
e) Dêitico e anafórico. pronome ele comporta-se textualmente como:
TEXTO PARA QUESTÕES DE 30 A 31
Cafezinho a) anafórico
b) dêitico discursivo
Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava c) catafórico
falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia d) dêitico pessoal
ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou e) expletivo
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MATERIAL 04 - TEXTUALIDADE

25. A
26. A
ICA
27. em sala
28. em sala
29. E
QUESTÃO 32 30. C
Coesão Referencial: 31. A
32. CERTO
Píndaro nos preveniu de que o futuro é muralha espessa,
além da qual podemos vislumbrar um só segundo. O poeta
tanto admirava a força, a agilidade e a coragem de seus
contemporâneos nas competições dos estádios quando
compreendia a fragilidade dos seres humanos no curto
instante de vida. Dele é a constatação de que o homem é
apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo, ele se
consolará no mesmo poema: e como a vida é bela!
O século XX, que para alguns foi curto, para outros foi
dilatado em seu sofrimento. Foi o século da mais renhida luta
entre a opressão totalitária e a dignidade dos seres humanos.
É provável que nele não tenha havido um só dia sem algum
confronto bélico. Mas em que século os seres humanos
conheceram a paz?
Todos os tempos são opressivos, mas o nosso tempo é o
mais pesado de todos, e não só porque nele nos toca viver. A
tecnologia nunca serviu tanto à tortura, ao vilipêndio e à morte
quando serve hoje. Não há mais liberdade em nenhum lugar
do mundo: os satélites nos ouvem e nos seguem pelas
câmeras de televisão pelo telefone celular, pelo uso de cartão
de crédito, pelo desenho de nossos olhos. Podemos morrer, ao
atender a uma chamada telefônica, e grilhões explosíveis por
controle remoto impedem aos prisioneiros um direito sempre
reconhecido, o de buscar a própria liberdade.

As expressões “O poeta” (L.2), “Dele” (L..6) e “ele” (L.7)


constituem uma cadeia anafórica, relativa a um mesmo
referente “Píndaro” (L.1).

GABARITO
1. D
2. B
3. E
4. B
5. B
6. E
7. E
8. D
9. B
10. CERTO
11. C
12. D
13. C
14. B
15. em sala
16. em sala
17. D
18. B
19. D
20. D
21. B
22. D
23. C
24. C

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