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Subsídios para o Professor de Língua Portuguesa

3ª série do Ensino Médio

Sequências de atividades

São Paulo – 2018


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Sequência de Atividades Didáticas
Língua Portuguesa
3ª série – Ensino Médio
Elaboração: Rozeli Frasca Bueno Alves
Leitura crítica: Clarícia Akemi Eguti
Objetivo: oferecer condições para que os alunos aprimorem habilidades de leitura,
esperadas para essa fase da escolaridade.

Sequência de Atividades:  Letra de música, ritmo e poesia

Objetivos: ler e compreender para refletir, fruir e apreciar produtos culturais.


Expectativa: aprimoramento da competência leitora, com as seguintes habilidades:
● Localizar informação explícita em um texto.
● Inferir informações em um texto.
● Reconhecer os usos da norma padrão ou de outras variações linguísticas
em um texto.
● Reconhecer marcas linguísticas em um texto, do ponto de vista do léxico,
da morfologia ou da sintaxe.
● Identificar recursos semânticos expressivos (figuras de linguagem) em um
texto.
● Diferenciar as ideias centrais e secundárias de um texto.
● Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto por meio de
elementos de referenciação.
● Estabelecer relações entre textos verbais e/ou não verbais.
● Reconhecer a presença de valores culturais, sociais e/ou humanos em
contextos.

Nº de aulas: 5.

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Letra de música:
Paciência
Composição: Lenine, Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma


Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa


Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal


E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber


Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma


Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber


Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma


Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não) 
(a vida é tão rara)

Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html>. Acesso em: 22 de janeiro de 2018.

Aula 1

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Para iniciar, o professor deve providenciar o vídeo com Lenine cantando
“Paciência”1. É uma forma agradável de começar o trabalho com um gênero textual que
foi, originalmente, escrito para ser cantado. Assim, ouvir e (quem quiser) cantar deve
compor o primeiro momento da aula. Em seguida, se possível, projetar a letra, ou afixá-
la na lousa, previamente escrita em papel pardo.

Em seguida, o professor deve deixar alguns minutos para que os alunos copiem
a letra em seus cadernos, caso não seja possível distribuir cópias para a classe. É
importante pedir que observem quem são os compositores e perguntar se conhecem:
Lenine e Dudu Falcão. Ambos nascidos em Recife, com longa história como músicos,
compositores, arranjadores, produtores musicais. Lenine também é cantor e faz shows
pelo Brasil todo. Figura mais dos bastidores, Dudu Falcão já compôs mais de 60
canções para trilhas sonoras das novelas da TV Globo.

Uma vez que todos estejam com a letra da música em seus cadernos, é hora de
pedir uma leitura silenciosa para buscar as ideias centrais da canção. Algumas
informações explícitas no texto podem ajudar, que tal localizá-las?

● De acordo com o eu lírico, o que acontece quando tudo pede um pouco


mais de calma?
● O que o eu lírico faz, enquanto o tempo pede pressa?
● Enquanto todos esperam a cura do mal, o que acontece?
● O mundo gira veloz e o que faz o eu lírico?
● Como é a vida para o eu lírico?

Talvez seja necessário, que o professor retome os conceitos de “eu lírico” e


“poeta”, para que os alunos saibam distinguir um e outro.

Enquanto a turma busca as informações solicitadas e anota em seus cadernos


para conferir oralmente, logo a seguir, o professor pode colocar na lousa um quadro,
para depois destacar em diálogo com a classe, as ideias centrais e as secundárias que
permeiam a letra da canção. Isso deve ser feito, estrofe por estrofe, numeradas

1 Em: <https://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html>. Acesso em: 22 de janeiro de 2018.


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antecipadamente. Observando que as estrofes 5, 6 e 7 retomam 1, 3 e 1,
respectivamente.

Essa tarefa vai estimular deduções ou inferências que levarão à compreensão


global do texto em estudo.

Ideias
Centrais Secundárias
1 A vida não dá trégua. Tudo pede calma, tranquilidade.
2 A vida é extraordinária. O tempo pede pressa – faço hora.
3 Todos esperam mais O mundo gira veloz.
paciência.
4 A vida é extraordinária. Não há tempo para perceber.

Esse contato mais estreito com o texto permite que o leitor ative seus saberes e
experiências vividas sobre a temática da canção. Essa interação possibilita fazer
inferências, generalizações, estabelecer relações com outras leituras e integrar novos
conhecimentos ao seu repertório.

Após esse estudo, o professor deve pedir aos alunos que escrevam um
parágrafo que responda à seguinte pergunta:

● Em que essa canção faz pensar?

Se possível, enquanto escrevem, a canção pode ficar como som ambiente.

Próximo ao final da aula, o professor faz uma síntese do que foi visto e pede que
tragam seus parágrafos para serem lidos na próxima aula.

Aula 2

No início da aula, o professor pode deixar cinco minutos para que os alunos
revisem ou finalizem seus parágrafos.

Em seguida, pergunta quem gostaria de ler o que escreveu. Quatro ou cinco


voluntários são suficientes para que o professor verifique se houve compreensão da
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questão proposta e do texto, e teça comentários, sempre remetendo à letra da canção
que deve estar exposta na lousa.

É importante deixar claro aos alunos, que toda participação considerada


adequada e producente será valorizada, pois demonstra interesse na aprendizagem,
durante o processo de ensino.

Em meio aos comentários, convém lembrar à turma, a importância do significado


de algumas palavras escolhidas pelos autores e destacadas abaixo, pedindo que
encontrem outras que possam substituí-las, sem que haja mudança de significado no
contexto da canção. Para esse exercício, deverão preencher o quadro, com as
sugestões dadas:

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de


calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
Um pouco mais de paciência

Sugestões de respostas
serenidade/ tranquilidade;
ânimo/ coragem
extraordinária/ incomum
o fim das desgraças/ o fim da infelicidade.
capacidade de tolerar contrariedades/ resignação;

A compreensão global do texto passa, necessariamente, pelo reconhecimento


de unidades mínimas de significação, que, certamente, deixam pistas ao leitor para que
sua interação com o texto seja eficiente. Por essa razão, o dicionário deve sempre
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estar à mão do professor, para que os alunos sejam estimulados ou solicitados a
buscar sinônimos, sempre que for preciso. Após preencher o quadro com auxílio dos
alunos, o professor pede que o copiem em seus cadernos.

Voltando à letra de “Paciência”, o próximo passo é pedir aos alunos que


reconheçam frases ou expressões que não podem ser interpretadas ao pé da letra.
Quais são? O que significam? Para facilitar, o professor pode ler em voz alta, verso a
verso e ir anotando na lousa, no quadro sugerido abaixo, com a participação da classe,
as expressões que estão empregadas em sentido figurado:

Expressão em sentido figurado Significado no contexto Figura de Linguagem


o corpo pede sente-se a necessidade de metáfora
um pouco mais de alma um pouco mais de ânimo metáfora
A vida não para Os fatos continuam metáfora
acontecendo; a vida não dá
trégua
o tempo acelera e pede pressa tudo acontece muito metáfora
rapidamente
faço hora /vou na valsa sou lento/ vou devagar Metáfora

A loucura finge A anormalidade parece metáfora


normal
O mundo espera de nós As pessoas esperam de nós metonímia: o todo(mundo)
pela parte (pessoas)
O tempo acelera e pede Tudo acontece muito antítese
pressa/faço hora vou na valsa rapidamente/sou lento vou
devagar
 

Após preencher a coluna com o significado das expressões no contexto da


canção, o professor chama a atenção da turma para os efeitos de sentido desses
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recursos selecionados pelo poeta. São as figuras de linguagem que marcam o estilo do
autor e provocam a imaginação do leitor pelas ideias que estão por trás das palavras.

Nesse exercício, o destaque vai para as figuras de linguagem (ou de estilo) de


natureza semântica, por meio das quais é possível atenuar, ampliar, disfarçar ou
simular as ideias. Eis algumas: enumeração; gradação; antítese; eufemismo; ironia;
paradoxo; personificação; comparação; metáfora; metonímia; catacrese; sinestesia;
entre outras.

O próximo passo é pedir aos alunos que identifiquem quais são as figuras de
linguagem encontradas na letra da canção. Para isso, apresentam-se, de forma
sucinta, os nomes e as características dessas figuras, para que os alunos preencham o
quadro com os nomes adequados.

 
Metáfora: ampliação de significado de uma palavra/expressão por comparação
subentendida com outra.
 
Metonímia: substituição de uma palavra/expressão por outra de significado diferente,
mas que representa o todo de uma parte; a parte de um todo, por exemplo.

Antítese: apresentação de uma série de pensamentos opostos e contraditórios.


 

O professor deve cronometrar cerca de dez minutos para essa atividade e, em


seguida, com a participação dos alunos e as devidas explicações, completar o quadro
na lousa.

Para a próxima aula, pedir aos alunos que pesquisem, no livro didático ou na
biblioteca, as características de outras figuras de linguagem, como: gradação;
eufemismo; ironia; paradoxo; personificação; comparação; e catacrese, com exemplos.
Eles podem trazer o conteúdo das pesquisas anotado no caderno ou em fichas,
sempre com a fonte de pesquisa ou estudo.

O professor deve informar, também, que os alunos serão sorteados para


apresentarem suas pesquisas para a classe.
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Aula 3

Nessa aula, os alunos escolhidos por sorteio apresentarão suas pesquisas. Uma
figura de linguagem será sorteada por aluno. Após a fala do aluno e dos comentários
do professor, outros exemplos podem ser apresentados e anotados pela classe, antes
da próxima figura de linguagem. O quadro abaixo, depois de preenchido, pode ser útil.

Figuras e características Exemplos

Gradação -

Eufemismo -

Ironia -

Paradoxo -

Personificação -

Comparação -

Catacrese -

As exposições orais são importantes para que os alunos desenvolvam o hábito


de falar em público, com desenvoltura. As orientações do professor são fundamentais,
por isso, antes que comecem as exposições, é importante passar algumas “dicas” para
a classe, sobre a postura corporal, o tom de voz, a fala pausada e clara, para que todos
possam ouvir e entender.

No final de todas as apresentações, os comentários conclusivos do professor


devem ser sempre de caráter construtivo, não apenas valorizando os pontos positivos
de cada expositor e de sua pesquisa, mas também oferecendo indicações de como
melhorar o que precisa ser melhorado. Esse comportamento, certamente, reforçará
positivamente a realização de novas atividades.

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Em seguida, com a letra da canção na lousa ou projetada para a classe, o
professor pode destacar outros aspectos do texto, solicitando aos alunos que
sublinhem as palavras ou expressões que sejam usadas principalmente nas conversas
do dia a dia, portanto, com características da linguagem informal.

Essa atividade deve ser desenvolvida com a participação dos alunos em leitura
compartilhada, verso a verso, com a mediação do professor, para chamar a atenção da
turma para as palavras ou expressões típicas do falar popular: “faço hora vou na valsa”;
“pra”. É conveniente, verificar com a classe:

● O que se entende por “fazer hora” e “ir na valsa”? A que expressões


formais correspondem?
● “Pra” é o mesmo que “para”. São variações para a mesma preposição;
“pra” é uma forma reduzida de “para”. Qual dessas variações é a mais
usada em uma notícia de jornal, por exemplo?

Nunca é demais frisar que em uma canção popular, a linguagem utilizada


geralmente representa a forma como o povo fala. São maneiras de dizer que não
seguem, obrigatoriamente, a formalidade ou as normas de prestígio social da língua
portuguesa.

Ainda na superfície do texto, o professor deve voltar à terceira estrofe e reler o


segundo verso: “E a loucura finge que isso tudo é normal”. Em seguida, perguntar:

● A que se refere isso tudo? O que a loucura finge que é normal?

Espera-se que os alunos encontrem o referente dos pronomes “isso”


(demonstrativo) e “tudo” (indefinido), combinados na expressão “isso tudo”, voltando à
leitura da letra de “Paciência”. O conteúdo das duas primeiras estrofes e o primeiro
verso da terceira correspondem ao que a loucura finge que é normal. É relevante que
os alunos percebam o efeito de sentido produzido pelo uso dessa combinação de
pronomes “isso tudo” (demonstrativo + indefinido) ao sintetizar as ideias e substituir
palavras e orações, evitando assim repetir palavras e expressões e, ao mesmo tempo,
garantir a coesão textual. Sempre que um termo, que faz referência a outro, aparecer

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na trama textual, é importante chamar a atenção dos alunos para o uso desse recurso
linguístico.

Para manter a coerência e a coesão entre as unidades significativas do texto, o


autor lança mão de elementos, que não só funcionam como organizadores, no tecido
textual, mas também acrescentam aos períodos e às orações, noções sobre as
circunstâncias em que as ações ou afirmações são realizadas.

Após breve retomada da leitura das primeiras estrofes, o professor deve fazer
uma pausa para que, por meio de respostas às questões, os alunos participem:

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma


Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa


Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal


E a loucura finge que isso tudo é normal

● Em que circunstâncias a vida não para?

A resposta é óbvia: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma


Até quando o corpo pede um pouco mais de alma”

● Essas circunstâncias apontadas, de algum modo, contradizem o que se


afirma em: “a vida não para?”
● A vida não para apesar de tudo pedir um pouco mais de calma?
● A vida não para embora o corpo peça um pouco mais de alma?

As questões acima, devem estimular os alunos a pensarem sobre as ideias que


estão subentendidas no período; esse conjunto de orações forma uma unidade
significativa importante para a compreensão de todo o texto.

As explicações do professor devem incluir a nomenclatura gramatical:

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A oração principal “A vida não para” tem seu sentido completado pelas duas
orações subordinadas adverbiais, que agregam ao período a circunstância de
concessão, por meio dos articuladores textuais “mesmo quando” e “até quando”,
locuções conjuntivas adverbiais concessivas, que correspondem a apesar de tudo
pedir um pouco mais de calma ou embora tudo peça um pouco mais de calma; embora
o corpo peça um pouco mais de alma.

A ideia de concessão, em uma oração subordinada, está ligada à quebra de


expectativa, ao inesperado, trazendo uma circunstância que não impede que aconteça,
mas contradiz o que está expresso na oração principal. É o que se vê no texto da
canção em estudo.

Compreender a função desses recursos linguísticos, buscando desvendar as


ideias que eles trazem ao tecido textual, é uma das capacidades que o leitor
competente precisa aprimorar. Assim, sempre que houver oportunidade, o professor
deve destacar esses termos das orações e de maneira contextualizada, criar condições
para os alunos interajam com o texto e descubram o quanto essas unidades de sentido
são importantes para a compreensão de leitura.

Mais duas questões, para desvendar os segredos dos articuladores textuais:

● Em que circunstâncias “eu me recuso faço hora vou na valsa”?

● Em que circunstâncias “a loucura finge”?


Nas estrofes 2 e 3, as respostas: “Enquanto o tempo acelera” e “Enquanto todo
mundo espera a cura do mal”.

As duas orações subordinadas adverbiais articuladas às suas principais pela


conjunção subordinativa adverbial “enquanto”, agregam aos períodos uma
circunstância de simultaneidade, portanto temporal. Uma forma de descobrir qual é a
circunstância, é fazer perguntas aos verbos das orações principais, para que os alunos
participem do raciocínio e tragam as respostas. Por exemplo:

● Onde; como; quando; por que eu me recuso?

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É sempre conveniente, lembrar à turma a que circunstâncias essas questões
podem levar: lugar; modo; tempo; causa. Facilmente, os alunos percebem que, nesse
caso, não há resposta que indique lugar, modo ou causa.

“Enquanto o tempo acelera” e “Enquanto todo mundo espera a cura do mal”


indicam “quando” as afirmações das orações principais acontecem, ou seja, ao mesmo
tempo em que o tempo acelera e pede pressa/ eu me recuso... Aí está a ideia de
simultaneidade. Portanto, há uma circunstância de tempo. São orações subordinadas
adverbiais temporais, que garantem coerência à continuidade do texto, graças ao
organizador textual escolhido pelo autor para esse papel: a conjunção subordinativa
adverbial “enquanto”.

Ao dialogar com a classe nessa atividade, o professor também deve fazer


anotações ou esquemas na lousa, para que os alunos registrem em seus cadernos. É
de suma relevância, que os alunos saibam que essas análises textuais são cobradas
em questões de vestibulares e do ENEM. Portanto, muito além das nomenclaturas
dadas pela gramática, é importante que fiquem habituados a desvendar as ideias que
se referem a relações e circunstâncias entre as orações e os períodos. Para
desenvolver ou aprimorar esse hábito, o professor é o mediador ideal.

Aula 4

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LAVADO, Joaquín Salvador (Quino). Toda Mafalda. Trad. Monica Stahel.  Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/0B9DUx8WUTKKNQ2lUVnowYkJpYXM/view>. Acesso em: 25 de janeiro de 2018.

Começar a aula, com uma tirinha da Mafalda distribuída aos alunos e, se


possível projetá-la para a classe. Dar um tempo para uma leitura silenciosa e em
seguida, ler em voz alta e expressivamente para os alunos. Na sequência, alguns
questionamentos, para que os alunos participem localizando ou inferindo as
informações que conduzem ao entendimento desse gênero multimodal, em que
imagens e palavras combinadas permitem a construção de sentido:

● Entre que personagens acontece o diálogo nessa tirinha?


● Quem são?
● Quem os criou?
● Conversam sobre o quê?
● Por que motivo os personagens estão desenhados sem a boca? (Mafalda
no 1º e último quadrinhos e Miguelito no 3º e no 4º)

Algumas informações sobre o famoso quadrinista argentino Quino podem ser


passadas à turma, a partir de sua biografia 2:

Quino - biografia
Por Dilva Frazão

Quino (1932) é um cartunista e humorista argentino, autor das famosas tiras da


personagem Mafalda, uma menina inteligente e contestadora que ganhou grande
repercussão no cenário mundial.
Quino, apelido que recebeu Joaquín Salvador Lavado, nasceu em Mendoza, na
Argentina, no dia 17 de julho de 1932. Desde pequeno recebeu o apelido de Quino para

2 Disponível em: <https://www.ebiografia.com/quino/>. Acesso em: 25 de janeiro de 2018.


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diferenciar do tio Joaquín. Filho de imigrantes espanhóis ficou órfão de mãe e de pai.
Com grande vocação para o desenho ao terminar a escola primária foi matriculado na
Escola de Belas Artes de Mendoza. Em seguida, ingressou na Faculdade de Belas
Artes, mas em 1949 resolveu abandonar o curso e se dedicar ao desenho de quadrinhos
e de humor gráfico.
Depois de várias tentativas frustradas, só em 1954 vendeu seu primeiro desenho para
um jornal argentino. A contribuição regular só aconteceu depois de três anos. Em 1963
lançou seu primeiro livro humorístico, intitulado “Mundo Quino”. Em 1964 criou sua
principal personagem, “Mafalda”, uma menina contestadora e inteligente, que foi criada
para uma campanha publicitária e logo ganhou vida e encantou os leitores.
Editada em tiras nos jornais, Mafalda deixou as fronteiras da Argentina e chegou à
Espanha e a Portugal. Em 1973 entrou no Brasil, em plena época da ditadura militar,
através da Revista Patota, da Editora Arte Nova. Quino criou vários personagens, mas a
que mais se destacou foi a Mafalda. Em 1973, Quino optou por descontinuar suas
tirinhas da Mafalda, pois segundo ele, “a Mafalda virou um carimbo” e isso não lhe
agradava.
Em 1976, Quino mudou-se para Milão, na Itália, e seu trabalho aos poucos foi
conquistando o mundo. Em 1977, a pedido da UNICEF, as tirinhas da Mafalda ilustraram
a Edição Internacional da Campanha Mundial de Declaração dos Direitos da Criança.
Em 1982, Quino foi eleito o “Desenhista do Ano”. Nesse mesmo ano, foram publicados
no Brasil os três primeiros livros da Mafalda. O trabalho de Quino recebeu vários
prêmios internacionais, entre eles, o “Prêmio das Astúrias de Comunicação e
Humanidades”, na Espanha, em 2014.

Após reveladas essas informações, perguntar à classe:

● É possível estabelecer alguma relação entre o tema da canção


“Paciência” e o assunto tratado na tirinha da Mafalda?
● O que ambas têm em comum?
● Há diferenças? Quais são?
● Elas se complementam? Por quê?

Essas questões podem ser respondidas em trios e o professor deve cronometrar


mais ou menos dez minutos para a tarefa. Depois, uma conversa com a classe para
conferir se compreenderam de que tratam a canção e a tirinha, com as possibilidades
de respostas para o questionário. As respostas são pessoais, mas precisam estar em
sintonia com questões da atualidade como: intolerância, impaciência, incompreensão e
falta de solidariedade em todos os sentidos. São questões enfrentadas cotidianamente
e que além de dificultarem o convívio entre as pessoas, espalham a infelicidade.

Leitura dramatizada é a sugestão para que os alunos pratiquem apresentações


orais. Dos balõezinhos, as falas dos personagens devem ser transportadas para um
diálogo entre dois alunos. Clareza na dicção, pausas e entonação adequadas tornarão
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o exercício, que é rápido, bastante interessante. Ensaio breve e logo em seguida, as
duplas sorteadas pelo professor fazem suas apresentações.

São muitas as possibilidades de expressão cultural e uma das maneiras de se


deixar de ser apenas consumidor de produtos culturais e passar a produzi-los é
aprender a apreciá-los, conhecendo-os e conversando sobre eles.

Para a próxima aula, uma experiência diferente com a letra da canção


“Paciência”: alguns alunos devem preparar, em duplas ou trios, uma apresentação de
rap aproveitando a letra da canção estudada. Outros grupos devem fazer e expor uma
pesquisa sobre o movimento Hip Hop e o que é rap.

Ressalta-se a relevância de oferecer condições para que os grupos escolham se


querem fazer e expor a pesquisa ou apresentar o rap. São experiências diversificadas
para contemplar as diferentes necessidades e desejos da turma.

Aula 5

Para começar, é interessante que a classe ouça a canção “Paciência” cantada


por Lenine, mais uma vez.

A aula deverá ser dividida em dois blocos. No primeiro bloco, grupos que
preferiram pesquisar sobre o movimento Hip Hop e o que é rap e fazer uma
comunicação à classe, explicando o que obtiveram na pesquisa. No segundo bloco,
apresentação dos grupos que escolheram apresentar “`Paciência” em forma de rap. O
professor determina e pede para um aluno cronometrar o tempo de cada apresentação.

Os comentários do professor devem ser feitos no final da aula, com o intuito de


incentivar os alunos a participarem das atividades, valorizando o protagonismo e a
aprendizagem.

Todas as apresentações podem ser filmadas e depois disponibilizadas no blog


da classe ou da escola, se houver condições e colaboração dos alunos. Para este
miniprojeto, o professor deve contar com a colaboração da equipe gestora e do(a)
professor(a) da sala de leitura, sempre que possível.

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Conclusão

Com as atividades propostas nesta sequência, buscou-se mobilizar as seguintes


capacidades de leitura:

● Ativação de conhecimentos de mundo; antecipação ou predição;


checagem de hipóteses.
● Localização de informações; comparação de informações;
generalizações.
● Produção de inferências locais; produção de inferências globais.
● Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas
da atividade da leitura.
● Percepção das relações de intertextualidade; percepção das relações de
interdiscursividade.
● Ativação e ampliação de conhecimentos gramaticais em contexto.
● Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas
e/ou afetivas; elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou
políticos.

Referências bibliográficas

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BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. ver. ampl. e atual.
Conforme o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Também
disponível em: <https://www.scribd.com/document/358518189/evanildo-bechara-
gramatica-pdf>. Acesso em: 09 de janeiro de 2018.

KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas-SP: Pontes Editora,


2002 Disponível em:
<https://kupdf.com/download/angela-kleiman-oficina-de-leitura-teoria-e-
pratica_58ebabd8dc0d60cb15da9814_pdf>. Acesso em: 26 de dezembro de 2017.

RAMOS, Feliciano. Breves noções de poética e estilística. Livraria Cruz. Braga:


1966.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura. Disponível em:


<http://www.academia.edu/1387699/Letramento_e_capacidades_de_leitura_para_a_ci
dadania>. Acesso em: 26 de dezembro de 2017.

Sites pesquisados

<https://www.infoescola.com/artes/hip-hop/>. Acesso em: 25 de janeiro de 2018.


<https://www.ebiografia.com/quino/>. Acesso em: 25 de janeiro de 2018.
<https://drive.google.com/file/d/0B9DUx8WUTKKNQ2lUVnowYkJpYXM/view>. Acesso
em: 25 de janeiro de 2018.
<https://figurasdelinguagem.com.br/>.Acesso em: 24 de janeiro de 2018.
<https://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html>. Acesso em: 22 de janeiro de
2018.

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