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O que é o fato jurídico e fato natural?

R: Fato jurídico é aquele fato que modifica, extingue ou conservam direitos, modifica o mundo
do direito. Já o fato natural decorre da natureza sem intervenção do homem, são divididos em
ordinário (ocorre diariamente) e extraordinários (evento imprevisível e inevitável), porém
exclui-se a responsabilidade, tanto fatos ordinários quanto extraordinário produzem
conseqüência no direito

O que são fatos humanos e quais são suas divisões?


R: fatos humanos são fatos jurídicos praticados pelos homens e são divididos em lícitos e
ilícitos. Os fatos lícitos é o ato jurídico lato sensu (sentido amplo), que são subdivididos em ato
jurídico strictu sensu, negócio jurídico e ato-fato jurídico

O que são atos jurídicos strictu sensu (sentido estrito)?


R: é aquele praticado pelo homem onde se tem sua vontade, mas as conseqüências são
ditadas pela lei, a vontade é do homem, porém as leis ditam as conseqüências. EX:
reconhecimento paterno

O que são negócios jurídicos?


R: há vontade humana e pode regrar a conseqüência de forma livre desde que seja licito, o
homem estabelece os efeitos do NJ. EX: Contrato de compra e venda

Quanto à manifestação de vontade das partes


 Unilateral: apenas uma manifestação de vontade
 Bilateral: manifestação de vontade de 2 partes
 Plurilaterais: há manifestação de vontade de mais de 2 partes

Quanto às vantagens patrimoniais para os envolvidos


 Gratuitos: vantagem para apenas uma das partes e para outra apenas
encargos/deveres. EX: doação
 Onerosos: para ambas as partes se têm vantagem e encargos/deveres. EX: prestação
de serviço paga em dinheiro

Quanto aos efeitos no aspecto temporal


 “inter vivos”: negócios que se realizam e se aperfeiçoam enquanto as partes estão
vivas
 “mortis causa” negócio cujos efeitos se dão com a morte de uma das partes. EX:
testamento

Quanto à necessidade ou não de solenidades e formalidades


 Formais ou solenes: por sua própria natureza ou por determinação legal exigem o
cumprimento de certas formalidades para a concretização. EX: casamento
 Informais ou não solenes: não precisam de formalidade para ser validos, usa
formalidade apenas como prova

Quanto á independência ou autonomia


 Principais ou independentes: não precisa de outro negócio para existir, existe por si só
 Acessórios ou dependentes: precisa de outro negocio para existir, não existe sozinho.
EX: contrato de fiança
Quanto às condições pessoais especiais dos negociantes
 Impessoais: não leva condições especiais para o contratante, o que vale é o serviço e
não a pessoa do contrato
 Personalíssimo: leva condições especiais para o contratante, o que vale é a pessoa do
contrato

Quanto sua causa determinante


 Causais ou materiais: excepcionalmente importa a causa de estar celebrando o NJ, no
caso a causa é relevante
 Abstratos ou formais: não importa a causa de estar efetuando o NJ, em regra a causa
do NJ é irrelevante

Quanto ao momento de aperfeiçoamento


 Consensuais: o NJ se da pelo consenso/acordo entre as partes, a maioria dos negócios
se da pelo consenso
 Reais: para o NJ se efetivar deve haver a entrega do bem

Quanto à extensão dos efeitos


 Constitutivos: constituem novas situações daqui para frente, não retroage (ex nunc),
maioria dos negócios são assim
 Declarativos: os NJ que declaram algo já existente, ou seja, retroage (ex tunc)

O que é o ato-fato jurídico?


R: A vontade é irrelevante. EX: achar um tesouro em um terreno sendo necessário dividir com
o dono do terreno

 O ato ilícito pode ser voluntario ou involuntário podendo atingir outras esferas do
direito

Quais são os elementos hermenêuticos do NJ?


Art 112 – a vontade da parte deve prevalecer sobre o que esta escrito, na interpretação do juiz
Art 113 – o NJ deve ser interpretado levando em consideração a boa-fé e usos e costumes do
lugar onde foi celebrado o NJ
Art 114 – os NJ benéficos e a renuncia deve se ter uma interpretação restrita pelo juiz, a
interpretação deve se restringir ao que esta escrito no NJ

Como é a estrutura dos negócios jurídicos?


R: para a efetivação do NJ necessita-se de vontade das partes onde pode ser expresso ou
tácito, quando ocorre o vicio de consentimento anula-se o NJ. As partes precisam ser capazes
plenamente, incapazes podem efetuar o NJ desde que representados. E o objeto do negocio
deve ser licito e idôneo, ou seja, algo capaz de se concretizar

O que é e como se da á forma do NJ?


R: é como o NJ deve ser concretizado, no Brasil há uma grande liberdade pra concretizar os
negócios, com exceção daqueles que se tem uma forma prescrita em lei, como o casamento
O que é a escada ponteana e quais são seus degraus?
R: O criador foi Pontes de Miranda onde divide o NJ em 3 planos (existência, validade e
eficácia)
 O primeiro degrau é o plano da existência que são requisitos mínimos para a existência
do NJ, sem eles não existindo negocio. Para a existência deve haver partes, vontade,
objeto e forma. A teoria da existencia esta implícita dentro do CC
 O segundo degrau é o plano da validade, são requisitos para o NJ ser valido (art 104
CC). Para haver validade as partes devem ser capazes, deve haver vontade livre sem
vícios, objeto licito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não
defesa em lei. Se há um vicio de validade, problema estrutural ou funcional o NJ será
nulo
 O terceiro degrau é o plano da eficácia, se o NJ esta sendo efetivos, as conseqüências
do NJ e seus efeitos práticos no caso concreto. O plano da eficácia é dividido em
condição, termo e encargo ou modo

Plano da validade
a) Partes capazes: caso o incapaz fizer NJ apenas ele pode anular, exceto se quando o
objeto for indivisível a outra parte podendo pedir anulação
b) Vontade livre: a vontade deve ser livre e sem vícios, em regra o silencio não é
manifestação de vontade para efetuar o NJ, exceto em casos específicos
c) Objeto licito, possível, determinado ou determinável: deve haver uma possibilidade
física e jurídica, deve ser permitido por lei, o objeto deve ser
especificado/determinado
d) Forma prescrita ou não defesa em lei: deve-se realizar o NJ como este prescrito em lei
ou não sendo proibido dentro da lei

Plano da eficácia
 Elementos naturais do NJ: naturalmente faz parte do NJ, e ajuda a identificar a espécie
de NJ
 Elementos acidentais do NJ: são aqueles que são acrescentados no NJ para modificar
uma ou algumas de suas conseqüências naturais, são inseridos pela vontade das
partes, são dispensáveis se quiser

O que é a condição?
R: é um evento futuro incerto. EX: quando um avô promete dar um carro ao neto se passar no
vestibular X, é um evento incerto

Quanto á licitude
 Licitas: não pode estar contra a lei, deve estar de acordo com os bons costumes
 Ilícitas: vão contra a lei, como as condições perplexas (privam de todo efeito do NJ), e
as puramente postetativas (sujeita a ocorrência da condição puramente á vontade da
parte)

Quanto á possibilidade
 Possíveis: a condição deve ser possível de ocorrer tanto fisicamente quanto
juridicamente
 Impossíveis: não tem como a condição ocorrer fisicamente e juridicamente, não existe
o NJ porque a condição impossível tem efeito suspensivo anulando o NJ, porém na
condição resolutiva não anula o NJ

Quanto á origem
 Condições causais: condição se refere a um evento natural para acontecer
 Condições potestativas: condição depende da vontade humana para acontecer
 Condições mistas: para ocorrer a condição precisa de uma vontade humana mais um
evento natural
 Simplesmente ou meramente potestativas: não depende apenas da parte querer, deve
ser um quesito a mais, como o esforço
 Puramente postetativas: depende apenas da vontade da parte para a condição
acontecer, proibidas por lei

Quanto aos efeitos


 Condição suspensiva: o efeito esta subordinado a condição, o efeito esta suspenso e
não tem eficácia enquanto a condição não se concretizar, passa a ter efeito o NJ
quando a condição é concretizada
 Condição resolutiva: o NJ esta ocorrendo e esta produzindo efeitos, porém quando
entra a condição resolutiva suspende o NJ e não produz mais efeito

O que é o termo?
R: é o elemento acidental do NJ que faz com que a eficácia desse NJ fique subordinado a
ocorrência de um evento futuro e certo

 Termo inicial: o NJ só tem eficácia a partir do cumprimento do termo, gerando efeitos


no NJ. Já têm direitos, mas não pode exercer
 Termo final: o NJ tem efeito desde já e quando se concretiza o termo final acaba com
o a eficácia do NJ
 Termo legal: é o termo estipulado pela lei
 Termo convencional: o termo é decidido entre as partes
 Termo certo ou determinado: você sabe que dia ira ocorrer, quando ira ocorrer
 Termo incerto ou indeterminado: você sabe que vai ocorrer mas não sabe quando vai
ocorrer. EX: morte

Art 132: salvo escrito em lei ou combinado as partes, exclui o dia do começo e conta o do final
§1º- se o vencimento cair em feriado paga-se no próximo dia útil
§2º- quando se diz o pagamento em meados do mês é o 15º dia do mês
§4º os prazos fixados por hora conta-se de minuto a minuto
Art 133 - Em regra o prazo é a favor do devedor, ou seja, pode pagar antes se quiser, porém o
credor não pode cobrar antes, excepcionalmente p prazo é em favor do credor, ou seja, o
devedor não pode pagar antes quando estabelecido entre as partes

O que é o encargo ou modo?


R: encargo é uma restrição imposta a liberalidade, liberalidade sendo aqueles NJ gratuitos ou
benéficos, ou seja, é uma restrição imposta a doação, uma obrigação ao beneficiário da
liberalidade
Ninguém é obrigado a aceitar uma liberalidade, porém se aceitar uma liberalidade que esta
posto um encargo deve ser cumprido. Se o beneficiário descumprir o encargo, o disponente
poderá ajuizar uma ação para revogar a liberalidade ou ajuizar ação de obrigação (fazer, não
fazer)

Art 136- no momento em que se efetua a liberalidade o beneficiário imediatamente já tem


direito sobe o objeto mesmo ainda não tendo cumprido o encargo, exceto quando posto
expressamente a necessidade do cumprimento do encargo, assim o direito não será imediato
para o beneficiário, e sim apenas quando ele cumprir o encargo assim adquirindo os direitos
Art 137- o encargo ilícito e impossível não invalidade o NJ, mesmo sendo ilícito pode-se
exercer os direitos já que seria como se não estivesse escrito o encargo, exceto quando estiver
expresso no NJ que o encargo ilícito é o motivo determinante da liberalidade invalidando o NJ

O que são vícios de vontade ou consentimento?


R: atinge apenas as partes que celebraram o NJ. São divididos em erro, dolo coação estado de
perigo e lesão, todos gerando uma nulidade relativa ou anulabilidade ao NJ

O que são vícios sociais?


R: atinge não somente as parte, e sim também terceiros e a sociedade, são divididos em fraude
contra credores que leva a nulidade relativa ou anulabilidade do NJ e a simulação que gera a
nulidade absoluta ou nulidade do NJ
O que é o erro ou ignorância?
R: há uma falsa percepção da realidade por si só, um engano próprio, uma falsa noção em
relação a uma pessoa, objeto do negocio ou a um direito que acomete a vontade de umas das
partes que celebrou o NJ
O erro para anular o NJ deve ser substancial, ou seja, ser um erro no aspecto principal do NJ,
porém pode ser um erro grosseiro/inexcusavel que mesmo assim anula o NJ conforme o
enunciado 12 da primeira jornada de direito

Quais são as espécies de erro?


 Error in negotio: quando interessa a natureza do NJ
 Error in corpore: quando interessa ao objeto do NJ
 Error in substantia: interessa as qualidades essenciais do NJ
 Error in persona: quando se equivoca quanto a outra parte do NJ
 Error iuris

Erro acidental – diz a respeito de aspectos secundários do NJ, não invalida o NJ, quando
mesmo que soubesse a realidade efetuaria o NJ, não é um erro essencial e sim superficial

Falso motivo – o motivo em regra é irrelevante o falso motivo não invalida o NJ, a não ser que
o motivo seja determinante para o NJ assim anulando o NJ

Erro de cálculo – não invalida o NJ, apenas autoriza a correção do valor

O que é o dolo?
R: quando alguém induz a outra ao erro, é o artifício ardiloso empregado para enganar alguém
com intuito de beneficio próprio, sendo passível de anulação do NJ

O que é a coação?
R: toda violência psicológica apta a influenciar a vitima a realizar o NJ que a sua vontade
interna não deseja efetuar. Aquele que exerce a coação é denominado coator, e o que sofre
coato, coagido ou paciente

Quais são os requisitos para a coação?


R: violência psicológica, declaração de vontade viciada, receio sério e fundado de grave dano a
pessoa, a família (ou a pessoa próxima) ou aos bens do paciente

Tipos de coação
 Coação física (vis absoluta): impede qualquer reação da vitima, com ameaça física a
vitima, se te a inexistência do NJ já que não existe a vontade
 Coação moral ou psicológica (vis compulsiva): não há uma vontade livre, há uma
vontade viciada, tendo uma anulação do NJ

Não constituem coação:


 A ameaça relacionada com o exercício regular de um direito reconhecido, uma ameaça
permitida pelo direito, como ameaçar colocar o nome no SERASA
 O mero temor reverencial: praticar um NJ em respeito a uma autoridade, para não
desagradar uma pessoa (pai)
 Coação exercida por terceiro se as partes não sabiam da coação não anula o NJ, porém
se a parte sabia da coação feita por terceiro anula o NJ
Para o juiz interpretar que ouve coação analisa-se o sexo, idade, condição, saúde,
temperamento e todas demais circunstancias demais do coagido

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