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SEMINÁRIO

TEOLÓGICO
PROJETO VIDA

Coordenador / Prof°: Elias Filho


Bibliologia

Na teologia, a bibliologia é a matéria da teologia sistemática que estuda a Bíblia


Sagrada em seus principais aspectos, desde sua origem e composição até seu
processo de publicação e preservação para estar disponível a pessoas de diferentes
épocas e lugares.

A palavra “bibliologia” vem do grego e é formada por dois vocábulos em


particular: biblion, que significa “livro”, e o sufixo logia – de logos –, que significa
“palavra” ou “lógica”. De forma não teológica, essa palavra é aplicada para designar
a ciência que estuda livros em geral. Mas no campo teológico muitas vezes é comum
o uso dessa palavra para designar a matéria que estuda a Bíblia como a auto-
revelação de Deus para o homem. Então nesse sentido teológico, a palavra
“bibliologia” indica a Doutrina das Escrituras.
Também é comum que dentro do estudo da teologia sistemática a bibliologia seja
abordada dentro de uma disciplina maior geralmente chamada de “Doutrina da
Revelação”. Essa matéria estuda como Deus se revela ao homem e aborda os
diferentes tipos da revelação divina – revelação geral e revelação especial – em todos
os seus aspectos. Daí a bibliologia é a porção dessa matéria que aborda a Escritura
como revelação especial de Deus para o homem.

Os principais temas estudados na


bibliologia
Basicamente a bibliologia procura responder a seguinte pergunta: Como pode ser
possível que Deus tenha se auto-revelado através da Escritura – um livro escrito por
homens?

Então para abordar esse tema central de forma correta, a bibliologia começa tratando
acerca do que é a Bíblia de fato, e por que ela é mesmo a Palavra de Deus. Nesse
sentido, a bibliologia aborda temas cruciais para a Fé Cristã, tais como:
• A origem e a composição da Bíblia: procura responder como a Bíblia
surgiu considerando as questões da revelação e inspiração da Escritura. É
nesse ponto que aprendemos como foi que a auto-revelação de Deus foi
registrada por homens na Escritura.
• A infalibilidade da Bíblia: procura responder por que a Bíblia é
totalmente confiável apesar de ter sido escrita por homens.
• A inerrância da Bíblia: é um desdobramento da infalibilidade e mostra
de forma clara que na Bíblia não há qualquer erro ou contradição.

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• A autoridade da Bíblia: enfatiza a plena autoridade que a Bíblia possui
sendo, ela mesma, a verdadeira Palavra de Deus. A Bíblia é a única regra
de fé e prática para o povo do Senhor, e possui total autoridade em tudo
o que ela aborda.
• A suficiência da Bíblia: procura mostrar que a Bíblia está completa, de
modo que não há mais nada a ser revelado de forma especial da parte de
Deus para o seu povo. A Bíblia é suficiente, ou seja, nela há tudo o que o
homem precisa saber acerca de quem é Deus, o que Ele faz, qual é a Sua
vontade para nós, e como podemos ter um relacionamento salvífico com
Ele.
• A canonicidade da Bíblia: procura mostrar como se deu o processo de
formação e organização do Cânon da Escritura – tanto do Cânon do
Antigo Testamento quanto do Cânon do Novo Testamento. Nesse
estágio a bibliologia também aborda o processo de preservação da
Escritura; isto é, o modo como o próprio Deus esteve envolvido em
garantir que sua auto-revelação registrada da Escritura fosse preservada
de forma íntegra e fiel para estar disponível a pessoas de diferentes
épocas e lugares, mesmo depois de tantas cópias e traduções.

Por que a bibliologia é importante?


Ao lado da teontologia, a Doutrina da Revelação – dentro da qual está a bibliologia
– forma a base inicial para o estudo teológico sistemático. Isso significa que antes de
o estudante querer avançar para outras matérias da teologia sistemática, como por
exemplo a antropologia bíblica, a soteriologia, a escatologia, entre outras, é essencial
que primeiro ele comece por estudar acerca de quem é Deus e como esse Deus se
revela ao homem. Nesse sentido a teontologia aborda o estudo do ser de Deus;
enquanto que a bibliologia – como parte da Doutrina da Revelação – aborda o
estudo da revelação especial de Deus na Escritura.
Além disso, a bibliologia é uma matéria de suma importância para o crente porque
lhe possibilita conhecer melhor e mais profundamente as principais características
da natureza da Escritura. Sendo a Palavra de Deus, a Bíblia é a fonte básica do
verdadeiro estudo teológico; de modo que à medida que o cristão conhece mais e
mais acerca do que a Bíblia diz sobre si mesma, ele torna-se capaz de defender com
propriedade doutrinas que são inegociáveis à Fé Cristã.

Atualmente, por exemplo, as doutrinas da infalibilidade, inerrância, autoridade e


suficiência da Bíblia estão sendo ferozmente atacadas por pessoas que desacreditam
que a Bíblia é a Palavra de Deus totalmente confiável, sem erros, poderosa e
suficiente. Então é a matéria da bibliologia, dentro do estudo teológico sistemático,
que prepara o cristão para responder a esses ataques.

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A preexistência de Cristo

A preexistência de Cristo se refere à doutrina da existência pessoal ou ontológica de


Cristo antes de sua concepção. Uma das passagens relevantes da Bíblia sobre o
assunto é João 1:1-18, onde, na visão trinitária, Cristo é identificado com a hipóstase
divina preexistente chamada Logos ou Verbo. Porém, outros pontos de vista não
trinitários questionam a preexistência pessoal ou a sua divindade ou ambos.

Esta doutrina é reiterada em João 17:5, em que Jesus se refere à glória que ele tinha
com Pai "antes que houvesse mundo" durante o seu discurso final.[1] João 17:24
também se refere ao Pai amando Jesus "antes da fundação do mundo".[1]

A criação do homem, no teto da capela sistina. (Gn 1:26)

O conceito da preexistência de Cristo é um ponto central da doutrina da cristologia.


A crença trinitária explora a natureza da preexistência de Cristo como a hipóstase
divina chamada Logos ou Verbo, descrita em João 1:1-18, que começa assim:

“ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por ele; e nada do que tem sido feito,
foi feito sem ele. ”

— João 1:1-18.

Este Ente é também chamado de Deus Filho ou Segunda Pessoa da Trindade. O


teólogo Bernard Ramm nota que "Tem sido o ensinamento padrão na cristologia
histórica que o Logos, o Filho, existiam antes da encarnação. Esta existência do Filho
antes da encarnação tem sido chamada de preexistência de Cristo.".[2] Outros
aspectos desta cristologia exploram a encarnação deste Ente divino como o homem
Jesus. Nas palavras do credo niceno, Cristo "desceu dos céus e se encarnou". Alguns
cristãos acreditam que Deus Filho "esvaziou-se" (veja Filipenses 2:7) de seus atributos
divinos para se tornar um homem, num processo chamado kenosis, tese rejeitada
por outros.[3]

Douglas McCready, em sua análise e defesa da preexistência de Cristo, nota que


ainda que ela "seja tomada como fato pela maior parte dos cristãos ortodoxos,[4] e
assim foi desde os tempos do Novo Testamento",[5] durante o século passado esta
doutrina tem sido cada vez mais contestada por teólogos e acadêmicos menos
ortodoxos.[5]

4
James D.G. Dunn, em seu livro Christology in the Making,[6] examina o
desenvolvimento desta doutrina durante o cristianismo primitivo,[7] notando que era
"indisputável" que em João 1:1-18 "o Verbo era preexistente e Cristo é o Verbo
preexistente encarnado",[7] mas seguindo na exploração de possíveis fontes para os
conceitos expressados ali, como as obras de Fílon.

Quando a Trindade aparece representada na arte cristã, o Logos é por vezes


mostrado de uma forma que lembra o homem Hesus (em representações do Jardim
do Éden, demonstra uma encarnação ainda por vir). Algumas vezes se distingue o
Logos pela barba, "que lhe permite parecer antigo, mesmo preexistente".[8]

Alguns autores vêem na obra "Contra Marcião" (cap. 21), de Tertuliano, uma aparição
de Cristo preexistente na fornalha, como alguém que é "como o filho do homem
(mas ele ainda não é realmente o filho do homem)".[9] A identificação de aparições
específicas de Cristo é cada vez mais comum na literatura evangélica de 1990 em
diante. Como exemplo, em Alpha Teach Yourself the Bible in 24 Hours, W. Terry
Whalin afirma que a quarta pessoa na fornalha é Cristo e que "estas aparições de
Cristo no Antigo Testamento são chamadas de 'teofanias' ("aparições de Deus")".[10]
É importante ficar claro que este não é o uso mais comum da palavra teofania. O
Mormonismo ensina a preexistência de Cristo como sendo a primeira e a maior entre
os espíritos-filhos,[11] o que não deixa de manter a crença na trindade, porém como
seres distintos e não uniforme como a maioria da cristandade.

Crença não trinitária

É possível aceitar a preexistência de Cristo sem aceitar a sua divindade completa no


sentido trinitário. Por exemplo, é provável que Ário e a maior parte dos primeiros
defensores do arianismo aceitassem a preexistência de Cristo Da mesma forma,[12]
Michael Servetus, ainda que negando a doutrina da Trindade como ela é
classicamente formulada, aceitou a preexistência pessoal de Cristo.[13]

Hoje em dia, diversas denominações não trinitárias também compartilham a crença


em alguma forma de preexistência de Cristo, inclusive as Testemunhas de Jeová e a
Igreja Adventista do Sétimo Dia (estes são trinitários) que identificam Jesus com o
Arcanjo Miguel No cado das Testemunhas de Jeová,[14] interpretando João 1:1-18
utilizando-se da forma "um deus" e não "Deus" em sua tradução da Bíblia.[15] John
Locke e Isaac Newton parecem ter mantido uma crença na preexistência de Cristo

5
apesar de rejeitarem a Trindade.[16] Ainda outros afirmam que Issac Newton não
acreditava na preexistência.[17] Isso é especulado.

Pentecostais do Nome de Jesus


Pentecostais do Nome de Jesus são cristãos pentecostais não trinitários que não
aceitam a preexistência de Cristo como sendo distinta da de Deus Pai, acreditando
que antes da encarnação apenas "o atemporal Espirito de Deus (o Pai)" existia.[18]
Depois disso, Deus "residiu simultaneamente como um Espírito atemporal e dentro
do Filho do Homem na Terra.".[18]

Mesmo que os Pentecostais do Nome de Jesus aceitem que "Cristo é a mesma


pessoa que Deus",[18] eles também acreditam que o Filho nasceu, o que significa
que ele teve um começo.[18] Em outras palavras, "os crentes entendem que o termo
[Filho] se aplica a Deus apenas após a encarnação".[19] Eles foram,[20]
consequentemente,[21] descritos como tendo uma doutrina unitarista distinta e de
negarem a preexistência de Cristo.[22] Porém,[23] alguns membros do movimento
negam esta interpretação de suas crenças[24].

Negação da doutrina
Por toda a história existiram grupos e indivíduos que acreditavam que a existência
de Jesus começou quando ele foi concebido. Os que negavam a preexistência de
Cristo podem ser divididos em duas grandes correntes, de acordo com a crença no
nascimento virginal de Jesus.

Os Cristadelfianos, por exemplo, negam que Jesus tenha preexistido no céu. Eles
afirmam que, segundo a Bíblia, há um entendimento equivocado a cerca da origem
de Jesus. Afirmam que Jesus nunca existiu até o seu nascimento por meio de Maria.
Afirmam que ele seria a personificação carnal das promessas de Deus. Após a sua
morte ele ganhou a imortalidade e só então passou a viver ao lado de Deus nos céus.

Os que de alguma forma aceitam o nascimento virginal

Entre estes estão os socinianos e os primeiros unitaristas como John Biddle e


Nathaniel Lardner.[25] Hoje em dia,[26] este ponto de vista é majoritariamente
mantido pelos cristadelfianos.[27] Estes grupos tipicamente consideram que Cristo
foi previsto (profetizado) no Antigo Testamento,[28] mas ele não existia ainda.[29]

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Os que negam o nascimento virginal
Entre eles estão os ebionitas e os unitaristas posteriores, como Joseph
Priestley,[30][31][32], Thomas Jefferson,[33][34], e também os modernos
universalistas unitaristas. Este ponto de vista é geralmente descrito como
adocionismo e, no século XIX, foi também chamado de psilantropismo. Samuel Taylor
Coleridge se descreveu como tendo sido psilantropista um dia, acreditando que
Jesus era "o verdadeiro filho de José".[35] Friedrich Schleiermacher,[36] também
chamado de "pai do cristianismo liberal era um dos muitos teólogos alemães que
abandonaram a ideia da preexistência pessoal e ontológica de Cristo, ensinando que
"Cristo não era Deus, mas foi criado como um homem ideal e perfeito, cuja ausência
de pecado constitui a sua divindade".[36] De forma similar, Albrecht Ritschl rejeitou
a preexistência de Cristo, afirmando que Ele era o "Filho de Deus" apenas no sentido
de que "Deus se revelou em Cristo"[36] e Cristo "realizou uma obra religiosa e ética
que apenas Deus poderia ter feito".[36] Posteriormente, Rudolf Bultmann descreveu
a preexistência de Cristo como "não apenas irracional mas completamente sem
sentido"

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ESTUDO TEOLÓGICO: A DOUTRINA DO HOMEM
28/06/2009 / JOSIAS MOURA

A origem do homem
1. Criação especial.
A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, que
significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie”. Ele criou as
várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e
progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as
criaturas inferiores implica a declaração de que “Deus criou o homem à sua
imagem”.

2. Evolução.
Em oposição à criação especial, surgiu e teoria da evolução que ensina que
todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as
espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. Por exemplo, o
que outrora era caramujo transformou-se em peixe; o que era peixe
chegou a ser réptil; o que outrora era réptil tomou-se pássaro, e (para
encurtar a história) o que outrora era macaco evoluiu e tornou-se ser
humano. A teoria é a seguinte: em tempos muito remotos apareceram a
matéria e a força — mas como e quando, a ciência não o sabe. Dentro da
matéria e da força surgiu uma célula viva — mas de onde ela surgiu
também ninguém sabe. Nessa célula havia uma centelha de vida, da qual se
originaram todas as coisas vivas, desde o vegetal até ao homem, sendo este
desenvolvimento controlado por leis inerentes. Essas leis, em conexão com
o meio ambiente, explicam a origem das diversas espécies que têm existido
e que existem, incluindo o homem. De maneira que, segundo essa teoria,
houve uma ascensão gradual e constante desde as formas inferiores de
vida às formas mais elevadas até chegar ao homem. Que constitui uma
espécie? Uma classe de plantas ou animais que tenham propriedades e
características comuns, e que se possam propagar indefinidamente sem
mudarem essas características, constitui espécie. Uma espécie pode
produzir uma variedade, isto é, uma ou mais plantas ou animais isolados
possuindo uma peculiaridade acentuada que não seja comum à espécie em
geral.

Por exemplo, um tipo especial de cavalo de corrida pode ser produzido por
processo especial; mas é sempre cavalo. Quando se produz uma variedade
e essa se perpetua por muitas gerações temos uma raça. De maneira que
na espécie canina (cão) temos muitas raças que diferem
consideravelmente uma das outras; porém, todas retêm certas
características que as marcam como pertencentes à família dos cães. Ao
lermos que Deus fez cada criatura segundo a sua espécie, não dizemos que
Deus as fez incapazes de se desenvolverem em variedades novas;
queremos dizer que ele criou cada espécie distinta e separada e colocou
uma barreira entre elas, de maneira que, por exemplo, um cavalo não se
deveria desenvolver de maneira que se transformasse em animal que não
seja cavalo.

Qual é a prova pela qual se conhece a distinção entre as espécies? A prova


é esta: se os animais podem cruzar-se, e podem produzir uma
descendência fértil por tempo indefinido, então são da mesma espécie; de
outra maneira, não o são. Por exemplo, sabe-se que os cavalos e os
jumentos são de diferentes espécies, e, embora do cruzamento da égua com
o jumento resulte a mula, esta não tem a capacidade de gerar outra
mula, ou seja, a espécie mula. Este fato constitui argumento contra a teoria
da evolução, pois mostra claramente que Deus colocou uma barreira entre
as espécies para que uma espécie não se transforme em outra.

Define-se a ciência da seguinte maneira: “conhecimentos comprovados”.


Será a evolução um fato comprovado? A teoria mais propagada da
evolução é a de Darwin. Entretanto, poderíamos citar os nomes de muitos
cientistas eminentes que declaram que a teoria de Darwin já caiu por faltas
de provas. O Dr. Coppens escreve: Embora os cientistas hajam trabalhado
muitos anos pesquisando a terra e os mares, examinando os restos de
fósseis de um sem número de espécies de plantas e animais, e tenham
aplicado todo o gênio inventivo do homem para obter e perpetuar novas
raças e variedades, nunca conseguiram exibir uma prova decisiva de que a
transformação das espécies, pelo menos uma vez, tenha sucedido. Os
animais de hoje são como os que se vêem desenhados nas pirâmides ou
mumificados nos túmulos do Egito. São iguais àqueles que deixaram sua
forma fóssil nas rochas.

Muitas espécies já foram extintas, outras foram achadas das quais não se
descobriu nenhum espécime muito antigo; mas não se pode provar que
qualquer espécie tenha evoluído de outra. Há um abismo intransponível
entre os irracionais e o homem — entre a forma mais elevada de animal e
a forma inferior da vida humana. Nenhum animal usa ferramentas, acende
fogo, emprega linguagem articulada, ou tem capacidade de conhecer as
coisas espirituais. Mas todas essas coisas encontram-se na forma inferior
de vida humana. O macaco mais inteligente não passa de um irracional;
mas o espécime mais degradado do homem continua sempre um ser
humano. Os evolucionistas inventaram um tipo de criatura pelo qual o
macaco passou para o estágio humano. Esse é o tal “elo perdido” que
se chama “Pithecanthropus erectus”. Onde está a evidência? Há
anos alguns ossos — dois dentes, um fêmur e uma parte de um crânio —
foram descobertos na ilha de Java. Com um pouco de gesso reconstruíram
o que dizem ser o elo perdido que une os homens com a criação inferior!
Outros “elos” também se fabricaram da mesma maneira. Mas o Dr.
Etheridge, examinador do Museu Britânico, disse: “Em todo este grande
museu não há uma partícula de evidência da transmutação das espécies.
Este museu está cheio de provas da falsidade dessas idéias.” Nathan G.
Moore escreveu o que podemos chamar um “exame de advogado”sobre a
teoria da evolução. Seu livro baseia-se numa avaliação dos fatos expostos
em algumas das obras cientificas mais recentes escritas em favor
dessa teoria. Sendo ele advogado e profissional nas leis da evidência, seu
testemunho é de valor prático. O propósito desse escritor é “comparar os
fatos principais e submeter ao juízo do leitor ponderado o seguinte:
primeiro, se os fatos provam ou não a hipótese (uma explicação suposta)
de que o homem é produto da evolução em vez de ser criado; e, segundo,
se existe ou não uma lei ou conjunto de leis que possam explicar as
evidências de modo natural. Depois de um exame detalhado dos fatos, esse
advogado chegou às seguintes conclusões: A teoria da evolução não
explica, nem ajuda a explicar, a origem do homem; nem apresenta provas
de que o homem tivesse evoluído de uma forma inferior,
mesmo fisicamente. Essa teoria nem sequer sugere um método pelo qual
o homem tenha adquirido essas qualidades mais elevadas que
o distinguem das outras formas de vida. Outro advogado, Filipe Mauro, faz
da seguinte maneira um resumo das evidências apresentadas pelos
proponentes da teoria da evolução: Imaginem um litigante em juízo a quem
cabe o ônus da prova. Ele insiste em que sua declaração está certa e exige
sentença favorável; mas não apresenta provas que sustentem as suas
alegações. Na verdade, toda a evidência apresentada em juízo depõe contra
ele. Ele exige, todavia, que a decisão seja favorável por causa das seguintes
suposições: 1) que grande número de provas, que já existiram (os “elos
perdidos” etc.) foram totalmente destruídas; 2) se essas provas pudessem
ser reproduzidas agora, elas seriam a seu favor! Tal é o estado absurdo de
coisas em que a teoria da evolução se encontra atualmente. Os
evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio
ao mundo para unir o homem a Deus. Ele tomou sobre si a nossa natureza
para poder glorificá-la no seu destino celestial.

“Mas a todos quantos o receberam,deu-lhes o poder de serem feitos filhos


de Deus, aos que crêem no seu nome” (João 1:12).
Aqueles que participam de sua vida Divina chegam a ser membros de uma
nova e mais elevada raça — sim, filhos de Deus! Porém, essa nova raça
surgiu (o “homem novo” Efés. 2:15), não porque a natureza humana
evoluísse até à Divina, mas porque a Divina penetrou na natureza humana.
E àqueles que são “participantes da natureza divina” (2 Ped. 1:4), João, o
apóstolo, diz: “Amados,agora somos filhos de Deus” (1 João 3:2).

II. A natureza do homem


1. A tri-unidade humana.
Segundo Gên. 2:7, o homem se compõe de duas substâncias — a substância
material, chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma. A alma é
a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre. Mas, segundo 1
Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se compõe de três substâncias — espírito,
alma e corpo; alguns estudantes da bíblia defendem essa opinião de três
partes da constituição humana versus doutrina de duas partes apenas,
adotada por outros. Ambas as opiniões são corretas quando bem
compreendidas. O espírito e a alma representam os dois lados da
substância não-física do homem; ou, em outras palavras, o espírito e a
alma representam os dois lados da natureza espiritual. Embora distintos,
o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um no outro. Por
estarem tão interligados, as palavras “espírito” e “alma” muitas vezes se
confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9); de maneira que em um trecho a
substância espiritual do homem se descreve como a alma (Mat. 10:28), e
em outra passagem como espírito (Tia. 2:26). Embora muitas vezes os
termos sejam usados alternativamente, têm significados distintos. Por
exemplo: “A alma” é o homem como o vemos em relação a esta vida atual.
As pessoas falecidas descrevem-se como “almas” quando o escritor se
refere à sua vida anterior. (Apoc. 6:9, 10; 20:4.) “O espírito” é a descrição
comum daqueles que passaram para a outra vida. (Atos 23:9; 7:59; Heb.
12:23; Luc. 23:46; 1 Ped. 3:19.) Quando alguém for “arrebatado”
temporariamente fora do corpo (2 Cor. 12:2) se descreve como “estando
no espírito”.(Apoc. 4:2; 17:3.) Sendo o homem “espírito”, é capaz de ter
conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo “alma”, ele tem
conhecimento de si próprio; sendo “corpo”, tem, através dos sentidos,
conhecimento do mundo. — Scofield.

2. O espírito humano.
Habitando a carne humana, existe o espírito dado por Deus em
forma individual. (Num. 16:22; 27:16.) O Espírito foi formado pelo Criador
na parte interna da natureza do homem, capaz de renovação e
desenvolvimento. (Sal. 51:10.) Esse espírito é o centro e a fonte da vida
humana; a alma possui e usa essa vida e lhe dá expressão por meio do
corpo. No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o
homem “foi feito alma vivente”. Assim a alma é um espírito encarnado, ou
um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo.
A combinação desses dois elementos constitui o homem em “alma”. A alma
sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma
e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-
se com a substância da alma. O espírito é aquilo que faz o homem diferente
de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana (e inteligência,
Prov. 20:27; Jo 32:8) que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais
têm alma (Gên. 1:20, no original) mas não têm espírito. Em Ecl. 3:21 a
referência trata aparentemente do princípio de vida, tanto no homem
como no irracional. Salomão registrou uma pergunta que fez quando se
afastou de Deus. Assim, dessemelhante dos homens, os irracionais não
podem conhecer as coisas de Deus (1 Cor. 2:11; 14:2; Efés. 1:17;4:23) e não
podem ter relações pessoais e responsáveis com ele. (João 4:24.) O espírito
do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus (Rom. 8:16), é
centro de adoração (João 4:23,24); de oração, cântico, bênção (1 Cor.
14:15), e de serviço (Rom. 1:9; Fil. 1:27). O espírito humano, representando
a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que
domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o
homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um “espírito altivo”.
(Prov. 16:18.) Conforme as influências respectivas que o dominem, um
homem pode ter um espírito perverso (Isa. 19:14); um espírito rebelde
(Sal. 106:33); um espírito impaciente (Prov. 14:29); um espírito
perturbado (Gên.41:18); um espírito contrito e humilde (Isa. 57:15; Mat.
5:3). Pode estar sob um espírito de servidão (Rom. 8:15), ou ser impelido
pelo espírito de inveja (Num.5:14). Assim é que o homem deve guardar o
seu espírito (Mal. 2:15), dominar o seu espírito (Prov. 16:32), pelo
arrependimento tornar-se um novo espírito (Ezeq. 18:31) e confiar em
Deus para transformar o seu espírito (Ezeq. 11:19). Quando as paixões vis
exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso, significa
que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito. O
espírito lutou e perdeu. O homem é vitima de seus sentimentos e apetites
naturais; e é “carnal”. O espírito já não domina mais, e essa impotência
se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade
de receber um espírito novo (Ezeq. 18:31; Sal. 51:10); e somente aquele
que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida poder
soprar na alma do homem uma nova vida espiritual — isto é, regenerá-lo.
(João 3:8; 20:22; Gal. 3:10.) Quando assim sucede, o espírito do homem
novamente ocupa lugar de ascendência, e chega a ser homem “espiritual”.
Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a
renovação constante mediante o Espírito de Deus.
3. A alma do homem.
(a) A natureza da alma. A alma é aquele princípio inteligente e vivificante
que anima o corpo humano, usando os sentidos físicos como seus agentes
na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se expressar
e comunicar-se com o mundo exterior.

Originalmente a alma veio a existir em resultado do sopro sobrenatural de


Deus. Podemos descrevê-la como espiritual e vivente, porque opera por
meio do corpo. No entanto, não devemos crer que a alma seja parte de
Deus, pois a alma peca. É mais correto dizer que é dom e obra de Deus. (Zac.
12:1.)

Devem-se notar quatro distinções:

1. A alma distingue a vida humana e a vida dos irracionais das coisas


inanimadas e também da vida inconsciente como a vegetal. Tanto os
homens como os irracionais possuem almas (em Gên. 1:20, a palavra “vida”
é “alma” no original). Poderíamos dizer que as plantas têm alma (no
sentido de um princípio de vida), mas não é uma alma consciente.

2. A alma do homem o distingue dos irracionais. Estes possuem alma, mas


é alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo. (Ecl. 3:21.) A
alma do homem é de qualidade diferente sendo vivificada pelo espírito
humano. Como “toda carne não é a mesma carne”, assim sucede com a
alma; existe alma humana e existe alma dos irracionais. Evidentemente, os
homens fazem o que os irracionais não podem fazer, por muito inteligentes
que sejam; a sua inteligência é de instinto e não proveniente de razão.
Tanto os homens como os irracionais constróem casas. Mas o homem
progrediu, vindo a construir catedrais, escolas e arranha-céus, enquanto os
animais inferiores constroem suas casas hoje da mesma maneira como as
construíam quando Deus os criou. Os irracionais podem guinchar (como o
macaco), cantar (como o pássaro), falar (como o papagaio); mas somente
o homem produz a arte, a literatura, a música e as invenções cientificas. O
instinto dos animais pode manifestar a sabedoria do seu Criador, mas
somente o homem pode conhecer e adorar a seu Criador. Para melhor
ainda ilustrar o lugar elevado que ocupa o homem na escala da vida, vamos
observar os quatro degraus da vida, que se elevam em dignidade um sobre
o outro, conforme a independência sobre a matéria. Primeiro, a vida
vegetal, que necessita de órgãos materiais para assimilar o alimento;
segundo, a vida sensível, que usa os órgãos para perceber as coisas
materiais e ter contato com elas; terceiro, a vida intelectual, que percebe o
significado das coisas pela lógica, e não meramente pelos sentidos; quarto,
a vida moral, que concerne à lei e à conduta. Os animais são dotados de vida
vegetativa e sensível; o homem é dotado de vida vegetativa, sensível,
intelectual e moral.

3. A alma distingue um homem de outro e dessa maneira forma a base da


individualidade. A palavra “alma” é, portanto, usada freqüentemente no
sentido de “pessoa”. Em Êxo. 1:5 “setenta almas” significa “setenta
pessoas”. Em Rom.13:1 “cada alma” significa “cada pessoa”. Atualmente
dizemos, ” não havia nem uma alma presente”, referindo-nos às pessoas.

4. A alma distingue o homem não somente das ordens inferiores, mas


também das ordens superiores dos anjos, porque estes não têm corpos
semelhantes aos dos homens. O homem tomou-se um “ser vivente”, quer
dizer, a alma enche um corpo terreno sujeito às condições terrenas. Os
anjos se descrevem como espíritos (Heb. 1:14), porque não estão sujeitos
às condições ou limitações materiais. Por essa mesma razão se descreve
Deus como “Espírito”. Mas os anjos são espíritos criados e finitos, enquanto
Deus é o Espírito eterno e infinito.
“A mensagem que a Bíblia nos traz, no geral, pode ser dividida em duas
categorias: Teologia e Ética. Teologia, é a parte que nos leva a conhecer
a Deus e a compreender como Ele administra o mundo que criou. Ética,
é a conduta humana que flui deste conhecimento”. J. Macdonald

Apesar de muitos críticos, em todo o tempo, tentarem negar a natureza


divina de Jesus, quando comparamos os relatos bíblicos sobre a sua pre-
existência, nascimento, ministério, morte e ressurreição etc…, com os
testemunhos registrados posteriormente na história da Igreja, da qual
fazemos parte, nos é impossível negar esta verdade que é a deidade de
Cristo.

Desde os tempos primitivos, e mais particularmente desde o Concílio de


Calcedônia, século XVIII, a Igreja confessa a doutrina da dupla natureza
de Cristo – Humano-Divina -, não porque compreende por completo o
mistério, senão porque vê nelas um mistério revelado pela Palavra de
Deus.

A Bíblia e a deidade de Jesus

Tendo em conta a descrença de alguns quanto à deidade de Cristo, o


mais importante para aquele que aceita a Bíblia como a Palavra infalível
de Deus, é estar perfeitamente informado da prova que a Bíblia nos
oferece sobre ela. Para uma melhor classificação bíblica da honra divina
atribuída a Jesus, obrigatoriamente teríamos que nos adentrar nas
provas derivadas dos nomes divinos, atributos divinos, obras divinas,
etc… etc… etc… o que, implicaria também descrever sobre a Trindade.
(O que deixamos aqui apenas como sugestão).

Apesar da insistêcia de alguns em negar que o Antigo Testamento


contenha predições de um Messias divino; porém, esta afirmação fica
completamente infundamentada à luz de passagens como:

· Sal. 2:6-12.
· Sal. 45:6,7.
· Sal. 110:1.
· Isa. 9:6.
· Jer. 23:6.
· Dan. 7:13, e tantos outros textos como estes descritos em Miquéias,
Zacarias, Malaquias etc…etc…etc…., os quais, quando comparados à
outras passagens do N.T. (Novo Testamento), confirmam e autentificam
o seu significado no contexto Messiânico profético.

Por todo o N.T. há um abundante banco de referências que comprovam


a natureza divina de Jesus, destacamos todavia os escritos de João e de
Paulo, onde encontramos revelado o mais elevado conceito sobre a
deidade de Jesus, como podemos ver nas seguintes passagens:
· João 1:1-3,14,18.
· João 2:24,25.
· João 3:16.
· I Co. 1:1-3.
· I Co. 2:8.
· II Co. 2:10.
· I Tim. 3:16

Bem como em:

· Heb. 1:1-3,5,8.
· Heb. 4:14 etc…etc…etc…

Mas por mais que técnica e teoricamente defendamos a natureza divina


de Jesus, para que o Evangelho seja reconhecido e respeitado por toda
a terra, a maior prova do seu poder e natureza divina, consiste naquilo
que foi por Ele mesmo legado à Igreja.

“…e estes sinais hão de acompanhar os que crerem: Em meu nome


expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e
quando beberem alguma coisa mortifera, não lhes fará mal algum,
imporão as mão sobre os enfermos, e os curarão”. Mar. 16:17,18.

De onde concluímos que, a prova mais contundente de que Jesus é


Deus, está na vida diária da Igreja. “…contra fatos, não há argumentos”.
Já dizia o
pensador.

“…No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas
por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. O Verbo se fez
carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.”. João 1:1-3, 14.
Angelologia ou angeologia é um ramo da teologia que estuda os anjos.
Como os Pais da Igreja (com exceção de Orígenes de Alexandria) não
demonstravam interesse especial pela natureza dos anjos, pode-se dizer
que as bases das doutrinas angelológicas ocidentais foram formuladas
por Santo Agostinho no século IV d.C.

Segundo o pensador cristão, os anjos teriam uma natureza puramente


espiritual e livre.[1] Comentando o Gênesis, Agostinho definiu as funções
destes seres celestes, que seriam responsáveis pela glorificação de Deus
e pela transmissão da vontade divina. De acordo com a doutrina
angelológica agostiniana, os anjos estariam voltados tanto para o mundo
espiritual quanto para o mundo visível, no qual interviriam com certa
frequência. Para Agostinho, os homens e os anjos tinham semelhanças
notáveis, tendo ambos sido criados à imagem de Deus.[2] Ademais,
ambos seriam criaturas inteligentes. Porém os anjos sendo imateriais e
os homens feitos de matéria.

Mais tarde, Gregório Magno acrescentou algumas noções angelológicas


ao pensamento agostiniano. Segundo ele, o homem teria como função
ocupar no Céu os lugares abandonados por anjos caídos. Gregório
Magno também foi responsável por introduzir no Ocidente a lista dos
nove coros celestes (serafins, querubins e tronos, dominações,
potestades e virtudes, principados, arcanjo e anjos). No começo do
século IX d.C., o texto "A Hierarquia Celeste", atribuído a Dioniso, o
Areopagita, consolidou a noção de hierarquia angelical.[2]

No século XI, o pensamento teológico sobre os anjos sofreu


mudanças.[2] Santo Anselmo rejeitou as relações de causalidade entre a
queda dos anjos e a criação de Adão. A teologia de São Bernardo
conferiu aos anjos um papel essencial na ascensão mística, uma vez que
esses seres celestes seriam responsáveis por preparar a alma para a
visão de Deus. Nessa época, emerge a figura do anjo da guarda
individual.
No século XV, a devoção aos anjos da guarda individuais se torna regra, e
a teologia passa a se ocupar desse aspecto da essência angelical. A
teologia dos anjos sofre importantes mudanças e é retomada por
pensadores como Vicente Ferrer, João Gerson e Ludolfo da Saxônia.[2]

Hoje, as diferentes denominações tem diferentes tratamentos e níveis


de atenção dados a doutrina. Enquanto algumas igrejas os reverenciam e
os admiram, outras evitam o tópico, associando-os a idolatria e desvio
de foco de atenção, mentiras, falsos sinais, e desordem de culto.

Dentre os anjos, normalmente são classificados como bons ou maus,


fiéis ou rebeldes. Os últimos, também chamados de anjos caídos, e de
demônios, são extremamente mal vistos na maioria das denominações,
postos como inimigos de Deus e do seu povo.

Os anjos de nomes conhecidos na Bíblia incluem Miguel, Rafael, Gabriel


e Lúcifer.

A teologia pentecostal de algumas igrejas tem classificado muitas vezes


anjos como seres sem sentimento, ou livre arbítrio, como já tendo-o
usado e agora não podendo tomar mais decisões próprias, sendo os fiéis
principalmente mensageiros, e que não entram em contacto com o ser
humano, salvo em raras exceções. O desejo de salvar anjos caídos teve
pouco estudo até hoje, sendo um dos que creram nessa hipótese
Orígenes. Atualmente, há poucos pastores que concordam com a
possibilidade de conversão de anjos caídos. A "Teoria da Salvação Total",
recentemente proposta por um estudante de teologia, é uma nova
tentativa de converter esse tipo de criatura, que estaria condenada,
segundo a Bíblia. Por isso se diz que os demônios não podem ouvir um
crente a orar ou louvar.
1
O tabernáculo era uma tenda onde o povo de Israel se reunia
para adorar a Deus.
Seu propósito era permitir que as pessoas se aproximassem
de Deus, porque o tabernáculo representava a presença de Deus.
Tabernáculo significa tenda.
No monte Sinai, depois que tirou os israelitas do Egito, Deus
deu a Moisés as indicações sobre como construir o tabernáculo.
Esse seria um lugar sagrado, abençoado pela presença de
Deus (Êxodo 25:8-9).
Ali, os israelitas poderiam oferecer sacrifícios para o perdão
dos pecados e adorar a Deus.

O FORMATO DO TABERNáCULO

Modelo do tabernáculo.

O tabernáculo era uma tenda retangular muito grande, feita de


várias camadas de cortinas apoiadas em colunas de madeira
revestidas com metais preciosos.
À volta da tenda havia um pátio retangular, delimitado por mais
2
cortinas e colunas.

3
O povo ficava no pátio do tabernáculo, onde os sacerdotes
ofereciam os sacrifícios no altar dos holocaustos e abençoavam o
povo.
Uma bacia de bronze com água ficava à entrada da tenda, para
os sacerdotes se lavarem antes de entrarem (Êxodo 30:19-21).

4
Descubra aqui: o que era um sumo sacerdote?

Dentro da tenda havia um candelabro, que iluminava o local, e


uma mesa, onde se colocavam 12 pães.
Esse era o Lugar Santo, onde apenas os sacerdotes podiam
entrar.
No fundo da tenda havia uma parte separada por um grande
véu, que era o Lugar Santíssimo (Êxodo 26:31-33).
Ali ficava a Arca da Aliança, que era o grande símbolo da
presença de Deus.

Do lado de fora, junto do véu, ficava o altar do incenso.


Uma vez por ano, o sumo sacerdote entrava no Lugar
Santíssimo para oferecer um sacrifício pelos pecados de todo o
povo.
Ninguém mais podia entrar nesse lugar tão sagrado.

5
Veja aqui: 3 lições do tabernáculo de Moisés.

6
O significado do tabernáculo
O tabernáculo representa como Deus se relaciona conosco.

Por causa do pecado, todos estamos separados da presença


de Deus.
O altar dos holocaustos, onde sacrifícios eram
constantemente queimados, lembrava o povo do preço do pecado
– a morte.
Somente a morte de um sacrifício podia pagar pelo pecado.
Os holocaustos também apontavam para o sacrifício de
Jesus na cruz, que paga por todos os pecados e nos purifica
(Hebreus 9:27-28).

Somente os sacerdotes podiam entrar no Lugar Santo do


tabernáculo, se aproximando de Deus depois de se purificarem e
com roupas especiais.
7
Só podemos nos aproximar de Deus quando somos
purificados dos pecados.
A Bíblia diz que todos os que são salvos por Jesus são
sacerdotes e podem entrar na presença de Deus, porque Jesus nos
purificou (1 Pedro 2:9; Hebreus 10:21-22).

8
Agora podemos participar das coisas sagradas, sem medo
nem culpa.

O véu representava a separação entre Deus e os homens.


Ninguém podia entrar na presença de Deus, exceto o sumo
sacerdote (e esse com muitas precauções!).
Mas agora Jesus é nosso sumo sacerdote, que entrou na
presença de Deus para oferecer o sacrifício perfeito (Hebreus 9:11-
12).
Quando Jesus morreu, o véu se rasgou.
Agora todos podemos entrar na presença de Deus, através de
Jesus!

Veja também: o que é o Santo dos Santos?


Hoje em dia, não precisamos mais de um tabernáculo, porque
esse era apenas um símbolo da realidade espiritual.
Jesus cumpre todas as funções do tabernáculo dentro de
nossos corações.

9
'‫ דברים פרק ל"ב פסוק ז‬- ...‫זכר ימות עולם בינו שנות דור ודור‬
Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos,
geração por geração... (Deuteronômio 32:7)

A Terra de Israel (Eretz Yisrael) é o berço do povo judeu. Uma parte


importante da longa história do país se passou lá, com dois mil anos
sendo registrados na Bíblia; lá, sua identidade cultural, religiosa e
nacional foi formada, e sua presença física foi mantida através dos
séculos, mesmo após a maioria do povo ter sido exilada. Durante o
longo período de dispersão, o povo judeu nunca cortou nem
esqueceu sua conexão com a Terra. Após o estabelecimento do
Estado de Israel em 1948, a independência judaica, perdida dois mil
anos antes, foi renovada.

A arqueologia em Israel envolve a investigação sistemática de


todos os resquícios do passado do país – da pré-história até o fim
do domínio otomano. A grande quantidade de restos materiais é
prova das muitas culturas que deixaram sua marca sobre a Terra.

Acima de tudo, revela claramente o vínculo histórico entre o povo


judeu, a Bíblia e a Terra de Israel, descobrindo registros do
patrimônio cultural do povo judeu em sua terra natal. Esses restos
visíveis, enterrados no solo, são a ligação física entre o passado, o
presente e o futuro do povo judeu no seu país.

Essa corrente histórica interligada pode ser observada em todo o


país. Jerusalém, a capital de Israel, tem sido o foco de uma intensa
atividade arqueológica e registros de 5.000 anos de história foram
revelados.
DESTAQUES HISTÓRICOS

Séculos TEMPOS BIBLICOS


XVII até VI
AEC
(AEC – Antes da Era Comum)
c. Séc. XVII
Abraão, Isaac e Jacó, os patriarcas do
povo judeu, se estabelecem na Terra de
Israel. A fome força os israelitas a
emigrar para o Egito.
Desenhos:
Noam
Nadav

c.Séc. XIII Moisés lidera os israelitas na saída do


Egito, seguido por 40 anos de
peregrinação no deserto; a Torá,
incluindo os dez mandamentos, é
recebida no Monte Sinai
c.Séc. XIII Os israelitas se estabelecem na Terra de
a XII Israel
c.1020 A monarquia judaica é estabelecida; Saul
é o primeiro rei
Jerusalém torna-se a capital do reino de
c.1000
Davi
Primeiro templo, centro nacional e
c.960 espiritual do povo judeu, é construído em
Jerusalém pelo rei Salomão
c. 930 Reino dividido: Judá e Israel
722-720 Israel é destruído pelos assírios; 10
tribos exiladas (Dez Tribos Perdidas)
586 Judá é conquistado pela Babilônia
Jerusalém e o Primeiro Templo são
destruídos; a maioria dos judeus é
exilada.

PERIODO DE SEGUNDO TEMPLO


538-142 Períodos persa e helenístico
538-515 Muitos judeus retornam da Babilônia;
Templo é reconstruído
332 A Terra é conquistada por Alexandre, o
Grande; domínio helenístico
166-160 Revolta dos Macabeus (Asmoneus)
contra as restrições à prática do
judaísmo e profanação do Templo
142-129 Autonomia judaica sob a liderança dos
Asmoneus
129-63 Independência judaica sob a monarquia
dos Asmoneus
63 Jerusalém capturada pelo general
romano Pompeu

63 AEC a
313 Domínio romano
EC
63-4 AEC Herodes, rei vassalo romano, governa a
Terra de Israel
Templo de Jerusalém é reformado

(EC – Era Comum)


c. 20 a 33 Ministério de Jesus de Nazaré
66 Revolta judaica contra os romanos
70 Destruição de Jerusalém e do Segundo
Templo
73 Última fortaleza de judeus em Massada
132 a 135 Revolta de Bar Kochba contra Roma
c. 210 Codificação da Lei Oral judaica (Misná)
concluída
Jesus Homem: Como Entender a
Natureza Humana de Cristo?
A doutrina da humanidade de Jesus é um dos fundamentos da fé cristã, pois a
Bíblia testifica claramente acerca do Jesus Cristo homem, assim como também
testifica acerca de sua divindade. As Escrituras nos revelam Jesus sendo verdadeiro
Deus e verdadeiro homem.

Essa questão geralmente é chamada de Doutrina da União Hipostática. Essa


doutrina trata da união perfeita e inconfundível entre a natureza humana e a
natureza divina na única pessoa de Cristo, ou seja, o Unigênito Filho de Deus se
tornou plenamente humano sem abrir mão de nenhum de seus atributos ou de sua
natureza divina, num processo de auto-esvaziamento (Filipenses 2:7).

A duas naturezas de Jesus: A humanidade e


a divindade de Cristo
Jesus é uma só pessoa que possui duas naturezas: a natureza humana e a natureza
divina. Realmente nós não temos a capacidade de entender completamente tudo o
que envolve as duas naturezas de Jesus Cristo. Por isso, costumamos a se referir a
essa questão como “o grande mistério da Encarnação”.

Existem verdades que a Bíblia afirma e explica, enquanto outras ela apenas afirma e
não explica, até porque mesmo se ela explicasse não compreenderíamos. A
doutrina acerca das duas naturezas de Jesus, e como essas naturezas se relacionam,
certamente é uma dessas verdades. Em casos assim, cabe a nós apenas aceitar tal
verdade pela fé.

Para falarmos sobre a humanidade de Jesus, primeiramente precisamos aceitar sua


plena divindade. Na Bíblia existem inúmeras referências que provam que Jesus é
Deus, o Filho Unigênito do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Salmo
110:1; Isaías 7:14; 9:6; Malaquias 3:1; Mateus 1:23; 16:16; Marcos 1:1,2; Lucas 1:76;
João 1:1-14; 10:30; 20:28; Atos 7:59; 1 João 5:20; etc.).

Jesus é verdadeiro homem


Se a Bíblia afirma explicitamente a divindade de Jesus, da mesma forma ela
também afirma sua humanidade. Esse ensinamento bíblico acerca do Jesus homem,
pode ser facilmente percebido nos textos que falam acerca de seu nascimento
(Lucas 2:1-5), crescimento e aprendizado (Lucas 2:49-52), e todas as outras
atividades comuns aos homens, como: sentir fome (Mateus 4:2), sede (João 19:28),
cansaço (João 4:6), chorar (João 11:35,38), e, inclusive, sofrer (Marcos 14:32-42;
Lucas 12:50) e morrer (Mateus 27:46; Marcos 15:34).

Por ser verdadeiramente humano, Jesus também podia ser tentado, assim como
nós, porém, diferentemente de nós, Ele sempre venceu as tentações e nunca pecou
(Mateus 4:1-11; Hebreus 4:15).

Como as duas naturezas de Jesus se


relacionam?
O maior desafio em entender o ensino bíblico acerca das duas naturezas de Jesus,
se concentra no mistério de como essas duas naturezas se relacionam. Por
exemplo: sendo plenamente humano, Jesus demonstrou desconhecimentos de
certos fatos durante seu ministério terreno (Marcos 13:32; Lucas 8:45-47), enquanto
que sendo plenamente Deus, Ele também demonstrou possuir os atributos divinos,
como a onisciência (João 1:48; 16:30; 21:17).
De acordo com exemplo a cima, podemos corretamente afirmar que algumas
características e atitudes de Jesus podem ser atribuídas à sua natureza humana;
enquanto outras à sua natureza divina. No entanto, isso não significa, de forma
alguma, que Jesus alternava essas duas naturezas, ou seja, agindo em alguns
momentos como homem, e em outros como Deus.

A verdadeira doutrina bíblica aponta para o fato de que Ele sempre agiu na
unidade de sua pessoa divina-humana, visto que não se tratam de duas pessoas,
mas de uma única pessoa com duas naturezas distintas e inseparáveis. Logo, em
todo seu sofrimento e dificuldade, mesmo na terrível agonia no Calvário e sua
consequente morte, ali estava o Jesus plenamente Deus e plenamente homem,
redimindo o seu povo.
É claro que esse conceito é extremamente difícil de se entender, pois implica na
condição de que, ao mesmo tempo em que Jesus, em sua humanidade,
experimentava fraquezas comuns aos homens, em sua divindade Ele permanecia
onipotente.

Para nós é impossível compreender esse conceito, e isso não significa que seja uma
contradição, mas um paradoxo que nos leva a reconhecer que a encarnação do
Verbo é, de fato, um mistério.

As heresias acerca das duas naturezas de


Jesus
Ao longo dos anos, durante a história da Igreja Cristã, surgiram várias heresias
acerca das duas naturezas de Jesus Cristo. Todas elas têm em comum atacar, de
alguma forma, ou sua natureza humana ou sua natureza divina, ou ambas.

O Monarquismo Dinâmico e o Arianismo são exemplos de heresias que atacam a


divindade de Cristo. O primeiro afirma que Jesus não era divino, mas simplesmente
um homem que recebeu um poder especial de Deus quando foi batizado por João
Batista. Já o segundo defende que o Filho de Deus nada mais era do que uma
criatura do próprio Deus. A Igreja combateu essas heresias especialmente nos
Concílios de Niceia (325 d.C.) e Constantinopla (381 d.C.).
Por outro lado, desde o primeiro século também surgiram doutrinas que atacavam,
além da natureza divina, também a natureza humana de Jesus. O exemplo mais
significativo é o do Docetismo, que ensinava que Jesus apenas parecia ser humano,
mas era, na verdade, um tipo de espírito. Daí vem o nome desse falso ensino,
“Docetismo”, do grego dokeo, que significa “parecer”.
O apóstolo João foi um dos que mais combateu heresias desse tipo, tanto em seu
Evangelho como em suas epístolas. Em João 1:1, lemos uma clara declaração da
divindade de Cristo, “[…] e o Verbo era Deus […]”, enquanto que no mesmo capítulo,
no versículo 14, lemos também uma afirmação explicita da humanidade perfeita de
Jesus: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós […]”.
Em sua primeira epístola, o mesmo apóstolo alertou sobre os falsos profetas que,
no espírito do anticristo, negavam que Jesus Cristo veio em carne (1 João 4:1-3).
Mais tarde, o apóstolo João também repetiu esse mesmo alerta, com a mesma
severidade na condenação, afirmando que quem não confessa que “Jesus Cristo
veio em carne”, este tal “é o enganador e o anticristo” (2 João 7).
Por fim, há também outras doutrinas heréticas que acabaram distorcendo o ensino
bíblico acerca das duas naturezas de Jesus, como por exemplo:

• Doutrina Nestoriana: afirmava que Jesus possuía, além de duas naturezas,


também duas pessoas, divina e humana, que se encontravam em um só
corpo.

• Doutrina Eutiquiana: afirmava que Jesus possuía apenas uma única


natureza, entendendo que a sua divindade havia absorvido sua
humanidade.

A Igreja Cristã rejeitou esses dois erros especialmente no Concílio de Calcedônia


em 451 d.C., onde foi afirmado que Jesus Cristo é uma só pessoa, verdadeiro
homem e verdadeiro Deus, que possui duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis,
inseparáveis e indivisíveis, nas quais permanecem intactos, em cada uma delas, seus
próprios atributos.
João 10:1 “Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela
porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão
e salteador”

Existem vários estilos de liderança que são importantes para os


líderes adotar ou evitar. O estilo de liderança servil é um dos estilos
de liderança mais proeminentes discutidos, e deve ser; no entanto,
um dos grandes estilos de liderança que todo líder deveria adotar é
a liderança pastoral. Em João 10, Jesus nos mostra as características
da liderança pastoral. Deixe-me compartilhar com você essas
características.

Primeiro, a liderança pastoral lidera por princípio. Jesus


mostra como alguns líderes evitam entrar pela porta, mas os
líderes pastorais entram pela porta. Qualquer bom líder aprenderá a
fazer as coisas da maneira certa e fará as coisas corretamente,
permitindo que os princípios guiem todas as suas decisões. Você
não pode ajudar quem você lidera se seus seguidores não
souberem o que esperar. Os seguidores precisam de líderes que
lideram por princípio, e a liderança baseada em princípios será
previsível porque os princípios não mudam.

Em segundo lugar, a liderança pastoral se comunica com o


seguidor. O versículo 3 diz que as “ovelhas ouvem a sua voz”. Você
não pode liderar através da tecnologia porque o seguidor precisa
de instruções claras e concisas que você não pode dar
comunicando através da tecnologia. O líder pastor sempre se
comunicará com o seguidor para que o seguidor saiba o que é
esperado deles.

Em terceiro lugar, a liderança pastoral conhece o seguidor. O


verso 3 diz que o pastor “chama pelo nome as suas ovelhas”. O
melhor líder conhecerá aqueles que lideram. Você não pode estar
distante de seus seguidores e esperar que eles o sigam. Grandes
líderes gastam tempo conhecendo aqueles que lideram para que
possam ajudar melhor o seguidor a se tornar o que Deus quer que
eles sejam.

Em quarto lugar, a liderança pastoral lidera pelo exemplo. O


versículo 3 diz que o pastor “os conduz”. O melhor líder sempre
lidera pelo exemplo. O líder mais estéril lidera por intimidação e
medo. Um líder por natureza significa que você está na frente
mostrando ao seguidor o que fazer. Se você ama aqueles que
lidera, mostrará aos seus seguidores o que eles precisam fazer pelo
exemplo que você vive.

Em quinto lugar, a liderança pastoral lidera suavemente. O


versículo 4 mostra como o pastor é gentil com as ovelhas ao segui-
lo. A liderança fraca abusa do seguidor e leva-o ao ponto em que
tem medo de estar perto do líder. Não é assim que alguém deve
liderar. Você quer ser um líder que conduz gentilmente para que o
seguidor cresça no líder que ele precisa ser.

Em sexto lugar, a liderança pastoral ensina a verdade ao


seguidor. O verso 5 mostra como as ovelhas não conhecem a voz
do estranho, e a razão é porque o pastor ensinou as ovelhas a
seguir sua voz. A grande liderança ensina a verdade ao seguidor
para que o seguidor saiba facilmente o que está errado porque a
verdade que foi ensinada expõe o erro.

Em sétimo lugar, a liderança pastoral protege o seguidor. O verso


12 mostra como o pastor protege o seguidor do lobo. Um bom líder
estará disposto a ficar desconfortável apenas para proteger seu
seguidor. Você não pode ser um líder pastor se não estiver disposto
a proteger aqueles que lidera a todo custo.
1
O que é Exegese:
Exegese é uma análise, interpretação ou explicação detalhada e
cuidadosa de uma obra, um texto, uma palavra ou expressão.

Etimologicamente, este termo se originou a partir do grego exégésis, que


significa “interpretação”, “tradução” ou “levar para fora (expor) os fatos”.

Normalmente, a exegese é utilizada para a interpretação e explicação crítica


de obras artísticas, jurídicas e literárias, principalmente os textos de cunho
religioso.

Os exegetas, nome dado para as pessoas que fazem exegeses, devem ser
proficientes em uma grande variedade de disciplinas que estimulam a
análise crítica, como o criticismo textual, estudo de antecedentes históricos
e culturais, investigação da origem do texto, entre outras características
gramaticais e sintáticas da obra original.

Exegese bíblica
Na bíblia, a exegese é o estudo da interpretação gramatical e sistemática
das Escrituras Sagradas.

Para que uma pessoa possa estar apta a fazer uma exegese bíblica, esta
deve ser especialista nos idiomas originais bíblicos, como o grego e o
hebraico.

O oposto da exegese bíblica é a eisegese, quando a interpretação é feita


exclusivamente baseada em teorias subjetivas, sem uma pesquisa ou
análise profunda e real do texto.

Exegese jurídica
A exegese jurídica se baseia na chamada Escola de Exegese, uma corrente
de pensamento juspositivista, ou seja, que tenta explicar o fenômeno
jurídico a partir de normas e leis estabelecidas pelas autoridades de
determinada sociedade.

Exegese e Hermenêutica
A hermenêutica é considerada por muitos como um sinônimo da exegese,
pois também consiste na arte ou técnica de interpretar e explicar um texto.

Saiba mais sobre o significado de Hermenêutica.

Na realidade, a principal diferença entre a exegese e a hermenêutica são as


regras e técnicas específicas que cada sistema de interpretação possui.

2
O que é Hermenêutica:
Hermenêutica é uma palavra com origem grega e significa a arte ou
técnica de interpretar e explicar um texto ou discurso.

O seu sentido original estava relacionado com a Bíblia, sendo que neste
caso consistia na compreensão das Escrituras, para compreender o sentido
das palavras de Deus. Hermenêutica também está presente na filosofia e
na área jurídica, cada uma com seu significado.

Segundo a filosofia, a hermenêutica aborda duas vertentes:


a epistemológica, com a interpretação de textos e a ontológica, que
remete para a interpretação de uma realidade.

Etimologicamente, a palavra está relacionada com o deus grego Hermes,


que era um dos deuses da oratória.

Hermenêutica Bíblica
Hermenêutica na Bíblia é a arte que estuda as escrituras, o que cada
palavra, frase e capítulos significam.

Existem muitos textos na Bíblia difíceis de compreender, por isso a


hermenêutica faz-se essencial para as pessoas que não têm muito
conhecimento das palavras e dos símbolos.

Hermenêutica na Filosofia
Na filosofia, hermenêutica é a ciência que estuda a arte e a teoria da
interpretação, e surgiu na Grécia Antiga. A hermenêutica estuda diversos
assuntos em diversas áreas, como literatura, religião e direito.

Na filosofia, hermenêutica é fundamentada por Hans-Georg Gadamer, que


escreveu um livro sobre como explicar e analisar textos de forma coerente,
através de métodos especiais. Para Gadamer, a hermenêutica é uma forma
de compreender as ciências espirituais e a história, através de uma
interpretação da tradição.

Hermenêutica Jurídica
Na área jurídica, hermenêutica é a ciência que criou as regras e métodos
para interpretação das normas jurídicas, fazendo com que elas sejam
conhecidas com seu sentido exato e esperadas pelos órgãos que a criaram.

Toda norma jurídica deve ser aplicada em razão do todo do sistema jurídico
vigente, e não depende da interpretação de cada um, ela deve estar
vinculada aos mandamentos legais de uma sociedade.

3
O que é Homilética:
Homilética é considerada a arte de pregar, ou seja, utilizar os princípios
da retórica com a finalidade específica de falar sobre o conteúdo da
bíblia sagrada cristã.

Etimologicamente, homilética se originou a partir do grego Homiletikos, que


por sua vez derivou de homilos, que significa “multidão” ou “assembleia do
povo”.

Este termo acabou por originar a palavra homilia, que quer dizer “discurso
com a finalidade de agradar”.

No século XVII, o cristianismo se aproveitou das características básicas da


retórica criada pelos gregos e levou para a igreja, dando o nome de
homilética.

Os estudos da homilética são acompanhados pelos teológos, que


aprendem a preparar e apresentar os sermões e pregações bíblicas de
maneira mais eficaz e interessante para cativar o público.

Quando aplicada corretamente, a homilética ajudar a trazer orientação ao


orador, que proporciona uma melhor compreensão do texto ao ouvinte.

Neste aspecto, a homilética está intrinsecamente relacionada com o


conceito da hermenêutica, que consiste na técnica de explicar e interpretar
um texto ou discurso.

Atualmente, existem cursos e workshops orientados exclusivamente para


treinar os interessados a praticar a arte da homilética.

Ver também o significado de Hermenêutica e Retórica.

4
O Que é Pneumatologia? O
Significado da Doutrina do
Espírito Santo
Pneumatologia é o nome da matéria da teologia sistemática que estuda a pessoa e
obra do Espírito Santo. Isso quer dizer que na teologia cristã o significado de
“pneumatologia” tem a ver com a doutrina do Espírito Santo, a terceira pessoa da
Trindade.

Então é fácil perceber que a pneumatologia é uma doutrina essencial para os


cristãos. Isso porque o ministério do Espírito Santo é fundamental à vida cristã. Mas
mesmo assim a pneumatologia tem sido uma das doutrinas mais atacadas ou
distorcidas ao longo da história do Cristianismo.
Por um lado, algumas pessoas se esforçam para rejeitar essa doutrina e negar a
personalidade ou a divindade do Espírito Santo. No decorrer do tempo
algumas heresias perigosas surgiram nesse sentido. Certas teorias que permanecem
ativas até hoje, dizem que o Espírito Santo é uma força impessoal, um tipo de
energia ou um poder ativo de Deus, e não uma pessoa. Outras teorias, como o
modalismo, por exemplo, negam a existência da Trindade e, consequentemente, a
pessoalidade distinta do Espírito Santo.
Por outro lado há também aquelas pessoas que até reconhecem a pessoalidade e
divindade do Espírito Santo, mas atribuem a Ele coisas completamente estranhas ao
seu verdadeiro ministério. Por isso que todo cristão verdadeiro precisa se apropriar
de uma boa pneumatologia bíblica.

Também é verdade que comparada a outras doutrinas bíblicas – especialmente


a cristologia –, a doutrina do Espírito Santo talvez tenha sido aquela que se
desenvolveu mais lentamente dentro da teologia cristã. Inclusive, alguns debates
nessa área de estudo acabaram que por gerar antigas divisões dentro do
Cristianismo.
Um exemplo disso foi o impasse entre a Igreja do Oriente e a Igreja do Ocidente. A
Igreja do Oriente defendia que o Espírito Santo procedia unicamente do Pai;
enquanto que a Igreja do Ocidente defendia que o Espírito Santo procedia tanto do
Pai quando do Filho. Isso acabou sendo um dos motivos que contribuíram para a
separação das duas Igrejas em 1054 a.C.

Quais são os temas estudados na


pneumatologia?
A pneumatologia estuda, em primeiro lugar, os temas relacionados à pessoa do
Espírito Santo. Nesse sentido a pneumatologia bíblica trata da natureza do Espírito
Santo, especialmente no que diz respeito às evidências bíblicas que testemunham
sua pessoalidade.

Portanto, o ponto principal aqui é a verdade bíblica incontestável de que o Espírito


Santo é uma pessoa. Então a pneumatologia não apenas expõe de forma
sistematizada essa verdade bíblica, como também desenvolve suas implicações.

Em segundo lugar, a pneumatologia estuda a obra do Espírito Santo. Nesse sentido


a pneumatologia destaca o ministério do Espírito Santo no Antigo Testamento e
também no Novo Testamento. Nesse último aspecto, a pneumatologia aborda a
atuação do Espírito Santo na vida de Jesus durante o seu ministério terreno, e
também na vida do cristão.
Especialmente com relação à atuação do Espírito Santo na vida do cristão, a
pneumatologia procura pontuar desde sua obra regeneradora até sua obra
santificadora e capacitadora com a distribuição de dons espirituais para a
edificação da Igreja.

O estudo sobre a “Doutrina do Espírito Santo”, ministrado de forma sistemática é


sem sombra de dúvidas importantíssimo, empolgante e reavivador.
Espero que o Senhor nos conceda momentos de grande despertamento
espiritual, um melhor entendimento sobre a pessoa do Espírito Santo, seus
atributos e operações na vida da Igreja. Anseio que o Espírito Santo encontre em
nós a disposição para vivermos profundas experiências com Ele e assim possa
manifestar em nós o seu poder.
Vivemos dias em que muito se fala sobre avivamento, renovação, e até mesmo
sobre o Espírito Santo, mas por outro lado nunca se viu tanta “indigência
espiritual”, manifestações fraudulentas, marketing religioso e tanta propaganda
enganosa.
É tempo mais que nunca de seguirmos o exemplo do profeta Habacuque
registrado em seu livro 3:2 “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me
sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso
dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia” .
Com exceção das epístolas II e III João todos os livros do Novo Testamento
contêm referências à promessa do derramamento do Espírito Santo. No entanto
é reconhecida como a doutrina mais negligenciada.
O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm provocado uma reação
contra a ênfase do Espírito Santo na experiência pessoal. Não pode haver
cristianismo sem o Espírito Santo. Somente Ele pode fazer real o que a obra de
Cristo possibilitou. Este estudo com certeza irá nos auxiliar a conhecermos
melhor sobre o Espírito Santo e suas atuações.
I – O que é Parakletologia
Em Jo 14.16 encontramos que Jesus ao se referir ao Espírito Santo utilizou a
expressão “outro consolador”. A palavra “outro”usada por Jesus no grego “allos”
significa “outro do mesmo tipo” e a palavra “Consolador” no grego “parakletos
(παρáκλητος)”, literalmente, “chamado para o lado de alguém”ou seja, para ajuda.
Era usado em um tribunal para denotar o assistente legal, conselho para a
defesa, defensor, advogado. Então, em geral, aquele que pleiteia a causa de
outrem, intercessor, advogado e em sentido mais amplo, significa “ajudador,
auxiliador, consolador”.
Parakletologia, portanto deriva-se da palavra grega “parakletos” e pode ser
definida como a ciência que estuda acerca do Espírito Santo. Esta por sua vez,
divide-se, no estudo da Bíblia em dois períodos: O do Antigo Testamento e do
Novo Testamento.
II – Paralelo sobre o Espírito Santo no Antigo Testamento e no Novo
Testamento:
· No primeiro as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram
esporádicas, específicas e em tempos distintos.
· No segundo, tem sua maior ênfase após o dia de pentecostes, quando suas
atividades se concretizam direta e continuamente, através da Igreja.
· No Antigo Testamento Ele se manifestava em circunstâncias especiais.
· No Novo Testamento, veio para morar nos corações dos crentes e enche-los do
seu poder.
· No Antigo Testamento tinha-se um conhecimento limitado do Espírito Santo,
pois, o viam como um poder impessoal vindo da parte de Deus.
· Porém, no Novo Testamento essa idéia foi aclarada quando Ele manifestou de
modo pessoal, racional e direto, ainda que invisível.
O Espírito Santo no Antigo Testamento O Espírito Santo no Novo Testamento
Atividade e manifestações esporádicas, específicas e em tempos distintos. Após
o dia de pentecostes suas atividades se tornaram diretas e continuas através da
Igreja.
Manifestava em circunstâncias especiais. Veio para morar nos corações dos
crentes e enche-los do seu poder.
Tinha-se um conhecimento restrito, limitado sobre o Espírito Santo, pois, viam-
no como um poder impessoal vindo de Deus. O conhecimento foi aclarado pela
sua manifestação de modo pessoal, racional, direto, ainda que invisível.
Era dado por medida, e para fins específicos. É derramado abundantemente
sobre todos os salvos que o buscam.
III- A palavra espírito nas línguas originais
No Antigo Testamento, a língua hebraica a traduz com “rûah”, que significa
essencialmente, “respiração, ar, força, vento, brisa, espírito, ânimo, humor,
Espírito”.
No Novo Testamento, escrito na língua grega a palavra para espírito é “pneuma”,
que denota primariamente “vento”; também “respiração”; então, especialmente
“espírito”, que como o vento, é invisível, imaterial e poderoso.
Tanto “rûah” como “pneuma” podem referir-se ao Espírito Santo, ao espírito
humano, aos anjos e até mesmo aos espíritos imundos, daí a necessidade do
cuidado redobrado ao analisarmos os textos em que elas se apresentam.
Vejamos alguns exemplos de passagens Bíblicas empregando estas palavras com
sentidos diferentes:
Rûah Pneuma
► Gênesis 1:2 ► Mateus 12:45
► Gênesis 6:3 ► Lucas 1:47
► Gênesis 41:8 ► Lucas 4:14
► Gênesis 45:27 ► Atos 16:16
► Jó 4:15 ► Romanos 8:16
Tanto na interpretação de textos como na experiência do dia a dia cabe-nos
observar o conselho do “Apóstolo do Amor” registrado em I Jo 4.I “Amados, não
creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos
falsos profetas se têm levantado no mundo”.
IV - A deidade do Espírito Santo
1 O Espírito Santo é Deus; At 5.3-4
A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma
nas três pessoas. Não se separa, mas pertence à mesma essência divina do único
Deus.
2 O Espírito Santo possui atributos divinos
A- Eternidade: Hb 9.14.
B- Imutabilidade: Ml 3.6; Hb1.11. Este atributo não exclusivo de uma pessoa da
trindade, mas pertence as três.
C- Onisciência: Provém da fusão de duas palavras latinas “omnes” que significa
“tudo”e “scientia” que quer dizer ciência, ou conhecimento. O Espírito Santo, do
mesmo modo que o Pai e o Filho, tem total conhecimento de todas as coisas, Sl
139.2-3; conhece todos os homens, I Rs 8.39; Jr 16.17.
D- Onipotente: Lc 1.35; At 1. 8; Rm 15.19.
E- Onipresença: O Espírito Santo penetra em todas as coisas e perscruta o nosso
entendimento, pois, está presente em toda a parte. Ele não se divide em várias
manifestações, porque sua presença é total em todos os lugares; Sl 139.7-10; Jr
23.23-24.
3 O Espírito Santo realiza trabalhos divinos
A- Ele pairava por cima da face das águas e participou da glória da criação, Jó
26.13; Gn 1. 2,9,10; Cap. 2.7; II Pd 3.5; Sl 139.15.16.
B- O Espírito Santo criou e sustenta o homem; Jó 33.4. Toda a pessoa, seja ou
não, servo de Deus, é sustentada pelo poder criativo do Espírito Santo de Deus,
Dn 5.23; At 17.28. A existência do homem é como o som da tecla do piano que
dura tão somente enquanto o dedo do artista está sobre a mesma.
C- O Espírito Santo levantou a Cristo da morte mediante a ressurreição e de
igual modo será o agente na ressurreição dos salvos em todo o mundo, Rm 8:11.
D- O Espírito Santo transforma em nova criatura, Jo 3.3-8. O Espírito Santo
desenvolve uma relação pessoal com a criatura humana, nas esferas da mente,
da vontade, e dos sentimentos, que por sua vez se ligam diretamente com a
alma, onde Ele atua. Depois de convence-la, o espírito humano torna-se
acessível ao Espírito Santo. Vejamos:
· Na esfera da mente: O Espírito Santo opera com o objetivo de convencer
intelectualmente, através das escrituras.
· Na esfera do sentimento: O Espírito Santo opera nesta esfera levando o
pecador a desejar possuir e sentir o que lhe é apresentado.
· Na esfera da vontade: É aqui nesta esfera que o Espírito Santo promove a
decisão do pecador, se ele estiver convencido da verdade divina em sua mente e
em seu coração.
V – O Espírito Santo de Forma Pessoal
1 O Espírito Santo exerce atributos de uma personalidade
· Intelecto, Rm 8.27.
· Vontade, I Co 12.11.
· Sentimento, Ef 4.30, Tg 4.5.
2 O Espírito Santo exerce atividades pessoais
· Revela, II Pd 1.21.
· Ensina, Jo 14.26; ! Co 2.13.
· Clama, Gl 4.6.
· Intercede, Rm 8.26.
· Fala, Ap 2.7; At 13.2.
· Ordena, At 16.6-7.
· Testifica, Jo 15.26.
3 O Espírito Santo é susceptível ao trato pessoal
· Sofre oposição, At 7.51; I Ts 5.19.
· Ele não deve ser entristecido, Ef 4.30.
· Contra Ele não se deve proferir mentira, At 5.3.
· Contra Ele não devemos blasfemar, Mt 12.32.
VI – Nomes que identificam o Espírito Santo
1 Espírito de Deus (I Co 3.16; I Jo 4.2).
O Espírito Santo é o Executivo da Divindade, operando em todas as esferas,
tanto física, como moral. Por intermédio do Espírito Santo, Deus criou e preserva
o universo. Por meio do Espírito – “o dedo de Deus” Lc 11.20, Deus opera na
esfera espiritual, convertendo os pecadores, santificando e sustentando os
crentes.
Os dois nomes “Espírito” e “Deus” indicam o que é e o que faz. O primeiro, indica
a terceira pessoa da trindade, e o segundo revela sua deidade, Gn 1.2; I Co 2.11.
O Espírito é chamado Deus, porque a divindade pertence às três pessoas da
Trindade. Intitula-se Espírito de Deus, porque é enviado pelo Pai. Ele é a sua
promessa, Jo 15.26; At 1.4.
A importância deste nome é a identificação e a declaração de que o Espírito é
Deus visto que procede do Pai.
2 Espírito de Cristo (Rm 8.9).
É interessante saber que esta passagem fala de dois títulos: “Espírito de Deus” e
“Espírito de Cristo”. No primeiro, Ele se identifica com a primeira pessoa da
Trindade, o Pai, e no segundo, relaciona-se com a segunda pessoa, Cristo, nome
de ofício divino e ministerial que significa “Ungido” ou “Messias”.
A relação entre Cristo e o Espírito Santo revela-se nas obras efetuadas por Jesus,
mas efetivadas pelo Espírito Santo na experiência humana.
Não há nenhuma distinção especial entre os termos: “Espírito de Deus” e
“Espírito de Cristo” e “Espírito Santo”, há somente um Espírito Santo, da mesma
maneira como há um Pai e um Filho, ( I Co 12.11).
O Espírito Santo possui muitos nomes que descrevem seus diversos ministérios.
Por que o Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo?
A- Porque Ele foi enviado em nome de Cristo, Jo 14.26.
B- Porque Ele é o Espírito enviado por Cristo, Jo 16.7.
C- Porque Ele só habita na vida daqueles que crêem em Cristo, Jo 7.38-39.
D- Porque é Cristo quem batiza com o Espírito Santo, Mt 3.11.
E- O Espírito Santo é chamado de “Espírito de Cristo” porque sua missão
especial é glorificar a Cristo, Jo 16.14. Ver Gn 8.14 ( A pomba é símbolo do
Espírito Santo, a oliveira é símbolo de Cristo. O Ramo da oliveira indicava vida).
F- O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo, I
Jo 4.13.
G- Ele infunde a vida do Salvador na existência do pecador, através da
regeneração, II Co 5.17.
H- O Espírito Santo desenvolve na vida dos cristãos as características pessoais
de Cristo, Gl 5.22; I Co 2.14-16.
3 Espírito do Senhor (At 8.39; II Co 3.17.18).
O Espírito Santo quando se apresenta como o “Espírito do Senhor”, revela o
senhorio do Deus Todo-Poderoso. A Palavra “Senhor”não se restringe a uma
pessoa, mas às três da Trindade. Quando o Espírito do Senhor se manifesta na
vida do Cristão, ou de modo geral na Igreja, significa que Ele quer exercitar seu
senhorio.
4 Espírito Santo (Rm 1.4).
Assim é chamado porque é Santo e santificar é sua obra principal, Rm 1.4.
Necessitamos dum salvador por duas razões: Para fazer alguma coisa por nós, e
para realizar algo em nós. Jesus fez o primeiro ao morrer por nós, e o pelo
Espírito Santo ele habita em nós, transmitindo às nossas almas a sua vida divina.
O Espírito Santo veio para reorganizar a natureza do homem e para opor-se a
todas as tendências más.
Este título é o mais conhecido e usado principalmente pela Igreja, desde a sua
fundação. A Santidade é um estado eterno que pertence às três pessoas da
Trindade.
O Espírito Santo é o agente da santificação e por isso é chamado Santo. Esta
palavra está implícita em sua natureza divina, e manifesta-se como uma
qualidade sobre os que são santificados, I Ts 4.7,8.
O profeta Isaías relata a visão do trono de Deus e ouve os serafins
pronunciarem: Santo, Santo, Santo em alusão às três pessoas da Trindade, Is 6.3.
João na Ilha de Patmos ouve o mesmo louvor, Ap 4.8.
A missão do Espírito Santo não é só a de proclamar e revelar a santidade de
Deus, mas, sim, a de santificar, como o seu próprio nome indica.
Uma de suas atribuições é a de limpar e purificar com o Espírito de ardor e de
Justiça, Is 4.4 ( Ver na versão R.A).
O Espírito de santificação manifesta-se contra tudo o que é pecaminoso, sujo e
abominável, e com o “Espírito de ardor” queima as escórias e faz juízo.
A santidade de Deus é eterna e imutável. O Espírito é santo por si mesmo e
produz a santificação, uma necessidade contínua do homem enquanto estiver
sob o jugo do pecado. Por isso, o apóstolo Pedro escreve sobre este tema em I
Pd 1.14-16.
5 Espírito da Graça (Zc 12.10; ; Hb 10.29)
O Espírito da Graça, dá graça ao homem para que se arrependa, quando peleja
com ele. Ele concede o poder para a santificação, perseverança e serviço. É Ele
quem convence o mundo do pecado da justiça e do juízo, Jo 16.8-10, e
manifesta a graça (favor imerecido, benevolência) ao pecador.
O Espírito da Graça opõe-se ao espírito do pecado, manifestação virulenta que
escraviza e desvia o homem de Deus.
Resistir o chamado do Espírito da Graça significa insultar a Deus e desprezar a
sua disposição de libertar e salvar o pecador; Hb 10.29.
Aquele que trata com despeito ao Espírito da Graça afasta aquele que é o único
que pode tocar ou comover o coração, e assim, separa a si mesmo da
misericórdia de Deus,
6 Espírito de Adoção (Rm 8.15-16).
Adoção é a aceitação voluntária e legal de uma criança como filho. Era freqüente
entre os antigos hebreus, gregos e romanos, o adotar uma criança, que era
entregue voluntariamente por uma família, e incorporada a outra.
Fazia-se também a adoção de escravos , os quais, depois de um certo tempo
eram aceitos com todos os direitos legais daquela família.
No plano espiritual, éramos escravos e estávamos sob o jugo do “espírito de
servidão”, Rm 8.15-16, mas quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o
nome de filho de Deus, e adotado na família divina, como também recebe dentro
da sua alma o conhecimento de que participa da natureza divina, Jo 1.12-13; I Jo
3.1.
7 Espírito da Promessa (Ef 1.13).
O texto revela que ele é o Espírito da Promessa porque sua vinda cumpriu a
determinação divina para o dia do Pentecostes e para o ministério de Cristo,
anunciado por Jl 2.28; Ez 39.29; Ez 36.27 e reafirmado por Jesus como a
“Promessa do Pai”, Lc 24.49; At 1.4.
Uma das funções do Espírito da Promessa é selar e confirmar a promessa do Pai
e do Filho, II Co 1.22.
Ele se identifica como o “penhor da nossa herança” adquirida pelos méritos de
Cristo, que se constitui em garantia da herança, no futuro. O Selo comprova a
autenticidade da promessa que é o próprio Espírito Santo, Ef 4.30.
8 Espírito da verdade ( Jo 14.17; 15.26; 16.13).
Quando Ele se manifesta como Espírito da Verdade, revela-se como a expressão
exata do que o evangelho apresenta. Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida”, Jo 14.6. Por isso o Espírito Santo testifica Dele.
O propósito da encarnação foi revelar o Pai; a missão do Espírito Santo é revelar
o Filho. Ele não oferece uma nova e diferente revelação, mas sim abre as mentes
dos homens para viverem o mais profundo significado da vida e das palavras de
Cristo. A igreja de Cristo é chamada da coluna e firmeza da verdade, I Tm 3.15,
construída pelo Espírito Santo.
9 Espírito de Glória (I Pd 4.14)
A palavra “Glória”na linguagem bíblica, tem o sentido de caráter. Não é simples
resplendor, brilho, fama, celebridade, renome, reputação, típicos da majestade
humana. O Espírito de Glória não se manifesta para tornar alguém famoso,
brilhante ou célebre. Do ponto de vista divino, glória tem a ver com o que
revelamos em nosso caráter cristão.
Em relação ao Espírito Santo, a Bíblia o apresenta como o que não falaria de si
mesmo, Jo16.13, mas de Cristo. Demonstraria a glória de Cristo, manifestada em
bondade, perdão, amor, santidade e justiça.
Para o viver cristão, o caráter de Cristo é o modelo ideal e é o Espírito de Glória
quem revela tudo. É o Espírito Santo quem produz no crente um caráter
parecido com o de Jesus Cristo, II Co 3.18. Sua glória é como o espelho que nos
mostra o que somos.
10 Espírito da vida (Rm 8.2)
O Espírito Santo é aquela pessoa da Divindade cujo ofício especial é a criação e
preservação da vida natural e espiritual, Jó 33.4; Gn 1.2, 26.
Toda a pessoa, seja ou não servo de Deus, é sustentada pelo poder criativo do
Espírito Santo de Deus, Dn 5.23; At 17.28.
A existência do homem é como o som harmônio que dura tão somente enquanto
o dedo do artista está sobre a mesma, Rm 8.11.
VII – O Espírito Santo e a liguagem dos símbolos
Os símbolos contribuem para o conhecimento da verdade. Falam da diversidade
de operações do Espírito Santo, sem afetar a sua unicidade e a sua
imutabilidade.De fato eles representam as características da natureza do Espírito
Santo.
São modos especiais para compreendermos as suas operações, representadas
por coisas do mundo físico.
1 Pomba ( Jo 1.32-33 ).
Na simbologia Bíblica esta ave identifica vida, paz, comunicação, expiação e
poder. Possui assas fortes e largas. É graciosa, e, em sua maioria, mansa e
sociável. Adapta-se facilmente à vida doméstica.
Deus o Criador, sábio nas relações com suas criaturas, utiliza os recursos do
conhecimento humano para falar sobre o mundo espiritual.
Foi Ele quem primeiro usou a pomba como símbolo do seu Espírito, Jo 1.32-33.
João Batista entendeu que o Espírito Santo manifestava-se em forma de uma
pomba, pó isso, não teve dúvida do fato. Aquela visão foi real e constituiu-se em
um sinal que o convencia de que Aquele era de fato, o Filho de Deus.
Esta forma pela qual o Espírito Santo se apresentou no batismo em águas de
Jesus, não estabelece dificuldade doutrinária. A Terceira pessoa da Trindade não
precisa de forma corpórea, pois, é Espírito, Jo 4.14; II Co 3.17. Ele apenas se
configurou aos olhos de João Batista para mostrar o Messias prometido por
Deus. Vejamos algumas características da pomba que testificam as ações do
Espírito Santo.
A – Movimento.
O Espírito Santo manifesta-se através da dinâmica de seus movimentos. Ele atua
sobre o mundo da mesma forma como “movia sobre as águas”, Gn 1.2 que
simbolizam a humanidade, e opera para convence-la do pecado, da justiça e do
juízo, Jo 16.8-10. Ele se move no seio da igreja para dinamizar a vida dos crentes.
A pomba é uma ave inquieta, seus movimentos falam de vida, força e ação.
B – Vida.
O Espírito Santo transmite e simboliza a vida, Rm 8.2,11; II Co3.6. O pecador
está morto, mas o cristão é vivificado, Ef 2.1. No dilúvio, Noé e sua família
entraram na arca para se salvarem das águas. Muitos dias depois, ele soltou um
corvo, que ia e voltava, até não retornar mais. Depois enviou uma pomba que,
não encontrando lugar para pousar, voltou. Ao regressar trouxe no bico uma
folha de oliveira, Gn 8.6-12. Este episódio simboliza o papel do Espírito Santo no
mundo. O corvo é carnívoro e vive muito bem onde há morte. A pomba é o
símbolo da vida, da pureza e por isso retornou á arca. Jesus é a oliveira, Rm
11.17.
C – Simplicidade
Jesus disse: “Sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”,
Mt 10.16, Ele conhecia a natureza desta ave; por isso, comparava-a à
simplicidade. Isto fala de pureza da mente, sem a malícia do mundo. Só um
coração despido de presunção e de vaidade recebe o Espírito Santo.
Simplicidade é o estado e a atitude de quem é simples, e possui a pureza de
propósitos. A pomba possui estas características. O Espírito Santo inspira estas
características de simplicidade nos cristãos para que vivam numa dimensão mais
pura e acessível a Deus.
D – Mansidão
O salmista almejou no Sl 55.6-7 ter asas como de pomba para fugir para longe e
pernoitar no deserto, onde há paz e mansidão. O espírito Santo é manso e habita
em corações puros. Ele não reside onde existe tumulto e violência porque é
terno e gracioso. Um dos frutos que o Espírito Santo Gera na vida do crente é a
mansidão, Gl 5.22.
E – Pureza
Como aquela pomba que retornou a Noé porque não encontrou lugar entre os
mortos do dilúvio, Gn 8.8-9, assim é o Espírito Santo, não pode habitar onde há
impureza,
F – Paz
Já é tradicional a ilustração da paz, simbolizada pela pomba. Onde o Espírito
Santo está existe quietude. Sua presença em nós produz a tranqüilidade do
perdão dos pecados, como declara a Bíblia: “Sendo pois justificados pela fé,
temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm 5.1
A unção do Espírito Santo na vida do crente o habilita tanto a ter paz, Gl 5.22,
como também a promover a paz aos corações contritos, Lc 4.18-19.
G – Sensibilidade
A pomba é uma ave sensível, ela foge ao perceber o perigo. Da mesma forma
quando pecamos o Espírito Santo se entristece. A pomba é uma ave que se
amedronta facilmente. Se houver algum tipo de ameaça à sua vida ou ao seu
ninho, ela o abandona imediatamente. Também se houver atitude irreverente à
presença do Espírito Santo, ele se afasta, podendo se evadir, ou até mesmo ser
extinto da vida do crente, I Ts 5.19. ( Ver Jz 16.20; I Sm 16.1, 14 )
Davi sabia que o Espírito Era sensível e não convivia com o pecado, Sl 51.11.
2 Fogo ( Mt 3.11; Lc 3.16; Is 4.4 )
O fogo ilustra a limpeza, a purificação, a intrepidez ardente, e o zelo produzido
pela unção do Espírito Santo.
O Espírito Santo é comparado ao fogo porque este aquece, ilumina, espalha-se,
purifica. O fogo representado pelo Espírito Santo tem o sentido de “poder que
penetra e purifica” os mais duros dos metais.
O ouro por exemplo, quando sai do crisol, expele toda a impureza e torna-se o
mais valioso de todos os metais.
No dia de pentecostes esse fogo manifestou-se sobre os discípulos sem destruí-
los, antes purificou das impurezas. Lembremo-nos que no mesmo dia dois
elementos da natureza, o vento (som como)e o fogo (línguas como),
manifestaram-se como símbolos da obra do Espírito Santo, At 2.2-3.
3 Vento ( Ez 37.7-10; Jo 3.8; At 2.2)
O vento simboliza a obra regeneradora do Espírito Santo e, é indicativo da sua
misteriosa operação independente, penetrante, vivificante e purificante.
O vento também produz refrigério. Como é bom ao andarmos sob o calor
escaldante depararmos com o assoprar do vento, trazendo-nos o seu refrescor e
dando-nos ânimo para prosseguirmos em nossa caminhada. Assim também o
Espírito Santo com a sua brisa de consolo, ânimo e coragem, nos conduz à vitória
por Cristo Jesus Nosso Senhor.
4 Água ( Ez 36.25-27; 47.1-5; Jo3.5; 4.14; 7.38-39 )
O Espírito é a fonte da Água viva, a mais pura, e a melhor porque Ele é um
verdadeiro rio da vida, inundando as nossas almas e limpando a poeira do
pecado. O poder do Espírito opera no reino espiritual o que a água faz na ordem
material.
A água purifica, refresca, sacia a sede, e torna frutífero o estéril. Ela purifica o
que está sujo e restaura a limpeza.
5 Selo ( Ef 1.13; II Co 1.22 )
Essa ilustração exprime os seguintes pensamentos:
A – Possessão. A impressão dum selo dá a entender uma relação com o dono do
selo, e, é um sinal seguro de algo que lhe pertence. Os crentes são propriedade
de Deus, e sabe-se que o são pelo Espírito que neles habita. O seguinte costume
era comum em Éfeso no tempo de Paulo. Um negociante ia ao porto e então a
marcava com seu selo, um sinal de reconhecimento da possessão.
B - A idéia de segurança . Também está incluída, Ef 1.13 vide Ap 7.3 O Espírito
inspira um sentimento de segurança e certeza no coração do crente, Rm 8.16.
Ele é o penhor ou primícias da nossa herança celestial, uma garantia da glória
vindoura.
6 Azeite O azeite é talvez o símbolo mais comum e mais conhecido do Espírito
Santo. Quando se usava o azeite no ritual do antigo Testamento, falava-se de
utilidade, frutificação, beleza, vida, e transformação. Três verdades sublimes
estão relacionadas com o azeite:
A- Alegria Sl 23.5; Is 61.3; At 13.52.
B- Consolo At 9.31; Jo 14.16; Lc 10.34.
C- Alimento para as lâmpadas Mt 25.1-10.
7 Chuva (Tg 5.7)
Chuva nos fala de regar uma terra seca, é isto que o Espírito Santo faz no
coração do homem, rega o endurecido coração e o torna mole para receber a
graça salvadora de Cristo, Sl 68.9; 72.6; 107.35.
Conclusão
Amados, chegamos não ao término, mas a uma vírgula desta infindável e
edificante matéria e espero que tenha enriquecido não só os seus
conhecimentos acerca do Espírito Santo, mas também, que tenha aumentado
consideravelmente a sua experiência com Ele. Que seu desejo em se tornar cada
vez mais cheio do Espírito Santo se cumpra a cada dia, até a vinda de Cristo
Jesus. Ressalto que dentro desta matéria estudaremos ainda sobre o batismo
com Espírito Santo e sobre os dons espirituais que estão divididos em duas
apostilas.
Deixo aqui como advertência que sigamos o exemplo do profeta Ezequiel
narrado no capítulo 47 do livro de mesmo nome, onde o profeta não se conteve
em ficar apenas às margens do rio das “Águas Purificadoras”antes, entrou até
não poder passar a vau e então teve que nadar.
Não contente em estar apenas a margem do “Oceano do Espírito” com o
conhecimento que você adquiriu sobre Ele. Vá mais longe. Mergulhe. Tome
posse da unção e seja um poderoso instrumento nas mãos do Senhor. Viva na
unção. Amém ! ! !
Novo Testamento (do grego: Διαθήκη Καινὴ, Kaine Diatheke) é
atualmente a coleção de livros que compõe a segunda parte da Bíblia
cristã, definidos pela Igreja Católica no concilio de Hipona em 393 d.C
entre centenas de livros denominados apócrifos, sendo que a primeira
parte é chamada pelos cristãos de Antigo Testamento. O Novo
Testamento apresenta os ensinamentos e a pessoa de Jesus, bem como os
eventos originários do cristianismo do primeiro século. Os cristãos
consideram o Antigo e o Novo Testamento como uma mesma escritura
sagrada.

O Novo Testamento é uma coleção de textos cristãos originalmente


escritos em grego koiné. Em quase todas as tradições cristãs atuais o Novo
Testamento consiste de 27 livros. O Novo Testamento ou Nova Aliança é
uma expressão usada pelos cristãos para indicar a nova aliança
estabelecida por Deus com os homens através de Jesus Cristo. Os textos
têm como pano de fundo histórico um ambiente semítico.

Os livros do Novo Testamento serviram como fonte para a teologia cristã.


Essa coleção de 27 livros influenciou não apenas a religião, a política e a
filosofia, mas também deixou sua marca permanente na literatura, na arte
e na música.[1]

Fazem parte dessa coleção de textos as 13 cartas do Apóstolo Paulo


(maior parte da obra), os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João
(narrativas da vida, ensino, morte e ressurreição de Jesus Cristo,
conhecidos como os Quatro Evangelhos), Atos dos Apóstolos (narrativa do
ministério dos Apóstolos e da história da Igreja primitiva), epístola aos
Hebreus, além das epístolas 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas (não o
traidor) e por fim, o Apocalipse do apóstolo João.

Nem todos esses livros foram aceitos imediatamente pelos primeiros


cristãos. Alguma dessas cartas foram contestadas na antiguidade
(antilegomena), como Apocalipse de João e algumas Epístolas menores (II
Pedro, Judas, Tiago, II e III João).[2] Entretanto, gradualmente eles se
juntaram a coleção já existente que era aceita pelos cristãos, formando o
cânone do Novo Testamento. Outros livros, como o Pastor de Hermas, a
epístola de Policarpo, as de Inácio e as de Clemente (I e II Clemente),
circularam na coleção antiga de livros que era aceita por algumas
comunidades cristãs. Porém, esses livros foram excluídos do Novo
Testamento pela Igreja primitiva.[3]

Curiosamente, apesar do Cânone do Antigo Testamento não ser aceito


uniformemente dentro do cristianismo (católicos, protestantes, ortodoxos
gregos, eslavos e armênios divergentes quanto aos livros incluídos no
Antigo Testamento), os 27 que formam o Cânon do Novo Testamento
foram aceitos quase que universalmente dentro do cristianismo, pelo
menos desde o século III. As exceções são o Novo Testamento da Igreja
Ortodoxa da Etiópia, por exemplo, que considera autêntico o Pastor de
Hermas (século II) e a Peshitta, Bíblia da Igreja Ortodoxa Síria, utilizada por
muitas Igrejas da Síria, que não inclui o Apocalipse de João na lista de
livros inspirados.[4]
Evangelhos
Ver artigo principal: Desenvolvimento do cânone do Novo Testamento
A palavra Evangelho significa "Boas Novas". Eles referem-se ao
nascimento do Messias prometido. Cada um dos quatro evangelhos do
Novo Testamento narra a história da vida, da morte e da ressurreição de
Jesus de Nazaré. Esses evangelhos são composições anônimas que levam
o nome dos seus autores no título.[9] Assim, no século II esses livros eram
denominados na seguinte fórmula: "O Evangelho de..." ou "O Evangelho
segundo..." (Em grego: τὸ εὐαγγέλιον κατὰ ...) + nome do evangelista que
foi o autor do evangelho. Todos os quatro evangelhos foram reunidos logo
após o Evangelho de João ter sido escrito.[10] A coleção de quatro livros
era conhecida como "O Evangelho" no começo do segundo século. Assim,
o cristianismo primitivo sempre aceitou esses evangelhos porque
conheciam seus autores.[11] Os evangelhos de Mateus, Marcos e João
parecem ter sido escritos como biografias, seguindo o modelo da
antiguidade, enquanto Lucas e Atos parece ter sido composto como uma
monografia histórica em dois volumes.[12] São eles:
Evangelho de Mateus - atribuído ao apóstolo Mateus. Este evangelho
começa com a genealogia de Jesus e a história do seu nascimento.
Termina com o comissionamento dos discípulos por Jesus depois de
ressuscitado. O principal objetivo do evangelho de Mateus é mostrar para
os judeus que Jesus era o Messias. Apesar dos vários debates sobre sua
datação, ele provavelmente foi escrito depois da morte de Jesus (31 d.C.)
entre os anos 50-65 d.C..[13] Era considerado o manifesto da Igreja de
Jerusalém e, por conseguinte, o documento fundamental do início da fé
cristã.[14]
Evangelho de Marcos - atribuído a Marcos, o Evangelista. Marcos não era
um dos doze apóstolos de Jesus, mas foi um dos ajudantes de Paulo e
depois de Pedro.[15] Segundo os pais da igreja, o evangelho de Marcos foi
escrito com base no ensino do apóstolo Pedro, depois de uma palestra
feita em Roma para os pagãos por volta do ano 65 d.C..[16][17][18] Este
evangelho começa com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus.
Alguns manuscritos antigos não trazem os versículos 9-20 do último
capítulo.[19] outros manuscritos apresentam finais diferentes.[20]
Evangelho de Lucas - atribuído a Lucas, que também não foi um dos doze
apóstolos, mas é mencionado no Novo Testamento como companheiro do
apóstolo Paulo (II Timóteo 4:11) e médico (Colossenses 4:14).[21] O autor
não foi testemunha ocular das coisas que registrou, mas fez uma
minuciosa investigação com essas pessoas que presenciaram os fatos
contidos nesse evangelho (Lucas 1:1-4). Ele é dirigido para alguém
chamado Teófilo, que até hoje é desconhecido. Este evangelho começa
com histórias paralelas do nascimento e da infância de João Batista e Jesus
e termina com as aparições de Jesus ressuscitado e sua ascensão ao céu.
Seu objetivos era contar a história de Cristo a partir dessas testemunhas
oculares. Foi escrito provavelmente no ano 63 d.C.[22]
Evangelho de João - atribuído ao apóstolo João, filho de Zebedeu. Este
evangelho começa com um prólogo filosófico e termina com as aparições
de Jesus ressuscitado. Foi escrito no final do século I[23] e tinha como
objetivo complementar de diversas maneiras o registro que tinha sido
fornecido sobre a história de Jesus pelos outros três evangelistas.[24]
Os três primeiros evangelhos listados acima são classificados como os
Evangelhos sinópticos. Isso porque eles contêm relatos semelhantes da
vida e ensino de Jesus. Esses três evangelhos possuem várias
dependências literárias. Há várias possíveis explicações para sua
formação: Há quem afirme que o evangelho mais antigo seria o de
Marcos, cuja data de escrita costuma ser calculada entre os anos 55 e 65
d.C. e pode ter servido de fonte sobre a vida de Jesus para Mateus e
Lucas. Outra corrente de estudiosos mais liberais afirma que eles foram
escritos com base em uma Fonte “Q” (de quelle, que significa "fonte" em
língua alemã) que é desconhecida até os dias de hoje; Ou então com base
no Evangelho segundo os Hebreus (65-100 d.C.), que sobreviveu apenas
em fragmentos encontrados nas citações feitas por vários pais da igreja
primitiva. Uma terceira explicação para a dependência literária dos
evangelhos sinóticos afirma que o evangelho de Mateus foi escrito
primeiro. Depois, Lucas utilizaria o evangelho de Mateus e o Evangelho
segundo os Hebreus, além de outros evangelhos que circulavam na época.
Por fim, o evangelho de Marcos seria fruto de uma palestra que Pedro deu
com base nos evangelhos de Mateus e de Lucas.

Já o Evangelho de João é estruturado de forma diferente dos evangelhos


sinóticos e inclui histórias de vários milagres e palavras de Jesus que não
são encontradas nos outros três evangelhos.

Esses quatro evangelhos foram unanimemente aceitos como parte do


Cânon Sagrado do Novo Testamento. Porém, eles foram apenas alguns
entre os muitos outros evangelhos cristãos. A existência de tais textos é
mencionada no início do Evangelho de Lucas (Lc 1:1-4). Outros
evangelhos, como os chamados "evangelhos judaico-cristãos" ou o
Evangelho de Tomé, oferecem uma ajuda precisa para entender o
contexto do cristianismo primitivo. Além disso, esses outros evangelhos
que não foram incluídos no Cânon Sagrado podem fornecer alguma ajuda
na reconstrução do Jesus histórico.

História
Ver artigo principal: Atos dos Apóstolos
Atos dos Apóstolos - É a continuação do Evangelho de Lucas (At 1.1 e 2) e
conta a história de como a mensagem cristã foi anunciada em Jerusalém,
Samaria e as demais regiões do Império Romano (At 1.8). O autor é
tradicionalmente identificado como Lucas, o Evangelista. Neste livro,
destacam-se duas pessoas: Paulo e Pedro. Pedro dirige o trabalho cristão
em Jerusalém, Samaria (At 1.12 – 8.25), Lida, Jope e Cesareia Palestina (At
9.32-11.18). Esse livro também trata da conversão do apóstolo Paulo (At
9) e de suas viagens missionárias pelo Império Romano (At 13-28).
Examinando o estilo, a fraseologia e outras evidências internas, a maioria
dos estudiosos atribui a Lucas a autoria desse evangelho. Ele foi escrito
provavelmente antes da morte do apóstolo Paulo por Nero, por volta de
67-68 d.C.. Isso porque esse livro não cita a morte de Paulo, fato que seria
muito relevante para a história cristã antiga.
Epístolas paulinas
Ver artigo principal: Epístolas paulinas
As epístolas paulinas (ou Corpus Paulinum em latim) são cartas escritas
pelo apóstolo Paulo. Essas epístolas tratam de pontos teológicos
importantes para o desenvolvimento da doutrina cristã no cristianismo
primitivo. Geralmente, essas epístolas foram escritas tanto para
indivíduos, quanto para as primeiras comunidades cristãs que estavam se
formando fora do território atual de Israel, nesse caso na capital do
Império Romano, em cidades gregas, cidades frígias na Ásia Menor e até
mesmo numa região habitada por um povo de etnia celta, a Galácia.

Podem ser divididas em:

Eclesiáticas:

Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
Pastorais:

I Timóteo
II Timóteo
Tito
Pessoal:

Filémon
Hebreus
Ver artigo principal: Epístola aos Hebreus
Hebreus - Sua autoria é incerta. A ciência moderna rejeita ter sido escrita
por Paulo. Até mesmo na antiguidade sua autoria foi debatida. Orígenes
escreveu:
“ Os homens dos tempos antigos
afirmaram que Paulo foi o autor, mas quem escreveu essa Epístola apenas
Deus sabe. ”
O que se sabe é que ela foi escrita na segunda geração de cristãos (Hb 2.1-
4) e após um intervalo considerável de tempo depois da conversão do
destinatário (Hb 5.12). Assim, o livro de Hebreus parece ter sido escrito no
final do ano 60 d.C.

Epístolas católicas (ou epístolas universais ou epístolas gerais)


Ver artigo principal: Epístolas católicas
Compreende as epístolas escritas para a igreja em geral. O termo
"católico" [grego: καθολική, katholike, que significa "universal"] é usado
para descrever essas cartas já nos manuscritos mais antigos onde essas
cartas estão presentes. As cartas também são conhecidas como Epístolas
Gerais.

Epístola de Tiago - escrito por Tiago;


Primeira Epístola de Pedro - escrita por Pedro;
Segunda Epístola de Pedro - escrita por Pedro;
Primeira Epístola de João - escrita por João;
Segunda Epístola de João - escrita por João;
Terceira Epístola de João - escrita por João;
Epístola de Judas - escrita por Judas Tadeu.
Profecia
Ver artigos principais: Apocalipse de São João e Sete igrejas do Apocalipse
Apocalipse - Último livro do Novo Testamento, o Apocalipse de João foi
escrito pelo apóstolo João, filho de Zebedeu. Alguns sustentam a posição
de que seu autor foi outro João, da cidade de Patmos. Mas a evidência
interna aponta o autor do Evangelho de João e das três epístolas joaninas
como seu autor. O livro começa com cartas para sete igrejas das província
da Ásia. Depois toma a forma de um apocalipse, gênero literário popular
tanto no judaísmo quanto no cristianismo antigo.
Ordem dos livros
A ordem em que os livros do Novo Testamento estão ordenados difere
entre algumas tradições eclesiásticas. A Bíblia protestante, por exemplo,
segue o ordem da organização encontrada na Bíblia da Igreja Católica
Romana. Entretanto, a ordem do Cânon de Lutero é diferente. Fora da
Europa Ocidental, onde se encontra a maioria católica e protestante, a
Bíblia está organizada em ordens diferentes: o Novo Testamento da Bíblia
eslava, siríaca e etíope não seguem a mesma ordem que das Bíblias
ocidentais.

Extensão do Novo Testamento


Os livros que entraram no Cânon Sagrado do Novo Testamento não foram
às únicas obras da literatura cristã escrito nos primeiros séculos de nossa
era. O processo de canonização dos livros dessa parte das Escrituras
começou cedo, com textos sendo explicitamente rejeitados já no tempo
dos discípulos. Essa decisão não era necessariamente baseada em
avaliações da ideias religiosas ou da teologia da obra em questão, e sim
em uma série de fatores (ver: Cânon do Novo Testamento).

Pseudepígrafos
Ver artigo principal: Pseudepigrafia
Os livros que foram rejeitados pela igreja primitiva são chamados de
pseudepígrafos. Eram livros considerados espúrios e heréticos pela igreja
cristã dos século II e III, época em que surgiram esses textos. Nenhum pai
da igreja, Cânon, ou Concílio declarou que qualquer um dos
pseudepígrafos seria canônico. Eusébio, assim com a maioria dos pais da
igreja, chamou esses livros de "totalmente absurdos e ímpios".

Os livros pseudepígrafos foram escritos por comunidades gnósticas,


docéticas e ascéticas. Os gnósticos eram uma seita filosófica que ensinava
que a matéria é má, além de negarem a encarnação de Cristo. Já os
docetas ensinavam a divindade de Jesus, mas negavam sua humanidade;
diziam que Ele só tinha a aparência de ser humano. Os ascéticos
ensinavam que Cristo tinha uma única natureza, que era um fusão entre o
divino e o humano.

Esses livros contém certa curiosidade sobre os fatos não relatados nos
livros canônicos, como a infância de Jesus, por exemplo. Segundo Norman
Geisler, existem cerca de 280 obras dessa natureza. Para os cristãos, o
único valor que esses livros têm são históricos, pois revelam a crença e o
contexto de seus autores.

Apócrifos
Ver artigo principal: Apócrifos do Novo Testamento
Os livros apócrifos do Novo Testamento diferencia-se dos pseudepígrafos
por gozarem de grande estima por pelo menos um dos pais da igreja.
Entretanto, os apócrifos, na maior parte, não foram aceitos pela igreja
cristã primitiva nem pelos pais primitivos e ortodoxos da igreja. Por isso,
não foram considerados canônicos.

Alexander Souter define bem a autoridade desses livros ao afirmar que


eles tiveram uma "canonicidade temporal e local". Ou seja, os apócrifos
haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um
tempo limitado, sem contudo ter recebido um reconhecimento amplo ou
permanente. Norman Geisler fornece três razões do por quê esses livros
são importantes e faziam parte das bibliotecas devocionais e homiléticas
da igreja primitiva:

Revelam os ensinos da Igreja do século II;


Fornecem documentação da aceitação dos 27 livros do NT;
Fornece informações históricas a respeito da igreja primitiva.
1
O Antigo Testamento é composto de 39 livros e fala da primeira Aliança que
foi feita por Deus com a humanidade através da lei. A fé cristã se baseia
nesta primeira aliança para entender o plano de salvação em Jesus que nos
deu a nova Aliança através de seu sangue.

Antigo Testamento é o nome dado, desde os primórdios do Cristianismo,


às escrituras sagradas do povo de Israel, formadas por um conjunto de
livros muito diferentes uns dos outros em caráter e gênero literário e
pertencentes a diversas épocas e autores.
O Antigo Testamento ocupa, sem dúvida, um lugar preeminente no
quadro geral da importante literatura surgida no Antigo Oriente Médio.
No decorrer da sua longa história, egípcios, sumérios, assírios, babilônicos,
fenícios, hititas, persas e outros povos da região produziram um
importante tesouro de obras literárias; porém nenhuma delas se compara

2
ao Antigo Testamento quanto à riqueza dos temas e beleza de expressão
e, muito menos, quanto ao valor religioso.
Os gêneros literários do Antigo Testamento
Em termos gerais, todos os escritos do Antigo Testamento podem ser
incluídos em um ou outro dos dois grandes gêneros literários que são a
prosa e a poesia; em tudo, uma segunda aproximação permite apreciar a
grande diversidade de classes e estilos que, muitas vezes misturados entre
si, configuram ambos os gêneros.
Quanto à prosa, é o gênero no qual estão escritos textos como os
seguintes:
(a) relatos históricos, presentes sobretudo nos livros de caráter
narrativo e que, a partir de Abraão (Gn 11.27—25.11), referem-se
ou diretamente ao povo de Israel e aos seus personagens mais
significativos ou indiretamente aos povos e nações cuja história está
relacionada muito de perto com Israel;
(b) (b) o relato de Gn 1—3 sobre as origens do mundo e da
humanidade, o qual, do ponto de vista literário, merece referência à
parte;
(c) passagens especiais (p. ex., a história dos patriarcas), narrações épicas
(p. ex., o êxodo do Egito e a conquista de Canaã), quadros familiares (p.
ex., o livro de Rute), profecias (em parte), visões, crônicas oficiais,
diálogos, discursos, instruções, exortações e genealogias;
(d) textos legais e normas de conduta e regulamentação da prática
religiosa coletiva e pessoal.
Quanto à poesia, o Antigo Testamento oferece vários modelos literários,
que podem ser resumidos em:
(a) cúlticos (p. ex., Salmos e Lamentações);
(b) proféticos (uma parte muito importante dos textos dos profetas de
Israel);

(c) sapienciais, os quais recolhem reflexões e ensinamentos relativos à


vida diária (Provérbios e Eclesiastes) ou que giram em torno de algum
problema de caráter teológico (Jó).
3
Autores e tradição
De acordo com a sua origem, os livros do Antigo Testamento podem ser
classificados em dois grandes grupos. O primeiro é formado pelos escritos
que deixam transparecer a atividade criadora do autor e parecem ser
marcados pelo selo da sua personalidade. Tal é o caso de boa parte dos
textos proféticos, cuja mensagem inicial foi, às vezes, ampliada, chegando,
posteriormente, ao seu pleno desenvolvimento em âmbitos onde a
inspiração do profeta original se deixava sentir com intensidade.
No segundo grupo são incluídos os livros nos quais, não tendo
permanecido marcas próprias do autor, foram as tradições que se
encarregaram de transmitir a mensagem preservada pelo povo,
proclamando-a e aplicando-a às circunstâncias próprias de cada tempo
novo. A esse grupo pertence uma boa parte da narrativa histórica e da
literatura cúltica e sapiencial.
Transmissão do texto
A passagem da tradição oral para a escrita chega ao Antigo Testamento
num tempo em que o papiro e o pergaminho já estavam em uso como
materiais de escrita. Deles se faziam longas tiras que, convenientemente
unidas, formavam os chamados “rolos”, uma espécie de cilindros de peso
e volume às vezes consideráveis. Assim, chegaram até nós os textos do
Antigo Testamento (cf. Jr 36), ainda que não nos seus manuscritos
hebraicos originais, porque com o tempo todos desapareceram, mas
graças à grande quantidade de cópias feitas ao longo de muitos séculos.
Dentre elas, as mais antigas que temos pertencem ao séc. I a.C. Foram
descobertas em lugares como Qumran, a oeste do mar Morto, algumas
em muito bom estado de conservação e outras, muito deterioradas e
reduzidas a fragmentos.
Das cópias que contêm o texto integral da Bíblia Hebraica, a mais antiga é
o Códice de Alepo, que data do séc. X d.C. e é o reflexo da tradição
tiberiense.

O sistema alfabético utilizado nos primitivos manuscritos hebraicos


carecia de vogais: na sua época e de acordo com um uso comum de

4
diversas línguas semíticas, somente as consoantes tinham representação
gráfica. Essa peculiaridade era, obviamente, uma fonte de sérios
problemas de leitura e interpretação dos escritos bíblicos, cuja unificação
realizaram os especialistas judeus do final do séc. I d.C.
O trabalho daqueles sábios foi favorecido na última parte do séc. V a.C.
pelo desenvolvimento, sobretudo em Tiberíades e Babilônia, de um
sistema de leitura que culminou entre os séculos VIII e XI d.C. com a
composição do texto chamado “massorético”. Nele, fruto do intenso
trabalho realizado pelos “massoretas” (ou “transmissores da tradição”),
ficou definitivamente fixada a leitura da Bíblia Hebraica através de um
complicado conjunto de sinais vocálicos e entonação.
Apesar do excelente cuidado que os copistas tiveram para fazer e
conservar as cópias do texto bíblico, nem sempre puderam evitar que aqui
e ali fossem introduzidas pequenas variantes na escrita. Por isso, a fim de
descobrir e avaliar tais variantes, o estudo dos antigos manuscritos implica
uma minuciosa tarefa de comparação de textos, não somente entre umas
ou outras cópias hebraicas, mas também em antigas traduções para
outras línguas: o texto samaritano do Pentateuco (escrita samaritana); as
versões gregas, especialmente a LXX (feita em Alexandria entre os séculos
III e II a.C. e utilizada freqüentemente pelos escritores do Novo
Testamento); as aramaicas (os targumim, versões parafrásticas); as latinas,
em especial a Vulgata; as siríacas, as coptas ou a armênia. Os resultados
desse trabalho de fixação do texto se encontram sintetizados nas edições
críticas da Bíblia Hebraica.

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