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APRESENTAÇÃO
O curso Letramento digital para Educadores foi elaborado para ser ofertado por
um tutor, com carga horária de 40h, e tem como objetivo mostrar como empregar recursos
digitais de forma efetiva em situações didáticas para atividades retomas. Hoje, dispomos
de uma diversificada lista de recursos, mas como empregar a melhor estratégia a depender
da situação? Encontrar possíveis caminhos para responder a esse questionamento (ou
propor novos) é o nosso maior objetivo.
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Circuito II (9h) - Elaboração de materiais e o uso de ferramentas digitais em aulas
remotas;
Circuito III (9h) - Formas de Avaliação em atividades remotas;
Circuito IV (9h) - Metodologias ativas no ensino híbrido.
Contem conosco!
GTEAD.Lab.I.EGPA
Caso você identifique algum erro neste material, por favor, avise-nos. Contamos com sua
colaboração para o aprimoramento contínuo do nosso trabalho. Envie seu comentário para
ead.suporte@egpa.pa.gov.br / lab.inova@egpa.pa.gov.br
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Prezados (as) educadores (as),
Objetivos do Circuito
Vamos começar?
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PROVOCAÇÃO – VAMOS INICIAR O NOSSO PERCURSO
Vamos ler uma reportagem do portal Brasil de Fato sobre o acesso à internet no Brasil - Quem
são as pessoas que não têm acesso à internet no Brasil?
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CIRCUITO I – UM NOVO CONTEXTO, UMA NOVA PERSPECTIVA
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paradigmas.
E estamos diante de uma mudança no modelo, uma mudança de perspectiva: as
escolas não correspondem mais aos nossos anseios, não podemos mais considerar que a
pessoa só aprende fora da escola, pois ela representa um modelo analógico de encarar o
conhecimento, a partir de uma visão tecnicista (como acreditava Freire ao falar da educação
bancária); a nossa forma de encarar a vida mudou, gostamos de expor nossa intimidade, a
fim de que a evidência se torne um meio de vida, de dar sentido a ela; a vida profissional
está sendo modificada, pode não haver um local físico, um horário definido, assinar o ponto
(e a fragilidade dos direitos, a uberização do trabalho; como se tornar relevante com novos
postos de trabalho surgindo e outros em franco desaparecimento). Compreender essas
mudanças é complexo e um mal necessário. Poderíamos enumerar outras mudanças, são
tantas, mas o nosso objetivo aqui é centrar a nossa reflexão em um fragmento das grandes
questões (mas não insignificante – um universo em uma casca de noz), estou falando da
educação.
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da vida cotidiana. Ao alinhar conceitos a procedimentos de forma ética e sustentável você
ganha o status de competente, uma pessoa que não só sabe, mas age de forma eficaz com
o que sabe.
Com o advento das novas tecnologias digitais da informação e comunicação
(TDICs), a coisa ficou ainda mais complexa. Agora, navegar na internet passou a ser uma
necessidade, mas não apenas navegar bem, realizar pesquisas, mas também fazer uma
boa leitura do material, ser um curador da informação; saber fazer um bom uso dos
dispositivos inteligentes, dos aplicativos à disposição; além de combater a infodemia (o
excesso de informações nem sempre confiáveis, o que dificulta uma orientação adequada).
Em suma, uma pessoa capaz de, segundo Dudeney, Hockly e Pegrum (2017), usar
“habilidades individuais e sociais necessárias para interpretar, administrar, compartilhar e
criar sentido eficazmente no âmbito crescente dos canais de comunicação digital”, isto é,
um letrado digital. Mas antes de falar sobre o letramento digital, vamos refletir um pouco
acerca desse conceito, que vem ganhando novos contornos ao longo do tempo e sua
relação com a alfabetização e o alfabetismo.
Para a gente entender, de uma forma bem simples o que envolve os conceitos de
alfabetização, alfabetismo e letramento, acesse o link abaixo, ele irá direcioná-lo a um mapa
mental que apresenta uma sistematização desses conceitos.
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em larga escala); por fim, o letramento é entendido como o uso e práticas da linguagem
escrita, as quais podem ser valorizadas ou não, sendo que a escola precisa adotar em suas
reflexões práticas que não são ainda de domínio dos alunos, levando-os a interagir com
formas de uso da linguagem que eles não conhecem. Com as novas Tecnologias Digitais
da Informação e Comunicação (TDICs) e devido à multiculturalidade e à diversidade (em
todos os sentidos), passou a haver maior integração entre linguagens cada vez mais
diversificadas.
Logo, o conceito de letramento passou por revisões ao longo e devido às mudanças
ocorridas na sociedade com o maior uso da internet, que modificou profundamente nossas
práticas de letramento, houve a necessidade de uma nova definição, a de novos
multiletramentos. A internet fez emergir um novo espaço e uma nova maneira de lidar com
a informação, o conhecimento. Levy (2010) afirma que As tecnologias surgiram, então,
como a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço e comunicação, sociabilidade, de
organização e de transação, mas também novo mercado da informação e do conhecimento”
(p.32). Ao mesmo tempo que a internet fez emergir um novo espaço, ficamos imersos nas
novas possibilidades digitais que a cada dia procuram novas formas de manifestação. Os
letramentos são legião, como diria Rojo (2019) e há uma necessidade, cada vez mais
urgente, de ampliar a capacidade de leitura e escrita nessas novas mídias.
Para a gente expandir e sensibilizar um pouco o nosso olhar sobre os novos multiletramentos,
vamos conhecer um pouco do trabalho da artista visual e designer Roberta Carvalho, que
procura, em seu trabalho, uma interação entre a tecnologia e a arte.
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O ano de 1995 foi um marco para difusão das tecnologias digitais no país. Pessoas
(poucas) passaram a ter um computador em casa, com possibilidade de navegar na internet
(ainda discada; usando um modem, com uma conexão na qual a transferência de dados
era muito limitada), de conversar com pessoas por outros meios (chats e softwares de bate-
papo), que já traziam uma mudança significativa em nossa forma de construir (ou descartar)
relações; Desde o momento em que passamos a navegar em sites limitados até os dias
de hoje, com a nossa excessiva dependência de redes sociais e internet, estamos
mergulhados (algumas vezes a contragosto) no ubíquo e fascinante universo das
tecnologias digitais. A educação também foi impactada, a partir do surgimento de novas
ferramentas e plataformas de ensino a distância.
Este é o momento de ampliarmos nossa visão sobre o letramento. Isto significa não
apenas ter acesso ao mundo digital, mas fazer um uso responsável e ético de sua
potencialidade. As redes sociais e as novas ferramentas midiáticas já estão entranhadas
em nosso cotidiano e são uma extensão do que somos (alteram profundamente nossos
hábitos); é uma nova forma de se relacionar com a informação, deixamos a posição de
consumidores passivos para uma maior interação com dispositivos inteligentes e que
apresentam como característica mais facilidade em seu
uso.
Com um smartphone e um app, você pode produzir
Dimensões do
conteúdo em formatos variados (histórias animadas, Letramento Digital
games, podcasts; gifs artísticos). Mas para que a
participação seja real - e a internet deixe de ser
potencialmente democrática, para de fato ser um exercício Leia o Artigo de
Richard Romancini
de cidadania - é fundamental desenvolver habilidades publicado
midiáticas e a escola, mais uma vez, foi convidada a operar originalmente em
com essas novas práticas de letramento. A Base Nacional 2014 na Plataforma
Comum Curricular, em suas competências gerais, afirma do Letramento, que
apresenta
que os sujeitos precisam informações da
importância do
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação letramento digital
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas escolas e na
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se vida dos
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir educadores.
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e
autoria na vida pessoal e coletiva.
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desde o uso correto de um mouse até atividades que envolvam habilidades mais complexas
(gravar, editar, selecionar estratégias adequadas, inserir elementos interativos em uma
videoaula, por exemplo).
Estamos falando de uso de ferramentas, mas não podemos esquecer também que
o uso desses dispositivos não garante inovação quando o assunto é educação. Quando há
muito entusiasmo, podemos propor formas que não agradem e, por mais que a ideias sejam
boas, se elas não comunicarem bem o seu propósito, não vai adiantar. Há modelos antigos
que podem ser inovadores, posso remodelar estratégias; assim como há formas inovadoras
que podem trazer resultados inexpressivos, sem que se aprofunde a interação. A forma de
uso dessas ferramentas também precisa ser inovadora (e isso envolve uma clareza e um
percurso de aprendizagem bem planejado).
São muitas novidades para todos nós, educadores (as), e precisamos acompanhar
o processo, mas também necessitamos de apoio, qualificação e preparo. Necessitamos
investigar e experimentar caminhos, construir pontes para integrar as Tecnologias da
Informação e da Comunicação à escola; precisamos refletir a respeito de como vamos
ajustá-las às nossas práticas pedagógicas, de que modo elas podem aliadas e não somente
ferramentas.
Conexões históricas
Você sabia que o termo mídia tem uma relação com o movimento espírita, iniciado no século
XIX? Quem relata essa história curiosa é nada mais que Conan Doyle, o criado do detetive mais
famoso da ficção, Sherlock Holmes. Diz Doyle que:
“O termo médium (no plural, media) é um termo latino que foi introduzido em inglês, no final
do século XIX, nos Estados Unidos da América, no contexto cultural específico dessa época, para
designar três inventos recentemente inventados: o telégrafo, a fotografia e a rádio. O que levava
os americanos a designar estes inventos como mídia era o fato de tornarem possível a
transmissão de mensagens entre pessoas distantes, objetivo que os médiuns também
procuravam atingir nas sessões espíritas que surgiram nessa época. Este neologismo surgiu,
por conseguinte, no contexto da associação destas técnicas com o kardecismo e a prática do
espiritismo, então muito em voga nos Estados Unidos.
O que contribuiu para a conjugação destes inventos com o espiritismo, à primeira vista tão
diferentes, foi o facto de a fotografia, a telegrafia e a telefonia serem frequentemente utilizadas,
nos primeiros tempos, pelos médiuns, para sugerir a presença dos familiares e dos amigos
falecidos. Como as fotografias da época não tinham a qualidade e a precisão das fotografias de
hoje, os retratos davam a impressão de estar rodeados por uma espécie de auréola que era
interpretada como a representação da aura ou da alma das pessoas retratadas.
Por seu lado, a batida do telégrafo e os ruídos que acompanhavam o som das primeiras
emissões radiofónicas, ainda em fase de experimentação laboratorial, que, na época, utilizavam
as ondas curtas que, como sabemos, são de difícil sintonização, eram encarados como
curiosidades semelhantes às que costumavam ser apresentadas nos circos e nas feiras. Os sons
captados eram acompanhados de ruídos semelhantes aos de passos que eram associados ao
caminhar por cima de gravilha ou de areia.”
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4. Orientações para a tarefa – Mão na massa
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5. Você quer saber mais sobre o assunto. Acompanhe nossas sugestões de vídeos e
leituras e aplicativos.
Conheça o Smartify – Ele escaneia obra de artes e fornece informações, como detalhes da
obra e a biografia do autor. Segue o link para saber mais:
https://followthecolours.com.br/cooltura/smartify-aplicativo-arte/
O Cieb (Centro de inovação para a educação brasileira) possui uma ferramenta que pode
ajudar na hora de selecionar a melhor estratégia para a sua atividade remota. Acesse
https://aprendizagem-remota.cieb.net.br/ferramenta.html e descubra qual é a mais
apropriada para sua rede de ensino.
O Cieb também apresenta uma proposta bem interessante quando o assunto é desenvolver
habilidades (Presentes na BNCC) alinhadas a eixos que envolvem a cultura, o pensamento
e a tecnologia digital. A cada conceito, há sugestões de práticas pedagógicas. Acompanhe:
https://curriculo.cieb.net.br/curriculo
A ativista Sasha Costanza-Chock e o filósofo Roberto Mangabeira Unger discutem as
questões sociais, políticas e ideológicas dos próximos tempos:
https://www.youtube.com/watch?v=iiT2HvGEPIA
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DE LOURDES VINHAL, Maria. DUDENEY, Gavin; HOCKLY, Nicky; PEGRUM, Mark.
Letramentos digitais. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
DUDENEY, Gavin; HOCLY, Nicky; PEGRUM, Mark. Letramentos Digitais. São Paulo:
Parábola Editorial, 2017.
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