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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Questões de Reflexão

Doroteia Alice Nataniel Chissano – 31220683

Xai ˗ Xai, Agosto de 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Questões de Reflexão

Trabalho de campo a ser submetido na


coordenação do Curso de Licenciatura
em Administração Publica da Unisced
Tutor: PhD David Adriano Nota

Doroteia Alice Nataniel Chissano – 31220683

Xai˗Xai, Agosto de 2022

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Estudo do caso 1.......................................................................................................................2

3. Estudo do Caso 2......................................................................................................................3

4. Referencias...............................................................................................................................5

1.

iii
2. Introdução

O presente trabalho prático, trata se de estudo de casos sobre o direito constitucional com o
principal enfoque sobre a nacionalidade.

Nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo à
determinado Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e,
por consequência desfrute de direitos e submeta-se a obrigações (Lenza 2008:669).

No direito, a nacionalidade é o vínculo jurídico de direito público interno entre uma pessoa e um
Estado, sendo que essa ligação pressupõe alguns direitos e deveres junto ao Estado de que se é
nacional, como o direito de residir e trabalhar no território do Estado, os direitos de votar e de ser
votado, o direito de não ser expulso ou extraditado e o direito à proteção do Estado, dentre
outros.

A Constituição da República de Moçambique (CRM), prevê dois regimes de nacionalidade,


designadamente: a nacionalidade originária e a nacionalidade adquirida.

Tem como objectivo analisar os casos sobre a nacionalidade a luz da lei moçambicana. E para o
estudo recorreu se a analise documental com o destaque para a CRM de 2004.

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3. Estudo do caso 1

a) Que comentário faz em relação aos dois jovens (John e Carlos), eles podem
ingressar nas fileiras das FADM sem passarem dos Centros de Formação?

Os dois jovens não podem ingressar nas fileiras das FADM sem passarem dos centros de
formação. Eles devem passar por Provas de Classificação e Selecção para ingresso às Forças
Armadas. Se isso acontecer seria inconstitucional, logo estariam a ferir a lei mãe (constituição da
Republica). Os cargos administrativos são assumidos por pessoas que passaram do serviço
militar obrigatório, devido ao próprio estatuto dos membros das FADM.

b) b) John Wilson pode ter adquirido a nacionalidade moçambicana por estar a viver
em Moçambique há mais de 20 anos? (4.0 Valores)

A luz do Artigo 27 da Constituição da Republica de Moçambique no seu número 2, o facto de


estar a viver em Moçambique a mais de 20 anos, por si só não lhe confere a nacionalidade
moçambicana, mas é um dos requisitos necessário para adquirir a nacionalidade por
naturalização.

Contudo, pode ter adquirido a nacionalidade por naturalização pois reúne todos os requisitos
estabelecidos por lei, desde que ele tenha apresentado o pedido de adquirir

O Artigo 27 da CRM preconiza que pode ser concedida a nacionalidade moçambicana


por naturalização aos estrangeiros que à data da apresentação do pedido, reúnam
cumulativamente as seguintes condições:

a) Residam habitual e regularmente há pelo menos dez anos em Moçambique;

b) Sejam maiores de dezoito anos;

c) Conheçam o Português ou uma língua moçambicana;

d) Possuam capacidade para reger a sua pessoa e assegurar a sua subsistência;

e) Tenham idoneidade cívica;

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f) Preencham os requisitos e ofereçam as garantias fixadas por lei.

Olhando para as condições acima arroladas, John Wilson pode ter adquirido a nacionalidade
moçambicana não só por estar a viver em Moçambique há mais de 20 anos, mas também por ser
maior de 18 anos pois tem 21 anos e fica evidente que conhece a língua portuguesa pois é a
língua de instrução no ISCED onde frequentou o curso de Administração Publica.

Salvo para caso em que ele não declare querer adquirir a nacionalidade moçambicana.

Que comentário faz em relação aos dois jovens (John e Carlos), eles podem ingressar nas fileiras
das FADM sem passarem dos Centros de Formação? (2.0 Valores)

c) Os dois jovens (John e Carlos) têm requisitos legais para o ingresso nas fileiras das
FADM?

Carlos Andrade tem requisitos legais para ingressar nas FADM, desde que preencha os
seguintes requisitos:

a) Ser cidadão moçambicano;’


b) Ter bom comportamento moral e civil;
c) Ter as habilitações literárias exigidas para inscrição no concurso de admissão;
d) Possuir a robustez física indispensável ao exercício da profissão militar;
e) Ficar aprovado nas provas do concurso de admissão e ser seleccionado para
preenchimento das vagas abertas no respectivo concurso.

O mesmo já não se pode diz do John, pois se bem que tem a nacionalidade moçambicana é
adquirida e não originária, e a lei lhe veda a ter carreira militar. A luz do ARTIGO da CRM
(Restrições ao exercício de funções). Os cidadãos de nacionalidade adquirida não podem ser
deputados, membros do Governo, titulares de órgãos de soberania e não têm acesso à carreira
diplomática ou militar.

4. Estudo do Caso 2

a) Qual é a nacionalidade de Ndoa da Wilness Pinto, filho de Adidas Pinto e da


Wilness?

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Ndoa da Wilness Pinto, filho de Adidas Pinto e da Wilness é de nacionalidade moçambicana,
pois nasceu no território moçambicano e é filho de uma mãe moçambicana.

Socorrendo – se do Princípio da territorialidade plasmado no artigo 24 da CRM,) que diz:

1. São moçambicanos os cidadãos nascidos em Moçambique após a proclamação da


independência.

b) Seja qual for (brasileira ou moçambicana), a nacionalidade de Ndoa da Wilness


Pinto é originária ou adquirida? (3

A nacionalidade de Ndoa da Wilness Pinto é originária pois nasceu no território moçambicano e


é filho de mãe nascida em Moçambique.

A luz do artigo 23 da CRM que estabelece no âmbito da nacionalidade originária, que são
moçambicanos, desde que hajam nascido em Moçambique: “os filhos de pai ou mãe nascidos em
Moçambique”
Portanto, a mãe de Ndoa da Wilness Pinto assim como nasceram em Moçambique (principio de
consanguinidade e de territorialidade).
c) O Adidas Pinto terá adquirido a nacionalidade moçambicana por estar a viver
maritalmente há mais de dois anos com a Wilness, com quem tem um filho?
Não, de forma alguma. A CRM dispõe que adquire a nacionalidade moçambicana o estrangeiro
ou a estrangeira que tenha contraído casamento com moçambicana ou moçambicano há pelo
menos cinco anos, salvo nos casos do apátrida, desde que, cumulativamente (i) declare querer
adquirir a nacionalidade moçambicana; (ii) preencha os requisitos e ofereça as garantias fixadas
por lei.
Para o caso Adidas Pinto, ainda não reúne requisitos para adquirir a nacionalidade moçambicana,
para o efeito ainda deve efectuar o casamento civil e ficar pelo menos 5 anos para requerer a
aquisição da nacionalidade moçambicana.

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5. Referencias

Constituição da República (CRM) de 2004


Lenza, L. (2008). Curso de Direito Constitucional, 28ª edição, actualizada. São Paulo: Editora
Saraiva.

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