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Subsídios para o Professor de Língua Portuguesa

2ª série do Ensino Médio

Sequências de atividades

São Paulo – 2018

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Sequência de Atividades Didáticas
Língua Portuguesa
2ª. série EM
Elaboração: Clarícia Akemi Eguti
Leitura crítica: Rozeli Frasca Bueno Alves

Objetivo: oferecer condições para que os alunos desenvolvam ou aprimorem


habilidades de leitura, esperadas para essa fase da escolaridade, por meio de
atividades com textos da esfera jornalística.

Apresentação

A sequência de atividades proposta a seguir, tem como objetivo,


subsidiar o professor para elaborar planos de aulas, que ofereçam aos alunos
condições de desenvolver ou aprimorar habilidades básicas nesta etapa da
escolaridade.

Sequência de Atividades: Entrevista

Objetivos:
Ler e compreender para refletir e fruir.

Expectativa: desenvolvimento ou aprimoramento da competência leitora, com


as seguintes habilidades:

− Diferenciar as ideias centrais e secundárias de um texto.

− Inferir informação implícita em um texto.

− Localizar informação explícita em um texto.

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− Reconhecer o efeito de sentido produzido pela exploração de
recursos gráficos (pontuação e outras notações) em um texto.
− Reconhecer os usos na norma padrão ou de outras variações
linguísticas de um texto.

Nº. de aulas: 5.

Uma entrevista: “Em entrevista, filha de Cora Coralina divulga poema inédito
da escritora”, de Elo Bittencourt”

1ª. aula

O professor pode iniciar fazendo um levantamento dos conhecimentos


prévios dos alunos sobre o assunto da aula:

- Vocês sabem o que é uma entrevista? Costumam ver/ouvir entrevistas?


- Onde vocês já leram ou viram/ouviram uma entrevista?
- Quem eram os entrevistados? E o entrevistador?
- A entrevista era interessante/agradável, ou era desinteressante e, por isso,
vocês desligaram a TV/rádio, ou pararam de ler a entrevista, passando a se
interessar por outro assunto?
- Por que vocês acham que isso aconteceu?
- Já foram entrevistados alguma vez na vida? Por quê ou para quê?

Após essa conversa, o professor explica:


A entrevista é um gênero textual produzido por meio da interação entre
duas pessoas: o entrevistador, que formula as perguntas e o entrevistado que
as responde. Essa interação é, geralmente, feita face a face e, dessa forma,
geralmente se realiza na oralidade. Entretanto, às vezes, ela pode ser feita por
meio de perguntas formuladas por escrito, que o entrevistado responde,
também, por escrito. Essa, porém, é uma forma mais rara de se fazer a

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entrevista, que pode ser feita por várias razões: entrevista de emprego,
entrevista psicológica; entrevista jornalística etc.
Em uma entrevista, as falas do entrevistado e do entrevistador são
gravadas ou filmadas e depois são transcritas fielmente, registrando-se,
também, entre parênteses, as ações dos participantes: risos, gestos, pigarros
etc. Porém, por seu caráter informativo, a linguagem em uma entrevista é
predominantemente formal, já que ela será veiculada pelos meios de
comunicação tais como: jornais, revistas, rádio, televisão, internet e outros
mais.
Após essa explicação, o professor distribui cópias 1 da entrevista do
jornal Correio Braziliense, que está reproduzida na sequência. Outra
possibilidade é projetar o texto.
Ele esclarece que se trata de uma entrevista da filha da escritora Cora
Coralina, para o jornal Correio Braziliense. A entrevista foi publicada em
20/08/2014, para celebrar 125 anos de nascimento da autora goiana.

Em seguida, chama os alunos para lerem o texto. Na parte da entrevista,


um aluno lê a fala do entrevistador e outro, a fala da entrevistada.

1 No anexo I, encontra-se o texto para impressão, caso haja essa possibilidade.

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CORREIO BRAZILIENSE2
Em entrevista, filha de Cora Coralina divulga poema inédito da
escritora
Para celebrar os 125 anos de nascimento da autora goiana, o Correio apresenta
entrevista exclusiva com a Vicência Bretas Tahan

postado em 20/08/2014 08:12

 Elô Bittencourt - Especial para o Correio

A poesia de Cora Coralina é uma profissão de fé. Graças à sua ternura em manusear
as palavras, como se fizesse um doce, ela se transformou em uma das principais
poetas da literatura brasileira. A escritora obteve reconhecimento aos 75 anos, quando
Carlos Drummond de Andrade começou a elogiar publicamente os versos da
vovozinha lírica que nasceu em 20 de agosto de 1889, em Goiás Velho.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome de batismo da escritora, faleceu aos 96
anos, em 1985. Cora Coralina começou a escrever cedo, aos 14 anos, porém teve o
primeiro livro publicado em junho de 1965, Poemas dos becos de Goiás e estórias
mais. Foi a partir daí que a doceira famosa começou a ser conhecida no mundo da
literatura. Em comemoração aos 125 anos de nascimento de Cora Coralina,
o Correio apresenta uma poesia inédita da escritora, concedida pela filha Vicência
Bretas Tahan. Na entrevista, a herdeira relatou que ainda há muitos escritos da poeta

2 Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/20/


interna_diversao_arte,443210/em-entrevista-filha-de-cora-coralina-divulga-poema-inedito-da-
escritora.shtml>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018.

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que não foram publicados, nem disponibilizados no museu porque estão sendo
organizados. A filha da poeta revela, também, como era conviver ao lado de uma
mulher extremamente forte e, ao mesmo tempo, delicada e sensível.

Poesia

Guia de Goiás

Tem sua rima

Bem pode ser a mulher terra, a mulher sertaneja, sua velha escriba, Cora Coralina

Guia do meu Goiás

Guia de muita gente, para conhecer mais o meu Goiás.

Goiás, seu mapa é uma certeza no centro do Brasil.

Goiás é coração, é o sonido Augusto do berrante na frente das manadas, das


estradas do sertão

Goias é água e pão, água para toda sede e pão para toda fome

Goiás é oferta de trabalho, é a terra em gestação

Cora Coralina

Confira trecho da entrevista com Vicência Bretas Tahan, filha de Cora


Coralina

Como era a mulher Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas?


Minha mãe era muito trabalhadeira. Fazia tudo dentro de casa. Gostava muito
de escrever, embora não tivesse suas poesias lidas. Não era comum naquela
época, por isso ela escrevia e guardava. Além disso, tinha os afazeres de casa
como lavar roupa, fazer doces e comida. Antes a mulher era preparada para
casar e não se falava em ser escritora. Ela era muito lutadora também.
O que Cora Coralina mais gostava de fazer? Como era sua rotina?
Quando moça ela tinha que fazer doces para vender. Naquela época, não tinha
a obrigação de ir à escola. Ela aprendeu o básico, o primário. Aos 14 anos,
começou a escrever. Gostava de fazer versos e outros textos.

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Como foi o primeiro contato dela com Carlos Drummond de Andrade?
Ela não o conheceu, mas se corresponderam por carta. Quando ela já tinha
publicado o primeiro livro, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, uma
conhecida dela deu o livro ao Drummond. Ele gostou muito, daí, tempos
depois, escreveu para ela: “Cora Coralina. Não tendo o seu endereço, lanço
estas palavras ao vento, na esperança de que ele as deposite em suas mãos.
Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia.
Seu livro é um encanto, seu verso é água corrente, seu lirismo tem a força e a
delicadeza das coisas naturais. Ah, você me dá saudades de Minas, tão irmã
do teu Goiás! Dá alegria na gente saber que existe bem no coração do Brasil
um ser chamado Cora Coralina. Todo o carinho, toda a admiração do seu
Carlos Drummond de Andrade”.
Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/20/
interna_diversao_arte,443210/em-entrevista-filha-de-cora-coralina-divulga-poema-inedito-da-
escritora.shtml>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018. (adaptado)

Após a leitura, o professor pergunta aos alunos se gostaram da


entrevista.

E prossegue, questionando:

O que torna agradável a leitura desta entrevista?

Que características do texto podem ser notadas?

Enquanto os alunos falam, o professor vai anotando na lousa, as


observações dos alunos e as complementa, produzindo o seguinte quadro, que
deve ser copiado pelos alunos:

Características do gênero Entrevista

Características do gênero Exemplos retirados do texto


entrevista
Texto informativo
Texto opinativo
Presença do entrevistador
Presença do entrevistado
Linguagem dialógica e oral
Marcas de discurso direto e de

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subjetividade
Linguagem formal
Linguagem informal

Depois de terminadas a atividade e as explicações, com o quadro


completo e já copiado pelos alunos, o professor deve seguir com as questões,
para que a classe perceba como o texto foi composto: E quanto à estrutura do
texto? Vocês repararam que, podem ser observadas duas partes? Quais são
elas? Como está estruturada a primeira parte? Vocês repararam o que há em
seu conteúdo?
Na primeira parte, o redator faz uma apresentação da vida e da obra da
autora, sobre a qual tece algumas considerações. O professor esclarece que
essa parte do texto será vista com mais detalhes em outra aula. Em seguida,
estimula os alunos para verificarem juntos a segunda parte:

Como a segunda parte começa?


Há um subtítulo que está negritado: Confira trecho da entrevista com
Vicência Bretas Tahan, filha de Cora Coralina.

E o que vem em seguida?


A turma deve ter entendido que é a reprodução da fala do
entrevistador que, para ser diferenciada da fala do entrevistado está
realçada. Mais perguntas:
Vocês sabem que o verbo utilizado para o ato de reproduzir as falas de
uma entrevista falada, passando-a para a linguagem escrita é o verbo
transcrever? Vocês conhecem outras palavras derivadas desse verbo?
Caso os alunos não saibam, peça que consultem o dicionário. É
importante que sempre esteja disponível na sala de aula, um Dicionário da
língua portuguesa, para que os alunos criem o hábito de consultá-lo.
E como é a linguagem do texto?
É uma linguagem simples, direta. Geralmente as falas estão em 1ª.
pessoa, quando o entrevistado se refere a ele mesmo. E no caso da filha de
Cora Coralina? Ela relata fatos sobre sua própria vida? De quem ela fala?

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O professor pede aos alunos para repararem que o texto começa com
“Minha mãe”. Essa entrevista está em terceira pessoa, porque será? Os alunos
devem notar que se trata de um discurso indireto, pois a filha está relatando
detalhes da vida de sua mãe.
Em seguida, o professor pergunta se os alunos sabem como fazer uma
entrevista. Será que é só convidar o entrevistado e começar a perguntar o que
lhe vem à cabeça?
Não, são necessários mais dados. É preciso saber:

− Quem é o entrevistado.
− Por que se vai fazer a entrevista? (para fazer uma biografia? para
redigir uma notícia? Para contar uma história?)
− O que se quer saber?
− De que maneira perguntar para conseguir que o entrevistado fale (há
alguns que não gostam muito de conversar)?
− Como conseguir que ele fale o que o entrevistador precisa saber?

Para isso, é importante elaborar, previamente, um Roteiro de


entrevista, contendo todas as perguntas relacionadas ao assunto que se quer
tratar. Esse roteiro deve estar nas mãos do entrevistador no momento da
entrevista, para que ele se lembre de todos os pontos dos quais quer tratar.
Mas isso será um assunto para o próximo encontro.
Ao final da aula, se houver tempo, para ampliar o repertório sobre o
gênero em estudo, o professor pode passar o vídeo ou o áudio de algumas
entrevistas, ou pode ler entrevistas que foram publicadas em revistas, para a
classe.

Uma sugestão é o áudio da entrevista de Alberto Timo, psicanalista, para a


rádio da UFMF, sobre “O Ciúme na Literatura”. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/online/radio/arquivos/anexos/ALBERTO%20TIMO%20-
%20PROJETO%20HONRA%20SE%20LAVA%20COM%20SANGUE%20O
%20CIUME%20NA%20LITERATURA%20-%2013-07-2015.mp3>. Acesso em:
27 de janeiro de 2018.

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2ª aula

O professor inicia a aula explicando que os alunos devem elaborar o Roteiro


de entrevista. E como será esse roteiro?

Dados do Roteiro de entrevista:

● Nome do entrevistado;
● Idade;
● Função ou ramo de trabalho;
● Mora na região ou é, ou veio de outra localidade/estado. 
● Outras perguntas formuladas conforme o objetivo da entrevista

Algumas recomendações:

● Cada pergunta deve ser curta e focada em um único assunto.

● A opinião do entrevistador deve ficar fora das perguntas.

● Sempre pergunte: como você sabe?

● Faça perguntas a partir das respostas. O roteiro não precisa ser


seguido ao pé da letra, ele funciona como um guia para a sua
entrevista.
● Não deixe qualquer dúvida passar em branco. Sempre questione
quando não entender algo.
● Seja um ouvinte interessado e perceba quando as respostas te
levam para outras perguntas sobre o tema.

O professor pode perguntar aos alunos se eles imaginam como foi feita
a entrevista com a filha de Cora Coralina.
Geralmente há um encontro presencial do entrevistador com o
entrevistado e a entrevista é gravada. Depois, essa conversa é transcrita e, no
caso da entrevista que estamos analisando, parte dela foi publicada no jornal.
Será que é só dessa maneira que se faz uma entrevista?
Ela também pode ser feita por telefone (cuja conversa é gravada), ou por
vídeo (whatsapp, skype) e, nessas ocasiões, sempre se solicita a permissão do
entrevistado, cujo consentimento fica registrado. Outra forma de entrevista, é
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aquela feita por e-mail, porém é mais rara. O uso da câmera é mais indicado,
pois permite que se vejam (e revejam) as expressões faciais e corporais do
entrevistado, além dos detalhes da cena.
Em seguida, a classe é dividida, formando grupos de três alunos.
O professor escreve na lousa e pede que os alunos copiem em seus
cadernos:

Atividade

● Produzir uma entrevista com alguém da escola, do bairro ou da família.


● Os grupos de alunos devem escolher a pessoa a ser entrevistada.
● Escolher um tema para a entrevista, adequado ao assunto que irá tratar
com o entrevistado, tal como: a importância de sua profissão, por
exemplo.
● Feitas as escolhas, preparem o Roteiro de entrevista de acordo com os
temas que serão abordados.
● Importante lembrar que a entrevista deverá ser gravada (voz e vídeo)
em seus celulares ou em gravadores, para facilitar o trabalho posterior
de transcrição.
● O produto final, se for um vídeo, ou um áudio deverá ter entre 5 e 10
minutos. Se for um texto escrito, poderá ter até duas páginas impressas.
● A versão final da entrevista será publicada no blog da escola, ou no
jornal mural.

● Bom Trabalho!

Os alunos formam os grupos, escolhem a pessoa que será entrevistada, o


tema e formulam o Roteiro de entrevista. Nos quinze minutos finais, cada grupo
deverá apresentar oralmente o roteiro que produziu para a classe, que poderá
opinar, sugerindo melhorias.
3ª. aula

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O professor inicia a aula projetando somente a primeira parte da
entrevista do Correio Braziliense. Ele pede que os alunos leiam
silenciosamente.
O que aparece em primeiro lugar? O título, não é mesmo? E a seguir, o
que vem? Outro título?
Em uma entrevista e também em uma notícia ou reportagem, aparecem
sempre dois títulos que são: Título Principal e Título Auxiliar. O Título
principal, também chamado de Manchete, que é uma síntese do assunto da
notícia e que vem destacado por ter o tamanho das letras maior e em negrito e
o Título Auxiliar, que é mais longo, mas é escrito com caracteres de tamanho
menor e com uma coloração mais clara e é um recorte do assunto em foco.

Na entrevista do Correio Braziliense, qual é o Título Principal?


Em entrevista, filha de Cora Coralina divulga poema inédito da
escritora

E o Título Auxiliar?
Para celebrar os 125 anos de nascimento da autora goiana, o Correio apresenta
entrevista exclusiva com a Vicência Bretas Tahan

O que o redator apresenta em seguida? São informações sobre a vida e


a obra da poetisa Cora Coralina.
E quanto à linguagem empregada na notícia? Para que participem da
sequência, o professor pede aos alunos que releiam o trecho:

“A poesia de Cora Coralina é uma profissão de fé. Graças à sua


ternura em manusear as palavras, como se fizesse um doce, ela se
transformou em uma das principais poetas da literatura brasileira. A
escritora obteve reconhecimento aos 75 anos, quando Carlos Drummond
de Andrade começou a elogiar publicamente os versos da vovozinha
lírica que nasceu em 20 de agosto de 1889, em Goiás Velho.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome de batismo
da escritora, faleceu aos 96 anos, em 1985. Cora Coralina começou a
escrever cedo, aos 14 anos, porém teve o primeiro livro publicado em

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junho de 1965, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. Foi a partir
daí que a doceira famosa começou a ser conhecida no mundo da
literatura.”

O professor prossegue, perguntando:

− O que vocês dizem da linguagem do texto? Ela é simples ou


rebuscada?
− O autor é objetivo e claro em suas afirmações?
− As frases são longas e trabalhadas?
− Em que pessoa o autor se dirige ao leitor? Em 1ª. pessoa?
− O discurso direto é empregado?
− Há marcas de oralidade no texto?

Uma vez explorados todos esses aspectos, é importante falar sobre a


estrutura dessa primeira parte. É necessário observar que há dois parágrafos
em que o redator (nome que se dá ao autor de um texto jornalístico; no caso
desta entrevista, deve-se usar o feminino, redatora, pois Elo Bittencourt é uma
mulher) faz uma apresentação da carreira literária (1º. parágrafo) e da biografia
da poetisa (2º. parágrafo). O assunto da entrevista só vai aparecer no terceiro
parágrafo.

“o Correio apresenta uma poesia inédita da escritora, concedida


pela filha Vicência Bretas Tahan. Na entrevista, a herdeira relatou que
ainda há muitos escritos da poeta que não foram publicados, nem
disponibilizados no museu porque estão sendo organizados. A filha da
poeta revela, também, como era conviver ao lado de uma mulher
extremamente forte e, ao mesmo tempo, delicada e sensível”

Por que motivo a redatora estruturou seu texto dessa maneira? Vocês
podem formular uma hipótese?
A finalidade é informar aos leitores que desconhecem a poetisa, quem é
ela, porque ela é famosa e merece tanto destaque na mídia e na sociedade,
antes de apresentar o tema da entrevista.

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No 3º. Parágrafo, além de explicar, em discurso indireto, o que disse a
filha de Cora Coralina, o poema inédito dessa poetisa é publicado.
.
Caso haja tempo, os alunos podem rever os roteiros de entrevista que
fizeram e esclarecer as dúvidas com o professor.

4ª. Aula

Nessa aula, os alunos devem trazer as gravações das entrevistas


realizadas.
O professor pede que os alunos ouçam/vejam o áudio/vídeo que
trouxeram e que os grupos selecionem os trechos mais interessantes, para
serem transcritos.

Ele escreve na lousa:

Atividades:

1. Escolher os trechos que consideram mais interessantes para serem


transcritos.
2. Fazer a transcrição.
(Tempo para a realização da tarefa: 25 minutos)
3. Redigir a apresentação da entrevista efetuada.
4. Escolher o Título Principal e o Título Auxiliar.
5. Fazer a montagem da entrevista:

● Título Principal
● Título Auxiliar
● Apresentação da entrevista;
● Entrevista

6. Lembrem-se de que a entrevista produzida será publicada no blog da


escola, ou no jornal mural.

Os grupos de alunos finalizam suas produções e entregam ao professor


para correção.

5ª. aula

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As entrevistas, corrigidas pelo professor, acompanhadas de anotações,
são entregues aos alunos que, juntamente com seu grupo fazem a revisão do
texto. O professor esclarece as dúvidas que surgirem e pede que façam uma
reescrita, passando o texto a limpo, com as devidas correções.
O professor cronometra o tempo de 20 minutos para essa atividade.
Após esse tempo, cada grupo elege um representante que fará a leitura
da entrevista redigida.
Esse material será publicado no blog da escola ou poderá ser exposto
no jornal mural da escola.
Outra possibilidade é de o professor, com o auxílio da equipe gestora da
escola, reunir os trabalhos e publicá-los como uma coletânea de textos, para
serem distribuídos na comunidade escolar.

Conclusão

Com as atividades propostas nessa sequência, buscou-se mobilizar as


seguintes capacidades de leitura3:

● Ativação de conhecimentos de mundo; antecipação ou predição;


checagem de hipóteses.
● Localização de informações; comparação de informações;
generalizações.
● Produção de inferências locais; produção de inferências globais.
● Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e
metas da atividade da leitura.
● Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações
estéticas e/ou afetivas; elaboração de apreciações relativas a
valores éticos e/ou políticos.

3 Ver: ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura. Disponível em:


<http://www.academia.edu/1387699/Letramento_e_capacidades_de_leitura_para_a_cidadania>. Acesso
em: 25 de janeiro de 2018.

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Anexo I CORREIO BRAZILIENSE4

4 Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/20/


interna_diversao_arte,443210/em-entrevista-filha-de-cora-coralina-divulga-poema-inedito-da-
escritora.shtml>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018.

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Em entrevista, filha de Cora Coralina divulga poema inédito da
escritora
Para celebrar os 125 anos de nascimento da autora goiana, o Correio apresenta
entrevista exclusiva com a Vicência Bretas Tahan

postado em 20/08/2014 08:12

 Elô Bittencourt - Especial para o Correio

A poesia de Cora Coralina é uma profissão de fé. Graças à sua ternura em manusear
as palavras, como se fizesse um doce, ela se transformou em uma das principais
poetas da literatura brasileira. A escritora obteve reconhecimento aos 75 anos, quando
Carlos Drummond de Andrade começou a elogiar publicamente os versos da
vovozinha lírica que nasceu em 20 de agosto de 1889, em Goiás Velho.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome de batismo da escritora, faleceu aos 96
anos, em 1985. Cora Coralina começou a escrever cedo, aos 14 anos, porém teve o
primeiro livro publicado em junho de 1965, Poemas dos becos de Goiás e estórias
mais. Foi a partir daí que a doceira famosa começou a ser conhecida no mundo da
literatura. Em comemoração aos 125 anos de nascimento de Cora Coralina,
o Correio apresenta uma poesia inédita da escritora, concedida pela filha Vicência
Bretas Tahan. Na entrevista, a herdeira relatou que ainda há muitos escritos da poeta
que não foram publicados, nem disponibilizados no museu porque estão sendo
organizados. A filha da poeta revela, também, como era conviver ao lado de uma
mulher extremamente forte e, ao mesmo tempo, delicada e sensível.

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Poesia

Guia de Goiás

Tem sua rima

Bem pode ser a mulher terra, a mulher sertaneja, sua velha escriba, Cora Coralina

Guia do meu Goiás

Guia de muita gente, para conhecer mais o meu Goiás.

Goiás, seu mapa é uma certeza no centro do Brasil.

Goiás é coração, é o sonido Augusto do berrante na frente das manadas, das


estradas do sertão

Goias é água e pão, água para toda sede e pão para toda fome

Goiás é oferta de trabalho, é a terra em gestação

Cora Coralina

Confira trecho da entrevista com Vicência Bretas Tahan, filha de Cora


Coralina

Como era a mulher Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas?


Minha mãe era muito trabalhadeira. Fazia tudo dentro de casa. Gostava muito
de escrever, embora não tivesse suas poesias lidas. Não era comum naquela
época, por isso ela escrevia e guardava. Além disso, tinha os afazeres de casa
como lavar roupa, fazer doces e comida. Antes a mulher era preparada para
casar e não se falava em ser escritora. Ela era muito lutadora também.
O que Cora Coralina mais gostava de fazer? Como era sua rotina?
Quando moça ela tinha que fazer doces para vender. Naquela época, não tinha
a obrigação de ir à escola. Ela aprendeu o básico, o primário. Aos 14 anos,
começou a escrever. Gostava de fazer versos e outros textos.
Como foi o primeiro contato dela com Carlos Drummond de Andrade?
Ela não o conheceu, mas se corresponderam por carta. Quando ela já tinha
publicado o primeiro livro, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, uma
conhecida dela deu o livro ao Drummond. Ele gostou muito, daí, tempos
depois, escreveu para ela: “Cora Coralina. Não tendo o seu endereço, lanço

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estas palavras ao vento, na esperança de que ele as deposite em suas mãos.
Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia.
Seu livro é um encanto, seu verso é água corrente, seu lirismo tem a força e a
delicadeza das coisas naturais. Ah, você me dá saudades de Minas, tão irmã
do teu Goiás! Dá alegria na gente saber que existe bem no coração do Brasil
um ser chamado Cora Coralina. Todo o carinho, toda a admiração do seu
Carlos Drummond de Andrade”.
Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/20/
interna_diversao_arte,443210/em-entrevista-filha-de-cora-coralina-divulga-poema-inedito-da-
escritora.shtml>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018. (adaptado)

Referências bibliográficas

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BITTENCOUT, Elo. Em entrevista, filha de Cora Coralina divulga poema
inédito da escritora. Disponível em:
<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/20/
interna_diversao_arte,443210/em-entrevista-filha-de-cora-coralina-divulga-
poema-inedito-da-escritora.shtml>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018.

KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura: Teoria & Prática. Campinas-SP:


Pontes Editora, 9. ed., 2002. Disponível em:
<https://kupdf.com/download/angela-kleiman-oficina-de-leitura-teoria-e-
pratica_58ebabd8dc0d60cb15da9814_pdf>. Acesso em: 26 de dezembro de
2017.

MAZOTTE, Natália. Um guia para aprimorar a arte da entrevista. Disponível


em:
<http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/_ed755_um_guia
_para_aprimorar_a_arte_da_entrevista/>. Acesso em: 25 de janeiro de 2018.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura. Disponível em:


<http://www.academia.edu/1387699/Letramento_e_capacidades_de_leitura_pa
ra_a_cidadania>. Acesso em: 26 de janeiro de 2018.

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação


Técnica. Referencial de expectativas para o desenvolvimento da
competência leitora e escritora no ciclo II: caderno de orientação didática
de Língua Portuguesa. São Paulo: SME / DOT, 2006. Disponível
em:<http://www.culturatura.com.br/docsed/15%20Aprend%20PSP2-
7port.pdf>.Acesso em: 25 de janeiro de 2018.

TIMO, Alberto. “O Ciúme na Literatura”. Disponível em:


<https://www.ufmg.br/online/radio/arquivos/anexos/ALBERTO%20TIMO%20-
%20PROJETO%20HONRA%20SE%20LAVA%20COM%20SANGUE%20O
%20CIUME%20NA%20LITERATURA%20-%2013-07-2015.mp3>. Acesso em:
27 de janeiro de 2018.

20
Sites pesquisados

<https://www.priberam.pt/dlpo/>.Acesso em: 25 de janeiro de 2018.

<https://www.todamateria.com.br/genero-textual-entrevista/>. Acesso em: 25 de


janeiro de 2018.

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