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Ao exame: regular estado geral, afebril, acianotico, anicterico, lúcido e orientado no tempo e
espaço.
PA 140-90
FC 94 bom
FR 22 irpm
SatO2 92%
IMC 37
SR: MVF presente, sem RA
SCV: BRNF em 2T, sem sopros
ABD: inocente
Extremidades: TEC < 3seg. Edema de 3+/4+ de MID, cacifo positivo, associado a hiperemia
difusa, doloroso a palpação. Sem alterações em MIE.
HD?? Tep
Outros: SCA, infecção, dissecção aorta
-> Até 34% dos pacientes com TEV morrem subitamente ou em poucas horas após o
evento agudo (nem sempre com diagnóstico correto).
FATORES PREDISPONENTES
-> VTE é relacionado a interação de fatores relacionados ao paciente (geralmente
permanentes) e relacionados a condições (geralmente temporais).
Saber se o fator de risco é permanente ou temporário é importante na hora de avaliar o
risco de recorrência e decidir sobre o tratamento (se será crônico).
-> Câncer com maior risco para VTE: gástrico, pulmonar, SNC, hematopoiético e
pancreático
Ter TVE e câncer: alto fator de risco para mortalidade de causa global.
-> ACO é o fator de risco mais frequente em mulheres em idade reprodutiva -> ACO
contendo E e P estão associados a aumento de aproximadamente 2-6 vezes de chance em
ter evento tromboembólico.
Estrógenos aumentam risco de evento trombotico mas progestógenos também.
ACO de terceira geração (contendo progestógenos como desogestrel ou gestodeno) são
associados a maior risco do que os de segunda geração, com progestágenos como
levonorgestrel ou norgestrel.
-> DIU ou pílulas de progesterona não foram associadas a aumento significativo de TVE
-> aumento do risco quando associado a comorbidades ou outros fatores de risco
-> IAM e AVC aumentam risco de TVE e esse aumenta risco de IAM e AVC ou embolização
periférica arterial.
-> Tabagismo, dislipidemia, hipertensão -> associação indireta, uma vez que se relaciona a
doença arterial, como aterosclerose.
FISIOPATOLOGIA
PROBABILIDADE CLÍNICA PRÉ TESTE: pode ser feita tanto com julgamento clínico ou
fazendo uso de protocolos (melhor pois auxilia no cálculo de probabilidade clínica pós teste)
Por que calcular probabilidade pré teste??
-> evitar custos diagnósticos desnecessários
PERC: Pulmonary Embolism Rule-Out Criteria: classificar pacientes em que o diagnóstico
de TEP é tão improvável que sua investigação é desnecessária.
< 50 anos, < 100bpm, SatO2 > 94%, sem edema unilateral de MMII, sem hemoptise, sem
trauma ou cirurgia recente, sem história de TEV, não uso de ACO.
DIAGNÓSTICO
-> Em pacientes que a TC e clínica não concordarem, realizar outros métodos diagnósticos.
3- Cintilografia V/Q
-> No TEP, espera-se que a ventilação esteja normal e que ocorra falhas de perfusão.
-> Quando usar: contra indicação para TC tórax (disfunção renal, anafilaxia) E Rx tórax
normal, mulher em idade reprodutiva
-> Exame subjetivo
-> Laudo: normal (exclui TEP), alta probabilidade de TEP e sem diagnóstico (necessita de
outras formas de investigação.
● obs: Exame em 2 fases (inalação com DTPA-Tecnésio e perfusão com Alb-
Tecnésio)
4- Angiografia Pulmonar
-> Já foi padrão ouro para o diagnóstico de TEP. Não é mais pois: mais invasivo e
surgimento de novas ferramentas diagnósticas.
-> Avalia presença direta de um trombo no leito pulmonar arterial.
-> Exame invasivo e uso de contraste
Após diagnosticado o TEP, está na hora de calcular a gravidade do mesmo e risco de morte
precoce.
=> PESI com baixo risco (I ou II) é um dos principais parâmetros de decisão de tratamento
domiciliar ou hospitalar.
=> Presença de TVP isoladamente é fator de mau prognóstico sendo independentemente
associada com morte nos primeiros 3 meses.
TRATAMENTO INICIAL
1- Suporte hemodinâmico e respiratório
-> Hipoxemia: indicado suplementação de O2 se SatO2< 90%
Hipoxemia ou insuficiência respiratória refratário: pensar em shunt através do forame oval
ou defeito atrial septal.
Pode-se usar: cateter nasal de alto fluxo, VNI, VM -> lembrar que enquanto não houver
reperfusão, não terá resolução de defeito perfusional.
-> PCR: ACLS. Trombolítico deve ser considerado (nesse caso RCP deve continuar por no
mínimo 60-90 min após reperfusão)
2) Iniciar anticoagulação
=> Quando:
SE ALTA PROBABILIDADE CLÍNICA OU PROB. INTERMEDIÁRIA: iniciar enquanto
aguardo os resultados dos testes diagnósticos.
=> Como:
Inicialmente Heparina baixo peso molecular, Fondaparinux (os 2 são os preferíveis) , HNF
(maior risco de sangramento grave e trombocitopenia induzida por heparina em relação aos
2 anteriores; além de ser necessário dosagem regular de TTPA. Indicada se: ClCr <= 30 ou
obesidade severa). Será substituído por um anticoagulante oral (VKA)
Antagonistas vit K (VKA): tem sido o padrão ouro de anticoagulação oral há mais de 50
anos. Deve-se manter uso de heparina baixa dose, fondaparinux ou HNF concomitante por
no mínimo 5 dias e até que o TP/INR esteja no alvo (2,0-3,0).
Outras opções: NOAC já na fase aguda, ie, não precisa fazer heparina ou fonda antes
(apixaban, rivaroxaban): são moléculas pequenas que inibem diretamente um fator de
coagulação (ex: dabigatran -> trombina; apixaban, endoxaban e rivaroxaban-> Fator Xa).
Não devem ser administrados se paciente dialítico, gestante ou lactante, previsão de ser
submetido a embolectomia, risco de sangramento.
Se paciente instável, a primeira ação será tratamento de reperfusão:
OBS: Pacientes que tiveram TEP, tendem a recorrer um evento tromboembólico como novo
TEP, enquanto pacientes que tiveram uma TVP tendem a recorrer como TVP.
Gestação: aumenta risco de TEV principalmente no primeiro trimestre e pós parto. Outros
fatores que aumentam risco são fertilização in vitro, obesidade, comorbidades, natimorto,
pré eclampsia, hemorragia pós parto, cesária.
-> Diagnóstico:
-> Tratamento: heparina de baixo peso molecular é a medicação de escolha (não atravessa
placenta). VKA e NOAC atravessam placenta (risco de hemorragia fetal e
teratogenicidade)!!
O uso de heparina não fracionada também é possível, porém está associado a maior risco
de trombocitopenia induzida por heparina e maior perda mineral óssea, além de apresentar
pior manejo terapêutico.
Se alergia ou efeito adverso ao uso da hep. baixo peso -> considerar Fondaparinux (porém
há poucos dados em literatura e evidência de passagem transplacentária mínima)
Obs: trombólise ou embolectomia cirúrgica deve ser considerada para mulheres grávidas
com TEP de alto risco
-> Deve-se anticoagular por 6 meses ou mais após o parto, tendo-se como tempo total de
tratamento o mínimo de 3 meses.
-> Heparina baixo peso e varfarina podem ser usadas na amamentação. NOAC não é
recomendado.
-> DD: embolia por líquido amniótico!! -> diagnóstico de exclusão. Geralmente caracterizado
por deteriorização cardiovascular ou respiratória não explicada, geralmente acompanhada
de coagulação intravascular disseminada, com ocorrência na gestação ou pós parto. FR:
doenças cardíaca, cerebrovascular ou renal, placenta prévia, polidrâmnio, natimorto,
corioamnionite, disorder hipertensiva, parto instrumental, cesária. Tratamento: suporte
Assim, tem-se como meta pós evento agudo: prover cuidados apropriados (reabilitação,
tratamento de comorbidades, educação comportamental e modificação os FR) e garantir
detecção precoce de CTEPH
CTEPH: doença causada por obstrução persistente das artérias pulmonares por trombo
organizado, cursando com redistribuição do fluxo sanguíneo e remodelamento secundário
do leito microvascular pulmonar. A marca da CTEPH é uma transformação fibrótica do
trombo arterial pulmonar, causando obstrução fixa das artérias pulmonares permitindo um
superfluxo no leito arterial “aberto” que, juntamente com o suprimento colateral de artérias
sistêmicas a jusante de oclusões arteriais pulmonares, contribui para a remodelação
microvascular causando um aumento progressivo da RVP.
PAP elevadas tem pior morbimortalidade.
-> Sintomas: relacionados a IC direita. Pode-se ter arritimias (FA, por ex), síncopes.
Todo paciente com CTEPH ou Dç tromboembólica crônica deve ser encaminhado para
serviço de referência para avaliar indicação de tratamento intervencionista (os dois grupos
podem ter benefício com o tratamento).
O tratamento intervencionista de escolha é a endarterectomia pulmonar para CTEPH,
devendo ser realizada bilateralmente. A maioria dos pacientes apresentam alívio importante
de sintomas e de parâmetros hemodinâmicos. Deve-se considerar a acessibilidade cirúrgica
e considerar os riscos relacionados a comorbidades dos pacientes, sendo essa avaliação
realizada em centros especificos. Maior mortalidade ocorre quando: pior classe funcional
NYHA, altos valores de PAP e RVP, pressão de AD aumentada, câncer, necessidade de
uso de vasodilatador, comorbidades cardíacas
Tratamento farmacológico do CTEPH: (não há dados sobre eficácia e segurança dos
NOAC), diureticoterapia, oxigenioterapia.
Terapia específica: não indicado para pacientes com doença tromboembólica crônica na
ausência de hipertensão pulmonar.
-Riociguat (estimulador da guanilato ciclase): indicado quando paciente com contra
indicação para tto cirúrgico ou com manutenção de hipertensão pulmonar pós
procedimento.
-Bosentan (antagonista da endotelina): estudos demonstraram melhora hemodinâmica mas
sem melhora funcional, como TC6m
-Macitentan (antagonista da endotelina): estudos observaram melhora no teste da
caminhada.
-Combinações off-label de drogas aprovadas para HAP tem sido propostas para pacientes
com grave comprometimento hemodinâmico sem perspectivas cirúrgicas.